Apenas Explosões






N/A: Perdão pela demora :/
Gostaria que houvesse mais comentários ;x Eles nos animam ;xx
Cara, eu to fazendo de tudo pra poder escrever um capítulo decente pra vocês, pra desbloquear a minha mente :/
Mas vocês não comentam, não colaboram :|
Putz... é chato --'

Mas, aquii tá o novo cap, e de novo espero que gostem :D
Comentem :)

Maari Malfoy ;*

Cap. 9: Apenas Explosões

Estou faz um mês aqui nesse muquifo que é A Toca. Tranquei-me no quarto e fico sozinha o dia inteiro. O único contato que tenho com o mundo exterior é através das cartas de Draco. Que é a única coisa que me reconforta e me lembra que logo estarei com ele. Sinto tanta saudade.
Molly, a que costuma ser minha mãe, acha que logo passará essa minha “Fase Rebelde” então por isso ela me respeita e não entra no meu quarto, apenas para levar comida.

Todos já tentaram me fazer voltar ao que era antes, mas eles não entenderam uma coisa: eu não quero. Não adianta falar, nada nem ninguém vai me forçar a ser de novo aquela garota idiota que eu era, um pau-mandado. Todos abusavam de minha ingenuidade e criancice.

Mas isso acabou... De agora em diante eu serei uma outra pessoa.

Um dia desses Guilherme, meu irmão mais velho, entrou no meu quarto e disse que precisávamos conversar. Eu expliquei que nada queria ouvir, mas ele insistiu e eu acabei deixando-o entrar.

- Ginny, eu notei o quanto você mudou. O que aconteceu pequenina?

¬¬’

Que coisa ridícula. Eu não sou mais a pequenina dele! Que vergonha! Em pensar que eu deixava-o me chamar disso. Dá muita raiva.

Comecei a falar com os cinco dedos da mão direita abertos, e ia abaixando à medida que eu enumerava algo.

- Em primeiro lugar: nunca me chame de pequenina (abaixo o dedão); em segundo: eu não te dei permissão para perguntar algo tão íntimo (abaixo o indicador); terceiro: isso não é da SUA conta (abaixo o do meio).

- Mas...Mas Ginny... Por favor! Vamos conversar. Todos estão preocupados.

- Não vem que não tem! Estou me lixando para a preocupação de vocês. - balancei os ombros e me virei para a janela. – saia do meu quarto.

- Não. Não irei sair até que você converse comigo.

- SAIA DO MEU QUARTO AGORA! – me viro vermelha de raiva e solto os cachorros em cima dele – Você entra sem ser chamado e faz perguntas pessoais, invade minha privacidade, e ainda não quer sair do MEU quarto?

Meu irmão me olha com um olhar. Um olhar, eu reparo, com um misto de sentimentos, entre tristeza, decepção, raiva e desprezo. Por que será que eu não me senti mal? Normalmente eu me sentira péssima, mas agora não. Eis a resposta: eu não estou normal. Bom... Pelo menos o normal que ELES querem.

***

Minhas férias são as piores da minha vida.
Um mês...

Estou com muita raiva. Raiva desse quarto, dessa casa, dessa família e raiva de minha aparência. Tenho vergonha de me olhar no espelho e ver refletido essa imagem. Ruiva. Odeio ser ruiva, ter essas pintas espalhadas pelo meu rosto e ombros. E por fim com essa aparência eu não tenho nome, sou apenas mais um Weasley. Mirava minhas roupas: todas de segunda mão. Ou então esse suéter vermelho com uma grande letra G bordado em laranja. Isso é ridículo! Sou feia, pobre e vivo em uma casa apinhada de parentes ruivos, cicatrizes e sangues-ruins.

Isso é uma desgraça!

Ah! Uma coruja negra de olhos prateados entra no meu quarto pela janela.
É a coruja de Draco, Flash. Com sua entrada um vento gelado passa por meu rosto.

Ela pousa na minha escrivaninha e estende a pata direita para que eu possa desamarrar a carta.

Virgínia,
Quase não deu tempo de conversarmos depois de tudo o que aconteceu, vamos nos encontrar no Expresso não é?

Draco Malfoy


Peguei uma pena e sentei-me na escrivaninha para escrever a Draco.

Draco,
Sinto muito não poder tocar nesse assunto via coruja, é arriscado.
E claro, iremos nos ver no Expresso.

Virgínia Weasley


Amarrei a carta na pata de Flash e ele alçou vôo.

Fiquei olhando ele voar na direção do horizonte. Quanto tempo fiquei lá não sei ao certo, mas quando me dei conta eu estava olhando para o nada. O pontinho negro que era a coruja já tinha se perdido no céu.

Como eu gostaria de ter asas, e poder alçar vôo quando bem entendesse.
Fugir dos problemas, e recomeçar em outro lugar.

O tempo voltou a passar com a rapidez de uma lesma.

Na última semana de férias mandei um bilhete para Draco, só para perguntar se estava bem.

Mas na hora que Pich abriu as asas para voar Ronald abriu a porta com violência e viu a coruja.

- Para onde ela vai? – questionou indicando a coruja com a cabeça.

- Não te interessa.

- Lógico que interessa, da última vez que você se meteu com coisas secretas quase foi morta por Tom Riddle.

Como ele ousa falar assim da memória de Tom? Quem ele pensa que é? D
De repente um ódio tomou conta de mim, sentia o sangue subindo nas minhas têmporas e nas pontas dos meus dedos. O vidro da janela a trás de mim estorou. Ronald se assustou, mas eu não estou nem aí pra ele. Deve ser a tal magia involuntária.

- Como você ousa falar sobre Tom desse jeito? É um insulto à sua memória! Saia do meu quarto! Agora! – Ronald estava com os olhos arregalados.

- Não irei sair até que você me conte para onde vai a coruja.

- SAIA AGORA DO MEU QUARTO! – uma bailarina de vidro que habitava minha mesa de cabeceira se despedaçou, seus cacos voaram pelo quarto e um deles machucou Ronald no rosto.

Entrou um vento muito forte pela janela, meus cabelos começaram a balançar. Estou com muita raiva e ódio desse garoto. A Família Weasley subiu em peso para o quarto guiado pela gritaria e pelo barulho das explosões. Metade da família se concentrou no machucado de Ronald, a outra metade se concentrou em mim, infelizmente.

- Há algo errado com você Ginny! E nós vamos descobrir! – minha mãe berrava histérica. Enquanto ela gritava mais objetos iam explodindo no meu quarto.

- Saiam daqui! Agora! – eu estava começando a ficar perturbada. Era muito criança para me controlar.

Eles se amedrontaram. Meu pai mandou que todos deixassem o quarto para que eu pudesse ficar sozinha. E eles me deixaram, resmungando, mas deixaram.

A coruja já havia partido, e eu nem tinha percebido. Estou com medo de mim mesma, o que está acontecendo comigo? Não estou conseguindo me controlar. Eu sentei em minha cama, encolhida, com os braços abraçando os joelhos e olhei para o quarto semidestruído. E tentando entender o que se passava comigo fui me esparramando vagarosamente pela cama. Meus agitados pensamentos me deixaram num torpor que acabei adormecendo ali mesmo, em meios aos destroços de meu quarto.

Acordei com a lua brilhando no céu escuro, o vento balançava freneticamente a cortina da janela de vidros estilhaçados. Eu não me importo mais com isso tudo, só queria pensar. Logo me veio uma teoria: depois de tanto trocar energias com Tom, com sua morte fui favorecida e seus poderes foram transferidos pra mim. Eu devo estar no mínimo três ou quatro vezes mais poderosa que qualquer criança da minha idade. Mas eu não sei me controlar, precisava aprender. E será agora.

Primeiro olhei ao redor, precisava organizar o espaço. Arrumei a colcha da cama que, com o vento, tinha caído no chão. Levantei alguns objetos caídos.

E nas minhas tentativas de mandar cartas decentes para Draco tinha vários rascunhos amassados no chão. Guardei-os também. Mas e os vidros? Não posso usar magia. Minha janela vai ter que ficar assim, juntei os cacos da bailarina e da janela e joguei no lixo do banheiro.

Pronto, estava aceitável.
Teria que começar com algo bem fácil. Peguei uma pena de dentro da gaveta e sentei-me no chão, bem no meio do quarto. Concentrei-me. Queria aquela pena no ar. Abri o olho direito bem devagar e surpresa: a pena tinha levitado um centímetro e meio, mas tinha saído do chão.
Fiquei muito animada. Já era um começo.

Fiquei horas treinando com uma série de objetos pequenos e leves. Tive algumas evoluções. Mas essa história de magia involuntária estava se tornando mais difícil do que eu imaginava.

Preferi parar por ali, em Hogwarts treinaria mais. Pois se os avanços continuarem no mesmo ritmo já já estaria com uma carta do Ministério da Magia nas mãos.

Mesmo tendo dormido um pouco, eu me encontrava bastante cansada. Pensar no banho que eu estava merecendo me deixou animada. Andei devagar em direção ao banheiro, abri a torneira de água quente da banheira.

E esperei. Com sono, abaixei a cabeça e olhei as mãos. Eu tinha conseguido me machucar, que retardada. Deve ter sido na hora da explosão da janela. Não era um corte muito fundo, mas era grande. Ele passava bem no meio da minha linha da vida, o corte a interrompia. Mas continuava firme do outro lado.

Fui até a pia lavar a mão. Mirar o espelho me dava náuseas. Aqueles cabelos que eu tanto odiava contrastavam terrivelmente com minha pele muito clara, e minhas olheiras fundas e escuras. Dava-me um ar horrível, parecia uma morta. Onde estava aquela Ginny que eu conhecia? O que havia acontecido? Porque tudo tinha mudado? Porque eu gostava dessa mudança? Porque todos se incomodavam com minha felicidade? Pra mim estava tudo muito bem. Eu apenas queria sair dali, me mudar de casa, de cidade, de país.

E deixar Draco?

Não, eu tinha de permanecer aqui. Ser forte. Eu já não havia lutado tanto para que todos percebessem que eu sou forte e que posso me cuidar sozinha? Permanecer ali seria apenas um obstáculo, facilmente contornável.

Notar que a banheira já estava transbordando foi um pouco demorado demais, a água já escorria pelo chão, só notei quando senti meus pés molhados. Desliguei depressa a torneira, despi-me e entrei na água quente e reconfortante. O mundo ao redor podia cair, eu não ia sair dali por nada.

Fiquei lá por horas, as espumas desapareceram, a água se tornava gradativamente fria. E eu ali. Até criar coragem de levantar, a banheira já tinha esvaziado. Não tinha mais porque eu ficar lá dentro. Sequei-me, e coloquei um pijama quente.

Olhar pela janela me dava vontade de andar, peguei uma capa e coloquei sobre os ombros. Calcei sapatos fechados e desci as escadas, o mais silenciosamente possível. O que era a mesma coisa de descer correndo, pois aquelas escadas velhas e destruídas rangiam a cada passo. Torturante.

Estavam todos dormindo, eu escutava os roncos de Ronald da cozinha. Abri a porta que levava para fora e sai silenciosamente para os gramados.

A lua brilhava e dava brilho na grama molhada de sereno. Andei em direção ao bosque atrás da minha casa, não tinha medo. Lá dentro não havia nada que pudesse me assustar. O bosque estava escuro, pois a copa das árvores tapava a entrada de luz, e silencioso.

Seguir por uma trilha dentro de um bosque escuro no meio da noite acabou se tornando um pouco mais difícil do que o planejado. Mas continuei indo em frente. Sabia da existência de um pequeno lago em algum lugar no meio do bosque.

Andei por horas, ou pelo menos é o que pareceu para mim, até achar o lago. Sentei na beira e parei pra pensar. Pensar no que eu tinha feito, nos meus objetivos, no que eu tinha me tornado. Deitei e olhei para cima.

Era uma clareira, e bem no meio estava o lago, liso e prateado. O lago era extenso, não tanto quanto o de Hogwarts, mas era grande. Eu nunca tinha ido até ali, não conhecia os perigos e segredos que aquelas águas frias guardavam. Nem queria descobrir.

Peguei uma pequena pedra e levitei-a. Estava ficando boa nisso. Bom, pelo menos com pequenas coisas eu estava bem familiarizada. Estava louca de vontade de voltar para Hogwarts para que pudesse explorar meus poderes.
De que mais eu seria capaz? Não sabia dizer.

Pensar em Hogwarts me lembrava Draco, meu lindo loirinho. Estava com tantas saudades dele. De seus gestos, até de seus olhares de censura. De seu sorriso enviesado, de seus olhos acinzentados e perfeitos, que quando olhava bem fundo nos meus olhos me arrepiava. Como se pudesse enxergar dentro de mim, até minha alma. Não tinha ninguém como Draco, e ninguém me conhecia tão bem como ele.

Eu precisava relaxar, faltava menos de uma semana.

___

N/A: espero que gostem :D
beijoo :*
COMENTEM Õ/

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