O Baile



Capítulo 3 – O Baile

Gina olhava maravilhada o patrono de Harry correr com todos os dementadores, quando viu um comensal vir na direção deles e se pôs em sua frente. Quando este ia lançar um feitiço ela foi mais rápida e gritou:
- Estupefaça!
O comensal foi lançado longe e o grito de dor chamou a atenção de todos os comensais para eles, que correram em sua direção. Quando esses estavam chegando, escutou-se o barulho de várias pessoas aparatando. Eram os aurores, que juntamente com os professores e Dumbledore, fizeram os comensais saírem em retirada. Harry caiu desacordado, Gina o amparou, pondo sua cabeça no seu colo.
Harry acordou horas mais tarde na enfermaria, e olhando ao redor viu a Gina dormindo em uma cadeira com a cabeça em sua cama. Ao seu lado estava Rony desacordado em uma cama e Mione em uma cadeira segurando sua mão. A enfermaria estava cheia de pessoas nos leitos. Ele então se lembrou de tudo o que acontecera olhando para a ruiva ao seu lado e se lembrou do abraço e ela dizendo que confiava nele. Ele se sentiu feliz como há muito tempo não sentia, mas se lembrou da profecia e de que se tornaria um assassino ou a vítima, e amaldiçoou Voldemort com todas as forças. Ele tinha que sair dali, não agüentaria ficar perto da ruiva por muito tempo. Ela ia acabar perguntando sobre o porquê dele ter arrebentado o seu ex-namorado e ele não queria mentir para ela, não depois que ela disse que confiava nele, e devagar pegou sua varinha, que estava na cômoda ao lado da cama, fez um feitiço de desilusão em si próprio e saiu da enfermaria sem que ninguém notasse.
Gina acordou um tempo depois, notando a falta do moreno. Ia perguntar para a amiga, mas ela não tirava os olhos de Rony. Teve que ir até ela, e quando colocou a mão em seu ombro, ela tomou um susto saindo dos seus pensamentos:
– Gina que susto, quer me matar do coração?
Gina nem respondeu, e perguntou aflita:
– Você viu o Harry? Ele não tá mais aqui.
– Não vi. Vamos chamar a enfermeira.
– As duas correram ao encontro dela. Quando Papoula ficou sabendo do sumiço mandou as duas irem ao encontro do diretor e contarem que Harry tinha desaparecido .
Quando estavam de saída, Dumbledore entrou pela porta e avisou que Harry estava bem, e que só queria ficar um pouco sozinho.
- Eu já contei as notícias do ataque para ele, inclusive que ninguém morreu e que em breve todos sairiam da enfermaria. Ele disse que não quis incomodar as garotas, por isso não chamou você.
A enfermeira estava muito contrariada e envergonhada por um paciente ter fugido de sua enfermaria, e disse:
- Alvo, eu não tinha liberado ele ainda. Harry precisa voltar pra cá imediatamente.
Dumbledore, com um tom de quem não aceitava discussões, falou:
– Minha cara Papoula, ele está bem, apenas tem muitas coisas na cabeça e precisa pôr suas idéias em ordem. Isso é muito importante, pois contamos com ele para muita coisa. Seu fardo é grande e ele precisa desse tempo.
Quando acabou de falar, saiu da enfermaria deixando Madame Pomfrei a ponto de matar um, uma Hermione preocupada e uma Gina ainda mais curiosa.
Mione e Gina ficaram com Rony até serem expulsas de lá. Quando estava saindo, Hermione simulou um desmaio, fazendo a enfermeira mudar de idéia rapidamente.
Tinham se passado dois dias do ataque ao vilarejo e todos, menos Rony e Mione, já tinham saído da enfermaria. Hermione estava cada vez mais preocupada com ele, e não sabia até quando conseguiria enganar a enfermeira. No terceiro dia ela já estava desconfiada e mandou a garota embora, sob os protestos da mesma.
Gina estava atrás de Harry desde que esse saiu da enfermaria, mas não o encontrou em lugar nenhum. Ninguém sabia dele, as aulas de segunda foram canceladas por causa dos ataques, pois vários professores foram feridos. Ela já estava perdendo as esperanças quando Hermione entrou bufando pelo salão comunal e subiu sem falar nada com ninguém. Gina foi atrás dela, viu que ela entrou no dormitório masculino e perguntou para a garota:
- Mione, o Harry não tá aqui, to atrás dele também, só que acho que não vamos conseguir falar com ele.
Hermione disse:
– Gina eu queria falar com ele, mas se ele não está vou pegar emprestada a capa de invisibilidade dele, acho que ele não vai achar ruim.
Ela falou, enquanto revirava o baú, notando a falta da capa.
– Ahh, ele tá com ela por isso que você não o acha, Gina, mas eu preciso dela de todo jeito, e ele não vai conseguir se esconder de mim.
Ela pegou o mapa que estava no baú e falou, apontando a varinha para este:
– Juro solenemente não fazer nada de bom.
Gina viu o mapa se transformar admirada, e perguntou:
– Mione, o que é isso?
Ela respondeu sem tirar os olhos do mapa, procurando Harry por todos os cantos:
– É o mapa que a turma do pai do Harry fez. Ele mostra as passagens secretas do castelo, bem como onde estão todos nele, e aqui está o fujão, perto do lago naquela árvore. Vamos, eu preciso da capa pra ficar com o Rony.
Saíram em disparada as duas para o jardim. Chegando lá na árvore, Mione chamou:
– Harry, aparece, tenho que falar com você.
Ela esperou e nada.
Ele pensou: como ela me descobriu aqui? Ah, idiota, o mapa do maroto! – ela já estava com raiva e disse com uma voz mais alta:
– Harry James Potter é melhor o senhor aparecer agora, senão...
Mas antes que ela terminasse a ameaça ele respondeu:
– Estou aqui, Mione. Que foi, o Rony já está melhor? – Ele responde do alto da árvore. Estava sentado em um de seus galhos.
Não, ele não acordou ainda, e o senhor nem foi lá saber como ele está
Engano seu, eu já fui diversas vezes, só que estava com a capa. Acho que madame Promfrey está louca pra me entupir de poções, e eu não ia dar esse gostinho pra ela. - disse descendo da árvore
Ela melhorou a cara com a resposta de que ele esteve lá, e disse com uma voz mais carinhosa:
– Harry, você não pode ficar se isolando assim, você sabe.
Ele respondeu rapidamente para que o assunto não se estendesse, ele não queria que Gina presenciasse essas discussões cada vez mais freqüente deles:
– Eu sei, Mione, mas eu precisava pôr as idéias em ordem, não vou mais me isolar.
A morena deu um grande sorriso, pegando a capa do garoto e disse:
– Que ótimo, então já que não vai mais precisar da capa você me empresta, né?
Deu um beijo em sua bochecha, não dando tempo de ouvir sua resposta, ela já tinha ido. Harry não gostou de ficar sem a capa, mas agora não tinha mais o que fazer.
– Oi Harry.
Ele se virou rapidamente e, muito sem graça, respondeu:
– Ah... oi Gina, tudo bem ?
Ela foi chegando mais perto, abraçou-o e respondeu:
– Tudo bem, Harry, mas eu estava preocupada com você.
Sem se desfazer do abraço, ela o olhou nos olhos e disse:
– Sabe, desde que você sumiu da enfermaria estou atrás de você
Harry estava em uma luta contra ele mesmo. Sabia que tinha que sair dali de perto dela, mas simplesmente não conseguia, suas pernas não obedeciam.
Desculpa, Gina, não era essa a minha intenção. Sabe, eu queria te agradecer por ter salvado minha vida, estou te devendo essa. Precisando de algo você sabe que é só me chamar. – disse, finalmente saindo do abraço. Ele não sabia se sentia aliviado, mas dentro de seu peito tinha um monstro raivoso por ele ter feito isso.
Gina estava tão feliz de ver que ele ficara da cor da bandeira da grifinória com um simples abraço dela, que não ia se desfazer dele de jeito nenhum, quando ele, com muito jeito, se afastou. Mas, ao ouvir suas palavras, ela ganhou seu dia e respondeu marotamente:
– Então quer dizer que posso contar com você para o que precisar?
Ele não entendeu onde ela queria chegar e disse desconfiado:
– Claro.
– Ela deu um sorriso que pra ele foi como se o natal tivesse chegado mais cedo e logo depois ela disse:
– Que ótimo, então você me leva no baile de inverno? Sabe, terminei com meu ex-namorado e os outros garotos estão com medo de alguém arrebentar a cara deles se chegarem muito perto de mim. Você não teria nada a ver com isso, né senhor Potter?
Ela falou isso com uma cara de inocente. Foi o golpe de misericórdia. Harry estava sem saída e só pode concordar:
– Claro, quer dizer, será um prazer lhe fazer companhia, Gina
Ela lhe deu uma abraço e um beijo em sua bochecha, que pareceu demorar uma eternidade, e saiu deixando um Harry abobado para trás.
Hermione chegou à porta da enfermaria e ficou a esperar alguém entrar para que passasse despercebida. Não demorou muito e saiu de lá o professor Snape com alguns remédios. Ela pensou que devia ser de cicatrização, pois ainda estavam nítidos os cortes em seu rosto. Ela entrou rapidamente e agradeceu por ainda haver uma cadeira ao lado da maca de Rony. Sentou-se lá e ficou velando o sono de seu herói .
Rony abriu os olhos e viu que estava na enfermaria. Quando tentou se levantar, duas mãos o impediram. Estava escuro, e quando a dona das mãos chegou mais perto, a claridade da lua que vinha da janela ao lado fez com que ele a reconhecesse - era Hermione, com um enorme sorriso no rosto e os olhos cheio de lágrimas. Ela falou:
- Nunca mais, ouviu, nunca mais faça isso comigo.
Ele pensou que estava sonhando, pois depois de dizer isso ela o beijou. Ele não queria mais saber se era sonho, mas se fosse, não queria acordar nunca mais .
Eles ficaram a namorar a noite toda. De manhã madame Promfrey liberou Rony A primeira coisa que ele fez ao sair da enfermaria, acompanhado por Hermione, foi beijar a garota na frente de todos do salão principal, para que soubessem que estavam namorando, ou seja, na cabeça dele, para que não chegassem perto dela, que ficou toda vermelha, mas estava tão feliz que nem se preocupou com os comentários .
O mais novo casal de Hogwarts era só sorrisos. Eles não se desgrudavam, mas continuavam com as mesmas briguinhas, que agora acabavam com cenas melosas no final. Harry, que pensara que, com o namoro dos dois tinha acabado o tormento dele das intermináveis brigas, finalmente chegou à conclusão de que os dois era um caso perdido.
No dia do baile Harry já estava desesperado. Ele sabia que seria um tormento ficar tão perto dela e ao mesmo tempo tão longe. Vendo o desespero do amigo, Rony se divertia e sempre que podia falava que ele estava sendo burro e teimoso pra não admitir que estivesse errado em manter Gina afastado dele.
Estavam esperando já há uma hora as duas descerem. Harry já tinha perdido quatro partidas de xadrez para o amigo. Rony estava nervoso e toda hora falava que perderiam o baile se elas não descessem, que não entendia o porquê daquela demora toda, mas quando elas apareceram, ele nem se lembrava mais desses pensamentos, e se perguntassem a qualquer um dos dois, eles diriam que esperariam mais quanto tempo fosse preciso para terem aquela visão novamente .
Gina estava com os cabelos presos por duas mechas laterais, com alguns fios caindo para frente do rosto. Usava um vestido verde claro tão belo que qualquer garota que estive se ao seu lado ficaria envergonhada, tamanha era sua beleza. Harry pensou que ela era um anjo e estava com a boca aberta. Só saiu do transe quando Rony deu uma cotovelada nele e disse:
– Estou de olho em você, senhor Potter. – mas antes de terminar de dar as recomendações para seu amigo em relação à sua irmã, descendo as escadas vinha Hermione, realmente linda. Harry pensou que seria a única não fazer feio perto de Gina. Trajava um vestido amarelo muito bonito, com um coque perfeitamente preso e apenas alguns fios soltos, deixando um Rony petrificado. Foi a vez de Harry devolver a cotovelada ao amigo, que não gostou nem um pouco, e disse:
– Estou de olho em você, senhor Wesley .
Harry foi até Gina, ofereceu o braço para ela e disse:
– Quando você desceu, eu pensei que era um anjo, tamanha a sua beleza – ela retribuiu com um enorme sorriso, aceitando o braço e saindo belo buraco do retrato, seguidos de Rony e Hermione .
Rony ofereceu o braço para a namorada e disse:
- Mione eu juro que você pode demorar quanto quiser pra se arrumar, eu nunca mais falo nada. Você esta maravilhosa, sem dúvida nenhuma minha namorada é a mulher mais bonita desse mundo. Eu pensei que era uma veela a descer as escadas.
Ela ficou muito corada com o elogio e respondeu:
- Você esta lindo também, meu amor. – disse logo em seguida, dando um beijo no namorado.
Harry, ao sair do salão comunal pensou: eu to ferrado, não vou conseguir me controlar nesse baile.
Quando chegaram na festa, a beleza dos dois casais fez com que todos olhassem para eles.
Os garotos estavam tão encantados com suas companhias que nem notaram, mas as garotas ficaram morrendo de vergonha. Avistaram Luna e Nevile em uma mesa e se dirigiram para lá. Quando se sentaram, Harry puxou papo com o amigo para tentar sair do encanto da ruiva. Gina, vendo a manobra de Harry pensou: se ele acha que vai ser fácil assim, ele está completamente enganado. Gina chamou Luna de canto e pediu para ela ir dançar com o Neville, assim ela poderia conversa a sós com Harry. Luna se levantou na hora e disse, quando os garotos estavam em um discussão sobre quadribol :
- Neville, vou arrumar alguém pra dançar comigo, pode continuar a sua conversa aí, está bem?
Neville nem se lembrava mais da conversa com seus amigos, e já estava ao lado da namorada dizendo:
- Luna, meu amor, quando quiser dançar e só me chamar. É sempre um prazer te acompanhar. E saíram, deixando Harry sozinho no meio do assunto. Ele se virou para ver onde Rony estava e deu de cara com Gina o observando. Engoliu em seco e pensou: é agora. Gina se levantou e falou ao ouvido dele:
– Vamos dançar? Nem uma maldição imperius tinha feito efeito mais rápido sobre o coitado do Harry, que nem pensar conseguiu. Quando chegaram na pista ele se lembrou que não sabia dançar, e que teria que ficar colado nela para acompanhá-la nos passos. Ele tinha acabado de acordar do transe em que a ruiva o pôs, e ficou desesperado, mas já não tinha mais o que fazer .
Harry tentou argumentar que não sabia dançar, mas ela, com a maior calma, colocou o braço em volta de seu pescoço e disse baixinho no seu ouvido:
– Essa música é lenta e você só precisa pôr a mão em minha cintura e me acompanhar.
Tadinho do nosso herói, que estava tentando lutar uma batalha perdida. Ele a amava e só queria protegê-la, mas não era tão fácil resistir com ela tão perto de si. A música lenta, o perfume, a proximidade que estavam, Harry simplesmente se esqueceu até de seu nome. Ela o olhava nos olhos, sua boca estava seca, em sua garganta formou um nó, e a única coisa que ele escutava era seu coração batendo em ritmo acelerado Gina foi chegando mais perto, vidrada nos olhos verdes que tanto amava, e não pensou em mais nada só nele, e o beijou um beijo desesperado da parte dos dois. Tinham medo de se largar e perceber que tudo não passava de um sonho, e como tudo que é bom dura pouco, Rony bateu nas costa do amigo e disse:
–Hei olha o respeito com minha irmãzinha, Potter, tá todo mundo olhando – Os dois pararam de se beijar por um instante. Hermione puxou o namorado, que queria bancar de irmão ciumento. Ele era a favor do namoro dos dois mas vendo ali, os dois o ciúme tinha falado mais alto. Harry e Gina tinham parado o beijo e quando Harry ia falar algo, ela o calou com outro beijo. Ela estava fazendo de tudo para dificultar, e definitivamente estava fazendo um ótimo trabalho, pois o garoto esqueceu completamente a desculpa que ia dar. Dançaram muito a noite toda, e sempre que Gina via o rumo da conversa indo para um lado que ela não queria, ela simplesmente o beijava ou respondia perto de seu ouvido, em sussurros. Ela adorava o jeito que ele ficava e sempre esquecia o assunto.
Quando estava no final da festa, ela o puxou para o jardim e disse num jeito todo maroto:
- Gostou da noite, senhor Potter?
- Claro, nunca me diverti tanto. – Respondeu rindo do jeito dela, que ficou séria e disse:
– Harry, eu te amo desde que te vi naquela plataforma. Tentei te esquecer porque você nunca me olhou, não me notava – ele tentou falar, mas com um gesto ela o calou – sabe, quando voltava para pegar minha varinha no vestiário, após um dos treinos, eu escutei um conversa sua com meu irmão, e nela vocês falavam da profecia e que você morreria logo, e que por isso você não se declarava para a garota que você amava. Sabe, eu fiquei triste e jurei que ia te ajudar e fiquei mais triste ainda de pensar que você não seria correspondido, pois eu sei o tanto que amar e não ser correspondido machuca. É pior que uma dor física, dói na alma. – ela falava enquanto as lágrimas corriam livres por seu rosto - Foi aí que eu desconfiei que eu poderia ser essa garota, e então eu te pergunto: sou eu ?
Ele estava estático, não podia mentir para ela, mas ela teria que entender e manter distância dele:
– Gina ... sim, é você, eu te amo, amo tanto que dói, mas não podemos ficar juntos. Não é seguro pra você, tem que me entender
Ela o encarou séria, foi chegando mais perto, mais perto, até que se beijaram novamente. Mais um desses e ele pensou que não teria escapatória, tinha que sair dali, mas ela o abraçou e disse em seu ouvido:
– Agora que sei que você me ama, Harry Potter, nada nem ninguém será capaz de afastar você de min. Nessa distância perigosa em que seus corpos estavam, ele não conseguia pensar em mais nada, só nela, e a beijou com paixão. Ficaram ali, o tempo parou era só deles, e quando se separaram Harry disse:
– Nada nem ninguém, Gina, muito menos eu.


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