Fechado!



James Potter se encontrava na sala comunal, olhando fixamente para o fogo que ardia na lareira. Era 26 de dezembro, amanhã toda escola voltaria das férias, mas hoje estavam apenas os marotos... E Lily. E era isso que lhe tirava o sono, a idéia de que sua ruivinha estava sozinha em seu dormitório, e ele impossibilitado de subir por causa daquele feitiço idiota.

- Ei... – Falou, com uma súbita inspiração – As escadas só reagem se algum menino pisar nelas, mas talvez não me percebam se eu for voando!

E com essa idéia, subiu ao seu dormitório, pegou sua vassoura e voltou como um raio. “Por favor, dê certo”, pensou ele, enquanto montava e dava um pequeno impulso. O menino planou durante uns segundos por cima das escadas e começava a comemorar, quando sua vassoura simplesmente deu uma guinada horrorosa sozinha, e pego de total surpresa, James se desequilibrou e caiu no chão com tudo. As escadas se transformaram em rampa no segundo em que ele as tocou e o maroto rolou bons centímetros, até se estatelar, completamente arranhado, no chão da sala comunal.

- Ai, porcaria... – Gemeu, esfregando a cabeça e pegando a vassoura, caída por ali. – Eu acho que os fundadores devem ter pensado nisso antes de mim... – James se levantou devagar, se recriminando por ter tido uma idéia tão boçal. – De volta a estaca zero.

Frustrado, ele sentou – se novamente no sofá. Demorou uma meia hora, remoendo maneiras de subir ao dormitório e fixando inutilmente a maçaneta, como se isso pudesse ajudá-lo.

- Isso é inútil. – Sussurrou pra si mesmo, desviando o olhar pela primeira vez da porta – Essa maçaneta não vai me ajudar a chegar até a Lily... – E num segundo, ocorreu-lhe outra idéia. – Ou talvez ajude...

Num só movimento, James se levantou, puxou a varinha e conjurou uma corda, indo até o pé da escada. Parou uns segundos, tentando se lembrar do feitiço e finalmente, apontou a varinha para a corda, sussurrando qualquer coisa. Imediatamente, ela começou a se mover como uma cobra comprida e fina, até chegar ao topo da escada e se amarrar na maçaneta.
O garoto testou para ver se ela agüentaria seu peso e correu com todas as forças escada acima. Quando chegou mais ou menos no meio, elas transformaram-se em rampa novamente, mas James segurou com força na corda e conseguiu se manter no lugar. Ele “escalou” a rampa até a porta do dormitório, e a abriu com cuidado. Comemorando seu feito, James afastou o cortinado da cama da menina e a viu. Lily dormia, aquecida com um grosso cobertor. Mas estava com o cenho franzido e muito inquieta. Parecia estar tendo um pesadelo, o que, na verdade, era exatamente o que acontecia.

“Lily corria sem parar, embora seu fôlego estivesse quase no fim e uma dor apertasse o lado esquerdo de seu corpo. Se encontrava em um lugar que lembrava vagamente uma grande campina encoberta por uma espessa neblina, e não conseguia lembrar como viera parar ali.
Tentava desesperadamente achar algo ou alguém, qualquer coisa diferente daquele mar de grama sem fim, mas a neblina a impedia de ver para onde estava indo. De repente, seus pés fizeram contato com uma pedra que ela não havia percebido. Lily tropeçou e caiu. Enquanto tentava se levantar, ela ouviu uma voz, ecoando como se fosse um espírito.

- Lily... Sou eu...

A garota olhou em volta, procurando a origem da voz, que lhe parecia estranhamente familiar. E então a viu. Sua mãe estava parada na neblina, a poucos metros de distancia.”

- Mãe... – Murmurou.

James não se surpreendeu. Sabia que a mãe dela havia morrido há dois meses, de uma parada cardiaca. Então era essa o motivo do pesadelo...

“- Mãe! – Gritou Lily, correndo em direção a ela com os pés descalços.

Mas não conseguiu alcança-la. Antes mesmo que tivesse dado meia dúzia de passos, uma mão, uma mão descarnada, com ossos brancos como neve, se fechou sobre o ombro de sua mãe.

- Lily! – Gritou ela, pedindo socorro para a filha, enquanto atavam seus braços para trás.
- Não! – A menina tentou chegar até lá, mas as pernas começaram a pesar cada vez mais. – Não! Mãe! – Ela não conseguia mais correr.
- Lily! Socorro! – Sua mãe estava sendo arrastada para longe por uma figura alta, que se parecia incrivelmente com um dementador.
- Mãe! Eu não consiguo correr! – Ela se sentia pregada ao chão, tentava desesperadamente, mas não conseguia andar – Não! Mãe! Mãe! Mããããããããe!!!!!

Mas a figura arrastou sua mãe, e eles desapareceram no nevoeiro. Lily caiu de joelhos, e as lágrimas rolaram por seu rosto. Mas, de repente, um rojão se fez ouvir, e ao olhar para trás, ela ficou apavorada. Havia uma fenda, uma fenda profunda e escura que se abria no chão, zigue-zagueando, em sua direção. A garota tentou se levantar, mas percebeu desesperada, que não só suas pernas, mas todo seu corpo estava paralisado.
E então, ela caiu naquele abismo sem fundo, e sentiu que continuaria caindo para sempre, quando...”

James notou que Lily estava ficando mais agitada. “O pesadelo deve estar piorando”, pensou ele, ajoelhado ao lado de sua cama. Ele segurou a mão dela.

“...Alguém segurou sua mão.. Lily olhou para cima. Quem segurava era um garoto, ela sabia disso, mesmo sem conseguir ver seu rosto, e sorria. Ele ofereceu a outra mão, e ela a segurou. Com grande esforço, pelo menos assim lhe pareceu, a estranha figura conseguiu puxá-la para fora. Mas nisso, ela acabou caindo quase em cima dele. Esperava que ele fosse empurrá-la, mas em vez disso, foi abraçada e se sentiu quente. Muito quente. Levantou o rosto. Ele estava se aproximando. Ela fechou os olhos, ele a puxou pela nuca, e se beijaram.”

Lily abriu os olhos. Mas o “pesadelo” ainda não tinha acabado. Estava beijando James Potter.

- Ahh!!!! – Lily sentou bruscamente, estalando um tapa na cara do garoto.
- Ai!! – Exclamou ele, levando a mão ao rosto.
- Potter! – Gritou ela, furiosa – Mas que idéia depravada é essa de invadir o dormitório feminino e me beijar enquanto eu durmo???
- Te beijar? – Retrucou ele, massageando o rosto, com uma risada – Acho que você está confundido as coisas aqui.
- Do que você está falando, seu depravado insano?!
- Para sua informação, foi você quem me beijou, Lily.
- O que? – Perguntou Lily confusa – E você realmente espera que vá acreditar nisso?
- Na verdade, espero – Falou ele, se levantando – Acho que você deve ter finalmente se entregado aos meus encantos, porque dessa vez ruivinha, você tomou a iniciativa.
- Eu... – E de repente o rosto de Lily se coloriu de um vermelho intenso – Ah, não! Não, não, não!! Eu estava sonhando com outra pessoa!!
- Outra pessoa, é? Sei. – Respondeu ele, com um sorriso maroto de descrença, se levantando. – Eu duvido muito que você consiga sonhar com outra pessoa depois de ter recebido um dos meus beijos.
- Você é um convencido, sabia?!

Lily se levantou e se pôs do lado oposto da cama ao dele. Apesar do frio, estava com uma camisola leve, um tanto decotada, fato que não passou despercebido a James.

- Eu estou aqui em cima, Potter! – Retrucou, zangada – E que fazer o favor de ir embora, neste exato segundo?!
- Ir embora? – Perguntou ele, sorrindo malicioso – Acho que não. – E começou a se aproximar.
- Potter, estou avisando, é melhor você ir embora, agora, ou eu vou te transformar em um verme cego! – Ameaçou ela, puxando a varinha. Mas sua voz tremeu ao dizer isso e ele não parou de avançar. – Estupefaça!
- Protego! – Exclamou ele, puxando a varinha – Expelliarmos! – A varinha dela voou longe.
- Se você chegar mais perto... – Avisou – Eu juro que vou gritar com todas as minhas forças e acordar a grifinoria inteira.
- Acordar quem, Lil, se aqui só tem você, eu, o Sirius e o Remo?
- Muito espertinho, você, né? – Rosnou Lily. Ela tateou o criado mudo. – Então vai ser na força bruta. O.k. Experimente chegar perto, que eu quebro isso na sua cabeça – Falou, exibindo um pesado vaso de cerâmica.
- Eu duvido muito que você tenha coragem, Lily – Respondeu agora sério.

Lily encarou James, afrouxando a mão que segurava o vaso. O garoto a encarava com uma intensidade nova, nunca ninguém a havia encarado daquele jeito. A um passo dela, ele tirou o vaso de sua mão, e ela se sentiu quente e vermelha. Ele não fez mais nada, apenas a ficou encarando daquele jeito.
A menina sentiu o coração doer. Não queria ficar mais naquela cena suspensa, ele tinha que fazer alguma coisa... “Se você quiser que aconteça alguma coisa, Lily vai ter que tomar a iniciativa.” Pensou. Mas ela não conseguia fazer nada, apenas ficar parada olhando aquele par de olhos castanho- esverdeados.
James suspirou internamente. “Parece que vai ter que ser eu, não é?”. Ele fez um carinho na bochecha dela, colocando os cabelos atrás da orelha, e a puxou pela nuca, Lily sentiu – se como se não houvesse mundo, problemas, ou outras pessoas. Para ela, existia apenas aquele momento. Estavam apenas ela e ele, sozinhos no mundo, que se resumia aquele quarto. Era simplesmente tão mais fácil... Tão mais fácil aceitar o beijo, em vez de fingir que estava tentando fugir. Tão mais fácil poder enlaçar se pescoço, e sentir ele a abraçando pela cintura, em vez de tentar fazê-lo largá-la. Tão mais fácil simplesmente... Aceitar. Tão mais fácil... E tão... melhor.

Mas Lily não iria entregar os pontos. Juntando toda a força de vontade que possuía, ela empurrou o garoto para longe. Ele recuou contra a parede, enquanto ela se apoiava no criado – mudo, respirando fundo.

- Será... Que você... Nunca desiste?! – Perguntou ela, inflamada.
- Não. Nunca desistir é só uma das minhas muitas qualidades – Respondeu ele, com um sorriso. – Mas vamos ser sinceros, você não ia querer mesmo que eu desistisse.
- Do que você está falando?
- Bem... – Falou ele, se apoiado na pilastra da cama. – Suponhamos que eu nunca mais te chamasse pra sair. Como você se sentiria?
- Como a mulher mais feliz da terra! – Retrucou ela, com os braços cruzados.
- Você tem certeza? – Falou ele, erguendo uma sobrancelha.
- Absoluta.
- Certo... Então porque não fazemos uma aposta?
- Aposta? – Perguntou Lily, desconfiada.
- Isso mesmo. – Confirmou ele. – Eu vou passar uma semana, a partir de amanhã, tratando você como uma completa estranha. Vou chamar você de Evans, não vou te convidar a sair, e nem vou dizer que te amo, apesar de ser verdade.
- E por que você iria fazer isso? – Indagou ela, ainda mais desconfiada.
- Se até o fim dessa semana você não tiver me chamado de James em vez de Potter nem uma vez sequer, então eu nunca mais te convido pra sair.
- E se eu, por um milagre, chamar?
- Aí a aposta muda um pouco – Respondeu ele. – Eu vou continuar te tratando como conhecida até o fim da primeira semana, mas em vez de voltar ao normal, depois disso eu vou te ignorar por mais uma semana. E se até o final dessa segunda semana você não tiver mudado de idéia quanto a sair comigo... Eu desisto de você pra sempre. Mas se você mudar de idéia... – Ele deu um sorriso maroto. – Vai ter que passar um dia inteiro comigo em Hogsmead, no dia dos namorados. E vai ter que fazer o que eu disser.
- Você é um sem – vergonha, Potter! – Gritou Lily, descruzando os braços e colocando as mãos na cintura.
- É, talvez até seja. – Riu James – Mas pense bem, se você vencer, nunca mais vai ter que se preocupar comigo de novo.

Lily o encarou extremamente desconfiada. Sabia que não podia confiar nele, e sabia que talvez fosse uma burrice muito grande aceitar aquele trato, mas, por outro lado... Aquela podia ser sua chance, sua única chance de que Potter a deixasse em paz pra sempre. E esse era o ano dos N.I.E.M.s, se ele a ficasse distraindo com os incessantes convites para sair, talvez ela não pudesse se concentrar de verdade nos estudos, e tinha que tirar notas muito boas se pretendesse ser Aurora ou Curandeira, como queria.
Ela o olhou de cima a baixo. Ele estava com um sorriso irritante de confiança, e embora isso a deixasse mais desconfiada ainda, o que ela tinha a perder, afinal?

- O.k., Potter. Eu aceito. – James abriu um sorriso que dizia com todas as letras “Eu sabia.” E estendeu a mão.
- Fechado? - Lily apertou – a
- Fechado! – James guardou a varinha, e continuou parado lá, olhando-a.
- Potter, você quer fazer o favor de sair do meu quarto?!
- Eu não vejo motivos para ir embora – Retrucou o maroto.
- Será que você não tem miolos? – Zangou-se Lily. - Que parte de “eu aceito” é tão difícil de entender?
- A aposta é só a partir de amanha. – Respondeu James, divertindo-se em ver a garota irada. – Nós devíamos aproveitar o tempo que nos resta, não é mesmo? – A menina começou a inchar de raiva e se fundir lentamente com os cabelos. O maroto entendeu isso como o sinal pra se retirar e deu um beijo rápido e furtivo no rosto da menina – Boa noite, futura senhor Potter.
- EU NUNCA VOU ME CASAR COM VOCÊ, SEU IMBECIL!!!

( N/ Ana: hauhauhauha o cap nem ficou tão grande assim, neh???
N/Laura: Não.. magina...
N/Ana: Ok, ok... isso não vem ao caso... o q eu queria d dize é: continuem lendo (( seriooo?? ¬¬')) e comentem!!!! (( Pq s num comentar eu num coloco o proximo cap [[ mentiraaa]]))

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Comentários (2)

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