As Primeiras Mudanças




Image Hosted by ImageShack.us

Capítulo 2: As Primeiras Mudanças.

Ele estava em pé, próximo a lareira, enquanto ela o encarava atentamente, esperando que ele começasse.
Se alguém contasse ninguém acreditaria que Draco Malfoy estava na sala da casa de Hermione Granger, pronto para esclarecer a garota o que ocorrera na noite da morte de Dumbledore. Entretanto... Era exatamente isso que acontecia naquele exato momento.
- Bem... – ele começou meio vacilante. - Antes de tudo, quero deixar bem claro, que não quero sua dó, nem piedade. Só vim aqui... – parou subitamente.
“Por que eu vim aqui? Não tenho nenhum bom motivo para estar aqui! O que vou dizer à ela? Mas, que diabos!”
- Bem, eu não sei porque vim aqui, mas com certeza, não foi para lhe pedir favores.
Hermione o encarava com atenção e deixou escapar um sorriso no rosto. Era engraçado ver como ele precisava se mostrar auto-suficiente. O loiro notou o sorriso da garota em sua direção, e se acanhou. Coçou a nuca para disfarçar, e continuou a falar forçando naturalidade.
- Bem... Tudo começou quando meu pai foi preso, graças ao seu querido amigo Potter. – voltou ao tom irônico. - Voldmort ficou furioso. Estava decidido a acabar com todos os Malfoy da face da Terra, para se vingar do fracasso de meu pai. – ele fez uma pausa relutante. – Foi então que a proposta apareceu. Se é que se podia chamar de proposta. Para mim pareceu na verdade, mais uma ameaça. – refletiu. - Voldmort me deu uma missão... Se eu a cumprisse, toda a glória dos Malfoy retornaria, e minha família estaria segura de qualquer coisa. Porém, caso eu falhasse... Não sobraria nem registro do brasão dos Malfoy. Seriamos assassinados. Um a um.
Hermione o olhou com um inevitável horror e, pela primeira vez, com compaixão. Malfoy não se agradou nem um pouco com o olhar, pois o interpretava como pena. Coisa que ele desprezava.
Mas, ao invés de brigar. Preferiu simplesmente ignorar a garota e continuar seu relato.
- No começo, me senti privilegiado. Seria o mais novo Comensal da Morte de todos os tempos, e quando terminasse minha missão, jogaria na cara de meu pai, pelo resto da vida, que a glória da família se devia ao meu sucesso e não ao dele. – ele novamente fez uma pausa. Era como se refletisse a respeito do que ele mesmo dizia. – Quando soube que minha missão era matar Dumbledore, confesso que fiquei ainda mais orgulhoso. – ele viu Hermione abaixar a cabeça, em um gesto de dor. – Afinal de contas, ele não era um simples bruxo... Era o maior de todos os tempos.
A castanha deixou escapar um sorriso entre sua face tristonha. E Draco a imitou, mas não sabia ao certo por quê.
- Comecei a trabalhar em possibilidades. Não seria algo fácil, e eu queria fazer tudo sozinho. Queria a glória toda para mim. – ele suspirou, e logo deu de frente com um estranho olhar presente na face da garota. – Pensei por muito tempo em um plano infalível, e tive idéias terrivelmente absurdas. Até que me lembrei de uma história que Montangue me contou sobre uma vez em que ficara preso em um armário. Disse que podia ouvir ora coisas que se passavam, na escola, ora conversas em uma loja. Percebi que era uma passagem... Um Armário Sumidouro. Havia um em Hogwarts, o outro estava no Borgin & Burkes. Tive de consertar já que ninguém usava há anos. Era isso que estava fazendo naquele dia em que nos encontramos no Beco Diagonal. Soube que você foi pesquisar. – disse ele sarcástico.
Hermione revirou os olhos e corou sem jeito ao lembrar da situação em que se enfiara naquele dia. Entreabriu os lábios numa tentativa frustrada de dizer alguma coisa, mas simplesmente não encontrou palavras. E calou-se mordendo o lábio inferior de modo nervoso.
- Então... - continuou Draco. - Foi por ele que os Comensais puderam passar.
A castanha o interrompeu.
- Mas... O colar e o veneno que Rony tomou. Foram obras suas também. Não foram? – perguntou intrigada.
- Foram, mas... Foram mais despistas.
- Despistas? – repetira sem compreender.
- Snape andava na minha cola dia e noite. Pretendia descobrir o que eu planejava, mas não queria a ajuda dele. Como disse, queria fazer tudo sozinho. Por isso lancei alguns planos improváveis, porém não tão simples e idiotas. Fiz isso para Snape não se dar conta de meus reais objetivos. – disse firmemente.
Hermione o olhava ao mesmo tempo em que apavorada, com certa admiração. Malfoy estava um tanto longe do estúpido que ela sempre acreditara que ele fora. Ele planejara tudo muito sabiamente. Então... Por que falhara?
Malfoy percebeu o olhar de surpresa da garota, fixo nele de modo intrigado.
- Você é da Ordem, não é? Como não sabe o que se aconteceu àquela noite. - questionou indignando.
Ela o encarou, despertando de seu devaneio.
- Bem... Harry era o único presente na sala de Dumbledore aquela noite, e como eu disse... Ele não quis nos repetir a história. – disse em baixo tom. – Quanto a seus planos. Não houve tempo de explicações. Enterraram Dumbledore, e nos mandaram para casa. Não conseguimos extrair nada de ninguém. – explicou com a voz fraca, um tanto distante.
Eles ficaram em silêncio por uns instantes, presos em suas próprias reflexões. Até que Hermione tomou coragem e se pronunciou:
- Bem, tudo o que disse, faz sentido, mas ainda não explica o porquê de ter escolhido aquela noite. Como sabia que Dumbledore estaria fora?
- Madame Rosmerta me avisou. Vinha usando o Imperius nela, desde o dia em que Bell apareceu com o colar maldito. Lancei a maldição em Rosmerta, para que ela entregasse o colar. Depois, percebi que seria interessante mantê-la sobre tal condição. Poderia me ser útil... E foi.
A castanha o encarava sem expressão. Não acreditava na capacidade de planejamento do garoto. Sempre o julgará tão imbecil. Entretanto, ela percebia que algumas coisas ainda não se encaixavam.
- Tudo bem, novamente faz sentido. Mas, como ela te avisou, uma vez que ela se encontrava no Três Vassouras, e você em Hogwarts?
Ele engoliu a seco. Queria omitir aquela parte, pois sabia que de duas, uma. Ou ele iria inflar o ego da garota. Ou, no pior dos casos, iria fazê-la se sentir culpada.
- Bem... Tínhamos um meio de comunicação. – ele tentou despistar.
- No mundo mágico? Eles são raros. O que usou? – perguntou interessada.
- Moedasencantadas.- ele disse rápido e baixo.
- O quê?
- Moedasencantadas.
- Malfoy dá para falar direito. – brigou a menina.
- Não tenho culpa se você além de suja, é surda.
- Surda, eu? Você é quem teve um surto de idiotice. E agora fala como se fosse uma espécie de CD furado.
- O que é um CD? – perguntou o garoto confuso.
- Ahhh, esquece. – suspirou a menina. – Vai, me diz o que você usou.
- Eu usei... Moedas encantadas. – disse derrotado.
- Moedas encantas?! – ela repetiu como se não tivesse mesmo ouvido. - Você roubou minha idéia! Eu usei isso para AD! – exclamou indignada.
- Eu sei, foi daí mesmo que tirei a idéia. Quando a AD foi descoberta, Umbridge nós contou como tudo lá funcionava. Quando me vi sem ter como falar com Rosmerta, pensei que talvez a história da moeda fosse uma opção.
- Não acredito que você realmente usou uma idéia minha! Justo minha! E para uma coisa importante!
- Não se gabe OK. Eu estava desesperado. E além do mais você roubou essa idéia primeiro. – disse nervoso.
- Isso é bizarro. – disse a menina, mais para si mesma do que para Malfoy.
- Entretanto, não é mais bizarro do que isso. – disse fazendo o gesto com a mão, que apontava toda a sala. – Estou eu, Draco Malfoy, na sua casa, contando minha história. – disse numa expressão de incredulidade. – E se isso já não fosse o suficientemente estranho, já se passaram horas, e nós ainda nem tentamos nos matar.
A garota não pode conter o riso. E Malfoy, sem nem ao menos perceber, a acompanhou.
Eles se encontraram rindo, juntos, pelo mesmo motivo. Por algo sem importância.
Seus olhos se cruzaram entre os risos. E a surpresa dominou o lugar, juntamente com a vergonha que se instalara em ambos. Nunca se imaginaram em tal situação, e por isso não sabiam como agir.
Malfoy abaixara a cabeça, escondendo a face e o sorriso, que ele fizera questão de desmanchar, quando se reerguera, passando a mão pelos cabelos.
Hermione pensava em algo a dizer, que pudesse acabar com tal constrangimento. Estava nervosa, e quando começou a falar, gaguejava :
- Bem...Pa-Pa ...Parece que tudo foi esclarecido. Mas, ainda não entendo uma coisa. – disse ela sem perceber que as palavras escorregaram de seus lábios.
- O que não entendeu Granger? – o loiro perguntou divertindo-se com a cena.
- É que... Harry disse que se surpreendera com você. – disse ela distante. - E bem, cá entre nós, você se odeiam... – exclamou um tanto mais atenta. - Então, para o Harry admirar qualquer coisa que você tenha feito, tem que ter sido algo realmente surpreendente. Mas... Com todo respeito... Não encontro nada em sua narração, que faça com que o Harry pense dessa forma.
O loiro suspirou. Sabia perfeitamente que Potter se espantará devido à conversa que ele tivera com Dumbledore. Mas, não queria relatar aquilo à Granger. Não queria que ela soubesse que ele também podia ser... Fraco. Hermione, entretanto, percebeu que ele se perdera em seus pensamentos, e agora estava distante.
- Malfoy... Está tubo bem? – perguntou ela calmamente.
- Hã? – ele se despertou. – Claro. Estou bem, sim.
- Ótimo. Então pode me contar a parte da história que omitiu? – disse sarcástica.
- O que?
- Não se faça de desentendido. Sei que está me escondendo algo. E acho melhor me dizer o que é, já.
- Ahhh, é ? E desde quando eu lhe devo satisfações. – ele se dirigiu a ela zangado.
- Desde quando você está na minha casa? – ela perguntou irônica.
- Se for por isso... Com licença.
Ele pegou seu casaco, e se dirigiu a porta, revoltado.
- Oh, Merlin. – exclamou a garota entediada.
Ela o seguiu na mesma velocidade do garoto. Agora se encontrava tão zangada quanto Malfoy devido à infantilidade do loiro, que nesse momento, se preparava para abrir a porta da frente. Ela o alcançara, mas não conseguira o impedir de girar a maçaneta.
- Malfoy, aonde pensa que va... - exclamou a garota, antes de perder a voz.
Não podia ser verdade. Realmente aquele não era o dia de sorte da garota.
Seus pais se encontravam parados em frente à porta, totalmente confusos e intrigados, devido à presença de Draco.
Este também, não parecia muito confortável. Tinha uma expressão indecifrável, e o rosto levemente corado, provavelmente devido à surpresa.
- Está tudo bem, querida? – a Sra. Granger se dirigiu a menina.
Ela encarou Draco, e depois mirou a mãe, com um ar meio nervoso e aflito.
- É claro, mamãe. Eu só estava tentando convencer esse cabeça dura a almoçar comigo. – disse a garota, com um falso sorriso, que ela se obrigara a dar.
O loiro a encarara com curiosidade.
“ O que Granger pretende agora?”, pensou consigo.
- E quem é esse rapaz minha filha? – interrogara o Sr. Granger.
- Ahhh...Esse é o ...O...
- Draco Malfoy, senhor. Muito prazer. – disse o loiro apertando a mão do Sr. Granger.
“Seja qual for plano de Granger, a essa altura, já não tenho mais o que temer. Pior do que tá não dá para ficar.”, raciocinou o menino.
- Draco Malfoy. – repetiu o pai, encarando a filha.
Hermione apenas sorriu para o pai, disfarçando.
Não falava muito do que se passava em Hogwarts para seus pais, pois sabia que se soubesse metade do que se sucede na escola, não a deixariam a voltar nunca mais.
Entretanto, já mencionara Malfoy na casa. E obviamente, não fora com boas palavras.
“ Por que esse idiota se apresentou?! Aí! QUE RAIVA!”
- Draco Malfoy, sim senhor. Estudo em Hogwarts com Grang... Hermione. – consertou no último instante, se fazendo de amigo da garota.
- Ahhh, sim. – disse o senhor, ainda confuso. – E o que faz por aqui, rapaz?
- Vim passar um tempo. As coisas não andam muito bem onde moro.
- Hermione disse que o convidou para almoçar? - perguntou a mãe.
- É. – interferiu a garota. - A Sra. disse que não vinham para o almoço. E eu não gosto de comer sozinha. Então como encontrei Malfoy, achei que seria uma boa idéia convidá-lo. – tentou-se explicar de forma convincente.
- Creio que irá aceitar o convite, e nos dar o prazer de sua presença. – a Sra. Granger dirigiu-se a Draco gentilmente.
O garoto estava confuso, a cada minuto, entendia menos o que se passava ali.
- Bem... Eu... - ele tentara dizer. Mas, Hermione o interrompera.
- É claro, que ele vai mãe. Até porque, ele não tem muitas opções. Malfoy, não conhece ninguém por aqui. – ela disse mais para o garoto, do que para a mãe.
- Bem, então vamos entrar. Não é muito confortável, nem elegante ficarmos conversando aqui na porta. O que seu amigo ira pensar de nós?
Aquilo soara ao ouvido dos dois, como um grito de mandrágora. Irritante e quase fatal.
Amigo? Aquela palavra jamais poderia ser usada para resignar os dois.
Eles entraram. Malfoy novamente depositou o casaco no sofá, ainda meio confuso.
- Sente- se e sinta-se a vontade. – disse a Sra. Granger muito amável. – Hermione faça companhia a seu amigo. Eu vou preparar o almoço. Afinal, não podemos servir comida requentada a um convidado.
A garota encarou a mãe. Não queria passar mais tempo com Malfoy. Será que ela não podia simplesmente solicitar sua ajuda, para que assim pudesse fugir um instante do loiro?
- Não vai precisar de minha ajuda, mamãe? – arriscou a menina.
- Ah, claro que não querida. Seu pai vai me ajudar.
- Vou? – exclamou intrigado o Sr. Granger.
- Mas, é claro que vai. Anda, venha comigo até a cozinha.
E assim os dois, sumiram. O Sr. Granger ainda os encarou até adentrar na cozinha, e deixar a sala totalmente.
Hermione ainda se perguntava o porquê de tudo aquilo estar acontecendo com ela, quando Malfoy interrompeu seus lamentos mentais.
- Posso saber qual é o motivo dessa necessidade de minha presença em sua vida? – perguntou malicioso.
- Ahhh, Malfoy. Não me perturbe. Não tenho necessidade alguma de você ou da sua presença. – a menina suspirou estafada.
- Então, porque insistiu tanto para que eu ficasse? – perguntou triunfante.
- Eu... Eu... Eu estava sobre pressão. Agi sem pensar.
Malfoy riu da confusão de Hermione. Ela entretanto, não achou aquilo engraçado.
- E então, já que está aqui, ainda, bem que podia terminar de me contar aquela história. – arriscou a garota.
- Não há mais nada o que contar Granger. Já expliquei como e porque tentei matar Dumbledore. Está tudo esclarecido. – disse Draco, um pouco irritado.
- Malfoy, por quê não quer me contar? – insistiu a garota. – Quero dizer, não deve ter sido algo vergonhoso. Afinal, Harry chegou a se admirar.
- Potter e eu temos conceitos, diferentes.
- Ok, concordo. Só que eu também tenho conceitos diferentes. Por que não me conta o que houve, e deixa que eu tire minhas próprias conclusões? – ela finalizou usando as palavras do menino.
- Você é sempre assim tão insistente? – perguntou o garoto irritado.
A garota o encarou como se pedisse com o olhar. O menino a encarou de volta, com um olhar cansado. Suspirou, e se aproximou vagarosamente. Então, sussurrou:
- Eu . não . vou . contar .
- Ahhhhh, Malfoy. – exclamou a menina, dando alguns tapas no braço do garoto.
- Deixa de ser curiosa. – riu-se o garoto.
- Eu não sou curiosa. – ela disse ofendida.
- Ahhh, não?
- Não, não sou.
- Que bom. Assim você não vai ficar se remoendo, por eu não te contar.
- Malfoy! – brigou a menina.
O garoto riu, enquanto a menina emburrou.
- Tudo bem, não me conte. Não faz diferença. – disse revoltada.
O garoto continuou com seus baixos risos e comentários implicantes. Até que a voz da Sra. Granger soou da cozinha.
- Hermione, o almoço está pronto. Traga o seu amigo.
Os dois se dirigiram a cozinha, e se sentaram a mesa, juntamente com o Sr. e a Sra. Granger. Na mesa havia uma enorme travessa de filé, além de risoto, talharim e diversas saladas. A Sra. Granger serviu a todos, começando por Draco, em seguida Hermione e o Sr. Granger.
Todos se encaravam silenciosamente. Hermione percebia a hostilidade, e tentava pensar em uma forma de quebrar o terrível clima.
- Então, mãe. Por que decidiram almoçar em casa? – a menina lançou a primeira pergunta que lhe formou na cabeça.
- Se pai e eu ficamos preocupados, porque sabemos que você não gosta de ficar sozinha. Então decidimos voltar para lhe fazer companhia.
- Entretanto, parece que não precisávamos ter feito isso. - interferiu o Sr. Granger. – Conte minha filha, onde você e seu amigo se encontraram?
Hermione percebeu que seu pai parecia irritado. Não entendia ao certo o porquê, pois ele nunca agira assim com Harry ou Rony.
- Nós nos trombamos na padaria. Então o convidei para vir até em casa, achei que ainda estariam aqui. – explicou-se meio nervosa.
- Eu não queria incomodar, mas Hermione insistiu. – o loiro acrescentou recebendo um olhar mortífero da menina. Ele apenas lhe devolveu um sorriso irônico, enquanto ouvia a Sra.Granger.
- Não incomoda de maneira alguma. Diga-nos, onde está hospedado?
- Bem... Eu... – o garoto, se complicou. – Eu ainda não tenho um endereço fixo. A hospedagem está difícil por essa redondeza.
- Se desejar pode ficar está noite conosco.
- O que? – exclamaram Hermione e o Sr. Granger ao mesmo tempo.
- Ora, não vejo porque não. Malfoy passa a noite conosco, e amanhã se desejar, pode ir para a casa de Rony com você. – dirigiu-se a Hermione.
Malfoy a encarou surpreso. A castanha notou o olhar do garoto, e abaixou a cabeça sem jeito, tentando disfarçar.
- Malfoy e Rony, não são amigos mãe. – disse na intenção de encerrar o assunto.
- Não. Por que não? – perguntou o Sr. Granger intrigado. – Rony é um bom garoto. – defendeu o ruivo sem necessidade.
- Temos nossas diferenças senhor. – o loiro desviou a atenção da garota, acreditando que era melhor discutir o assunto depois.
“Por que eu me surpreendo afinal?” , refletiu consigo. Sentindo-se um tanto idiota.
- E quais são? – insistiu o homem.
- Rony e Malfoy competem no quadribol, pai. Por isso, não se entendem. Isso inclui o Harry. – disse a menina, tentando arranjar uma explicação convincente para a desavença dos garotos.
- Ahhh, sei. – o Sr. Granger soltou ainda desconfiado.
- O senhor conhece o quadribol? – perguntou Malfoy.
- Muito pouco. Hermione me explicou algumas coisas, e Harry e Rony me contaram como é.
- O senhor conhece os Cannons?
- Ahhhh, claro. Vi um dos jogos deles em um livro. Como ele fazem aquele tipo de acrobacias? – perguntou o Sr. Granger, esquecendo de disfarçar o interesse.

Hermione nunca imaginou que seu pai pudesse se entreter em uma conversa sobre quadribol com Draco Malfoy. Mas, foi exatamente isso o que aconteceu.
Os dois conversaram animadamente, como se conhecessem a séculos. E o Sr. Granger quase se recusara a partir na hora em que a Sra. Granger o chamara para irem para o consultório.
- Estará aqui ainda quando voltarmos, não é Draco? Quero que termine de me contar essa história. Até agora não entendi como eles chegaram a nona posição na divisão. – disse o Sr. Granger animado.
“DRACO?!” , a menina pensara apavorada.
- Bem...- Malfoy, tentou dizer. Mas, a Sra. Granger interveio.
- Ora, pare de amolar o garoto. – disse ao marido. – Entretanto, creio que seja uma boa idéia que fique conosco, já que não tem onde ficar. Hermione poderia ajudá-lo a buscar suas coisas, e traze-las para cá. Seria de muito gosto para nós se ficasse. – disse a mulher carinhosamente.
Malfoy não sabia se era uma boa idéia ficar. Afinal, a história sobre Weasley, ainda estava mal contada. Sabia que estava em uma enrascada.
- Mãe, acho que Malfoy não se sentiria a vontade. – disse Hermione, tentando se livrar do loiro.
Este entretanto percebeu, que a garota o queria longe. E tudo que Hermione quer, ele quer ao contrário. Não unicamente por uma lei lógica. Mas, naturalmente porque ela normalmente não visava o bem estar do sonserino.
- Pelo contrário. – disse o garoto. – Antes, pensei que seria um tanto constrangedor pedir hospedagem na sua casa, sem nem ao menos conhecer seus pais. Mas, agora que percebo o quão amáveis eles são, sinto que seria deselegante recusar o convite.
Hermione o encarou pasma. Não compreendia o que se passava na mente do loiro. Ele não ouvira sobre Ron ou estava se fazendo de bobo?
- Ótimo. Ficamos muito felizes com sua decisão, Draco.
“Draco?! Minha mãe também já o chama de Draco?! OH, DEUS! Será que esse é mais um dos meus sonhos estranhos?”
- Mione, voltamos às sete. Trate Draco muito bem até voltarmos, OK?
- Tudo bem mamãe.
A mãe depositou um beijo na testa da menina, e se despediu.
Hermione acenou para os pais que partiram, e então fechou a porta, voltando a encarar o loiro.
- Parece que estamos a sós novamente. – disse o garoto.
Ela o olhou com raiva.
- O que deu em você para aceitar o convite de minha mãe?! – desesperou-se a garota.
- Ela foi muito simpática. Não seria educado eu recusar. - disse simplesmente.
- Não seria educado?! Malfoy deixa de ser cínico!
- OK. Aceitei para te irritar. - ele disse de forma natural. Em seu rotineiro tom zombeteiro.
- AHHHHHHHHH!!!!!
- E parece que consegui. – o loiro riu-se.
- Você é um idiota.
- Olha quem fala. Você é uma reles sangue – ruim.
- Cala boca seu projeto de Barbie Malibu.
- Barbie?- o menino confundiu-se. - Por que você sempre vem com esses xingamentos indecifráveis?! – exclamou confuso.
- Eles não são indecifráveis. Você é que é ignorante.
- Olha o respeito. Vê se fala direito comigo hein, Granger.
- E se eu não falar, vai fazer o que? – a garota o desafiou.
Porém, antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, o garoto a puxou pelo braço, encostando- a na porta e prendendo os braços da garota.
Hermione o encarava exasperada. Estava tão espantada, que não tinha a mínima idéia do que deveria fazer. Por que se metera nessa?!
O garoto aproximava-se cada vez mais do rosto da castanha, e ela agora já não sabia o que temer. Há alguns segundos tinha certeza que ele iria a ferir. Mas, agora estava confusa.
Podia sentir o hálito do garoto, e tinha que admitir que o cheiro de menta era delicioso.
Ele estava cada vez mais perto... Mais próximo. Seus lábios quase tocavam os da garota. Quando de repente...
- Nem sonha Granger. – disse o garoto a soltando com um enorme sorriso.
- O que? – confundiu-se a menina.
- Eu não vou te beijar. – o loiro disse simplesmente.
Ela estava exasperada.
“ O que?! Quem ele é para achar que eu queria?! EU NÃO QUERIA!!!”
- E quem disse que quis ou achei que você ia?!
- Não precisava dizer, tava escrito na sua cara. – disse ele vitorioso.
- Mas...Você é mesmo muito convencido! – a garota exclamou irritada.
- Não sou convencido. Simplesmente conheço minhas qualidades.
- Pois fique sabendo, senhor Draco Malfoy, que conquista não é umas delas.
- Sei. – riu descrente. - Mas, dois minutos e você ficaria caidinha por mim pelo resto da vida.
- Ahhh...Sonha.
O garoto riu.
Hermione estava por demais zangada. E por isso preferiu não insistir na briga.
“ Esse Malfoy é mesmo um idiota, convencido e narcisista.”
- O que foi Granger? Tá deixando sua imaginação terminar aquela cena? – disse risonho.
- Cala boca Malfoy. – ela exclamou entre os risos do garoto. – Acho melhor, irmos até onde você está hospedado. Temos que buscar suas coisas, afinal terei que te aturar ainda hoje, não é. – disse a menina entediada.
- Claro, vamos. – o menino disse parando de rir.
Hermione pegou um casaco, e se dirigiu com o garoto para fora da casa. Trancou a casa, e eles se encaminharam para a pousada.
Entretanto, antes de sequer saírem do jardim, Malfoy parou Hermione subitamente, puxando ela pelo braço, com um semblante sério.
- Granger, tenho algo para te perguntar, antes de irmos buscar minhas coisas.
- O que é? – perguntou a menina preocupada, com a seriedade do garoto.
- O meu quarto tem tranca?
A garota o encarou confusa.
- Sabe como é, não quero correr o risco de ser atacado.
- Ora, seu! – exclamou Hermione, antes de sair correndo atrás do loiro.

Fim do Capítulo.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.