Desejos



As semanas passam sem nenhum incidente, Draco finalmente sentiu o bebê mexer, para alegria dele e alívio de Hermione. Depois que ela falou que o neném havia se mexido ele passava todo o tempo livre dele conversando com sua barriga pra ver se a Lizzie dava um chute para o papai, ele dizia.

Draco, no entanto, não definiria as últimas semanas como tranqüilas. Não depois que a esposa entrou na fase dos desejos.

Hermione sempre achou que esse lance de desejos fosse frescura de grávida até que um belo dia, ou melhor, uma bela noite, ou, melhor ainda, uma bela madrugada ela acordou com uma vontade indescritível de tomar sorvete, mas não era um sorvete qualquer. Ela queria sorvete de jabuticaba!

Culpa daquele livro trouxa sobre frutas exóticas e alimentação saudável que inventei de pegar emprestado com a minha tia-avó. Pensa enquanto se lembra da frutinha negra e pequena. Sua boca enche de água só em pensar no sorvete que, na verdade, ela nem sabe se existe

Droga pensa Hermione. O que está acontecendo comigo? Ela sabe que não conseguirá mais dormir. Ela se agita na cama a ponto de acordar Draco.

Draco – O que foi?

Hermione – Nada... Pode voltar a dormir

Draco tenta voltar a dormir, mas não consegue vendo que a esposa está agitada – Está mesmo tudo bem? (ele pergunta meio preocupado)

Hermione olha pra Draco – Não é nada já disse. É besteira...

Draco – O que foi? Pode falar.

Hermione – Promete que não vai rir?

Draco fica em silêncio. Ela continua – Eu estou com uma vontade louca de tomar sorvete!

Draco esboça um sorriso

Você prometeu que não ia rir! (Hermione fala chateada).

Draco a beija – Calma! É só isso? É fácil resolver.

Ele se levanta e prepara-se para chamar um elfo.

Hermione o segura – Tem mais uma coisinha... Não é qualquer sorvete. Eu queria sorvete de jabuticaba.

Draco olha pra Hermione como se esta tivesse sido abduzida e colocassem um clone em seu lugar. – Sorvete de que???

Hermione olha pra ele – Eu falei que era besteira. Esquece!

Vira-se para o lado um pouco chateada

Draco – Não... Não é besteira. Se a Lizzie quer sorvete desta tal jatibucaba, ela vai ter.

Ele pega a varinha e transfigura seu pijama numa calça e numa camisa preta. – Vou comprar o tal sorvete. (Ele fala como se fosse à coisa mais simples do mundo).

Logo ele percebe que não é!

Draco bate várias vezes na porta da sorveteria. Ele já está quase cogitando a hipótese de lançar um feitiço de arrombamento quando a porta se abre.

O sorveteiro abre com cara de quem estava no décimo sono. – Aconteceu alguma coisa. Você-sabe-quem-voltou? (ele pergunta preocupado)

Draco olha para o homem meio desconcertado. Acho que as pessoas não costumam bater aqui de madrugada pra comprar sorvete. Pensa

Draco – Não. Ele não voltou. Acalme-se.

O que aconteceu então? – O sorveteiro pergunta.

Draco respira fundo e fala– Eu... Gostaria de comprar sorvete!

O sorveteiro olha incrédulo para o loiro, esperando que fosse uma brincadeira. Quando percebe que não é, fala irritado – O QUE? Você bate na minha porta às três da manhã. Pra comprar sorvete?

O homem tenta fechar a porta. Mas Draco o impede humildemente (N/A – humildemente o Draco?! Pra vocês verem o que um homem apaixonado é capaz de fazer pela esposa grávida!) – Espere, por favor... É uma emergência!

O sorveteiro olha pra ele sem entender. Draco continua – Minha esposa está grávida...

O sorveteiro abre um sorriso – Desejos... Sim eu entendo. Você deu sorte dela querer apenas um sorvete. A minha esposa, quando estava grávida do meu mais velho queria comer um filé de hipogrifo. (suspira) acho que por isso meu mais velho tem aquela cara. Ela não comeu...

Eles entram. Sorvete de que? – o sorveteiro pergunta

Draco (tentando lembrar o nome da fruta) – Ja... Jatibu... Jatibucaba! Acho que é esse o nome

Sorveteiro – Acho que você não deu tanta sorte assim. Sinto muito. Nunca ouvi falar.

Draco sai desanimado da sorveteria. E agora? Não sei como é uma jatibucaba. Mas definitivamente não quero que a minha Lizzie tenha essa cara

Draco perambula as ruas do beco diagonal. Não posso voltar sem o sorvete. Mas o que eu posso fazer? A Hermione falou que é uma fruta trouxa. Eu não conheço quase nada trouxa. Só seu procurasse os pais dela. Não... Não posso chegar lá esta hora. Eles vão se assustar. Se eu conhecesse alguém.

Ele para de andar. Eu conheço... Mas não posso chegar lá. Não posso me sujeitar a tanto!

O loiro volta a caminhar e vê desanimado que não há outra opção a não ser engolir o orgulho. Bem. Situações desesperadoras, medidas extremas!

XXXXX

CASA DO HARRY

Harry acorda com um barulho. O que é isso? Pensa. Parece alguém batendo na porta. Batendo não, derrubando!

Ele se levanta com cuidado pra não acordar Gina que dorme a seu lado. E ainda bocejando vai até a porta.

Ele vê o loiro que parece visivelmente preocupado. Pra doninha bater aqui há essa hora aconteceu alguma coisa...

Harry – O que aconteceu?

Draco – Eu preciso de sua ajuda.

Aconteceu alguma coisa com a Hermione? (Harry fala preocupado).

Nesse momento Gina chega. Draco olha para o casal e contem um sorriso sarcástico ao imaginar se aquele bando de ruivos sabe que a Weasley fêmea passa as noites com o cicatriz. Não... Não posso sucumbir à tentação de provocá-los. Eu preciso da ajuda deles

Draco – Posso entrar?

Harry afasta-se dando passagem ao loiro. – O que aconteceu com ela?

Draco olha para o casal sem saber direito como começar.

Gina – Aconteceu algo com o bebê?

Draco – Não. Eles estão bem. O problema é que...

Gina e Harry estão esperando.

Draco – Eu estou me sentindo meio ridículo, mas ela quer tomar sorvete.

O casal olha pra Draco como se ele fosse louco

Draco tenta explicar – É um desejo, vocês não entendem!

Harry olha pra Draco como se ele definitivamente tivesse enlouquecido. Gina segura o riso.

Harry – E você precisa da minha ajuda pra isso?

Draco (perdendo a paciência) – Você acha que se fosse algo tão simples eu pediria ajuda? Eu sou perfeitamente capaz de cuidar da minha esposa!

Harry (irônico) – Então o que o senhor eu-sou-perfeitamente-capaz-de-cuidar-da-minha-esposa está fazendo aqui?

Draco – Ela quer sorvete de jatibucaba... É uma fruta trouxa. Eu fui à sorveteria e não encontrei. Ninguém faz idéia do que é isso. Como você foi criado por trouxas... (o loiro passa a mão pelos cabelos, qualquer pessoa pode notar que isso não está sendo fácil pra ele)

Harry tem vontade de tirar sarro da cara do loiro, mas Draco parece tão preocupado que Harry não tem coragem – Eu não conheço. Sinto muito. Você não pode simplesmente dizer a ela que não encontrou?

Draco – Não! Eu prometi pra ela...

Harry – Mas ela vai entender.

Gina interrompe – Não é tão simples assim. Desejos em mulheres grávidas é coisa séria.

Draco – Ta vendo! Se prepara quando chegar a sua vez cicatriz!

Gina – Não é hora pra isso agora. Só tem um jeito Draco. Temos que ir a Londres trouxa.

Draco – Mas há essa hora não vamos achar nada aberto

Harry sorri – Existem lojas trouxas que não fecham nunca. Ficam abertas a qualquer hora do dia ou da noite, são chamadas de vinte e quatro horas. Quem sabe a gente dá sorte.

Harry e Gina se trocam e eles se dirigem ao beco diagonal onde encontrarão a passagem para a Londres trouxa.

XXXXX

NA LONDRES TROUXA

Draco olha para a rua onde ele vê uma luz no fundo de uma loja – O que leva uma pessoa a fazer compras essa hora? (ele fala sarcástico)

Harry – Talvez... Esposas grávidas? (Harry não consegue conter um sorriso)

Draco respira fundo e engole a resposta que gostaria de dar. O que eu não faço por você Hermione...

Harry, Gina e Draco vão em direção à loja. Eles entram, a loja é pequena e está localizada em um posto de gasolina.

Para decepção de Draco, não possui nada parecido com uma jabuticaba e muito menos sorvete da fruta.

Eles percorrem várias lojas sem achar nada. Harry e Gina estão desanimados e Draco preocupado. O que Hermione vai dizer? Pensa. Eu falei que ia conseguir. O atendente fala, vendo a expressão desanimada do trio – Essa fruta é tropical. Vocês dificilmente acharão na Inglaterra! E eu pessoalmente nunca ouvi falar que se fizesse sorvete dela.

Draco fica mais desanimado ainda. O atendente continua. – Pode ser que vocês achem nas lojas que vendem produtos importados. Mas elas não são vinte e quatro horas.

Draco – Você sabe onde tem alguma?

O atendente indica uma há uns quinze quarteirões. Harry, Gina e Draco saem.

Draco – Vamos logo. (ele prepara-se para aparatar)

Harry – O que você pensa que está fazendo?

Draco – O óbvio. Aparatando.

Harry – Ô coisa loira! Você não está no mundo bruxo. Não pode ir aparatando assim. O bairro onde fica a importadora é bem movimentado. Não dá pra arriscar.

Draco (impaciente) – E qual e a sua idéia?

Harry – Vamos pegar um táxi

Eles pegam um táxi. Draco resmunga o tempo todo frases como "esse troço é muito lento e a Hermione já deve estar cansada de esperar". Como essa doninha oxigenada reclama! Não sei como a minha amiga agüenta esse mau humor pensa Harry.

Eles chegam em frente a uma grande importadora. E como o atendente da loja de conveniência falou, está fechada.

Gina – Agora é só esperar abrir.

Draco olha para o casal com cara de quem acha que eles enlouqueceram de vez. – Tudo tem limite! Eu vou aparatar, vocês queiram ou não! A Hermione está esperando.

Ele aparata para dentro da loja. Harry olha pra Gina, dá um suspiro e eles vão atrás.

A importadora na verdade faz parte de um grande supermercado. Draco olha sem saber o que fazer ou onde procurar. Harry aponta em uma direção e eles seguem. Lá Draco encontra queijos, vinhos, doces, e diversos outros produtos. Ele encontra também sorvete de frutas, mas nenhum de jabuticaba.

Droga! – ele pragueja – Será que eu vou ter que aparatar pra um país tropical pra achar essa tal jatibucaba?

Harry e Gina estão com vontade de rir. Mas o desespero do loiro é tão sincero que eles não têm coragem...

Draco anda de um lado pra outro desanimado...

Harry olha a cena e reza pra nunca passar por isso.

Gina vasculha prateleiras na esperança de achar algo. – Ei! Vejam isso

Harry e Draco olham sem entender. Ela mostra um vidro onde se pode ler – Geléia de jabuticaba.

Draco – Ótimo ruiva. Mas ela quer sorvete!

Gina – Bem se vê que você nunca entrou numa cozinha ne Malfoy. Ou saberia que dá pra fazer sorvete com isso. Pelo menos dá pra tentar

Draco olha pra Gina como ele fosse um náufrago e ela sua tabua de salvação. – Vo... Você tem certeza? (ele gagueja)

Gina – Claro. Se você conseguir convencer o sorveteiro...

Draco sorri aliviado – Pode ter certeza que eu convenço. Nem que precise usar a imperius!

Ele deixa alguns nuques sobre o balcão e prepara-se para aparatar; olha para o casal e murmura com algum esforço – Obrigado...

Harry e Gina esboçam um sorriso, Draco completa – E não se atrevam a contar isso pra ninguém. Principalmente pro ruivo esquentadinho!

Aparata

Harry vê Draco aparatar. Pega os nuques que ele deixou e troca por dinheiro trouxa. – Ele já estava tão desconcertado que não tive coragem de falar que o dinheiro bruxo não vale nada aqui. Nunca pensei que o Draco fosse mudar tanto por causa da Hermione. Depois que ela ficou grávida então. Quase cheguei a ter pena dele...

Gina beija o moreno – Isso significa que você não vai contar para o Rony?

Harry dá um sorriso maroto – Eu disse “quase”

XXXXX

Draco chega à mansão. Encontra Hermione adormecida. Ele dá um beijo suave em seus lábios.

Hermione olha pra ele sem saber direito o que está acontecendo – Fiquei cansada de esperar. Peguei no sono. Você não conseguiu, não foi ? (ela procura esconder a decepção. Malditos hormônios. Pensa).

Draco abre um sorriso – Você acha que a Lizzie ia ficar sem o sorvete dela? (Ele mostra o pote de sorvete).

Os olhos de Hermione brilham – Eu já falei que você é maravilhoso?

Draco a beija – Hoje não...

Draco olha pra Hermione que toma o sorvete como se fosse a coisa mais maravilhosa do mundo. O loiro sorri deu trabalho mas valeu a pena pensa. Espero que estes desejos acabem logo...

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