Lembranças



––– Capítulo 2 –––

Lembranças


Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket



Sirius dormia tranquilamente. Na escola era o único lugar em que isso era possível, já que em sua casa ele não se sentia tão confortável para dormir bem. Só os marotos sabiam o quanto era difícil acordá-lo. E Remo mais uma vez estava comprovando isso.

- Acorda seu cão preguiçoso! A gente ‘ta atrasado! – gritava o garoto, sacudindo o amigo.

- O que ‘ta acontecendo? – perguntou Pedro, que, assim como Tiago, acordara com a gritaria de Remo.

- Aluado, não dá pra você fala mais baixo?! – resmungou Tiago, enfiando a cabeça debaixo do travesseiro.

- Não, não dá! E foi bom vocês terem acordado, estamos atrasados. Por isso levantem, senão vamos perder o café da manhã! – retrucou Remo ainda sacudindo Sirius, que agora resmungava.

Pedro se levantou imediatamente. Tiago levantou preguiçosamente e se espreguiçou, olhando a tentativa inútil e, em sua opinião, ridícula de Remo tentando acordar Sirius.
Então Tiago pegou um copo que estava no seu criado-mudo, foi ao banheiro e voltou com o copo cheio de água.

- Pára Remo! Você ‘ta fazendo errado. É assim que se acorda Sirius Black! – disse Tiago, jogando água em Sirius, o que o fez acordar assustado, e é claro, molhado.

- Quem foi o idiota que fez isso? – Sirius perguntou irritado, olhando para Tiago e Remo. Os dois estavam as gargalhadas – Foi você, né Tiago?

- Sem brigas agora Sirius, estamos atrasados. É melhor você e Tiago se arrumarem logo – disse Remo controlando o riso.

- Remo, você disse que ia falar o que eram Testrálios – lembrou Sirius, enquanto colocava o uniforme.

- Eu ia, se nós não estivéssemos atrasados. E a gente já perdeu o café da manhã – disse Remo, consultando o relógio.

- Ah não! – resmungou Pedro, que estava ao lado de Remo esperando os outros se arrumarem.

- Não se preocupe Rabicho, a gente vai à cozinha depois – tranqüilizou Tiago, terminando de se arrumar – Estou pronto!

- Eu também. Vamos descer – falou Sirius.

Os marotos desceram e encontraram Abigail, que aparentemente estivera esperando por eles. A loira tinha em mãos algumas torradas e um jornal.

- Bom dia, garotos!

- Bom dia, Aby! Você não deveria estar na aula? – perguntou Sirius a amiga.

- Bom, deveria. Mas achei que vocês gostariam de comer alguma coisa antes das aulas e também de receber os horários – respondeu a garota, entregando para cada um dos garotos algumas torradas e os horários.

- Ótimo! A primeira aula é de Defesa Contra as Artes das Trevas. Quero saber quem vai ser o professor – Tiago disse empolgado examinando seu horário.

- Tomara que esse novo professor dure. Desde que chegamos nenhum ficou por mais de um ano – lembrou Sirius, que, como todo mundo, já começa a acreditar que o cargo era amaldiçoado.

- Bom, então vamos para a aula – disse Aby, se encaminhando ao buraco do retrato da Mulher Gorda, sendo seguida pelos amigos.

Enquanto se dirigiam para o local da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, Abigail abriu um exemplar do Profeta Diário. Remo esperou ela passar o olho pelo jornal, para depois perguntar curioso.

- Alguma notícia interessante?

- Ataques, ataques e mais ataques. Todos feitos pelas mesmas pessoas: Comensais da Morte e Voldemort – respondeu a garota, dando um suspiro.

- Está piorando, ano passado não tinha tantos ataques – comentou Sirius, com o olhar distante.

- Ouvi meus pais falando nisso durante as férias. Parece que esse tal de Voldemort está dando muito trabalho para o Ministério – acrescentou Tiago sério.

Nesse momento eles chegaram à sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. O novo professor ainda não tinha chegado. Todos os alunos estavam ansiosos para a aula. Os marotos e Aby sentaram-se nas mesas da frente, onde também estavam Jennifer, Hilary e Lílian.

- O que aconteceu? Dormiram mais que a cama? – perguntou Hilary, rindo, para os marotos.

- O que podemos fazer se o Remo não nos acordou?! – disse Sirius, fingindo certa indignação.

- Ah! Que dizer que é minha culpa se vocês dormem demais? – retrucou Remo.

- Claro que é! – respondeu Tiago, também fingindo estar indignado.

- Mudando de assunto, quem vocês acham que é o novo professor? – perguntou Lílian.

- Um louco, é claro! – respondeu Jennifer.

- Por que um louco? – perguntou Aby, um pouco confusa.

- Ora, depois do que aconteceu com o professor ano passado, só um louco aceitaria o cargo esse ano – explicou Jenny calmamente.

- Garanto que gozo de perfeita sanidade, Senhorita – falou uma voz atrás de Jenny.



A garota sobressaltou-se e virou para trás. A sala toda tinha ficado em silêncio, parecia que ninguém respirava. Todas as cabeças estavam voltadas ao estranho homem. Ele era alto e não devia ser muito velho. Em seu rosto havia cicatrizes, mas mesmo assim ele parecia estar bem, pois emboçava um largo sorriso.

O homem caminhou até a mesa do professor e depositou em cima dela uma maleta muito gasta.

- Sou o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas – se apresentou o homem, ainda sorrindo – Me chamo Richard Coulson, Prof. Coulson para vocês.

Coulson passou os olhos pela sala, que continuava extremamente quieta. Depois recomeçou a falar.

- Desde que chegaram aqui vocês já tiveram cinco professores diferentes, e isso poderia ter atrapalhado a matéria, mas todos os antigos professores fizeram um ótimo trabalho com vocês.

- Nisso ele tem razão – cochichou Tiago para Sirius, que concordou com a cabeça.

- Nesse ano, vocês irão avançar ainda mais nessa matéria. E fiquem sabendo, posso ser um professor legal, mas sei ser rígido quando é preciso – o Prof. Coulson caminhava de um lado para o outro, olhando atentamente para os alunos – Espero de vocês todos bons resultados - o Prof. Coulson parara de andar e agora encarava a sala de frente – Hoje iremos falar sobre as Maldições Imperdoáveis.

Começaram a percorrer pela sala uma onda de cochichos e murmúrios. Aby, Lily e Hill trocaram olhares assustados. Tiago e Sirius murmuraram algo com o som de “Fantástico”. Remo estava um tanto impressionado e surpreso. Pedro parecia amedrontado. Jenny empalidecera instantaneamente.

- Existem três Maldições. Alguém pode me dizer quais são?

Lílian ergueu a mão, receosa. Coulson encarou-a.

- Pode responder Senhorita...

- Evans. As três Maldições são Imperius, Cruciatus e... Avada Kedavra - respondeu Lily.

- Muito bem, 15 pontos para a Grifinória – disse Coulson retornando sua atenção para a sala - As Maldições têm variados graus de força e forma e podem até causarem danos irreversíveis, como levar a pessoa a loucura ou a morte. Se uma pessoa for pega praticando qualquer uma delas em algum semelhante humano, é mandada direto para Askaban, sobre a pena de prisão perpétua. Existem contramaldições, mas isso veremos na próxima aula.

Coulson fez uma pausa, correndo os olhos pela sala. Todos os alunos estavam pendurados em suas palavras.

- Certo, não posso lançar as Maldições em vocês, por isso vou usar cobaias – Coulson disse, tirando da gaveta de sua mesa um fraso de vidro que continha três enormes aranhas – Comecemos pela Maldição Imperius.

O Prof. Coulson tirou de dentro do frasco uma aranha e colocou-a em cima da mesa. Depois apontou a varinha para ela e murmurou “Império!” . A aranha esticou as pernas rígidas e deu uma cambalhota. Coulson agitou a varinha, e a aranha se ergue em duas patas traseiras e começou a dançar um inconfundível sapateado. Todos os alunos riram. Todos exceto Lily e Jenny.

- Acham engraçado? – disse Coulson, colocando a aranha no frasco – Queria ver se fizessem isso em vocês – as risadas pararam instantaneamente – A Maldição Imperius nos dá controle total sobre a vítima. Mas ela pode ser neutralizada, como veremos na próxima aula. Agora, a Maldição Cruciatus.

O Prof. Coulson tirou de dentro do frasco outra aranha, colocando-a novamente em cima da mesa. Apontou a varinha para ela e murmurou “Crucio!” . As pernas da aranha se dobraram sob o corpo, ela virou de barriga para cima e começou a se contorcer horrivelmente, balançando de um lado para o outro. Não emitia som algum, mas podia se ter certeza de que, se tivesse voz, estaria berrando. Coulson afastou a varinha e as pernas da aranha se descontraíram. Ele a repôs no frasco e disse:

- Uma dor terrível. È isso que uma pessoa amaldiçoada pela Cruciatus - Coulson olhou para os rostos dos alunos, que pareciam assustados e impressionados – Agora a última, e pior, Maldição: Avada Kedavra... A Maldição da morte. Não é nada bonito e garanto que não é nada agradável. E não existe contramaldição, não há como broqueá-la. Ninguém, nunca, sobreviveu a ela.

Um murmúrio geral espalhou-se rapidamente pela turma, todos comentando sobre as palavras do professor.

- Silêncio! – exigiu Coulson – É preciso de magia poderosa para lançar uma Avada Kedavra. Duvido que qualquer um de vocês consiga lançá-la. Como não há modo de broqueá-la, recomendo que evitem ser amaldiçoados por ela.

Alguns alunos riram, mas foram muito poucos. A maioria estava vidrada no professor, que agora tirava do frasco a terceira aranha. Coulson colocou a aranha na mesa.

- Vamos ver o que acham da Avada Kedavra - disse ele.

Os alunos ficaram assustados com a perspectiva de ver a aranha morrer. Os marotos e as meninas trocaram olhares significativos. Jenny não desgrudava os olhos do professor. Ela estava muito pálida, seus olhos arregalados e horrorizados, suas mão agarravam a carteira em frente com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. Coulson apontou a varinha para a aranha e berrou:

- Avada Kedavra!

Houve um relâmpago de ofuscante luz verde e um rumorejo, como se algo vasto e invisível voasse pelo ar – instantaneamente a aranha virou de dorso, sem uma única marca, mas inconfundivelmente morta. Jennifer soltou um berro, que sobressaltou a todos. A garota pegou sua mochila e saiu correndo da sala. Os marotos e as meninas levantaram. O Prof. Coulson olhava para a porta desnorteado.

- Bem, acho que ela se assustou um pouco – disse ele atordoado. Talvez nunca imaginasse que isso pudesse acontecer – Bem... Ahn... Acho melhor encerrar a aula... É, é melhor... Quero dois rolos de pergaminho sobre as Maldições, para a próxima aula... Podem sair.

Depois que os alunos saíram da sala, explodiram em um falatório irrefreável. Comentavam sobre a aula, as Maldições e a repentina reação de Jennifer. Os marotos e as garotas andaram mais rápidos, para sair do meio da multidão.

- Vocês acham que ela está bem? – perguntou Lily preocupada.

- Não sei, vai ver ela só se assustou mesmo – respondeu Hill devagar.

- Não acho que ela tenha só se assustado – disse Aby pensativa – Ela estava estranha desde que o professor disse que íamos estudar as Maldições.

- A próxima aula é Trato das Criaturas Mágicas, será que ela vai estar lá? – perguntou Sirius olhando o seu horário. Na maioria das matérias os oito estavam juntos.

- Acho que sim. Ela gosta muito dessa matéria – respondeu Tiago, tentando se convencer das próprias palavras – O que você acha Remo?... Remo... Remo!

- Que foi? – perguntou o maroto, que até então estava perdido em pensamentos.

- Você acha que a Jenny vai estar na aula de Trato das Criaturas Mágicas? – repetiu Tiago, olhando o amigo.

- Não sei. Mas se ela não estiver, vou procurá-la. Sei que Jennifer não se assusta a toa – Remo respondeu num tom de voz decidido, apressando o passo.

As garotas trocaram olhares intrigados, não sabiam que Remo se importava tanto com Jennifer. Mas Tiago e Sirius se olharam sorrindo, eles sabiam que o maroto tinha um carinho especial pela menina.

------- ## -------


Os alunos desciam o jardim para aula com o Prof. Kettleburn, entre eles os marotos e as meninas. Quando se aproximaram, eles viram que Jennifer conversava com Hagrid. Ela olhou para os amigos, mas não disse nada. O Prof. Kettleburn começara a falar.

- Hoje nós vamos estudar algo muito interessante. E vamos precisar da ajuda de Hagrid, porque vamos penetrar um pouco na Floresta Proibida.

Hagrid pareceu estufar o peito, orgulhoso e feliz por participar da aula. Ele carregava por cima do ombro uma coisa que parecia a metade de uma vaca morta.

- Então, vamos entrar Hagrid – disse o Prof. Kettleburn.

Hagrid se virou e penetrou na Floresta, sendo seguido pelo Prof. Kettleburn. Jennifer foi a primeira a segui-los, sendo logo acompanhada pelos outros alunos. Caminharam uns dez minutos até chegar a um ponto em que as árvores cresciam tão juntas que era sombrio como o anoitecer. Com um gemido, Hagrid depositou a metade da vaca no chão e o Prof. Kettleburn se virou para olhar os alunos, a maioria dos quais se aproximavam devagar, espiando para os lados nervosamente como se esperassem ser atacados a qualquer momento.

- Agora eles vão ser atraídos pelo cheiro da carne – disse o Prof. Kettleburn, olhando por cima dos ombros – E gostaria de lhes assegurar que eles estão muito bem domesticados... Ah, e aí vem um.

Um animal emergiu da escuridão. Era um bicho estranho e sinistro. Poderia ser chamado de cavalo, embora possuísse alguma coisa reptiliana. Era completamente desencarnado, com o couro negro colado ao esqueleto, no qual cada osso era visível. A cabeça semelhava a de dragões, e os olhos, sem pupilas, eram fixos e brancos. Da junção das espáduas saíam asas – imensas e negras, coriáceas, que pareciam pertencer a morcegos gigantes.

O animal correu os olhos pela turma por alguns segundos, balançando alonga cauda negra, então começou a arrancar pedaços da vaca morta com seus caninos pontiagudos. Muitos alunos olhavam para os lados procurando o bicho. Parecia que só poucas pessoas conseguiam vê-los.

- E aí vem mais um – disse o Prof. Kettleburn, quando mais um cavalo apareceu – Muito bem, agora levantem a mão aqueles que podem vê-los.

Quatro pessoas levantaram a mão, entre elas Jennifer.

- Ah, sim! Sabia que poucos conseguiriam vê-los – disse o Prof. Kettleburn sério – Bem, e pra quem não pode ver... Esses são os Testrálios.

O Prof. Kettleburn fez um gesto largo, apontando para os Testrálios, que comiam a vaca morta tranquilamente. Alguns alunos sufocaram gritos quando olharam; a carne da vaca se soltava dos ossos e sumia no ar.

- Agora, alguém pode me dizer porque alguns veêm os Testrálios e outros não? – disse o Prof. Kettleburn.

- Só podem ver os Testrálios as pessoas que já viram a morte – respondeu Jenny.

- Exatamente, dez pontos para a Grifinória! Os Testrálios são cavalos alados, que normalmente se alimentam de carne, fresca ou podre, e são atraídos pelo cheiro de sangue. Eles têm um ótimo olfato – explicou o Prof. Kettleburn - Trestrálios também são dotados de um poderosíssimo senso de direção: basta ganhar-lhe a confiança, montar, dizer aonde se quer ir e segurar firme... eles te levam ao local exato. Mas há uma surpestição à volta deles; alguns o consideram um mal agouro ou dizem que trazem má sorte. Uma bobagem! Os Testrálios são bem inteligentes e úties. Bom, como dever de casa quero dois pergaminhos sobre os cavalos alados e um resumo da aula de hoje. Agora vamos sair da floresta e voltar ao castelo. Hagrid, vá na frente, por favor.

Hagrid abriu caminho pelas árvores, sendo seguido pelo Professor e pelos alunos, que estavam muito satisfeitos de sair logo dali. Dez minutos depois, tinham chegado a orla da Floresta e ouviram o sinal do final da aula. Os alunos começaram a subir os jardins para ir almoçar, mas Jenny seguia em outra direção.

- Ei, Jenny! Aonde você vai? – gritou Tiago, enquanto Jenny se afastava dos outros.

- Dar uma volta – gritou Jenny em resposta, sem ao menos olhar para trás.

- Mas você não vai almoçar? – gritou Tiago novamente.

- Não – respondeu Jenny, novamente sem olhar para trás.

- Vou com você – gritou Tiago mais uma vez.

- Não precisa. Quero ficar sozinha – respondeu Jennifer, apressando o passo.

- Eu vou com ela – disse Tiago, dessa vez só para os marotos, Lily, Hill e Aby.

- Não, cara. Deixa ela um pouco sozinha – falou Sirius, começando a subir o jardim.

As meninas, Remo e Pedro seguiram-no. Tiago deu uma última olhada em Jenny e começou a subir também. Ele se preocupava com ela, pois ela era sua amiga. Nas férias, quando os marotos não estavam mais com ele, era Jenny que o fazia companhia. E ela era uma excelente companhia; ria de tudo, estava sempre alegre e nunca deixava ele ficar triste. Por isso, Tiago achava muito estranho este novo comportamento de Jennifer. Ele percebera que, durante toda a aula, ela não sorrira uma única vez.

Remo também não estava nada contente em deixar Jennifer sozinha. Teria ido com Jenny, mesmo que ela não quisesse, mas achava que Sirius estava certo, ela devia ficar um pouco sozinha.

A mesa da Grifinória no Salão principal estava abarrotada dos mais variados tipos de comida. Os marotos e as meninas sentaram-se e serviram-se. Passaram um tempo em silencio até Sirius falar.

- O que eu queria saber é, se só podem ver os Testrálios quem já viu a morte, quem foi que Jenny viu morrer?

- Eu também queria saber – disse Tiago parando de comer – Pelo que eu saiba, a única pessoa que ela conhecia que morreu foi a mãe dela, mas ela não viu a mãe morrer.

- Provavelmente ela não te contou se viu alguém morrer – falou Hill.

- Ela pode ter visto o gatinho dela morrer. Lembra que ela disse que tinha um gato que tinha sumido, vai ver na verdade ele morreu e ela viu – sugeriu Pedro.

- Não acho que tenha sido o gatinho dela. Acho que foi uma pessoa – disse Lílian, com a voz confiante.

- Por quê? Pode ter sido só o gatinho mesmo – questionou Aby, olhando para a amiga.

- Bom, lembram na aula quando o professor lançou uma Avada? – todos acenaram a cabeça positivamente – Então, ela saiu correndo. Porque, provavelmente, ela viu alguém morrer assim. E porque alguém mataria um gato com uma Avada? Por isso eu acho que foi uma pessoa. E digo mais, uma pessoa que ela gostava muito.

Quando ela terminou de falar, Tiago levantou e colocou a mochila nas costas.

- Vai aonde? – perguntou Sirius.

- Atrás da Jennifer – respondeu Tiago e antes que alguém pudesse impedi-lo, ele já havia saído do Salão.

Alguns minutos depois, Tiago apareceu na porta do Salão muito emburrado. Ele foi até onde os amigos estavam e sentou-se no banco.

- Acredita que ela me expulsou de lá? – disse ele indignado.

- Bem, ela disse que queria ficar sozinha – disse Sirius rindo da cara do amigo.

Desta vez foi Remo que levantou e pegou a mochila.

- Onde ela está? – perguntou ele à Tiago.

- Quem? – perguntou Tiago, olhando Remo.

- Jennifer. Onde ela está? – repetiu o garoto.

- Cara, ela quase me expulsou a pontapés de lá. Disse que se eu ficasse ia me azarar – respondeu Tiago.

- Não importa. Onde ela está? – perguntou novamente Remo, a impaciência transparecendo na voz.

- No lago – respondeu Tiago, já que sua tentativa de fazer Remo desistir falhara miseravelmente.

Remo saiu pela porta do Salão imediatamente. Lílian, que assistia o interrogatório de Remo, perguntou interessada.

- Por que Remo se importa tanto com a Jenny?

- Porque ele... – começou Pedro, feliz por saber responder a uma pergunta.

- Porque ele é amigo dela – terminou Sirius, lançando um olhar de censura ao amigo.

- Não acho que seja só isso – disse Hill, sorrindo.

- É claro que é só isso – insistiu Tiago, fazendo o mesmo jogo que Sirius. Os dois sabiam que, se alguém descobrisse a história real, Remo iria querer matá-los.

- Que tal nós irmos à Sala Comunal, temos tempo livre mesmo – sugeriu Sirius, tentando desviar o assunto.

Os outros concordaram e os seis seguiram para a Sala Comunal da Grifinória.

------- ## -------


Remo andou apressado até o lago. Quando chegou a margem, olhou em volta, procurando Jenny. Localizou-a debaixo de uma frondosa árvore, onde ficava um pouco escondida dos outros. Tinha as pernas dobradas junto ao corpo e apoiava a cabeça nos joelhos, olhando para o horizonte. Estava descalça, os sapatos jaziam ao seu lado no chão. Remo aproximou-se devagar e sentou-se ao lado da garota. Jennifer não olhou para ele.

- Tudo bem? – perguntou o maroto, olhando para o horizonte também.

Jennifer olhou para Remo, como se estivesse o avaliando. Remo, ao sentir ser observado, olhou para a menina e ficou feliz por ver que ela não estava chorando.

- Por que você vê os Testrálios? – Remo perguntou, olhando para Jenny. A garota desviou o olhar. Remo não se importou – Quem você viu morrer?

Jennifer continuou em silêncio, olhando para o horizonte. Remo continuou a olhá-la.

- Meu irmão – respondeu Jennifer, voltando a encarar o garoto – Foi meu irmão que eu vi morrer.

- Com uma Avada, não é? – perguntou Remo, no que Jenny somente confirmou com a cabeça – Não quer me contar como foi?

Jennifer voltou a olhar o horizonte, mas começou a contar.

- Eu tinha 8 anos e ele 14... Eu gostava muito dele. Ele já estudava em Hogwarts e me contava como era o castelo. O dia em que ele morreu foi assim...









N/A: Oi gente, fic finalmente atualizada e o que é melhor no Halloween!
Desculpe pela demora, mas é que estive envolvida em outros projetos. Pra Ser mais específico, esse projeto é o meu blog, que já está no ar. Se vocês quiserem conferir é só acessar marotasemhogwarts.zip.net

E a fic ta com capa nova, gostaram? Eu achei melhor que a antiga. No próximo capítulo vocês saberão como o irmão da Jenny morreu. Ah... Como eu ainda não planejei o próximo capítulo, eu queria saber que casal vocês querem mais detaque nele: Tiago/Lílian, Sirius/Hilary ou Remo/Jennifer. Não deixem de comentar, por favor.

Beijos e abraços,

..:: Anna ::..

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.