Intercâmbios e garotos malvado

Intercâmbios e garotos malvado





o IV : Intercâmbios e garotos malvados.


A semana passou tão depressa que quando sexta feira chegou, quase não acreditei.

Ele ainda não tinha me mandado cartas, não tinha dado nenhum sinal de vida. E eu queria muito vê-lo.

Eu sabia que ele era Draco Malfoy. O garoto malvado que tentou muitas vezes ferrar o Harry.

E mesmo sabendo disso eu não me importava. Por que eu simplesmente esquecia que ele era um futuro comensal quando lia as cartas. Lia as palavras tão convencidas, tão únicas...

Então eu não queria mesmo saber se ele era ou não filho de um comensal. Eu só queria conhece-lo. Saber se ele era mesmo tão malvado como diziam.

Talvez fosse encenação. Ou não.

Poderia quebrar a cara, mas eu não iria ignorar as outras cartas. Não mesmo.


Eu estava fazendo os deveres de poções na biblioteca, completamente absorvida na leitura do livro velho com cheiro de estragado.

-Gina? – disse minha amiga Cecília Canyo. Cecília era alta e magra, cabelos curtos e azuis. Sempre gostei do seu visual extravagante, mas, quando ela me perguntava se eu queria mudar a cor dos meus cabelos eu sempre arrumava alguma desculpa.

-Sim? – perguntei sem desviar minha atenção do livro.

-Presciso de sua ajuda. – ela disse com a voz falhando.

Olhei para ela. E ela estava me encarando com seus olhos azuis brilhantes.

-Minha ajuda? Problemas com os deveres? – perguntei.

-Não. – ela disse corando. –É sobre algo realmente complexo.

-Fale. – disse fechando o livro.

Ela me olhou por alguns momentos e sentou-se ao meu lado.

-Estou gostando de alguém. – disse determinada. –Mas não tenho chances...

-Como não? – perguntei surpresa. Ela era bonita, inteligente! O que mais um garoto poderia querer?

-É que ele gosta de outra... – ela falou olhando para baixo.

-Oh, típico amor de colegial... – falei soltando um suspiro cansado.

Ela me olhou confusa e depois disse:

-É serio! Se não quiser me ajudar, tudo bem, arranjo outra amiga.



Ela se levantou bruscamente não me dando tempo para pedir desculpas e saiu da biblioteca.

Respirei fundo e abri novamente o livro.

Disposta a voltar aos meus estudos começou a ler o livro velho quando ela voltou.

-Olha, você é minha única amiga. Por isso faça o favor de me ouvir! – disse decidida.

Sorri fracamente.

-Bem, estou apaixonada por alguém que gosta de outra. – ela disse e depois respirou fundo. – Eu sei que não tenho muitas chances, mas você sabe como eu sou. Não costumo desistir sem antes tentar.

Ri com sua definição. Ela estava certa. Nunca desistiu de alguma vontade ou desejo. Era isso que eu mais admirava na minha amiga.

-E em que posso te ajudar? – perguntei.

-Ah, sabe...é que é meio estranho...e você sabe... – ela disse corada.

-Não, eu não sei a menos que me diga. – falei revirando os olhos.

-Tudo bem. – disse por fim. – É o Harry.



Engoli em seco. Harry? O Harry Potter? Aquele que sempre passava as férias lá em casa? O que minha amiga Hermione havia se apaixonado?

Eu sei que fui cruel, mas não suportei. Comecei a rir descontrolada.



-Hey, não foi pra isso que te contei! – ela falou chateada.

-Desculpe, eu...é que é o Harry! – falei ainda rindo.

-Gina, eu pensei que você não gostava mais dele... – falou constrangida.

-E não gosto. – eu disse parando de rir um pouco.

-Então pode me ajudar? – perguntou esperançosa.

-Bem, ele está namorando a Hermione...Mas sou muito mais amiga de você do que ela e alias, ultimamente tenho ficado muito brava com ela.

-O que ela fez? – ela perguntou interessada.

-Ah, nada... – eu disse olhando para o livro.



Não iria contar para ela das cartas. Eu já errei muito quando contei a Hermione sobre elas, não iria cometer esse erro novamente.



Mas ai ao ver a carinha curiosa de Cecília, lembrei que ela era minha amiga, muito mais do que a Mione um dia foi. E que ela tinha acabado de contar um segredo para mim. Isso me deixou em uma situação meio sem escolhas, não acha?



-Bem, tem uma coisa... – eu comecei insegura. Mas Cecília me deu confiança nos seus olhos azuis.

-Fala! – disse ela.


E contei sobre as cartas. Sobre como Hermione tinha ficado preocupada, sobre como o Harry tinha gritado comigo, sobre como o Rony tinha ficado triste ao saber que Mione estava namorando o Harry.

Fiquei contando sobre o que resumia minha férias e quando terminei, ela me olhava sonhadoramente...



-Nossa, então suas férias foram melhores que as minhas... – disse contendo um riso.

-Oh! Desculpe, não perguntei como você passou as férias... – disse envergonhada.

-Nada de mais. Pensando em Harry...que alias se mostrou muito nervosinho, hein? – falou rindo.

-Deve ser a guerra... – disse sem pensar.


Passamos alguns instantes conversando sobre como a vocalista das Esquisitonas estava bem com aquele corte de cabelo e sobre as roupas que estavam em moda.

Até que chega alguém...

-Gina, posso falar com você? – só pela voz vacilante e meio rouca, deu um efeito assustador em Cecília. Era o Harry. E aquela na minha frente era uma Cecília muito pálida.

-Claro. – eu disse sem olha-lo.

Saímos da biblioteca e fomos andando pelos corredores. Um silencio assustador.

-E então? – perguntei.

-Eu queria pedir desculpas por ter gritado com você... – ele falou sem jeito.

-Tudo bem, eu também vacilei com você dizendo aquilo... – falei evitando olhar nos olhos dele.

Como eu queria estar com Cecília naquele momento. Eu me sentia muito
desconfortável perto dele. Era como se ele achasse que eu sempre seria a eterna apaixonada por ele.

-Gina, Mione me contou que você tem recebido cartas... – ele começou a dizer.

Eu lembrei de Draco. E derrepente não queria mas estar com a Cecília...

-Ela não deveria ter te contado. – disse seca.

-Ela desconfia que seja algum comensal querendo te fazer de isca. – ele continuou como se eu não tivesse ali descordando com as estúpidas conclusões de Hermione.

-Eu não quero falar disso com você. – falei indo embora, mas ele me segurou e disse:

-Entenda Gina, não quero te perder.

Aquela frase me causou sérios danos mentais, por que eu o abracei forte e disse:

-Não se preocupe. Você não vai me perder.

Ele me abraçou também e ficamos assim por alguns minutos.

Me afastei e o olhei.

-Harry, quando ele voltar a escrever eu te aviso. – falei tentando fazer com que ele voltasse a se sentir melhor. Por que naquele momento eu sabia, ele estava preocupado.


Voltei para a biblioteca e Cecília me esperava ansiosa.

-E então? O que ele queria? - perguntou.

-Queria se desculpar por ter sido estupidamente idiota. – falei sorrindo.

Ela me olhou decepcionada a sorriu depois.

-O que você vai fazer quando ele continuar a escrever? – perguntou sonhadora.

-Vou responder as cartas. – disse simplesmente.

-E você sabe quem é? – perguntou.

-Bem, tenho quase certeza. – eu disse guardando os meus matérias. Não conseguiria me concentrar mais. – Mas acho que seja...

Não pude terminar a frase. Por que alguém completou-a para mim:

-Draco malfoy. – disse uma voz irônica. –O lindo, estonteante e perfeito, Draco Malfoy...

Olhei para ele espantada.

-Como disse? – perguntei pasma. Não sabia se era pela clara confissão ou se era por ele se sentir tudo aquilo.

-Weasley, você me entendeu. – ele disse sorrindo para mim e deu as costas e foi embora.

Suspirei frustrada.


Naquela noite, quando todos dormiam, eu estava acordada pensando em tudo que tinha acontecido.

Era incrível como tudo pode mudar em questão de minutos. E eu estava gostando dessa nova situação...

Cecília dormia tranqüilamente e eu olhava para a janela. Lá fora estava escuro, a floresta proibida estava como sempre esteve, sinistra.

Quando estava prestes a voltar para minha cama quentinha, um borrão que por muito tempo eu não via, passou por mim.

A coruja pousou delicadamente na minha janela que estava aberta.
Peguei a carta e do nada ela foi embora. Não estava esperando uma resposta.



“A noite hoje está quente.
A água do lado deve estar deliciosa.
Pensei em ir sozinho, mas me lembrei que tenho uma certa ruiva acordada e doida para me ver.
Então te escrevi.
Você gostou de esbarrar comigo. Eu também.
Você adorou encostar sua pele na minha. Eu também.
Você está morrendo de vontade de me ver novamente. E eu também quero te ver.
Juntei isso tudo e decidi: Por que não um passeio noturno pelas margens do lago?
Nada mais romântico...
Eu sei que você quer.
Só peço uma coisa, venha com os cabelos soltos.
Atenciosamente,
Draco Malfoy.”



Não pensei duas vezes. Coloquei um casaco e soltei meus cabelos.

Eu tinha mudado nas férias. Tinha parado de ver o Harry como meu príncipe encantado, parado de agir como uma criança.

Naquela noite, naquele momento, só queria ver o Draco.


Nunca na minha vida, tinha demorado tanto para chegar a algum lugar.

Minutos e minutos se passaram enquanto eu ia para o lago. Não que eu andasse devagar, mas parecia que o caminho tinha aumentado naquela noite.



E tudo o que eu vi foi o lago, quando cheguei.



Nada de Draco.



Nada do idiota e estúpido que mandava as cartas.



Eu estava sozinha naquela noite e isso me deixou muito irritada.



Tanto que voltei para o dormitório espumando de raiva. Querendo matar alguém, descontar toda aquela raiva em alguém que não tinha nada a ver com ela.



Ele tinha me feito de otária.

E eu estava mal por reconhecer que eu era uma.


Na manhã seguinte, no café da manhã, eu sentei entre Harry e Hermione.

Os dois estavam em um silêncio desconfortável e eu não sabia se era por eu estar ali ou por ter tido uma briga entre eles.



-Me passa a geléia? – perguntei a Mione.

Mas ela nem se moveu, era como se ela não estivesse ouvindo nada. Estivesse em transe.

-Hermione? – chamei-a. E nada.

Olhei para Harry e ele também estava distante.

-ALGUÉM PODE ME PASSAR A GELEIA? –gritei despertando-os.

Confesso que depois do meu grito aconteceu algo incrivelmente bizarro.

Os dois pularam da cadeira e me olharam espantados. Como se eu fosse um fantasma.

E depois os dois, ao mesmo tempo, pegaram a geléia.

Eis uma coisa que eu não esperava.

Quando os dois se tocaram, ambos soltaram a geléia, como se quisessem evitar contato.

Resultado, o salão principal viu uma Gina completamente coberta por geléia de morango.

Fechei meus olhos e contei até 100.

-Gina, me desculpe! – disse Hermione assustada.

-Foi mal... – disse Harry.

Abri meu olhos um pouquinho mais calma e disse com a voz contida:

-Que diabos está acontecendo?

Os dois se olharam longamente e Hermione me puxou para fora da mesa com a desculpa de me limpar.


Quando chegamos ao banheiro feminino, perguntei:

-Não vai me dizer o que anda acontecendo? – perguntei irritada.

-As coisas estão críticas. – ela falou. E, quando olhei nos olhos dela, vi que estava encharcados de lágrimas e ela fazia um grande esforço para não deixa-las cair.

-O que aconteceu? – perguntei novamente.

-Gina... – disse Hermione que começou a chorar. – O Rony está tão estranho e eu também estou muito confusa...Não sei o que está acontecendo comigo...Eu acho que estou gostando do Rony... – ela disse soluçando.

Olhei para ela confusa.

-Você gosta do Rony e do Harry? – perguntei perplexa.

Ela afirmou que sim com a cabeça e disse:

-É o que parece... – falou sem jeito.

-O que você vai fazer? – perguntei.

-Bem, eu terminei com o Harry...Ontem conversei com o Rony. E agora decidi que vou dar um tempo. – ela disse com a voz fraca.

-Dar um tempo? – perguntei ainda mais confusa.

-É, um tempo...Recebi uma proposta de intercambio da Escola de Magia Antiga da Grécia. Vou aceitar.

-Você já disse isso ao Harry? – perguntei.

-Sim, ele diz que não precisava isso tudo, mas eu me sinto realmente confusa, preciso de um tempo para pensar.

Sorri. Apesar de ter ficado com raiva dela, eu estava triste por ela.

Realmente deveria ser difícil, e por alguma razão, o sorriso irônico de
Draco veio na minha cabeça.

-O que foi? – ela perguntou.

-Nada... – menti.

-Olhe, eu só queria que você me prometesse uma coisa. – ela falou me obrigando, com as mãos, a olhar nos olhos dela. –Quero que avise ao Harry se voltar a receber cartas, ok?

Forcei um sorriso. Odiava mentir, mas a situação exigia.

-Prometo.


Nota da autora: Gente, por favor, comentem!!! Sério, eu preciso da ajuda de vocês, preciso de comentários para continuar! Não sejam ruins!
Vou aplicar a seguinte tática: Não atualizo se eu não receber no mínimo três comentários! Não custa nada dizer que está horrivel ou, quem sabe, dizer que está legal =)
No sei quando vou atualizar, mas se eu receber comentários...Quem sabe nesse final de semana?
Beijos e valeu pra quem cometou! :D


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