Único.



Estava tão feliz como nunca esteve, mexia cuidadosamente em seus livros e matérias mesmo que estes fossem surrados e de segunda mão. Ela sonhara tanto com isso, ir a Hogwarts tinha se tornado um dos maiores sonhos da pequena Weasley, que arrumava seus livros atenciosamente, avistou um caderno de capa preta, também com aparência muito antiga, vendo as páginas desse em branco reparou que era um diário. Ela andava precisando mesmo de um, afinal tantas coisas estavam acontecendo com ela... Coisa que ela não entendia, não sabia explicar, quem melhor do que um diário para contar. Chegara o primeiro dia de setembro e com ele a tão aguardada ida a Hogwarts, depois de muito atraso, incluindo um dela que tinha esquecido o diário em casa, finalmente pode pegar o trem e ir para a casa. Seu coração batia acelerado, mais como já era esperado foi para a grifinória, comeu daquela comida tão boa de Hogwarts, depois se sentiu muito sonolenta, indo para a cama, porém decidiu não dormir, mais inaugurar o seu diário.

Começou com a conhecida saudação, "Querido diário...”, mais se assustou quando reparou que as palavras não tinham ficado lá, foram sugadas para o papel que as absorveu como se fosse uma esponja, depois do susto ela olhou intrigada para o diário, "tem alguém ai?!" escreveu, sentindo-se tola depois, afinal não fazia o menor sentido o que escrevera mais se sentia curiosa em perguntar, seus olhos se arregalaram quando viu surgir em uma caligrafia muito bonita e masculina a palavra "Sim" , ela pensou em perguntar, "o que é você?", mais não seria muito educado, "quem é você?!" tampouco, decidiu então um apenas "Qual é o seu nome?!", aguardou ansiosa pela resposta, torcendo a pena nervosamente entre os dedos, "Tom, Tom Riddle...", nunca tinha ouvido falar nesse nome, mais agora sentiu uma empolgação subir pela garganta, e não se conteve em conversar mais com o "estranho do diário". "Você está vivo, ai dentro?!" , perguntou curiosa, "Não...sou apenas uma lembrança, de mim com dezesseis anos", "dezesseis anos?", cinco anos mais velha que ela, quase idade de Percy, alguém tão mais velho poderia lhe compreender?!, viu intrigada aparecer mais uma frase, mais ela não tinha perguntado nada, " Mais qual é o seu nome?",a ruivinha sorriu involuntariamente, escrevendo meio afobada depois, "Ginevra Weasley...mais todos me chamam de Gina".

Ela não sentia mais sono, ficou até altas horas da noite conversando com seu atencioso diário, ele lhe dizia o que precisava ouvir, dava bons conselhos, sempre tão prestativo, a pequena ficou encantada com o doce Tom Riddle, e como sua inocência permitia, continuou a conversar com ele, deixando escapar aqui ou ali alguma informação importante sobre ela. Mais não demorou muito para que ele conquistasse a sua confiança plena, ela agora confidenciava os seus maiores segredos a ele, que tão bondosamente lhe ajudava, contou de Harry e de como gostava dele mesmo sabendo que ele nunca olharia para ela, contou de como se sentia deixada de lado por ter tantos irmãos, revelou ao desconhecido Tom todas as dores do seu coração, e ele como bom e fiel amigo que era, ajudava-a, sempre elogiando-a e dizendo as palavras certas, de consolo.

Já eram amigos íntimos na opinião de Gina, até que um dia ela percebeu que fora o nome não sabia mais nada do seu misterioso amigo, e decidiu conversar isso com ele, "Tom... você me ajuda tanto, sabe tanto de mim, mais eu não sei nada de você...", e tão logo a sua escrita desapareceu surgiu a dele em seguida,” Pergunte o que quiser saber...", ela sorriu, "Bem... como você é?! " , dessa vez a resposta demorou um pouco para vim, era noite já e Gina se sentia particularmente cansada, mais decidira conversar com seu amigo, isso lhe fazia tão bem, "Está com sono não está pequena Gina?!", ela que escondia um bocejo com as mãos ficou particularmente irritada, detestava quando ele mudava de assunto assim, e geralmente fazia quando ela perguntava sobre ele, "odeio quando muda de assunto...", e antes de fechar o diário decidiu grosseiramente se despedir, "Boa noite", e não esperou pela resposta, carregou o diário consigo até o dormitório, onde pode deitar em sua cama e finalmente dormir.

Ela sentiu-se cair, segurou o lençol com mais força mais não abriu os olhos, estava em um lugar muito escuro, assombroso, e muito frio, sentia calafrios por todo o corpo, estava com medo, com muito medo. Estava sentada em um chão gelado e sentiu o coração bater mais forte, parecia ter ficado cega, tudo que via diante dos seus olhos era escuridão. "Tom?!" , chamou esperançosa com a voz rouca, e com mais um tremor percebeu algo se aproximar dela, "Sou eu Gina, não fique com medo, estou aqui...", apesar de nunca ter ouvido sua voz, só poderia ser ele, e seu coração se acalmou, era impressionante de como se sentia segura ao seu lado, confiava nele de uma maneira que nunca tinha confiado a ninguém, "Você não disse que queria saber como eu sou...?!" , ela tinha se esquecido que estava aborrecida com ele, e agora visto que estava muito assustada com essa escuridão, não queria ficar sozinha, "Mais Tom...está muito escuro aqui, não consigo te ver..." , tão logo disse isso que tudo foi ficando claro, e teve que fechar os seus olhos que tinham se desacostumado com a claridade.

Olhou ao redor, estava no jardim de Hogwarts, era de noite e a lua, cheia, estava linda brilhante como ela nunca tinha visto, o sereno da noite invadia-lhe o rosto, mais não sentia frio, aquela pequena brisa gelada estava lhe fazendo muito bem, seus cabelos, muitos cheios e ruivos, arrumavam-se displicente por sua cabeça, tendo várias mechas próximas ao rosto, e o restante caindo até os ombros, era muito mais reconfortante estar ali nos jardins do que naquele cômodo escuro, mais afinal que lugar era aquele?!, bem nesse mundo dos sonhos nada tem muita explicação, teve a sensação de que alguém se aproximava, e sorriu para o garoto alto de cabelos e olhos muito negros a sua frente, "Tom?!", perguntou ao garoto que lhe retribuiu com um sorriso carismático, "Você é muito bonito Tom..." , o garoto que Gina viu ter as vestes da sonserina voltou a sorrir para ela, ""Obrigado, você é encantadora pequena Weasley, só um bobo como Potter não percebeu isso ainda"," ela sentiu a face corar, e brevemente constrangida desviou o olhar, " "Você não gosta muito de Harry não é?!", " perguntou ainda corada, Riddle ficou com o semblante mais sério, ""Ele acha que é um grande herói por uma coisa que nem se lembra do que fez,ele à faz sofrer...e isso eu não gosto"" sorriu depois daquela mesma maneira para ela, esta porém estava séria agora, ""Você não sabe o que está dizendo.." ", mais antes que ele pudesse responder qualquer coisa, abriu os olhos, reconhecendo o já iluminado dormitório onde dormia, o diário que tinha sido colocado de qualquer jeito em cima do criado-mudo, agora estava aberto, e antes que alguém tivesse qualquer tipo de curiosidade Gina o fechou, levando consigo como sempre fazia.

Durante todo o dia se manteve inquieta, queria que noite voltasse logo, queria vê-lo novamente, "seu amigo, " olhava para as pessoas tolas que conhecia, e sentia pena delas, porque elas não tinham uma pessoa tão inteligente, tão atenciosa com quem conversar, para Gina, tudo era um pouco confuso, mais tentava não pensar nisso, se sentia triste ele o ajudava, sempre, sabia que não devia ter brigado com ele, e pediria desculpas, afinal ele não é obrigado a gostar de Harry, isso... diria isso a ele, hoje. Tom Riddle era uma lembrança, uma lembrança agora atormentada, fora trancafiado nesse diário à cinqüenta anos a trás, a espera de alguém que abrisse e revela-se sua alma, para Riddle então não se tornar só uma vaga lembrança. Quando já se conformava com a solidão da clausura nas páginas intocadas daquele diário, teve a sensação de uma alma pura por perto, conseguia sentir, foi então que ela se revelou, "Gina Weasley, " uma criança angustiada, que se encantou com ele, era fácil para um garoto tão persuasivo conquistar a confiança das pessoas e com ela não fora diferente, na última vez conseguira penetrar nos seus sonhos, nas divagações da sua mente, essa era mais uma prova da grande influência que ele estava exercendo sobre ela.

Gina comeu tão rápido que nem se lembrava do que tinha mastigado, foi para o salão comunal da grifinória quase correndo, não tinha muita graça ficar entre essas pessoas que não falavam direito com ela, Tom sim, Tom sempre a ouvia, e sempre dizia as coisas certas, pelo menos dizia o que ela "queria " ouvir. " "Tom..." "esperou que ele dissesse alguma coisa para ver se ainda estava irritado com ela, ""Você demorou...”, "ela sorriu, bem ele não tinha ficado bravo afinal, sentiu-se aliviada. Riddle obviamente não ia colocar tudo a perder, tinha que mostrar a ela que sempre poderia contar com ele. " "Não pude vir antes Tom... você não está bravo comigo está?!" ", a resposta veio rápido assim como foi, ""Não gosto quando defende tanto aquele garoto... mais nunca ficaria bravo com você"," novamente ela sorriu aliviada, ""Desculpe Tom... você não é obrigado a gostar dele, só porque eu gosto..." " não esperou que as palavras sumissem e voltou a escrever, ""Tom, você vai me visitar hoje de novo?!" " ele riu francamente da inocência dela... "me visitar”...mal sabia ela, mal sabia. "Vou... vou te visitar, então vá dormir Gina...vá dormir", ela não sentia tanto sono mais decidiu obedecer, queria vê-lo de novo, era tão reconfortante estar em sua presença. Fechou os olhos um pouco ansiosa, mais não demorou muito para que ela caísse nos braços de Morfeu.

Novamente eram os jardins de Hogwarts, aquela menina amava aquele lugar só podia ser, seus sonhos eram o sempre os mesmos, eram sonhos de uma garota tola de onze anos. Agora era um lindo entardecer, o céu tingia-se de tons quentes, o vermelho e o laranja se emaranhavam dando uma luminosidade única ao local, visto esses tons, Gina parecia fazer parte do céu, parecia ser um pedacinho dele que tinha fugido para a terra. "Tom?!" chamou mais uma vez, ela ficou bem aliviada por dessa vez não ter nenhum quarto escuro, aquele lugar ainda lhe fazia sentir arrepios. "Estou aqui Gina...", ela se virou para vê-lo encostado em uma árvore, olhando fixamente para o céu. "É tão bom poder falar com você assim Tom..." disse sorrindo, ele sorriu também mais ela não reparou que era um sorriso carregado de sarcasmo. "Eu também gosto de ver além da sua letra... você é muito linda Gina...", novamente ela corara, ele já havia dito isso uma vez, e como era um garoto mais velho Gina se sentia perturbada, encabulada de receber elogios dele, ele voltou a fixar o céu, "Tom?!" ele voltou-se para ela, que se aproximava, "Eu posso te tocar?", pela primeira vez Tom Riddle não soube o que responder, o "posso" dela se referia a conseguir tocá-lo, porque na cabeça dela era óbvio que ele queria ser tocado, mais não pode deixar de analisar o duplo sentido dessa frase.

Ela continuou a se aproximar bem lentamente, ele não tinha respondido a sua pergunta e ela decidiu ver por si mesma se conseguiria tocá-lo, se ele iria querer se tocado, ela gostava dele mais às vezes sentia que ele se cansava um pouco dela, estendeu a mão e continuou a se aproximar, ele não recuou e ela sentiu o coração bater mais rápido, essa era a maior prova que Tom daria a ela, e ao mesmo tempo seria um teste para ver o quanto conseguiu se interferir nela. Gina esperou que sua mão fosse atravessá-lo como se ele fosse um fantasma, então pode-se deixar assustar quando viu que podia senti-lo, como se fosse mesmo uma pessoa, logo que sua mão tocou-lhe o peito ela tirou rápido como se tivesse se queimado. Ela agora estava ofegante como se tivesse corrido, ele não era apenas uma lembrança?!, como podia tocá-lo então?!, por mais que ela quisesse poder ter tocado-o, agora essa perspectiva a assustou. "Está com medo de mim Gina?!" a voz dele parecia mais fria do que o normal, e Gina sentiu um calafrio por todo o corpo, e sentiu-se fraca, incrivelmente fraca, "Já é hora de acordar Gina...", logo depois abriu os olhos estava um pouco suada, e quando se deparou com sua imagem no espelho se assustou, estava muito pálida, seus cabelos despenteados, e seus olhos exibiam o mais puro medo, medo esse que ela não sabia por que e nem de que.

I can't escape the twisted way you think of me
I feel you in my dreams and I don't sleep, I don't sleep

(Eu não consigo escapar desse destorcido jeito que você acha que eu sou
Eu te sinto em meus sonhos e não consigo dormir).



Gina não se sentiu bem o resto do dia, Percy até a mandou para enfermaria, visto que estava em uma epidemia de gripe por toda Hogwarts. De fato poderia só ser uma gripe, ela tentava não pensar nisso, mais ela no fundo sabia que esse mal estar não tinha nada relacionado a um simples resfriado. Naquela noite estava com medo de encontrar com ele novamente, mais mesmo assim tentaria, afinal confiava nele, tinha certeza de que ele não a machucaria e que poderia lhe explicar tudo, como sempre fazia. "Tom?!, o que está fazendo aqui?!" perguntou assustada olhando para os lados, ele tinha aparecido no meio do corredor, e se alguém o visse?!, mais, ele não poderia estar ali, estava sonhando, mais não se lembrava de ter ido se deitar. "Venha comigo..." disse quase sibilante para ela, que sentiu o maior frio em toda sua vida quando este lhe seguro pelos pulsos, "Para onde?!, é tarde não posso ficar andando por ai... tenho que ir dormir", disse no mesmo tom para ele, este se virou exibindo um olhar penetrante, Gina sentiu-se constrangida, "Confie em mim..." disse, e logo em seguida a abraçou, Gina sentiu novamente aquele frio tomar conta do seu corpo, mais não sentira medo dessa vez, estava segura, estava com ele, fechou os olhos o deixando ele cursar seus passos.

Ainda naquela noite ela acordou atordoada no seu dormitório, mais tinha certeza que não tinha ido sozinha, viu também que ainda estava com o uniforme, e fora ouviu muitos murmúrios vindo da sala comunal, conseguiu discerni-los, e conseguir compreender que falavam da gata de Filch, petrificada, um temor tomou posse da pequena ruiva, ela viu nas suas vestes marcas de tinta, e por mais um ramo de conversa ouvir alguém dizer de uma mensagem gravada na parede, estava assustada como nunca esteve, correu para o seu dormitório, escrevendo febrilmente. "Tom aconteceu uma coisa muito estranha... eu não me lembro de como vim parar no meu dormitório, estou com as vestes sujas Tom, a gata de Filch foi petrificada, Tom estou com muito medo, muito medo " , ela tremia e sua letra pareceu um pouco desconfigurada, e logo algumas lágrimas surgiram sobre a face, escorrendo pelo rosto da garota. "Não fique com medo... não tem porque você ficar com medo", aquelas palavras eram tão inexatas e Gina não conseguiu se apoiar nelas, decidiu dormir, para descansar, e talvez nos seus sonhos conseguiria encontrar Tom. Gina agora não estava no jardim de Hogwarts, mais em um dos corredores da mesma, um corredor que ela desconhecia, "Tom?!, você está aqui?!", perguntou com a voz embargada, ainda estava muito assustada, logo tudo escureceu, e ela sufocou um grito, em seguida viu de relance uma parede onde havia coisas escritas em vermelho, mais um flash, e estava no sereno e tranqüilo jardim de Hogwarts, quando encontrou Tom seu coração pareceu aliviar e correu para ele abraçando-o.

"Tom... estou com medo, com muito medo", disse ofegante em meio aos soluços, Tom a aconchegava em seus braços, este sentiu algo novo, uma sensação que nunca tinha experimentado, era uma mistura de remorso e cuidado que ele teve com ela, como se de fato precisa-se protegê-la, depois sentiu nojo de si mesmo, se mantera tão indiferente dessa garota, por que essa tristeza dela o tocara tanto, "Não tema, eu estou com você...", o repúdio a si mesmo veio com força total, porque ela primeira vez ele dissera uma palavra de consolo verdadeira, talvez Tom Riddle estivesse mais assustado do que a pequena Gina que se desmanchava em lágrimas nos seus braços. Ela acordou parecendo mais cansada do que quando tinha dormido, parecia que não tinhas mais forças, forças para nada. Agora não era sempre que ele a visitava em seus sonhos, e ela começara a sentir medo dele, e a se sentir desconfiada, em mais uma noite ela dormira cansada, sem saber como tinha parado no seu dormitório, e nem o que tinha feito horas antes. Fazia tempo que não sonhava com os jardins, e sabia que quando sonhava com aquele lugar ele estaria ali, esperando por ela, e lá estava.

Wake up in a dream
Frozen fear
All your hands on me
I can't scream

(Acorde de um sonho
Medo congelado
As suas mãos em mim
Eu não consigo gritar).



"Mais um aluno foi petrificado Tom..." disse fria, sugestiva, "Você está fugindo de mim Gina?!", perguntou de súbito, e ao se virar tinha um semblante frio, sério, ela se assustou, e começou a recuar, "Tom você não pode me dizer o que sabe sobre a câmara?!", ela mesma se impressionou com sua audácia, e viu exibir um meio sorriso, não se sentiu aliviada tampouco, ele ainda a olhava sinistramente, "Gina... você anda fazendo perguntas demais...", ela sentiu o medo subir e apoderar-se do seu corpo, mais era sangue grifinório que pulsava em suas veias, e eles permitiram Gina continuar, ” Tom... é você?!, você está me mandando fazer essas coisas Tom?!" , disse em um tom de mágoa, ele chegou perto dela fazendo algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto, seu coração batia acelerado quando Tom toucou-lhe a face, não era possível o medo estar mais expresso nos olhos de Gina, mais ainda assim ela não recuava, queria a confirmação dele, ele continuou a se aproximar, e pareceu ainda mais alto do que de fato era, suas mãos agora desciam pelos cabelos de Gina, e pareciam inebriá-lo com seu perfume, nunca ninguém mexeu tanto com seus sentidos, ao mesmo tempo em que ela parecia tão subjugada, era mais difícil do que ele imaginara tomar conta de sua mente, nunca a perdoaria por isso, ela chegou a um lugar que ninguém conseguira antes, chegou a um lugar que ele esquecera que tinha, chegara ao seu coração.

Continuou se aproximando e ela parara de recuar tomada pelo medo, "Você, não confia mais em mim Gina?!..." , ela o encarou como resposta, e viu a ironia brilhar nos seus olhos acompanhados de um sorriso sarcástico, e sentiu-se ferida por dentro, ele pareceu não se importar com a sua mágoa e continuou a se aproximar, inclinou a cabeça, e tocou-lhe os lábios, os olhos de Gina ainda estavam abertos, e ela agora ainda mais assustada não sabia como reagir, não sentiu aquele frio costumeiro, mais parecia que um calor começava a crescer, e um formigamento na altura do estômago denunciou sua ansiedade, ele forçou um pouco mais os lábios, e Gina fechou os olhos e apenas obedeceu ao que seu corpo pedia. Mais ao abrir um pouco mais a boca sentiu um gosto amargo a invadi-la, e reparou que a língua de Tom Riddle, cruzava grotescamente a sua boca. Ela se separou dele sentindo-se ainda mais assustada, Tom que sempre achara que a controlava, sentia-se confuso agora, tinha se deixado levar, talvez colocado tudo a perder. "Porque fez isso Tom?!, eu te odeio! ODEIO!", berrou a garota cuja a inocência foi roubada.

Stoplight lock the door
Don't look back
Undress in the dark
And hide from you
All of you

(Sinal vermelho na porta
Não olhe pra trás
Despida no escuro
E escondida de você).


Ficou aliviada em abrir os olhos, sua respiração estava ofegante, e como tantas vezes antes acordara ainda mais cansada, ao olhar pela janela percebeu que já era de manhã, se arrumou de qualquer jeito, e pegou o diário com muito desprezo e saiu correndo sem olhar para trás, foi difícil sair do dormitório, pois os professores vigiavam, mais ela conseguiu, e ao chegar ao conhecido banheiro das garotas e ignorando a placa de "INTERDITADO", ela entrou jogando longe o diário, e saiu em disparada, sem olhar para trás, sentindo raiva de si mesma por ter confiado tanto nele. Tinha revelado tudo a ele, como fora tola, como fora inocente.

Sentia-se mais tranqüila, e não se lembrava mais dos seus sonhos, estava quase voltando a rotina normal, porém um dia pode ver em uma confusão no corredor, onde Harry parecia fugir de um cupido que tentava lhe mandar um poema, ficou ruborizada, e parou para assistir a cena, mais a vergonha deixou o espaço para o desespero, quando viu nas mãos de Malfoy, um caderno que estava com Harry, o diário, sentiu a cor abandonar seu rosto, e parecia que ia desmaiar, precisava recuperar aquele diário, o recuperaria.

You'll never know the way your words have haunted me
I can't believe you'd ask these things of me
You don't know me

(Você nunca saberá o jeito que suas palavras me assombraram
Eu não acredito que você me perguntava essas coisas sobre mim
Você não me conhece).


Sentiu-se uma ladra, uma suja, por invadir o dormitório masculino e praticamente destruí-lo na procura daquele diário, e não pode evitar de se sentir aliviada quando finalmente o encontrou, daria um fim naquele diário de uma vez por todas, e foi para o seu próprio dormitório, “Eu sabia que você voltaria..." , Gina sentiu aquela conhecida onda de arrepios quando ouviu essa voz gélida dele. "Você fugiu de mim Gina... por que fez isso?!", ela engoliu seco, e suas pernas ficaram trêmulas ao ver ele se aproximar novamente, "Você está com medo de mim Gina?!..." , ela virou o rosto, e ele acariciou seus cabelos, tinha na face uma expressão doentia, "Você se aproveitou de mim Tom,você me enganou...e eu confiava em você", disse enquanto uma lágrima teimosa desceu pela face, Tom em um gesto acolhedor, secou-a com as pontas dos dedos, "Eu nunca te enganei pequena Gina...", disse quase sibilante para ela, que fechava os olhos chorando agora de verdade, ele via pelas suas expressões um medo conhecido, e não queria que ela se sentisse assim, queria vê-la segura, para que pudesse tomar posse dela, apesar desse seu estado fragilizado poderia facilitar seu "trabalho".


"Você sente medo de mim?!", perguntou ainda em um sussurro, quase no ouvido dela, que parecia uma criança assustada que esperava por um castigo. Ela abriu os olhos que estavam vermelhos pelas lágrimas, e olhou fixamente para os de Tom, não estavam frios, pelo menos ela conseguiu captar um ínfimo de emoção ali, e sentiu mais reconfortada, mais ainda não conseguia confiar, não como confiava antes, “Você...me enganou...” repetiu ainda com a voz embargada, ele a tinha usado, tinha se revelado que deverás era, mais Gina em seu interior parecia não se importar, ou não se chocar, com aquilo. Bem ou mal, ele que a ouviu, independente do que ele pretendia, foi ele que ajudou, estando ao seu lado segurando sua mão para impedir que ela sentisse medo, ou apenas para compartilhar suas angústias. Poderia não querer aceitar, mais o sentimento de segurança apossou-se do seu corpo, "Não tenha medo de mim... ", disse se aproximando mais dela, "Eu preciso que confie em mim... Sou eu agora que preciso de você",disse muito próximo enquanto acariciava seus cabelos, "Para quê?!", perguntou a ruiva sem fôlego, que já não temia a essa aproximação, mais no fundo de seu coração desejava-a.

"Apenas confie em mim...", ela confirmou com um pequeno aceno com a cabeça, fechando os olhos logo em seguida, mostrando que se deixaria levar. Ele transferiu a mão dos seus cabelos, para seu rosto que estava corado, segurou com o maior cuidado que conseguiria ter, a respiração dela começou a acelerar, e ele ao se aproximar mais pode sentir seu coração batendo com muita rapidez, tocou-lhe os lábios com muito cuidado, e quase timidez, ela ainda se mostrara receosa, então ele foi ainda mais devagar, queria testar os seus próprios limites, e ver até quanto esse gesto significava para si. Tudo ainda não passara de um encostar de lábios, Gina não parecia saber o que estava fazendo, e nos seus toques era clara a pura inocência. Ele forçou um pouco mais os lábios fazendo com que ela abrisse um pouco os seus, e agora o receio veio da sua parte, não saberia se devia continuar, até que ele mesmo sentiu um gosto muito doce invadindo a sua boca, queria manter o controle, queria manter-se são, mais ela conseguiu dominá-lo, pelo menos por uns instantes. Gina não sabia o que fazia, apenas acompanhava em seus gestos, mostrando-se presente quando ele receou, estava entregue, e sentia-se como nunca tinha sentido antes, era muito surreal para existir. Aos poucos foi se sentindo muito fraca, e suas pernas agora não conseguiam manter seu peso, seus braços, assim como o resto do seu corpo pareciam desfalecer, até que ela perdeu a consciência.

So you belong to me
My snow white queen
There's nowhere to run, so lets just get it over
Soon I know you'll see
You're just like me
Don't scream anymore my love, 'cause all I want is you

(Você pertence a mim
Minha rainha, branca de neve
Não há pra onde correr, então vamos acabar logo com isso
Em breve eu sei que você verá
Que você é igual a mim
Não grite nunca mais meu amor, porque tudo o que eu quero é você).


Depois do que pareceram eternidades, ela abriu os olhos, sentindo-se mais fraca do que antes, "Tom... o que está acontecendo?, onde eu estou?!, estou com medo...", Tom se mantinha em pé ao seu lado, e viu quando ela acordou, exibiu um sorriso a menina que jazia no chão frio da câmara secreta. "Tom está é a câmara secreta não é?! ", disse apavorada, Tom sabia que se ela tivesse forças teria gritado, sentou-se ao seu lado, segurando as suas mãos, "Shh... não fale, você está muito fraca...mais eu prometo, vai passar..." , ela começou a chorar novamente, Tom tinha tomado posse dela, chegou onde nenhum outro tinha conseguido alcançar, rompeu barreiras que a própria Gina desconhecia, e ela permitiu, e agora esse tirava o pouco de vida que ainda tinha nela. "Tom... você está me matando... eu não quero morrer..." disse olhando fixamente para ele que sorriu e a trouxe para mais perto, para admirá-la.

I can't save your life
Though nothing I bleed for, Is more tormenting
I'm losing my mind and you just stand there and stare as my world divides

(Eu não posso salvar a sua vida
Embora mesmo que eu sangre, é mais um tormento
Estou perdendo minha cabeça e você justo lá vendo meu mundo se dividir).


“Eu estou com você, não precisa temer", ela parou de chorar e olhava fixamente para os olhos quase inexpressivos do moreno a sua frente, deu um sorriso fraco, "Está bem Tom... eu não vou temer você vai viver, através de mim não é mesmo?!, está roubando minha vida na verdade..." disse rouca, dando uma risada fraca depois, seu semblante continuou tranqüilo, e Tom pode sentir aos poucos a vida sair dos dedos dela, enquanto ele parecia mais firme. "Está quase acabando...", sussurrou para ela, ela estava muito gelada,ela sentiu-se morrer, não tinha mais medo, a "morte não é tão horrível assim" pensou, ele deu um último selinho em seus lábios, depois a deixou no chão gelado, ouvindo um barulho distante, murmurou a si mesmo, "Potter..." .


Gina parecia ter recuperado as forças, e acordou assustada olhando tudo ao redor, viu Harry ajoelhado ao seu lado, e sentiu a face corar, ele que sempre a evitava, e mal dizia bom dia estava ali ao seu lado, ajoelhado e preocupado com ela. “Está bem Gina?!" , ouviu ele perguntar, acenou com a cabeça displicente, olhou ao redor a procura de qualquer detalhe que denunciasse a presença de Tom, mais não encontrou. Olhou para o diário ao seu lado, furado que ainda escorria tinta, e em seus olhos devia ter a expressão de mais puro terror, porque ela ouviu Harry dizer, "Ele se foi Gina...se foi para sempre", dando tapinhas consoladoras no seu ombro, ela sentiu vontade de chorar, ele tinha ido embora, para sempre?!, não, não tinha como ele ir embora, suas vidas, suas almas tinham se misturado, de uma maneira que ninguém conseguiria separar, em um enigma que nem a morte conseguiria resolver. Ele agora não era mais a lembrança de Tom Riddle, mais a lembrança que Gina tinha dele, e isto ninguém poderia tirar dela, já estava salvo em sua essência, algo que fazia parte dela que ainda não conseguia distinguir se isso era, ou até onde era bom para ela, mais era uma lembrança, daquelas que se carrega para sempre...

- FIM -


N/a: Q acharam?! Minha primeira TG céus, esse é o shipper (na minha opnião) mais ´difícil pra fazer fic. Nossa, é mto difícil e axo q consegui... se vc leu até aki, comenta vai?!

Beijooos
;*

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.