E eu desistiria da Eternidade.

E eu desistiria da Eternidade.



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Onze horas da noite, e o ponteiro do relógio parecia não querer cooperar, nada parecia cooperar, nem o relógio, nem o copo de wisky de fogo que tinha na mão, nem as malditas estrelas no céu, que tanto lhe lembravam ele. O vento frio que cortava-lhe a face parecia sussurrar o seu nome , o lago no seu azul petróleo, como os olhos dele, tudo, tudo parecia conspirar contra si, e não havia nada que lhe mostrasse o contrário...

Não havia esperança, nem um pingo dela, ele se fora pra nunca mais voltar, a morte é algo irreversível, venha ela como vier, por um feitiço, por uma doença, ou pelo simples fato de atravessar um maldito véu...

A vida é algo tão superficial, tão ridícula. Um véu, um simples e maldito véu pode acabar com uma vida, e destruir tantas outras... Ela ofereceria sua vida – se é que ainda possuía uma – por apenas mais um momento, mais uma chance, uma única noite, uma única frase “Eu te amo, hoje, amanhã, e para todo o sempre!”...


E eu desistira da eternidade para te tocar
Pois eu sei que de alguma maneira você pode me sentir



“Uma mulher de sorte!” foi o que lhe disseram uma vez, há quinze anos atrás, quando estava na maternidade, Jacke em seus braços e Megan nos de Sirus, oh, sim, ela era uma mulher de sorte, naquele momento ela tinha a maior sorte do mundo, tinha o único homem que amou e que seria capaz de amar por toda a sua vida, e o amor deles tinha dado frutos, filhos, um presente de Deus!

Você é o mais próximo do paraíso em que eu jamais estarei
E eu não quero ir para casa agora


Mas a sorte é traiçoeira, não possui um lado, muda como quer, abandona quem quiser, quando e como quiser... A sorte havia lhe abandonado, era como se cobrasse uma dívida, era como se... como se tudo que estivesse acontecendo fosse a forma dela pagar pela sorte que havia tido... Primeiro lhe tiraram o marido, lhe tiraram um pedaço, Sirius era um pedaço seu e disso ela não tinha dúvidas, Azkaban, quase tão cruel quanto a morte, só não tão cruel quanto a própria sorte... Azkaban era o inferno criado pelos bruxos para punirem a seus semelhantes, era o inferno sobre a terra!

Depois, lhe tiraram os amigos, Laura, a doce e gentil Laura... Thiago, o eterno apaixonado... Lily, a eterna maluca e amorosa Lily... Remo estava se perdendo com o tempo e a solidão... Marize e Ricke se mudaram... Mariane tinha dado um grande passo, havia caído do paraíso direto no inferno.

E tudo que vejo é este momento
E tudo que respiro é sua vida


Saiu da janela, ficar dentro daquela casa lhe sufocava, as paredes pareciam fechar em torno de seu corpo, elas pareciam querer sufocar-lhe até a morte...

No jardim o vento parecia pior, se antes ele parecia sussurrar o nome de Sirius, agora ela tinha certeza que era exatamente isso que ele fazia. Ela não suportava mais, o copo de wisky foi levado até a boca, ela sequer sentiu o gosto, mortos não possuem paladar...

Porque mais cedo ou mais tarde isso irá acabar
Eu só não quero sentir sua falta esta noite


Ela estava morta, e isso era um fato. Não tinha mais Six, perdeu quase todos os amigos, e agora a guerra talvez lhe tirasse os filhos, seria idiotice não querer aceitar os fatos, Megan era como o pai, e Jacke, Jacke era uma cópia sua, era óbvio que eles se envolveriam na guerra até o último fio de cabelo. E Suzan, a garota nunca foi fácil de se lidar, perto de Lupin as coisas seriam pior ainda...

E eu não quero que o mundo me veja
Pois não acho que eles compreenderiam
Quando tudo é feito pra não durar
Eu quero apenas que você saiba quem sou eu


Se não lhe restava mais nada, por que ela ainda continuava ali, sobrevivendo a tudo e a todos, como um rochedo de pedras que resiste as chicotadas violentas e inquietas das ondas do oceano?! Talvez esse fosse seu destino, sobreviver, apenas isso...

Caiu de joelhos no chão, não estava pronta para isso, a vida lhe cobrava muito, ela era uma pessoa comum, sem grandes poderes ou missões, era uma pessoa que clamava por felicidade...

E você não pode enfrentar as lágrimas que não vem
Ou o momento de verdade em suas mentiras
Quando tudo parece como nos filmes
Sim, você sangra apenas pra saber que está viva


- Por que você não me levou junto? – perguntava ela, as lágrimas já não eram mais contidas, seu rosto esbanjava dor e tristeza, Mariane implorava de joelhos, quem a visse ali, lhe confundiria com uma alma, perambulando pela noite, uma alma, uma alma e nada mais do que isso...

- Por que me abandonaste, Six? – ela apoiava as mãos no chão e jogava a cabeça para frente, não existia mais orgulho, a dor a dominava, a dor e nada mais.

As lágrimas eram constantes, assim como os soluços, era uma noite maldita, era um lago maldito, era um vento maldito que não parava de sussurrar-lhe o nome dele ao seu ouvido “Sirius...”

E não quero que o mundo me veja
Pois não acho que eles compreenderiam
Quando tudo é feito pra não durar
Eu apenas quero que você saiba quem sou eu


O copo de wisky jazia largado na grama, e ao lado dele um corpo, uma bela mulher, deitada na grama, abraçando a si própria como em sinal de proteção, o frio da noite lhe lembrava a presença de um dementador, não seria surpresa se ao abrir os olhos ela se deparasse com um, afinal, a dor e a tristeza que sentia no momento, fazia jus aos efeitos do contato com um dementador, mas não foi isso que ela viu quando abriu os olhos, não, a visão que teve fora pior...

Não quero que o mundo me veja
Pois não acho que eles compreenderiam
Quando tudo é feito pra não durar
Eu apenas quero que você saiba quem sou eu


Os olhos deles, aquele azul único, ela os via, mas sabia que não eram reais, se odiava por isso, por vê-lo em tudo, por ouvir seu nome sendo sussurrado em todos os cantos, estava enlouquecendo... Sorriu, sabia qual seria o próximo passo, a morte, estava morrendo, aos poucos, estava morrendo, de tristeza, de dor, de amor...

- Só mais um pouco Sirius, me espere só mais um pouco meu amor, eu estou indo lhe encontrar! – ela não mais soluçava, agora eram apenas lágrimas, lágrimas silenciosas, a morte era sua única esperança...

- Não Six, espera, eu estou indo, - ela voltava a soluçar conforme a imagem dos olhos dele se dissipava, - não me deixe aqui, eu vou com você Sirius! – o cansaço tomava conta de seu corpo, não conseguia se levantar, apenas erguia a mão em direção aos céus, como em uma tentativa inútil de segurar a imagem de seus olhos azuis... – Por favor, não vá...

Eu apenas quero que você saiba quem sou eu
Eu apenas quero que você saiba quem sou eu
Eu apenas quero que você saiba quem sou eu
Eu apenas quero que você saiba quem sou eu


Mariane adormeceu, ali mesmo no jardim, mas não sem antes escutar algo, algo que lhe fez adormecer com um sorriso nos lábios, “Eu te amo, minha morena!” ...



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Bônus meio deprimente, eu sei, mas o próximo não vai ser nem um pouco deprimente, eu garanto!

Só pra avisar aqui é a Kate Black, este foi o meu bônus, mas o da Mari tá muito melhor *-* e no bônus dela ela faz a N/A dela, ok?!

Espero que vocês curtam, o cap vem assim que conseguirmos, e assim que vocês começarem a comentar!

Só uma dica pra vocês, existem dicas bem importantes no cap anterior, e acho que vocês não perceberam, então leiam ele com calma e vejam se descobrem o que é!

Outra coisa, perguntem a vontade, a Lutando é uma fic com alguns mistérios, e adoraríamos ajudá-los a desvendarem eles, perguntem o que quiserem, se a pergunta for algo realmente importante na fic, e que possamos responder sem estragar algumas surpresas, nós colocaremos ela em um cap separado que vai ser onde terão as resposta que vão lhes ajudar a desvendarem alguns dos segredos da fic antes mesmo de isso acontecer em algum cap!

Esperam coments!

Beijos para vocês meu xuxus!

Kate Black Malfoy Potter

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