Passado

“- Sei que você trabalha escondido naquele bordel! Seus pais e nem seus amigos sabem disso não é mesmo!? - Draco falou com toda raiva amargurada que possuía em seu peito.”

“Hermione parou subitamente. Será que ela ouvira bem?”
“Draco Malfoy acabara de descobrir seu grande e mais profundo segredo?”



Uma sensação inexplicável passou pelo corpo de Hermione naquele momento. Uma mistura de medo, horror... Ouvir seu segredo tão profundo e secreto, que nem mesmo comentava com suas amigas, sair da boca de seu inimigo.

Foi como se jogassem um grande balde de água gelada nela, alguma coisa enterrara-se as garras em suas entranhas, sentiu sua temperatura cair. Tudo parou, um fluxo de sangue quente pareceu inundar o cérebro da morena, extinguindo todas as suas lembranças, e menos um pensamento que borbulhava desesperadamente em sua cabeça:

Não compreendia como Draco descobrirá seu segredo. Como???

O loiro fitava com prazer Hermione que estava de costas para ele. A dançarina agora finalmente, estava nas mãos dele. Malfoy caminhou até ela e sussurrou em seu ouvido:

- Não tem como mais fugir de mim Granger... – os pelos na nunca dela se arrepiaram.

Satisfeito em ver como a morena paralisara com a notícia, ele foi embora deixando ela ali totalmente perplexa. Foi um choque tão grande para Hermione que suas pernas fraquejaram e cederam deixando a morena caída de joelhos no chão.

Ela olhava horrorizada para a porta que Draco acabará de sair, levantou a mão que tremia e colocou sobre os lábios.

- A senhorita está bem? – um funcionário do hotel a encontrou caída no chão.

Hermione olhou para ele, mas nada falou.

- Precisa de alguma ajuda? – insistiu preocupado.

- Não – a morena falou fracamente levantando-se. Ela foi andando para o quarto, e quando fechou a porta atrás de si, encostou-se nela e escorregou até o chão.

“Como ele descobriu que ninguém sabe que sou uma, uma... prostituta?” Ela bateu a cabeça na porta. “Só Katty e Gina sabem... E elas nunca contariam a ele... Oh meu deus... – ela resmungou”.

Hermione levantou-se e deitou na cama. Sua cabeça latejava...

- Isso não pode estar acontecendo! É... é impossível...

Os pensamentos da morena ferviam, sua cabeça doía, tentava arranjar um modo de Draco ter descoberto seu segredo, mais a cada desculpa que pensava era uma mais absurda que a outra.

Seu corpo suava frio quando ela lembrava do beijo violento e desesperado que eles acabaram de selar, seus corpos colados, os dois retribuíam com uma paixão tão, tão intensa... E ele ainda tinha coragem de chantagia-la.

Seus olhos ardiam, e quando ela finalmente os fechou adormeceu.

...

O dia já amanhecerá, o hotel já voltava ao seu estado normal. Hospedes chegando, funcionários para todos os lados, criança correndo no grande hall. E naquele mesmo momento numa sala ocorria uma reunião.

- Portanto, os fornecedores logo entregaram. – Draco assinava o ultimo papel de contrato e entregava a seu sócio.

- Malfoy, hospedes já opinaram que devíamos ter algum tipo de entretenimento como... Musica durante as refeições.

- Mas nos temos – ele revirava os olhos com impaciência.

- Nós não nos referimos – Marcos dizia – aos cds e discos que são tocados.

- E muito menos – outro homem continuava – musicas clássicas... O hotel precisa de algo mais descontraído e atual. Não sei dizer...

- Não acredito que estamos perdendo tempo e dinheiro falando nisso.

- Malfoy entenda, é desde as coisas mais insignificantes que melhoramos, é que fazem à diferença nesse grande hotel, que tem hoje...

- Está bem – ele falou grossamente – irei tomar providencias. – Draco se levantou e foi em direção à porta. – A reunião está encerrada.

O loiro saiu apressado da sala, as pessoas do hotel o cumprimentavam, mas ele estava sem paciência para retribuí-las. O que queira realmente era encontrar uma certa mulher... Foi ao balcão de entrada e entregou ao funcionário os papeis que carregava.

Quando deu uma olhada para trás, viu uma morena dando fortes passos em direção a porta de saída. O barulho da bota preta de salto que ela usava ecoava um pouco alto no hall do hotel.

Draco sorriu ao vê-la e em sua direção foi.

- Já está de saída? – ele entrou em seu caminho.

- Saia da minha frente. Agora! – Hermione falava num tom completamente frio, não o encarava nos olhos.

- Não queria que fosse embora, já estava indo a sua procura. – Draco sorriu pelos cantos dos lábios.

- Como ainda ousa fala comigo!? Você é tão baixo... – ela falou com desprezo.

- O quê? Mas você me força tomar essa atitude.

- Eu lhe forço a tomar essa atitude?

Hermione esbarrou nele com força para passar. Começou a descer febrilmente a escadaria do hotel, fingia que não ouvia os chamados que ele fazia de seu nome. Ignorava com todas as forças quando ele dizia que iria revelar seu segredo, estava tão cheia que naquele momento não ligaria nem um pouco se ele revela-se. E quando a morena estava a um degrau para sair daquele pesadelo, ele falou para que somente ela ouvisse:

- Vai voltar para aquela sua vida? – o loiro falou num tom frio – Naquele bordel... – A morena parou.

Hermione virou-se e encarou naqueles olhos verdes acinzentados que notaram que os seus continham lágrimas.

- Tenho outra escolha?

Draco percebera que ela ficara sentida com o que dissera, mas era verdade, ela iria voltar novamente para aquela vida. Hermione uma mulher tão sufocadoramoramente bela e inteligente, desde que a conhecerá quando mais novo, naquela vida tão, pequena... A idéia de pensar que outros homens a tocariam, era insuportável...

Era difícil acreditar, mas quando Draco a viu daquele jeito, percebeu que até gostava da morena. E que aqueles dias que ele estivera com ela, mesmo que tenham brigado, foram muito melhores... Ela o fazia sentir vivo, fazia o não pensar apenas em trabalho e dinheiro...

Mas Draco cutucara a ferida que nunca cicatrizara no coração da morena.

- Claro que tem – ele enfiou as mãos nos bolsos fitando o chão.

- Você não entende... – lágrimas escorreram dos olhos dela – Minha vida não é fácil como a sua, eu não tenho dinheiro como você – ela desabafava.

- Mas você acha que se vender é a melhor solução? Você não entende... Você – ele se aproximou dela pela primeira vez timidamente – é muito melhor do que isso...

Mas lágrimas despencaram desesperadas dos olhos castanhos vivos de Hermione. Ela tentava tirá-las com os dedos inutilmente. A amargura de quando ela começara a trabalhar como dançarina de bordel voltara, aquele sentimento de nojo, desprezo de si própria retornava em seu peito.

O tempo parecia mudar como os sentimentos amargurados de Hermione, o céu que já estava nublado escureceu, dando lugar a uma forte chuva. Os clientes do hotel se retiravam para dentro dele, e outras pessoas iam para suas casas ou lojas.

- Pare de fazer eu sofrer! Pare!!! – a morena dava as costas a ele soluçando, só restavam eles debaixo daquela tempestade.

- Eu posso te ajudar...

- Me ajudar!? Desde que você apareceu tudo tem saído errado!

- Me ouça! – Draco disse – Tenho uma proposta a lê fazer... – Hermione o encarou, segurando os soluços insistentes, todo seu corpo e suas roupas já estavam encharcados – Meu hotel está procurando uma artista que cante e toque.

A expressão facial da morena não mudou.

- Você seria perfeita – falou o loiro mais para si.

- Por que agora quer me ajudar agora?

- Por que acho que você não merece essa vida!

- E dês de quando você se importa comigo...?

- Pelo amor de deus!!! – com raiva ele quase encostou a ponta de seu nariz no da morena – Quero te ajudar! – depois recuou.

- Trabalhar aqui? – ela voltou ao assunto, fitava o loiro a sua frente, os cabelos dele estavam bagunçados e molhados. A morena nunca o vira naquele estado.

- É.

Hermione não sabia o que pensar. Há tanto tempo pensava em ter um emprego digno que nunca precisaria esconder de ninguém, e essa oportunidade finalmente chegara, porém... Trabalhar no hotel de Draco Malfoy? Isso seria perder sua honra, dignidade?

- Agora está querendo oferecer-me uma, uma esmola! Eu não preciso disso! Não precisa me humilhar, mais do que já estou!?

- Eu querendo te humilhar!? – ele riu ironicamente – Estou-lhe oferecendo um emprego! Por que sei que você é boa para ele...E que eu saiba, se humilhar é vender o próprio corpo!!!

Essas tais palavras acertaram enchei-o Hermione. Ela sentiu uma dor no peito, seus olhos arderam. Ela tentou retrucar, mas sua voz não saiu. Draco dissera aquilo que ela fingia nunca existir ou sequer sentir. Com uma ação involuntária, a morena saiu correndo, sem rumo...

Sentia-se desprotegida e usada. Corria, chorava, ouvia apenas suas pisadas nas poças d’água do asfalto. Queria gritar, seu corpo todo era tomado pelo nojo, desespero... Hermione não sabia há quanto tempo estava correndo, e nem porque. Até que tropeçou, caindo e ralando o joelho. Nem sequer sentiu a dor, pois a vergonha de si era extremamente maior, tomava conta dela. Abaixou a cabeça, apertando os próprios braços com muita força. Seus cabelos molhados grudavam em seu rosto.

Ela ouviu passos ecoando atrás de si, abriu os olhos e deparou com Draco a sua frente.

- Por favor – ele a fitou no chão – aceite o emprego, eu... eu não gostaria de vê-la novamente naquele ‘lugar’.

A morena riu fracamente, Draco estava querendo realmente ajudá-la... Um fato realmente inacreditável. Mas ao mesmo tempo Hermione temia aceitar...

- Nã...

Hermione não chegou a terminar, porque o loiro abaixou-se em sua frente. Seu olhar sedutor era tão penetrante que ela até se sentiu vulnerável, nua... A chuva gelada, não era mais perceptível. Ele lhe estendeu a mão, um gesto um tanto, estranhamente, bondoso.

A morena olhou assustada no mesmo instante, porém algo maior e mais forte surgiu em seu peito, em sua alma. Em um suspiro ela fechou os olhos por alguns segundos, e reabriu-os segurando fortemente a mão de Draco.

O loiro sorriu, podia-se dizer que até feliz.

Draco levantou-se ao mesmo tempo puxando Hermione para cima. Fitaram-se, ambos até sentiram o calor no interior de seus corpos, aquela sensação de arrepio perpassou novamente o corpo de Hermione. Agora não chovia, apenas serenava. Quando a morena quebrou o silêncio.

- Mas... Prometa-me uma coisa – ela se aproximou – não revele meu... – quase sussurrando – segredo.

Draco riu imperceptível, sorriu olhando para o chão.

- Está bem... – com a cabeça ainda baixa, apenas com os olhos, ele olhou para morena que retribuiu seu sorriso.



N/A: Olá pessoal! Desculpem pelo meu sumiço!
Sei que vocês estão querendo me matar, eu também iria querer. Mas não sei o que deu em mim... Mas peso desculpas!!!

Mas sobre a fic, finalmente nossa Hermione e Draco se entenderam! Não é?
Bom, não sei se vocês iram gostar do capítulo por que ele é meio triste, fala dos sentimentos de Hermione nessa profissão... Mas era preciso para o decorrer da história!

Já irei começar a escrever o capítulo 6, para não acontecer o que aconteceu!
E prometo para vocês esse capítulo vai ser bem emocionante e ... :P

Obrigada a:
Anna Fletcher, Suzannah Dumbledore, .: Bia*#'ViDa LoKa'#*-:., Gabriela C. L. Daniel, Teresa, Gabby Lupin, • Mira O'Connel •, Lili, Imogen, Gabi J. G. Weasley!

Pelos comentários! Amo-o-o-o-o vocês!!!
Podem acreditar, isso me inspira d+!

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