Amar-te-ei Para Sempre

Amar-te-ei Para Sempre



Não cheguei a ver o nascer do sol, tinha adormecido. Sonhei com Remus, sonhei que ele aparecia na torre e me tinha beijado.

Sentia o corpo dorido por ter dormido num divã. No ar, senti um estranho cheiro a jasmim. Sorri. Hogwarts tem tanta magia que comecei a sentir no ar o perfume das flores que me envolveram naquela noite. Olhei o horizonte, o sol já tinha nascido. Espreguicei-me e coloquei os pés no chão, algo caiu em cima deles. Do chão, apanhei um manto. Como é que ele tinha ido lá parar? E por que razão estava por cima de mim? Olhei em volta à procura de uma resposta e vi-me rodeada por flores silvestres. Remus esteve ali. Só podia ser ele. Afinal, o cheiro a jasmim não foi imaginação minha. Encostei o manto ao peito e senti o seu perfume. Ao meu lado, no meio de um ramo, uma carta. Peguei nela e, com as mãos tremulas, abri-a.

Meu amor

Diz o ditado que: Recordar é viver. E eu acredito que, está noite, tenhas recordado o que de mais bonito se passou entre nós. Eu todos os dias o recordo. Essa lembrança é que me tem dado força para vencer a vida e ultrapassar os meus problemas.

Quando terminamos a escola afastei-me de todos, estava disposto a esquecer-te mas não consegui. O primeiro amor é sempre mais marcante do que qualquer outro. E eu não podia esquecer-te porque te amava.

Foste a única mulher a aceitar-me tal como o sou. Foste a única a ficar perto de mim sem medo. Ainda hoje arrependo-me de não te ter contado o que se passava comigo. Mas tu já sabias de tudo, não é verdade?

Tinhas-me dito, certa altura, que aquilo que mais gostavas de ver era a lua cheia. — Lembras-te? Não imaginas a tristeza que senti ao ouvir isso. jamais poderia passar contigo uma noite de lua cheia. Durante um tempo andei amargurado, com medo que me fizesses essa proposta, mas o tempo foi passando e eu comecei a sentir novamente a alegria dentro de mim.

Sirius pediu-me desculpa, tinha sido precipitado ao acusar-te. Mas eu abandonei-te naquela noite. Não quis ouvir as tuas explicações. A palavra vingança martelava-me no pensamento. Eu não entendi que eras diferente do teu pai. Que podias ser uma Slytherin, mas que possuía um bom coração.

Desculpa, por não ter tido coragem de continuar a teu lado. Não tive coragem para continuar a vida junto de ti, depois de saber que Snape tinha inventado tudo. Depois de descobrir que a culpa era minha, que por minha causa, a tua vida ficou destruída. Não podia viver com uma pessoa tão boa, tão impecável, tão carinhosa... Espero que um dia me perdoes por ser tão estúpido. Espero que o teu coração tenha perdoado tudo aquilo que eu te fiz. Espero que um dia possa voltar a amar-te de novo. Espero... Espero... Espero... A vida não é feita só de esperanças mas também de realidades.

Perdoa-me Mary! É tudo o que te posso pedir. O teu perdão e mais nada... mas quero que fiques a saber de uma coisa: Amar-te é proteger-te...

Amar-te-ei para sempre!

Remus Lupin

As lágrimas deslizavam pelo meu rosto, sem que as conseguisse controlar. Voltei a sentar-me no divã. Encolhi as pernas e abracei os joelhos. Pousei a cabeça sobre eles e chorei. Chorei como à muito não chorava. A sua carta deixou-me mais confusa. Foi uma Slytherin, não queria dar o braço a torcer. Se a mente o rejeitava, o coração queria-o de volta. Queria voltar a ser feliz e palpitar como quando era estudante.

Levantei a cabeça, apoiei o queixo no joelhos e fiquei com os olhos fixos no horizonte. Tinha os pensamentos a andar num rodopio. Os sentimentos estavam todos baralhados. O que podia fazer perante o que estava escrito na carta? Como é que iria encará-lo, depois de ler a doçura das suas palavras? Escondi, de novo, o rosto sobre os joelhos e voltei a chorar. Senti uma mão sobre o meu ombro, mas eu não olhei para saber quem era. Deixei-me ficar na minha melancolia.

— Mary... — aquela voz! Dei um salto e olhei para trás.

— Que fazes aqui? — questionei enquanto me afastava dele.

— Preciso de falar...

— E o que tens tu para me dizer? Queres voltar a acusar-me de alguma coisa? Não chega o que fizes-te à vinte anos? — gritava com ele.

Sirius Black olhava para mim triste, com um olhar arrependido. Mas agora era tarde demais. Remus estava afastado de mim. Afastado! Aquela palavra começou a invadir-me o pensamento e dei-me conta que ainda tinha a carta de Remus na mão. Olhei para ela e pensei que nem tudo estava perdido. Era a minha vez de avançar, tentar mudar. E porque não, começar por ouvir o que Sirius tinha para me dizer.

— Desculpa. Naquele dia foi um pouco precipitado...

— Um pouco...! — ironizei.

— Bastante precipitado — corrigiu. — Foi tudo culpa do Snape, ele... ele é que... ele é que me colocou contra ti. Passou o ano inteiro a fazer-nos perguntas sobre o que fazíamos perto do Salgueiro. Que tu sabias o que se passava — e isso era verdade —, e, ainda por cima, dizia com uma voz arrogante: "Eu sei que ela sabe! Ela disse-me!" Nunca pensei que ele estivesse a mentir. Tu pertencias à mesma equipa! Mas as equipas não tem peso no coração dos homens. Não interessa que sejamos dos Gryffindor ou dos Slytherin. O que interessa é o que está dentro do nosso coração — colocou a sua mão sobre o meu peito e continuou. — Foi preciso sentir na pele, o que tu sentis-te naquela noite, para compreender-te. Remus nunca se enganou a teu respeito. Eu é que estava cego de raiva e de ódio. Pensa no que eu te disse. E espero, do fundo do coração, que um dia me perdoes.

Retirou a mão e afastou-se de mim. — Eu perdoo-te — deixei escapar. Sirius parou e olhou para mim. Um sorriso iluminou o seu rosto. Aproximou-se de mim, abraçou-me e dei-me um beijo na face. Depois, murmurou ao meu ouvido:

— Vai atrás dele. Não o deixes escapar de novo.
Afastou-se mais uma vez. Perto da entrada para a sala de astronomia, parou e olhou de novo para mim. — Ele está a descansar na cabana do Hagrid e está sozinho. — Fiquei a olhar para ele e vi-o a desaparecer dentro da sala.

Aproximei-me da extremidade da varanda e olhei para a cabana de Hagrid. "Ele está sozinho.", a voz de Sirius ecoava na minha mente. Ainda era cedo, a escola encontrava-se deserta, era domingo. Sem pensar mais no assunto, desci da torre e corri em direcção à saída do castelo, sem me importar por estar naqueles trajes. Queria lá saber se alguém me visse! O que eu queria era estar perto de Remus. De lhe murmurar ao seu ouvido: "Também eu, amar-te-ei pra sempre!"



NA:. Por favor comentem esta fic. Preciso saber as vossas opiniões. É a primeira fic que escrevo e gostava de saber se estão a gostar.

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