Corujas Laranjas



Capítulo I – Corujas laranjas

É incrível como sua vida pode mudar em questão de horas.

Uma hora você está sentada no sofá da sua casa, sem ter muitas coisas pra fazer e outra hora, você está escolhendo seu vestido de casamento...

Minha mãe sempre me disse para nunca fazer algo que poderia prejudicar alguém depois, ou prejudicar você mesma.

Droga, eu não fiz nada de mais. Ou fiz?

Como eu já disse eu estava sentada no sofá velho de casa, lendo O Profeta Diário.

Rony, Harry e Mione saíram logo cedo. Tinham que resolver um problema. Nem se importaram comigo.

Eu estava sozinha quando um coruja laranja de olho negros e maliciosos pousou ao meu lado.

Eu fiquei assustada, por que eu não costumava receber corujas laranjas.
Eu peguei delicadamente o pergaminho que estava preso na patinha dela.
Nele, com letras caprichadas, estava escrito:



“ Um dia vou tocar sua pele. Sentir você perto, mesmo que seja por brevíssimos segundos.
Vou sentir seu perfume. E você vai gostar de ser tocada por mim.
Por que eu sei como você se sente eu te entendo.
E no final, você sabe que vamos ficar juntos.
Somos tão iguais, apesar de sermos tão diferentes...
Espera até você voltar para o lugar em que nós nos encontramos sempre.
Espere que logo vamos nos encontrar.”



Eu li milhares de vezes. Quem poderia ter sido, pensava afobada.

Até que me lembrei que eu tinha seis irmãos que poderiam muito bem fazer esse tipo de brincadeira. Quer dizer, cinco, por que Percy nunca perderia seu precioso tempo com brincadeiras.

Decidi não levar a tal carta a sério. Guardei-a em uma caixinha rosa que costumava guardar lembranças da minha infância.

Estava prestes a continuar a ler O Profeta Diário, quando vejo que a coruja esperava ansiosa por alguma resposta.

Pensei: O que vou escrever para o palhaço que fez essa brincadeira?

Decidi entrar no jogo.
Peguei uma pena e um pedaço de pergaminho.

E nele escrevi:



“Como quer que eu responda se eu nem ao menos o conheço?
Não seja estúpido. Não vou gostar de tocar em você, seja quem for.
Muito menos ficaremos juntos, por que eu já gosto de alguém se quer saber.
Você, naturalmente, deve ser um desocupado idiota que acha divertido passar corujas para pessoas que nem ao menos conhece.
E, se você for um dos meus “queridos” irmãos, pode ter certeza, quando eu descobrir, você está morto.
Atenciosamente,
G.Weasley.
Obs: Tsc, tsc, tsc...É tão covarde que não assina a carta. Babaca.”



Amarrei o pergaminho na pata da coruja laranja e logo depois ela levantou voou.

Fiquei emburrada a tarde toda, procurava nos rostos de cada um dos meus irmãos vestígios criminosos, mas não encontrei nada.
Nada que pudesse culpa-los.

Quando foi anoitecendo, eu estava deitada no gramada com os olhos fechados. Não pensava mais na carta só pensava no...nada.

E, Merlin, como era bom pensar em nada. Era como se você estivesse assistindo um filme sem imagens e sem som. A tela completamente branca.

Os garotos estavam jogando quadribol e Mione lia um livro perto de mim.

-O que você fizeram hoje? – perguntei de súbito.

Eu abri meus olhos lentamente e ela me olhava assustada.

-Como assim? – perguntou.

-Você sabe...O que vocês fizeram...Passaram a tarde longe e tal.

-Bem, eu e Harry fomos a uma biblioteca que abriu. Muito boa mesmo. Rony foi também e não parou de reclamar.

-E pra que você foram à biblioteca? – perguntei querendo realmente saber o que acontecera.

-Ah, você sabe... – disse nervosa olhando para Harry e Rony que voavam despreocupados. Talvez ela quisesse mudar de assunto, com medo de me contar uma coisa que não deveria. Mas eu queria mesmo saber.
Droga! Por que eles sempre escondiam isso de mim?

-É sobre a guerra? – perguntei.

-Gina...Não acho que você precise saber disso... – falou ela como quem procura as palavras.

-Não? – falei ríspida. –Se você não sabe, me preocupo com a guerra, meus pais estão na Ordem!

-Gina, você não entenderia...- Hermione começou mais eu a impedi.

-Não, tudo bem, não me conte nada. – falei e depois me levantei.

Não tinha saco pra ficar perto dela, se não eu poderia bater nela. Afinal, ela é que não tinha nada a ver com a guerra.

Ela é filha de trouxas, não era? E no final, ela é quem não tinha nada a ver com isso. Era eu que devia estar no lugar dela. Por que eu sempre vivi no mundo bruxo. Ela não.

Chocada. Foi como eu fiquei quando percebi em que eu tinha pensado.

Como eu poderia pensar assim dela?

Era a Mione! Mas eu estava com raiva...

-Gina, o que você está fazendo andando de um lado para o outro? – perguntou minha mãe irritada.

-Nada. – resmunguei.

Tédio. Raiva. Essa mistura não é lá muito boa. Principalmente quando se quer descontar isso em alguém.
Até que acontece algo realmente estranho...

-Gina, olha aquela coruja laranja! – disse Rony de boca cheia na hora do jantar.

Peguei a coruja no colo (ela não queria subir no meu ombro) e a levei para o meu quarto sob protesto de minha mãe (-Hey mocinha, onde pensa que vai? Ainda não terminou de comer!).

E, outra carta...



“Claro que você me conhece, Gina!
E eu não estou sendo estúpido. Bem, talvez eu seja. Qualquer um é estúpido quando se é paciente com uma pessoa extremamente grossa como você.
Mas eu não a culpo, sua educação deve ter sido precária...
Nem sou um idiota desocupado que acha legal mandar corujas para pessoas que nem ao menos se conhece.
Eu sou eu. E isso é o bastante para as pessoas me amarem.
Também não sou nenhum de seus irmãos, credo, Merlin que me livre de um pesadelo desses!
E você não vai me matar por que sou uma das únicas pessoas que te entendem.
Hoje por exemplo, você deve ter se perguntado: Por que todo mundo me deixa fora dos assuntos? Por que aquela tal de Hermione Granger sempre sabe de tudo e eu não?
É, sua situação é chata.
Afinal, todos pensam que você é uma menina bobinha, uma criança.
E convenhamos: Você não é mais uma criança.
Sobre eu não assinar meu nome nas cartas, é uma questão de tática se me permite dizer.
Sou um cara muito inteligente. Gosto de fazer as coisas direito.
Você sabe, faltam só uma semana para você ir onde costuma ir todos os anos.
Seu quinto ano, não? Interessante...
Nós vamos nos esbarrar por lá. Pode acreditar.
Atenciosamente,
O.Covarde.Que.Não.Assina.As.Cartas.”



Bufei irritada, quem esse imbecil pensava ser pra falar que eu era grossa?

Idiota, idiota, idiota!!!

Pelo menos ele sabe que é um covarde.

Mas derrepente eu notei, ele soube o que eu senti quando Mione não quis contar como as coisas iam...

Como ele poderia saber?

Eu até pensei que a tal pessoa que me escrevia era a Mione, mas eu lembrei que ela estava sempre com o Rony. Não podia ser ela. Simples e obviamente não poderia ser ela. Além de ela ser boa demais para falar mal dos meus irmãos.

Merlin, quem era esse covarde?!

Peguei outro pedaço de pergaminho e uma pena e comecei a escrever:



“Caro Senhor Estúpido,
Como ousa falar mal dos meus irmãos?
E eu não sou grossa! Sou esperta. Pois quem me garante que você não é um louco Comensal da Morte? Ou o próprio Você.Sabe.Quem?
E como você é convencido!
Então as pessoas te amam por você ser apenas você? Francamente! Até agora não estou acreditando que você escreveu isso!
Sobre o que você disse das pessoas não me dizerem nada sobre a guerra, você está redondamente enganado.Fique o senhor sabendo que eu sei de muita coisa. Tudo o que o Harry descobre, ele me conta pessoalmente!
E sinceramente? Eu nunca vou me esbarrar com você. Talvez eu até esbarre, mas tenha certeza que não gostarei de ser tocada por um Estranho.Que.Se.Acha.O.Máximo.
Você é ridículo!
E por favor não me escreva mais.
Sinceramente,
G.W”



Prendi a carta na coruja e fui dormir. Estava muito irritada, irritada mesmo.

Não sei por que eu guardei a carta horrível daquele desocupado na mesma caixinha rosa.

Não que aquela carta era uma boa lembrança...Era mais pelo fato de ter sido escrita por um garoto.

Pode rir se quiser, eu não ligo. Acontece que eu não costumava receber cartas dizendo que eu iria esbarrar com alguém e gostar de ser tocada.

Na verdade eu até estava gostando da brincadeira. Mas, uma luz vermelha brilhou e disse que eu era uma louca.

Como eu poderia ficar respondendo corujas de quem eu nem conheço? Ainda mais em uma guerra?

Anta, anta, anta!

Quando eu acordei no dia seguinte, tudo que eu vi foi um borrão laranja.

A tal coruja novamente...

Droga, eu estava me acostumando com ela me trazendo cartas...



“Cara Senhorita Teimosa,
Não sou convencido, apenas realista.
E você é uma péssima mentirosa. Eu sei que você não está sabendo de nada. Sua letra tremeu naquele trecho.
E é o Harry Potter de quem você gosta? Francamente, você merece algo melhor...Como eu!
Sobre eu ser um Comensal da Morte, bem...Você se mostrou mais esperta do que eu imaginava, mas não sou um. Sou apenas um ano mais velho que você (Opa! Uma dica!) e você vai adorar ser tocada por mim, não adianta disfarçar. Eu sei que você não se “esbarra” muito com os outros garotos de quem você convive...
Também não vou parar de escrever. Por que você no fundo está gostando.
Admita, Weasley...Você quer muito esbarrar comigo...
Você nunca parou para reparar o quanto fica bonita com os cabelos soltos?
Você é linda, combina comigo.
Formamos um belo casal, não acha?
Sobre os seus irmãos, sinto muito, mas falei o que eu penso. Não quero nem em sonho ser um deles. Por que se eu for um de seus irmãos, como você vai querer “esbarrar” comigo?
Sinceramente, você é muito bobinha nesse ponto.
Mas ainda sim eu te vejo por ai.
Atenciosamente,
O.Senhor.Máximo.



Suspirei fundo. No fundo eu não estava pouco ligando se era perigoso ou não.

Eu esqueci na hora que estávamos em guerra quando li a frase tão pretensiosa mas que eu na verdade queria ouvir faz tempo...

“Você é linda”


Nota da autora: Olá! Espero que gostem dessa fic...Ela é minha primeira fanfic D/G, por isso aceito sugestões e quero mtos reviews!!! :D
Também vou tentar ser rápida com as atualizações, ok?
Beijinhos, e espero que gostem ^^

MiaH Canyo

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.