Parte III



Era como andar sobre gelo fino, finíssimo.

E ele não sabia se, quando aquele gelo se partisse, o que o esperava eram águas gélidas e negras, ou a danação eterna do inferno.


*


Tinha sido impossível negar ou arranjar qualquer desculpa que fosse.

Se ele se negasse, atrairia uma atenção indesejada para o que realmente estava acontecendo. Fazia tempo demais que se esquivava das pequenas reuniões em sua casa, porque queria poupar Lily da visão dos Comensais e queria que ela esquecesse, o máximo que pudesse, da vida que ele escolhera... Assim, quando o Lord sugeriu que alguém fosse até sua casa buscar o pequeno estoque de poções que havia preparado, ele concordou no mesmo instante, sem apresentar qualquer obstáculo. O problema era... ele suspirou. O problema era a pessoa que havia insistido tanto em acompanhá-lo. E nem havia tido tempo ou meios para pedir a Lily que se escondesse. Por isso, quando abriu a porta da sala naquela tarde, ordenou, seco, a seu acompanhante que aguardasse ali na sala, enquanto subia apressado as escadas. O gramofone tocava a toda altura, agora, e, com sorte, ela estaria tão entretida fazendo mais uma poção que não se importaria em permanecer no laboratório por mais meia hora que fosse.



*


Ela jamais tinha acreditado naquilo.

Riu consigo mesma. Duvidava que existisse uma única pessoa no mundo todo que não gostasse de doces. Nem mesmo Severus ficaria impassível diante daquele bolo de chocolate que pretendia fazer. Tinha sua varinha agora, exatamente igual à primeira, e o doce estaria pronto em minutos. Acariciou-a carinhosamente, enquanto procurava os outros ingredientes, tamborilando um dedo sobre os lábios. O chocolate, uma enorme barra que haviam comprado no Beco Diagonal, amargo e intenso como o próprio Severus, já descansava sobre a mesa. Então, sentiu-se arrepiando de repente: algo que não deveria estar ali surgira do nada. Um par de olhos negros espiando-a foi a primeira coisa que viu, mas no mesmo instante soube que não pertenciam a ele. Eram maiores, bem-delineados, com longos cílios e possuíam algo de diversão cruel e maldade pura. Bellatrix Lestrange sorriu quando Lily finalmente a notou, e interpretou seu silêncio como um consentimento a se aproximar. Lily deu um passo para trás, instintivamente.

Ninguém sabia. Sempre sentira que não devia fortalecer o inimigo declarando seu medo a ele. Porque era um pequeno medo secreto o que sentia daquela mulher. Ela era, com toda aquela beleza fantástica, era como uma criatura mitológica. Desprovida de qualquer moral ou razão, guiada apenas por seus desejos. Sabia que era um medo irracional; mesmo que Lestrange fosse mais velha e mais treinada, Lily possuía coragem, e sempre acreditara que aquilo, e seus reflexos ágeis, seriam o suficiente. Mas, por mais controlada que fosse, no fundo de seu ser, ela não podia deixar de temer. E a forma como a outra a olhava de cima a baixo, demoradamente... era repugnante. Segurou firme a varinha.

"O que está fazendo aqui?"

"Mas pra quê esse tom de voz tão hostil, mocinha?", Bella perguntou calmamente, sentando-se sem cerimônia à mesa e partindo a barra de chocolate."Não podemos simplesmente ter uma conversa agradável?"

"Onde está Severus? Severus!"

"Ooooh", fez a outra, partindo em pedaços menores o chocolate, "esperando que o príncipe venha salvá-la, é?"

Lily sorriu, fria e irônica.

"Como se eu precisasse ser salva de você por alguém. Severus!"

"Bom, muito bom", Bella aprovou, enfiando um quadradinho do chocolate na boca. "Porque deixa eu te contar um segredo: Snape não é um príncipe, por mais que deseje tão ardentemente se fazer passar por um", e sorriu, maliciosa. "Por mais que permita que sua... recompensa", ergueu uma sobrancelha e olhou significativamente para Lily, "fique andando livremente por aí... com uma varinha... e que diabo é isso de música? Mas por mais que ele queira parecer tão bondoso... não passa de um Comensal, minha querida, um sujo e calculista Comensal da Morte."

"Do que é que você está falando?", e queria perguntar que droga era aquela história de recompensa. Se é que tinha ouvido direito. E dizer que Seveus não era Comensal coisa nenhuma, e que o amava, e que ele era bom, tão bom quanto qualquer um deles jamais sonharia, queria defendê-lo... Mas não se devia dar ouvidos a criaturas fantásticas, não era o que as histórias ensinavam sempre?

"Sabe...", Bella suspirou, "todas essas liberdades que ele dá a você não são mais do que pequenas migalhas, calculadas pra você ficar satisfeita aqui. Pra você não pensar. Pra você não perguntar, nem comparar com o que teria, hoje, se ele não tivesse aberto a boca."

E diante do olhar atônito e da mudez da outra, perguntou:

"Sabe por que está aqui, querida?"

Lily pareceu confusa por um momento. Estava ali porque Severus a estava salvando, ora.

"Ah, mas claro que ele não ia contar pra você. E me dá uma pena", ela fez um muxoxo, "ver alguém na ignorância... Vamos começar do começo. Ele já te falou da profecia?"


*

Ela não estava em seu quarto, nem no laboratório, nem no quarto dele. O terceiro quarto, o de hóspedes, onde encontrava-se agora, estava igualmente vazio. Debruçou-se na janela, procurando ter uma visão mais ampla do parque em volta da casa. A música entrava, alta e magnífica, pelas portas abertas, espalhava-se pela casa, tornando, com o contraste, seu espírito ainda mais sombrio. Pensou vagamente qual seria a opinião de Bellatrix sobre aquela música, mas não era importante, apenas encontrar Lily. Mas ela parecia não estar do lado de fora da casa, também. Seu coração começou a bater mais rápido e, meio desesperado, Severus deu meia-volta, pensando em que pequeno canto ela poderia estar. A música terminou, e no silêncio que se fez antes que a faixa seguinte começasse, ele ouviu aquela risada, exuberante e tão odiada, ecoando de algum lugar lá embaixo. Como se dialogasse com alguém. No mesmo instante ele soube. Ela tinha encontrado Lily, de alguma forma. Deus, ele pensou, apressando-se a evitar o pior. Podia ser que estivesse se precipitando, mas... sabia que não podia contar com a misericórida de Bellatrix, sua ânsia pelo posto de primeira Comensal e inveja que sentia dele desconheciam qualquer lógica ou razão... Cobriu toda a extensão do corredor com passos apressados. Bellatrix era louca, Lily era a pessoa mais impetuosa que ele conhecia, mas ainda estava fragilizada... se algo de ruim acontecesse a ela... depois de tudo, todo o esforço... ele corria agora, corria, descia a escada aos trancos, sua casa jamais parecera tão comprida enquanto corria sem jamais alcançá-las, corria, o fôlego diminuía, enquanto a música parecia se tornar mais alta à medida em que se aproximava do clímax. Viu as costas e os cabelos negros na cozinha, a expressão atordoada de Lily por cima do ombro de Bellatrix, e então, finalmente o clímax. Até mesmo a música se calou, de forma que a grande protagonista daquele momento se fizesse ouvir em toda a sua glória:

"... resumindo: matou seu marido, seu filho e te mantém prisioneira aqui. Pra satisfazer os desejos doentes dele. Me conta, vocês já foram pra cama? Ah, aposto que sim, aposto que ele já te arrastou pra baixo dos lençóis se fazendo de doce e sensível, não foi? Esse seu olhar de surpresa... e é ódio, isso que estou vendo aí? Bom, esse olhar diz tudo."


*


O som da risada de Bellatrix ainda ecoava em seus ouvidos, assim como ainda era odiosamente fácil de relembrar o ar de vitória com que ela tinha deixado a casa, mesmo tendo sido arrastada e expulsa sob ameaças. Sentia ódio, queria matá-la, percebia, agora, que havia mesmo caído no jogo dela. Fora um tolo por excesso de cuidados, odiava-se... estacou. Lily. Parada ali no meio da sala. Imóvel. Muda. Mas seus olhos traduziam com perfeição toda a decepção e confusão e raiva e tantos outros sentimentos indecifráveis. Se ele pudesse voltar no tempo... por cinco minutos, cinco míseros minutos que fossem... quem sabe se corresse agora, naquele exato instante para o Lord, e fizesse algo simplesmente sublime... quem sabe... mas perdia o fio dos pensamentos porque o olhar vazio e ao mesmo tempo intenso dela era simplesmente terrível demais de se ver. Ele queria desaparecer. Sentia o ódio borbulhando grosso ao fundo e, mais discernível, o velho e tão conhecido medo. Só se deu conta da própria imobilidade quando se atreveu a dar alguns passos na direção dela. Lily continuava simplesmente ali parada. Como se houvesse morrido outra vez, agora, do mais profundo desgosto. Ele não suportaria mais um segundo daquela situação, sem saber que maravilhoso e mentiroso passo dar em seguida.

"Fala alguma coisa, Lily", ele suplicou, nem se importando com o quanto sua voz soava insegura e desesperada.

"... um prêmio", ela murmurou, e foi ainda pior do que se tivesse gritado com ele.

"Mas, Lily!", ele retorceu nervosamente as mãos."Eu não poderia pedir pra ele te poupar porque... porque te amo! Ele não entende esse tipo de coisa... fiz pra te proteger, Lily!"

"... um prêmio por ter matado meu marido e meu filho..."

"Não, não", ele sacudiu a cabeça e aproximou-se mais, estentendo as duas mãos para ela, suplicando e ao mesmo tempo tentando impedir inconscientemente o que viria. "Você não vai acreditar no que aquela louca disse, Lily..."

Nunca se devia dar ouvidos às criaturas fantásticas. Agora ela sabia o porquê: havia desobedecido aos velhos mandamentos, e descoberto a verdade.

"Deus. E a profecia sempre esteve lá, flutuando, ameaçadora, sobre mim e James e Harry... e jamais me passou pela cabeça... que você..."

"Não é bem assim, Lily...", ele começou, sem fazer a mínima idéia do que diria em seguida. "Ele ouviu, ele ficou sabendo..."

Ela ergueu uma sobrancelha, e esperou, soberana e calma, fria e cruel, que ele se explicasse, mas tudo o que conseguia fazer era tropeçar nas próprias mentiras, humilhando-se. Então, explodiu:

"Ora, não acredite nessa louca! É tudo... intriga. Ela tem inveja de mim! Do que eu... consegui! Ela quer... quer ser a primeira..."

"Oooh", Lily zombou, Lily zombou, dele, ali, já tão amedrontado e sentindo o gosto amargo do fracasso em sua boca; e aquilo foi o fim. "E você acha muito bonito, não é mesmo? Uma briguinha pra ver quem é o... Comensal da Morte mais importante."

"Não é isso, Lily", mas o olhar dela doía como o estalar de um chicote e inconscientemente ele se curvou para a frente, tentando se proteger.

"O que é, então?"

O silêncio outra vez.

"Olha pra mim e diz que você não teve nada a ver com a profecia", ela pediu, não, ordenou, com a voz desprovida de qualquer emoção.

Antes que ele pudesse se controlar o foco de seus olhos escapuliu para a parede.

"Olha, Severus!"

E ele era tão fraco agora, maldito momento em que se entregara a ela! Em que se deixara enfeitiçar, dominar... maldita, maldita amada! E o curvar para a frente se transformou em ajoelhar.

"Eu tentei! Lily, eu tentei", ele suplicava, envolvia-a com os braços, tão forte, porque se sua vida fugisse dele outra vez, não seria mais capaz de seguir em frente. Nem o cheiro das poções era capaz de disfarçar o cheiro de morte que ele carregava. Ela se afastou, enojada. "Contei para o Dumbledore, pedi que salvasse vocês todos..."

Ela riu, mas nada havia de claro e maravilhoso naquele som, que ecoou pela casa, mergulhada em um profundo silêncio - a música devia ter parado há muito tempo mas só agora ele notava.

"Você? Pedindo pra salvar o James?"

As malditas idéias próprias a guiavam novamente. Sentiu ódio, sentiu-se acuado e injustiçado, e sentiu-se forte outra vez, colocou-se de pé.

"Toda a escola sabia o quanto você odiava ele, morria de inveja..."

A temperatura dele subiu, então, vários graus, mas o tom de sua voz foi o mais gélido que ela já ouvira até então:

"Potter salvou minha vida, se você não se lembra. Tinha um débito com ele. Claro que...", ele cruzou os braços e desviou os olhos dela, mas não foi capaz de esconder o nojo e o desprezo na voz, "preferia não ter que cumpri-lo. Mas cumpri, Lily! Por você! Porque sabia que você amava o idiota!"

Ela sacudiu a cabeça, impaciente.

"Você não espera que eu acredite nisso."

"Lily."

"Egoísta, é o que você é. Pensando em mim?", ela abriu os braços. "Olha só pra isso tudo! O que você fez, Severus?", ela perguntou por entre os dentes cerrados. "O que foi que fez comigo? Doente... que nojo..."

"Eu estava... protegendo você, Lily! Você viu como estão as coisas agora, viu com seus próprios olhos..."

"Nâo estariam assim se você não tivesse aberto a boca, com a esperança de ser o melhor Comensal, não é mesmo, Sape?"

"Lily, eu não sabia, por favor, acredita... não sabia como ele interpretaria o que ouvi...", mas não adiantava, porque ela sacudiu a cabeça outra vez. "Quando soube... Dumbledore..."

"Pois devia ter feito mais! Se se importava tanto comigo, devia ter feito muito mais!"

"Mais! O que mais? Você está viva, Lily! Viva!"

"Harry...", o lábio dela tremeu e ela ameaçou chorar, mas controlou-se.

Snape sacudiu a cabeça.

"Ele me mataria."

"Pois foi o que James fez. Morreu por nosso filho."

Ele hesitou, então disse, amargo:

"Nâo sou o seu precioso Potter."

"Não, não é. Ele jamais seria tão sujo, jamais chegaria tão baixo, por uma obsessão idiota."

"Lily."

"Amor? O que você entende de amor, seu desgraçado?" e não havia sequer decepção nos olhos dela, apenas a raiva mais definitiva que ele já havia visto em alguém. "Egoísta, doente, nojento, é o que você é!"

Sabia que estava morto, soube assim que ela arrancou a jóia que trazia sempre ao pescoço, o pequeno coração. Arrancou, ao mesmo tempo, o coração dele, pulsando, em chamas, de dentro de seu próprio peito.

"Pensei que podia, pela primeira vez na vida, passar por cima das nossas diferenças. E amar você de volta", ela confessou, atirando com raiva o coração sobre o tapete; então, a realidade de um fim absoluto abateu-se sobre ele.

Não teria mais volta. Nunca mais Lily. Nunca mais seus olhos, sua presença, sua boca, seu corpo o recebendo em noites ardentes e desesperadas. Nunca mais aquela forma que só ela possuía de ver as menores coisas que valiam a pena, nele. Nunca mais se sentir alguém. Não, aquela possibilidade simplesmente não existia. Ele morreria, definitivamente morreria, agora que sabia o que era viver com ela. Não, não, agora que sabia que "viver" só era possível com ela. De outra forma, era apenas arrastar-se sobre a terra. Soube, então, com uma clareza absoluta, o que deveria fazer.

"Você está confusa", ele anunciou, calmamente, aproximando-se dela com passos lentos e calculados.

"Confusa?", ela ergueu uma sobrancelha.

"Como pode acreditar numa Comensal da Morte como ela?"

Lily riu outra vez, mas a risada dela, agora, o feria mais que a Maldição Cruciatus.

"Você, Snape? Você me pedindo pra não acreditar em um Comensal?"

Ele controlou um arquejar de dor.

"Fui... sou, seu amigo, antes de qualquer coisa", ele disse, frio, olhando-a fixamente como se tentasse hipnotizá-la.

"Aah, não, acho que não", Lily sorriu, e só quando o feitiço silencioso dela o atingiu foi que ele se deu conta de que havia falhado, também, em desviar a atenção dela para o próprio feitiço que pretendia lançar. Sentiu a varinha escorregando da mão, enquanto tombava, em um espaço de tempo que parecia ser infinito, ainda consciente, dolorosamente consciente, sabendo que estava tudo acabado. E agora ele estava ali, pateticamente caído, incapaz de se mover, desmaiando, morrendo... Viu as pernas dela se aproximando, a voz, cheia de desprezo, soando muito acima de sua cabeça.

"Obrigada pela varinha, outra vez. E sabe o que o mais? Talvez eu não devesse mesmo ter acreditado numa Comensal como ela. Não teria motivos pra isso, se você não tivesse se traído. Mas não é surpresa, não é mesmo? O maravilhoso Oclumente, o poderoso Comensal, sempre foi um fracasso em esconder qualquer coisa de mim."

E ele era, um grande e enorme fracasso. Ela se afastou. Pisou com força sobre o coração jazendo sobre o tapete.

Estilhaçou-o.

Ele estava morto.



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agora sim, umas notas dignas:

well. esse era o final originalmente planejado blablabla, porque não seria justo com a lily se ela não soubesse de alguma forma. sabe, eu AMO o snape, mas gosto de ser justa, inclusive com a lily. vejo muuuuitos fãs do casal ou do sev metendo a boca na coitada, mas... as coisas não são assim tão simples (e eu meio que já escrevi o que penso sobre o ponto de vista da lily na fic "como veneno" ;)) voltando ao final: poréééém... depois de ler o último review, o da amanda, no ff.net resolvi que vou escrever um final alternativo - onde a lily é enganada até o fim =P porque nada melhor que um final doente pra uma fic doente, né não? e provavelmente será um futuro sombrio, onde o voldemort se torna cada vez mais poderoso e blah (originalmente, eu ia escrever uma remus/luna - !!!! - passada nesse cenário, mas acabei desistindo por n motivos, mas acho que se encaixa muito bem aqui). tá, mas sosseguem que não vai ser pra agora, tenho 5749759457 projetos na frente - digamos que pra daqui a alguns meses, não sei quantos, mas vou fazer. é uma promessa =P ok, mentira, esqueçam. ontem mesmo, sexta, tive uma IDÉIA (olhinhos brilhando), muito interessante, eu diria, e só falta desenvolver um pouco mais, ou seja, esqueçam essa história de meses =P final alternativo vem logo, logo.

essa fic foi inspirada, inconscientemente, na história da natasha kampusch, não sei se alguém lembra e/ou ficou sabendo... aquela garota austríaca que ficou oito anos (!!!!) em poder de um sequestrador, e fugiu (até mesmo por isso o primeiro final que eu pensei foi a lily se libertando), e o cara se jogou na frente de um trem e morreu - e existem indícios de que ela havia se apegado bastante ao cara. essas histórias de síndrome de estocolmo são estranhas, sempre senti uma atração por elas, hm, não que eu já tenha passado por nada parecido, muito menos queira passar, mas é, não sei, tão incompreensível pra mim, acho que é isso, quero entender esses mecanismos e pans. aqui acho que faz mais sentido do que na vida real. na verdade, todo tipo de história/personagem muito dúbio me atrai, ficcionalmente falando.

outra coisa que me levou a escrever essa fic foi que, SEMPRE, mesmo antes do livro 7, tive a curiosidade de saber como seria se o voldie tivesse, por acaso, poupado a lily. e né por nada não, mas a reação dele aqui nessa fic me pareceu mais plausível do que aquela que a rowling escreveu XD não sei se seria exaaaaatamente assim, mas ando meio shipper demais ultimamente pra escrever algo apenas geral.

essa história também me lembra incrivelmente "em mil pedaços", minha primeira snape/tonks. a ponto de parecer plágio de mim mesma =D preciso confessar: enquanto escrevia EMP, sempre tive o final feliz em mente, claro. mas meu lado dramático queria que tudo acabasse mal, e que a tonks não perdoasse o sev. pude usar essa outra solução aqui.

outra coisa que pude exercitar aqui foi a minha gulodice =D é engraçado, acho minha única outra fic que cita comida é a tonks/fleur, enquanto que eu sou uma gulosa assumida. metade do meu tempo, acho, penso em comida, leio muita coisa sobre o assunto, cozinhar é um dos meus hobbies e tal - e acho que tem tanto a ver com fazer poções, me sinto uma snapezinha mexendo o panelão e hm, juro que queria colocar uma cena da lily descobrindo quem, afinal, fez quase toda a comida que ela comeu - mas ficaria meio impactante demais, OOC pra muita gente e tiraria o foco de outras coisas. anyway, salivei escrevendo essa fic =P~

falando em salivar: alguém teve a paciência de contar quantas vezes alguém chorou nessa fic? socorro.

agradecimentos: fabiana (bom, pelo menos uma ds suas partes deve ter gostado desse final. se não, vem outro por aí ;D beijo!), lynx (ah, deos, comentários como os seus, que percebem meus mínimos detalhes, são o que há. obrigada =*), bizinha (ahn, calma, o segundo final vai ser completamente diferente ;D), isabel (thanks!), carla (claro que a lily não ia deixar barato, né mesmo? adoro ela, muié de fibra), ana (*derrete com os elogios*), yolanda (fofa? hahaha olha, confesso que nunca pensei nesse adjetivo pra essa fic, mas obrigada assim mesmo ;D) e morgana (por tudo, darling. você sabe) ;)

e ainda:

'brigada à morgana, outra vez, por ter me ajudado com a bella - preciso dizer que essa foi a primeiríssima vez que a escrevi, e não me considero nem mesmo simpatizante do personagem, então, tentem ignorar qualquer coisa muito "dã" =P

obrigada também à thaís e ao igor (mesmo não lendo a fic), dois dos maiores fãs do snape que eu conheço, pela troca de idéias.

por último, obrigada às pessoas da family - vocês sabem qual e quem =) - por terem me dado uma força totalmente inesperada na hora de produzir essa fic =)

é, acho que é só, hehe. podem respirar, agora.

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