O Dia Mais Feliz da Minha Vida



Cap. I

Era mais um dia comum no Largo Grimmauld, em que Lupin e Tonks faziam o turno. Nenhum dos dois falavam, às vezes trocavam rápidos olhares. Tonks, agitada como sempre, foi até a cozinha beber chá, não agüentava ficar por muito tempo no mesmo cômodo que Lupin. Nunca foi boa para demonstrar sentimentos, quanto mais disfarçá-los. A situação tinha se estendido por muito tempo, e ela já tinha perdido a pouca coragem que juntara durante anos.

Lupin, que estava sentado perto da lareira, esperava seu retorno impacientemente. Não conseguia aceitar a idéia de ficar tanto tempo (não haviam passado nem cinco minutos) sem a companhia dela. Enquanto bebia seu chá, Tonks se perguntava se Lupin sentia alguma coisa por ela: “Será pena? Ou repulsa? Se bem que na situação que eu estou, pode ser até ódio, pelo menos será alguma coisa”

-Tudo bem aí? – Pergunto Lupin entrando de repente na cozinha.

-Ah, sim, tudo, tudo bem sim, por que não estaria?

-Por nada, é que você estava namorando, quer dizer, demorando e eu vim ver o que tinha acontecido.

-Eu estou bem, vamos voltar pra sala.

A situação ficou pior do que já estava. Agora eles nem se olhavam mais. Lupin tentou desesperadamente iniciar uma conversa:

-Ontem eu pensei em você, quer dizer, eu pensei que ia chover.

-Pois é, eu te amo, quer dizer, eu tinha planos para passear mas acabei não indo.

-Eu também, ia te pedir em casamento, quer dizer, ia fazer um acampamento.

Depois de meia hora e de muitos trocadilhos, Tonks apertava a cadeira tão fortemente que a qualquer momento poderia quebrá-la em mil pedaços. Já não agüentava mais todo esse sentimento explodindo em suas veias. Se levantou e ameaçou subir as escadas. Lupin a interrompeu.

-Por favor, não suba, fique um pouco mais – a idéia de se ver ali sem ela de novo o aterrorizava.

Ela o olhou profundamente, duvidando do que tinha acabado de ouvir, mas mesmo assim fez menção de subir as escadas novamente. Ele pegou em seu braço e ela estremeceu.

-Por quê? Me diga por que eu não consigo ter uma conversa tranqüila com você. Eu estou falando e me atrapalho todo, começo a suar frio, tenho medo de te encarar, medo de isso ser só a minha imaginação, de que você só sente pena de um velho como eu, não sei mais o que fa...

Ela fez um sinal para que ele se calasse e ele obedeceu. Sua cabeça fervia com frases que ela ensaiou a vida toda pra dizer quando esse momento chegasse, e agora lhe faltavam as palavras. Não havia mais tempo para palavras, ela precisava agir, e rápido, antes que ele desistisse do que estava fazendo. Eles se olharam durante um tempo, até que ela quebrou o silêncio:

-Quem disse que você é um velho? – Dizendo isso o puxou para si e o beijou, o beijou como se o mundo fosse acabar dali uma hora, um beijo quente e suave, sobretudo apaixonado, como ela sempre imaginou que seria. Quando se afastaram, ele a olhou de uma maneira tão apaixonada que parecia ler sua alma.

-Tem certeza do que está fazendo? – perguntou Lupin ainda espantado (porém explodindo de felicidade) com o que tinha acontecido.

Tonks, com o rosto molhado pelas lágrimas, abaixou a cabeça, e quando a levantou deu outro longo beijo em Lupin.

-Vou interpretar isso como um sim.

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