Hipóteses



Harry e Rony se entreolharam na esperança de ouvir o que Hermione tinha a dizer. Sentindo que o silêncio da garota continuava de pé, Rony a sacudiu impaciente.


- Quer nos contar o que descobriu?


- Ai Rony, calma! - falou Mione demonstrando-se surpresa com a atitude repentina do amigo.


- Mione, o que você sabe? - questionou Harry .


- Não muita coisa - respondeu pensativa - Acho que... Já vi alguma figura semelhante a este colar em algum livro. Mas tem alguns aspectos diferentes...


- Qual o seu palpite? - perguntou Harry ansioso.


- Que este colar seja um tipo de Mocho.


- E a srta Sabe-Tudo pretende nos contar o que é um...?


- Um Mocho, meu caro amigo Ronald, é um tipo de amuleto egípcio! Francamente, você não aprendeu nada na sua viagem ao Egito?


- Não sou obrigado a subir meu nível de inteligência até o seu Mione - provocou Rony sarcasticamente.


- Vamos parar a discussão...


- Muito bem, Harry! Em respeito à nossa amizade vou parar, porque se fosse por mim eu enfeitiçava esse seu amigo grosseiro.


- Não teria problemas em duelar com você - revidou Rony tirando a varinha do bolso das vestes.


- Continuando Harry - retomou Mione ignorando as últimas palavras de Rony - É o mais provável, já que Moody relacionou os bruxos egípcios com os Black. Mas tem algumas coisas sem ligação.


- O que, por exemplo?


- As peças de que é constituído o colar. Os egípcios faziam amuletos, mas não com pérolas encravadas ou qualquer outra coisa valiosa. Geralmente usavam peças relacionadas a animais...


- Não entendi aonde quer chegar, Mione.


- E não vai saber Harry, ela enrola, enrola e no final não diz nada - disse Rony brincando com a varinha entre os dedos.


- Quer calar a boca, Rony? Estou tentando me concentrar - enraivou-se Hermione deixando Rony e até Harry sem palavras - Sirius uma vez nos contou que a família dele era muito ligada à arte das trevas e derivados.


- Sim...


- Então é mais um motivo para este colar ser um Mocho. Apesar de pertencer à escuridão, atua como protetor de energias negativas.


- Seria um colar especial, é isso? - arriscou Harry.


- Acredito que sim. Tem algo nele que o diferencia dos outros. E nenhum Mocho tem um encaixe ou algo parecido. Talvez seja isso.


- Você quer dizer que esse colar de Harry é um amuleto e algo mais?


- Mais ou menos isso Rony. Mais uma prova de que Dumbledore não entregou isso a Harry como uma simples lembrança de Sirius.


- Será que a tal peça que falta no colar esteja no lugar que Moody achou a caixa? - indagou Rony.


- Acredito que não, Olho-Tonto pegaria qualquer coisa que estivesse no tal cubículo.


- Harry tem razão. Aquele olho dele ajudaria bastante a localizar a peça que falta. Mas não custa nada revistar o lugar, isso se o acharmos.


- Não sem mim Mione - falou Harry sério.


- Estou com o Harry - disse Rony esboçando um sorriso.


- Então façam as pazes!


- Eu falei que estou com você Harry, não citei o nome da srta. Sabe-Tudo em nenhum momento - falou Rony secamente.


- Ótimo ouvir isso, poupa-me as palavras - devolveu Mione.


Harry mais uma vez tentou convence-los a fazer as pazes, mas em nada resultou. Apesar de estarem discutindo as possibilidades da origem e dos poderes do colar de Harry, Rony e Hermione se ignoraram todo o tempo.
A madrugada chegou e com ela, os garotos se deixaram levar pelo cansaço, acertados que, assim que chegassem em Hogwarts, começariam as pesquisas.


Hermione voltou ao seu quarto, que dividia com Gina ,já dormindo. Harry e Rony se trocaram para dormir finalizando assim os últimos diálogos da noite.


- Você não acha que devemos perguntar a Dumbledore, cara? Seria o caminho mais curto para uma resposta...


- Não Rony. Ele não responderia - falou Harry deitando na cama olhando pro teto.


- Então a biblioteca é mesmo o único jeito.


- Espero que Madame Pince não estranhe nossa presença contínua.


- Talvez Dumbledore a coloque pra nos espiar.- disse Rony com simplicidade puxando o lençol pra dormir - Boa noite Harry.


- Boa noite - falou Harry virando pro lado e tentando fazer o mesmo que Rony, adormecer.


Harry estava completamente esquecido que, estava completando seus exatos 16 anos. Com uma ponta de consciência de que posto a tantas provas, poderia ser considerado por muitos, um bruxo adulto. E que mais desafios estariam o esperando, já que possuía habilidades espetaculares e por ser considerado o único a sobreviver a mais proibida das magias, executada por Aquele que todos temem.

E que naquele momento, estava a mais de 300 léguas dali.


***


O abrigo estava escuro e úmido. Para os estranhos, poderia parecer tenebroso, mas para aquelas três sombras alojadas na obscuridade do lugar, era um esconderijo perfeito.


- Como vão ser as etapas do plano Milorde? - perguntou uma voz feminina cortando o silêncio antes estabelecido.


- Muito simples Bella - respondeu uma voz mais grossa com um tom macabro - Desta vez não há escapatória, triunfarei sobre qualquer um que se colocar em meu caminho.


- Quando começamos? - continuou Bellatriz esperando as instruções do seu mestre.


- Temos que esperar o sinal dos McCovers.


- Eles não são de confiança, Milorde! Foram interrogados pelo Ministério e alegaram estarem controlados pelo senhor!


- De certa forma. Mas os McCovers tem uma importância significativa já que estão preparados para a invasão no Cairo, no entanto, eles sabem da dívida que tem com o seu mestre. Não foram fiéis à caveira. Acertarei as contas depois que tudo sair como planejei - Voldemort gargalhou maleficamente - Enquanto isso Bella, voltemos à complementação do plano daqui, igualmente importante.


Uma sombra permanecia calada no cômodo. Esta pertencia a Rabicho. Sua mão metálica exibia o único brilho do ambiente, empobrecido pela falta de janelas e resumido em um só cômodo.


- Pettigrew - resmungou Voldemort, mas não obteve resposta.


- Crucius - falou Bellatriz observando Rabicho acordar urrando de dor.


- Perdão Milorde - suplicou com os olhos em lágrimas se contorcendo.


Bellatriz o fitou com desdém sentindo o gosto do seu sofrimento e parou ao sinal do mestre.


- Pettigrew - recomeçou Voldemort - preparou a emboscada?


- Sim Milorde - choramingou Rabicho à um canto longe de Bellatriz. Recompondo-se continuou - Eles terão uma grande surpresa!


- E a missão de Azkaban? - perguntou Bellatriz interessada.


- Já instruí Malfoy como o mestre ordenou.


- Excelente Pettigrew.


***


Harry acordou com uma imensa dor na cicatriz. "Ele está feliz" pensou pressionando o lugar com certa força. Não tinha idéia do que Voldemort estava tramando, mas precisava comunicar aos membros da Ordem, já que nada semelhante com a cicatriz aconteceu nessas férias.

Tentou levantar para ir ao banheiro, mas foi impedido pela montanha de presentes ao pé da sua cama. Olhou curioso até lembrar que era seu aniversário.


Rony ainda dormia. Sabia que não conseguiria voltar a dormir, então tentando seguir as hipóteses da noite anterior, Harry resolveu revistar a casa dos Black em busca do lugar que Moody descrevera. Talvez a peça que estava faltando para o Mocho se encontrasse ali. Ou pelo menos uma pista do que poderia ser. Percebeu o quão cedo era. A casa estava em silêncio absoluto. Levantou-se desviando dos presentes com cuidado para não acordar o amigo e saiu do quarto. Harry fechou a porta sem bater antes de percorrer os corredores que interligavam os cômodos da casa, revistando quadro a quadro.


Exausto da investigação sem sucesso, sentou em uma das poltronas da sala. Algo o levou às lembranças da noite anterior e perguntou-se onde estava Duda. Certeza tinha que não estaria petrificado quando acordasse, mas gostaria de saber o que Lupin fizera com o primo. Encostou a cabeça aconchegando-se no recosto da poltrona.


Harry estava quase cochilando quando uma sombra gorda aproximou-se devagar. Levantou num salto com a varinha em punho caso ele tentasse algo.


- Não se preocupe - falou Duda sentando na poltrona antes ocupada por Harry - não vou me descontrolar como na noite passada, primo.


- E por que não o faria? - perguntou Harry desconfiado.


- Quero conversar. Só você pode tirar minhas dúvidas - respondeu Duda secamente.


- Tentarei responder o necessário-falou Harry baixando a varinha, mas sem perder a guarda, continuando de pé.


- Desde que cheguei neste... neste lugar, me perguntei o porque de estar aqui.


- É simples. Seus pais morreram, Duda, você não tinha pra onde ir. Dumbledore logo o trouxe pra cá quando soube do incidente.


- Quem é esse Dumb..?


- O bruxo mais poderoso do mundo -respondeu Harry com simplicidade.


- Ele sabe da existência de minha tia Guida?


- Claro que sim, mas... - Harry agora se tocou. Tia Guida ainda estava viva.


- Minha tia Guida me adora - sorriu Duda malicioso - cuidaria de mim pelo resto da vida se fosse preciso.Então a primeira coisa que eu quero saber é porque não fui pra casa dela.


- Não tenho como responder essa pergunta - respondeu Harry hesitante - O mais provável é que Dumbledore considere aqui mais seguro.


- Que diferença faria pra este... bruxo, se eu estivesse vivo ou não?


- N-não tenho idéia, Duda.


Duda o encarou demoradamente, Harry sustentou o olhar do primo sem piscar. Então uma questão que o artomentava desde o comportamento violento de Duda o fez perguntar:


- Hum... O que fizeram com você quando voltou ao normal?


- O que fizeram? Pensei que iam me matar. Não sei o que essa sua gente é capaz de fazer - Harry o observou de boca aberta. A cada ano que passava parecia-se mais com o pai - Seus amigos me conduziram para um dos quartos dessa casa. Lembro que falaram algo relacionado com esquecimento. Eles me deram algo para beber e eu não me recordo mais de nada.


- O.k. Mais alguma pergunta?


- Sim, a que mais me persegue. Você sabe... O motivo da morte de meus pais?


Harry mordeu os lábios. Não poderia dizer que era o real motivo da morte de seus tios. Pelo menos naquele momento, Duda não entenderia. Só restava a ele falar do assassino.


- Fale Harry, por favor! - Duda se levantou dum salto e empurrou Harry na parede impedindo-o de fugir.


- Calma Duda, eu vou falar!


- Fale a verdade! - pressionou Duda.


- Er... Tenho certeza que você já ouviu falar em Voldemort.


- Sim, lembro-me das discussões entre papai e mamãe lá em casa por causa dele.


- Tia Petúnia o temia muito...


- Ele matou seus pais não foi?


- Voldemort e mais um bando de seguidores - falou com amargura - Bem, foram eles que... que mataram seus pais.


Harry observou Duda parar afrouxando os braços, deduzindo o choque que o primo levara. Só não entendia o motivo de tanta surpresa. Permaneceu calado esperando qualquer reação, mas a única foi o primo subir as escadas em direção a um dos quartos em silêncio. Harry desabou na poltrona pressionando os dedos contra os cabelos.


- Não se culpe, Harry...


- Mione?


Sentiu a garota afagar seus cabelos com carinho por detrás da poltrona.


- Sei que é difícil pra você. Desculpe estar...Hum... Ouvindo sua conversa.


- Sem problemas, afinal você é minha conselheira - Harry tentou um sorriso, mas sem muito sucesso.


- Não fique assim, Harry. Você sabia que um dia seria perguntado pela morte de seus tios.


- Eu só não esperava ser tão cedo. De alguma forma ainda me sinto culpado e...


- Não começa a falar suas besteiras! Você sabe que não foi sua culpa! Só quero saber o que se passa pela cabeça de Dumbledore...


- Hum? - Harry levantou a cabeça focalizando Hermione pensativa.


- Primeiro em relação aquele colar. E segundo o porque de seu primo não ter ido pra casa de sua tia...


- Não é a única que quer descobrir isso - falou Harry sem emoção.


- Aliás, Harry, o que faz acordado tão cedo?


- Senti uma fisgada na cicatriz... Voldemort...


- O que tem ele Harry? -falou Mione mais séria - Você tem que comunicar logo aos membros da Ord...


- Pensei nisso quando acordei, Mione. Mas encontrei a casa em silêncio e resolvi descer pra esfriar a cabeça - mentiu Harry.


Mione o encarou por algum tempo desconfiada.


- E quanto a você? -perguntou Harry - O que a fez ficar de pé uma hora dessas da manhã?


- O mesmo motivo que o seu.


- E o que aconteceu com a srta para esfriar a cabeça?


- Não Harry, estou falando de revistar os quadros.


Harry a olhou timidamente.


- Não convivi com você todo esse tempo sem aprender alguma coisa - sorriu irônica - Então, como está Voldemort?


- Feliz eu acho. Algo deve estar saindo como ele planejou. Estou meio com medo em relação a isso, foi a primeira vez nessas férias que minha cicatriz ardeu.


- Veremos o que ele anda tramando... Provavelmente sairá no Profeta.


Passado o tempo conversando, logo a casa começou a ficar barulhenta. Harry resolveu subir para finalmente abrir os presentes um por um. Ganhou bombons sem açúcar da sra.Weasley, bolos caseiros de Hagrid junto a um cartão postal mágico onde ele aparentava estar em algum lugar bem quente, de Lupin mais um livro para as aulas da AD, um detector de inimigos de Moody, de Hermione um chaveiro de uma vassoura revestida à ouro escrito Harry Potter no cabo e de Rony, surpreendentemente um livro. Harry abriu o pacote com interesse e riu ao ver o título, Como jogar xadrez .


- Mamãe contou que umas 50 pessoas estarão aqui à noite para sua festa, Harry - comentou Rony de boca cheia à mesa do café. Quando Harry desceu, encontrou uma faixa o parabenizando na porta da cozinha.


- Rony, era uma surpresa! - falou Gina zangada.


- Oh, Gin..ny.. des..culpe - respondeu Rony colocando um pedaço de pão com geléia na boca.


- Rony quer esvaziar sua bendita boca antes de falar, por favor? Que nojento - reclamou Hermione.


- E desde quando eu faço o que você fala?


Harry não participava muito da conversa. Deveria estar feliz por estar passando o aniversário com os amigos, mas só prestava atenção à Duda num canto mais afastado da mesa comendo desconfiado o sanduíche preparado pela sra.Weasley. Fred e Jorge aparataram na cozinha.


- Harry! Parabéns! - falou Jorge feliz indo abraçar o garoto.


- Está ficando velho hein? - brincou Fred que estava com uma sacola na mão - Seu presente!


- Er... Não precisava - disse Harry surpreso pegando a sacola.


- Abra! - neste momento todos prestavam atenção em Fred, Jorge e Harry.


Harry abriu a sacola e encontrou vários produtos das Gemialidades Weasley. Dentre eles um objeto parecendo uma câmera filmadora.


- É uma imitação da câmera trouxa! Mas nós alteramos algumas coisas. Olha aqui - falou Jorge pegando a varinha - Filme!


A câmera começou a flutuar das mãos de Harry focalizando todos presentes na cozinha. Passado alguns segundos uma tela se matearilizou com a imagem filmada.


- Uau! - começou Rony - Também quero uma dessas Fred!


- 50 galeões irmãozinho!


- Muito obrigado mesmo!- falou Harry antes de ver a tela sumir e a câmera voltar a suas mãos.


- Não há de quê sócio! - falou Jorge feliz - Aliás, aquele é seu priminho não é? - sussurrou com malícia.


- É sim.


- Ele comeu uma baleia? - perguntou Fred medindo Duda


- Vamos dar as boas vindas a ele Fred?


- Com toda certeza! -respondeu Fred a Jorge com os olhos brilhando - Até mais Harry.


Harry observou Fred e Jorge caminhando em direção a Duda, mas foi interrompido por Hermione.


- Harry?


- Oi? - falou desviando o olhar para Hermione.


- Ouviu o que eu falei? O Profeta chegou.


- Desculpe estava distraído. E aí, alguma coisa com Voldemort no meio?




( n/a: desculpem a demora! Meu pc pifou e n deu pra postar o capt antes dele consertar >.< espero que me perdoem bjos)

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