Ataque ao Ministério



Hermione folheou o Profeta, parando em uma das páginas internas. Levantou os olhos para Rony e se virou para Harry com ar preocupado.


- Veja você mesmo, Harry - falou entregando o jornal a Harry e o esperando ler.


Harry leu muito rápido atormentando-se um pouco com a reportagem. .


- Então é esse o motivo da felicidade dele? - perguntou mais para si do que para os amigos.


- É o que parece - assentiu Hermione.


- Do que vocês estão falando? - perguntou Rony num tom distraído.


- Minha cicatriz incomodou hoje cedo e eu senti que Voldemort está feliz - falou Harry sem preocupações com a reação do amigo.


Rony arrancou o jornal das mãos de Harry arregalando os olhos com a reportagem.


Tragédia em Oxford


Na madrugada deste Sábado, foi presenciado em Oxford um ataque em massa de Dementadores. Segundo um porta-voz do Ministério, estes estavam comandados por Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado e para o ministro, estão sendo considerados inimigos a partir de agora. Aproximadamente 800 trouxas morreram e 200 ficaram feridos, tentando fugir do ataque repentino. Os aurores já estão à caça dos Dementadores.


O ministro da magia, Cornélio Fudge, estará em reunião com representantes das Forças Mágicas de Segurança na tarde deste Domingo, para decidir como será formada a nova guarda de Azkaban, que registrou a fulga de 373 prisioneiros, dentre eles os comensais capturados no ano anterior. O mais provável será a guarda com dragões, mas nada está certo. O governo trouxa também foi alertado sobre o perigo.



- Uau! O Ministério deve estar um caos!- exclamou Rony surpreso.


- Concordo - falou Mione - Se este ataque está acontecendo agora, deve ser para deixar os departamentos de pernas pro ar!


- Pra mim o Fudge está colhendo o que plantou.


- Como assim, Harry?


- Lembro-me que, antes de voltarmos a Hogwarts, Dumbledore alertou o Fudge sobre os Dementadores. Dumbledore nunca gostou muito deles e vocês sabem disso, talvez temesse que algo parecido acontecesse. Queria saber o porque de Voldemort usar os Dementadores agora.


- Espere aí, Harry! Na notícia diz que os aurores já estão caçando os Dementadores. Quer dizer que Voldemort pode estar fazendo isso para cobrir seu verdadeiro objetivo e distrair os aurores não acha?


- Sempre inteligente srta Granger - resmungou Moody por trás dos garotos surpreendendo os mesmos - Nunca esperamos um ataque de Dementadores num momento como este, então estranhamos. Mas como você, Lupin chegou à mesma conclusão.


Hermione corou de leve.


- Mas jovem Potter - continuou Moody - sua cicatriz voltou a incomodar correto?


- Sim, senhor - respondeu Harry.


- Eis aqui uma prova de que Voldemort deve estar preparando uma grande para nós...


Harry, Rony e Hermione se entreolharam com a colocação de Moody e se levantaram para sair da cozinha.


- Ei! - gritou Gina - O que está acontecendo aqui afinal?


- Vamos te explicar, Gina. Venha conosco - falou Harry.


***


- Brilhante Lúcio - elogiou um corpanzudo comensal - O mestre ficará muito satisfeito com o trabalho.


- Obrigado, Macnair. Onde está Avery? Estamos atrasados!


- Ele já está lá.


- Então vamos andando - falou Lúcio Malfoy desaparatando.


O ar estava úmido e pesado. Avery já esperava por Malfoy e Macnair entre os túmulos dum antigo cemitério. Ele parecia tenso e se dirigiu hesitante para os colegas:


- Onde vocês estavam? Logo nosso Lorde chegará. Sigam-me.


Malfoy e Macnair só assentiram e andaram rápido seguindo Avery cemitério adentro. O lugar parecia deserto, ao fim do caminho de terra contornado pelas lápides de pedra com aparência antiga, se encontrava um portão que dava para um pequeno morro. Sem dar uma palavra, Avery o abriu e começou a subir o morro por uma deformada trilha, parando numa pequena cratera e tirando a varinha das vestes.


- Atirem fagulhas vermelhas - falou sendo o primeiro a faze-lo.


Malfoy e Macnair imitaram os gestos e logo receberam uma resposta com fagulhas verdes. Avery pediu para se apressarem e continuaram subindo o morro até chegarem no topo um pouco mais plano. Vários Comensais da Morte se encontravam ali, dentre eles, os companheiros fugitivos de Azkaban.


- Belo trabalho - sussurrou um Comensal por debaixo da máscara para Lúcio Malfoy.


- Obrigado! Mas em nada resultaria se os Dementadores não tivessem aquela natureza - respondeu Malfoy rindo pomposamente por debaixo da máscara.


Logo três estampidos ecoaram no local deixando os Comensais um pouco nervosos.


- Mais uma vez reunidos, meus comensais! - falou Voldemort tomando a frente das duas sombras que o protegiam, se aproximando do burburinho formado por eles.


- Meu amo, ó meu amo, estamos aqui por fidelidade! - falou um dos Comensais se ajoelhando para beijar a ponta das vestes de Voldemort quando o viu.


- Espero que sim, Jugson - respondeu Voldemort frio - Desta vez, não admito falhas. Já basta! Quem não fizer tudo como eu tracejar será punido com a morte.


Os Comensais se mexeram inquietos se entreolhando por debaixo da máscara.


- Contudo - continuou Voldemort com os olhos vermelhos em faíscas - Quem o fizer, receberá créditos pelo trabalho. Como Pettigrew o fez, apesar de ser um imprestável. Graças a ele, consegui um corpo novamente e olha o que ele ganhou.


Os Comensais olharam para uma das sombras que surgiram junto a Voldemort. Rabicho estava um pouco trêmulo sob o olhar de inveja dos colegas, mas exibiu a mão metálica com orgulho.


- Acredito que este momento não será esquecido meu mestre - iniciou Malfoy um pouco hesitante.


Voldemort o analisou por um silencioso tempo e falou:


- Jamais, Lúcio! O Ministério não conseguirá abafar o caso - Malfoy se aliviou com a resposta de Voldemort - Excelente trabalho. Convenceu os Dementadores a se livrarem das mãos pouco eficientes de Cornélio Fudge.


- Obrigado meu amo, estou a disposição para qualquer coisa - falou Malfoy se curvando.


- Crabbe e Goyle... - falou se virando para os comensais mais desengonçados ali presentes - Estarão responsáveis pelas espionagens em Hogwarts junto a Lúcio.


Crabbe e Goyle assentiram com a cabeça.


- Meu filho Draco ficará orgulhoso em prestar seus serviços, mestre.


- Excelente. Assim todos deveriam se portar, principalmente quando estive em momentos de trevas.


Os comensais se agitaram inquietos com a colocação de Voldemort.


- O que faremos agora, meu amo? - perguntou Avery.


- Eu assumo o comando a partir daqui - falou Bellatriz que passava despercebida até então, saindo detrás de Voldemort.


- Por que a Black? - perguntou Malfoy com desdém.


- Estou disposta a dar minha vida por esta missão, Lúcio. E me chame de Lestrange - falou Bellatriz secamente- À noite com o Ministério longe de testemunhas, poderemos ficar mais a vontade para a execução do plano.


- É um ataque ao Ministério, correto? Ninguém conhece melhor o Ministério do que eu - cutucou Malfoy sendo apoiado pelos outros.


- Bellatriz e Lúcio, sem discussões. Contanto que executem tudo com perfeição vocês decidem.


- Faremos o seguinte - começou Bellatriz desgostosa com a idéia de dividir os méritos com Lúcio Malfoy - Nos dividiremos em dois grupos para não alertar o inimigo. Um segue comigo para alcançar o objetivo e o outro com Malfoy para silenciar as poucas testemunhas do local.


- De acordo - falou Lúcio Malfoy pomposo.


- Quero à disposição de Malfoy - falou Voldemort - Você Avery, Dolohov, Jugson e Rookwood. Espero que vocês façam um bom trabalho.


- Bella - falou Voldemort se virando - Você já tem seu grupo formado. Está ciente do modo como vai ser o ataque? Rabicho explicou com perfeição?


- Sim, Milorde.


- Adapte ao grupo liderado por Lúcio.


Bellatriz confirmou com a cabeça.Voldemort caminhou até Rabicho que estava quieto até então.


- Avise aos Lowees e aos Grups que fiquem a postos no Cairo junto aos McCovers. Logo uma comissão partirá para lá.


- Sim, meu amo - falou Rabicho.


- Os McCovers devem estar impacientes, tanto que aceitaram que à parte daqui seja executada primeiro. Antes da invasão no Cairo preciso ter certeza de que a chave ainda exista.Bella não tem muita certeza e não podemos ficar no escuro...Siga-me Pettigrew.


Voldemort desaparatou e Rabicho o seguiu antes de dar um olhar desconfiado para os outros Comensais.


***


- Então é isso... Realmente é algo a questionar. Os membros da Ordem devem ficar bem atentos! - reconheceu Gina surpresa.


- Moody disse que Lupin chegou à mesma conclusão. Eles devem ter alguma carta na manga - falou Rony.


Hermione mordeu os lábios nervosa.


- O que foi Mione? - perguntou Harry observando a amiga.


- Meus pais... Será que eles estão bem?


- Se acalme, Dumbledore não os deixaria em perigo.


- Os trouxas devem estar malucos agora... - começou Rony - É impossível apagar a memória de todos eles! Além do mais, os Dementadores continuam soltos por aí.


- Desde o ano passado... O mundo dos bruxos e dos trouxas se interligou. Não tem como evitar, eles já perceberam nossa existência. O que pra nós é normal, para eles é estranho.


- Eu sei, Harry. Mas o que você quer dizer?


- Nós deveríamos abrir o jogo com os trouxas. Não adianta esconder algo que já vazou para muitos deles.


- Seria perigoso. Eles iriam depender de nós para sempre - falou Rony atormentando-se com a idéia - E o que fariam para ajudar na guerra? Só iriam entrar mais em pânico do que estão.


- Não acho justo eles serem vitima de algo que nem sabem que está acontecendo.


- Sinto muito, Harry, mas tenho que concordar com Rony - falou Hermione hesitante - Você sabe bem como os trouxas são e, apesar de estarem rodeados de tecnologia não iriam dispensar um serviço bruxo.


- O.k, se vocês preferem pensar dessa maneira...


- Ei Harry, você sabe que Dumbledore vai estar aqui à noite? - iniciou Gina tentando quebrar o clima.


- Vai, Gina? Tem certeza? - perguntou Harry mais animado. Agora poderia perguntar tudo que estava o atormentando para o bruxo.


- Claro, é seu aniversário, você acha que ele faltaria?


- Dumbledore é um bruxo ocupado... Achava que não viria.


- Disseram-me que ele contratou um conjunto para sua festa - falou Rony querendo participar da conversa.


- Um conjunto??? Onde eles vão tocar? - perguntou Harry ansioso.


- É mesmo Rony, não tem espaço nesta casa pra mais nada - falou Mione.


- Mamãe contou que eles vão arrumar a sala...


- Nem pra ser As Esquisitonas! - falou Gina sonhadora.


- Acho que vai ser As Bruxas do Além - disse Rony pensativo.


- Que conjunto é esse, Rony? - perguntou Gina.


- Está liderando as paradas de sucesso! Talvez Dumbledore ache que o Harry mereça algo melhor!


- Ninguém é melhor que As Esquisitonas!


- Hora Gina! Você está bem atrasada pra quem adorava ouvir música...


- Não começa, Rony! - falou Gina se aborrecendo.


- Não importa quem toque no meu aniversário... Parem de discutir! - falou Harry nervoso.


- Foi mal, cara - disse Rony encerrando o assunto antes de dar um olhar fulminante a Gina que retribuiu de forma igual.


A sra.Weasley foi até garotos com alguns sacos de lixo:


- Venham me ajudar na limpeza, por favor! Ah, você não querido - falou gentilmente para Harry que estava estendendo a mão para receber um dos sacos.


- Sra. Weasley, eu também quero ajudar.


- Eu sei querido, mas hoje é seu aniversário...


- Mas eu não vou ter nada pra fazer o dia todo!


- Se você insiste... Rony e Gina peguem os desinfetantes na área de serviço. Hermione querida, por favor, me ajude com as vassouras...


- Sim, senhora! - falou Hermione prontamente se levantando.


O dia passou assim. Os garotos desinfetaram e limparam a casa para a noite. Fred e Jorge aproveitaram para pegar as Fadas Mordentes restantes da última limpeza. Duda não ajudou em nada. Sofreu com os gêmeos que deixaram suas pernas bambas, de modo a se trancar no quarto o dia todo. Depois estes foram punidos pela sra.Weasley e obrigados a desfazer o feitiço.


Um pouco antes do pôr-do-sol, Gina e Hermione foram se arrumar.


- Para que tanta antecedência? Faltam umas 5 horas para começar a festa - falou Rony sentando-se no sofá.


- Não tente entender as mulheres, Rony - falou Harry irônico passando os olhos pela sala - Fizemos um bom trabalho, não?


- Com certeza, cara! Valeu a pena.


- Acho que vou tomar uma ducha - disse Harry se levantando.


Rony continuou ali na sala sentado. Harry foi tomar o tão esperado banho, depois do trabalho braçal do dia. Aproveitou para descansar um pouco antes de se arrumar para sua festa. A sra. Weasley pedira para vestir uma roupa mais formal esta noite, então vestiu-se elegantemente bem. Penteou os cabelos sem muito sucesso. Continuavam rebeldes arrepiando alguns fios e outros caindo pela testa.


Rony entrou no quarto para se arrumar umas 4 horas depois, quando Harry terminou de ajeitar a camisa.


- Vou descer, o.k?


- Tudo bem, cara, daqui a pouco eu estou indo - falou Rony entrando no banheiro.


Harry começou a descer as escadas quando ouviu o som da música chegar aos seus ouvidos. Ao pé da escada pôde ver a sombra dos convidados que chegavam e dos que já estavam presentes formando um burburinho. Continuou sua rota até chegar na sala, transformada numa pista de dança rodeada por mesinhas. Num canto, um bar estava a postos com faixas em homenagem a Harry.


- Arry!! - Mundungo veio cumprimenta-lo feliz para dar os parabéns.


Harry respondeu educadamente e foi caminhando pelo burburinho para falar com os convidados.


- Harry! Harry!! - era Neville. Estava trajando vestes pretas que o deixavam mais magro.


- Neville? - perguntou Harry surpreso.


- Já sei da Ordem a partir de agora! Sinto-me honrado em estar na sua festa! Parabéns! - falou Neville feliz.


- Obrigado! Er... Sua avó está participando da Ordem, não? - perguntou Harry aos sussurros.


- Sim, Harry. Dumbledore confia muito nela! Mas ela não quer abrir o jogo para mim sobre o que está acontecendo. Ultimamente anda preocupada.


- Você leu o Profeta de hoje?


- Ah... Sobre os Dementadores? Mas o que foi aquilo, Harry? Os trouxas estão malucos!


- E com razão - falou Harry num tom preocupado - Bem, a Ordem está trabalhando numa forma de descobrir as tramas de Voldemort. E esse ataque pegou todos de surpresa...


- Isso realmente será um problema! Ah, você já viu a Di-Lua?


- A Luna está aqui???


- Sim, ela estava te procurando!


- Então muita gente anda sabendo da Ordem... Neville, isso não é perigoso?


- Minha avó disse que Dumbledore está tentando selecionar o máximo de pessoas possível para ajudar... Mas só as de confiança, nada, além disso.


- É bom ter mais gente ajudando... A Ordem se tornará mais eficiente. Só fico atormentado caso alguém mude de lado...


Harry sentiu-se cutucado nas costas e quando virou deparou-se com Luna. Continuava com seu olhar sonhador, mas estava muito bonita com os cabelos presos num coque e um vestido prateado desenhando seu corpo.


- Olá Luna!


- Feliz aniversário - falou Luna dando um beijo na bochecha de Harry.
- Er.. Obrigado - falou encabulado.


- Muito bonita a arrumação da sua festa! - falou com os olhos em foco pro nada. Neville e Harry se entreolharam abafando uma gargalhada - Onde está a Gina?


- Ainda se arrumando eu acho.


- Não, não, olha ela ali! - Luna apontou para as escadas. Gina e Hermione estavam as descendo graciosamente. Gina com os cabelos ruivos brilhando num magnífico penteado medieval, com um longo vestido preto, seguida por Hermione, igualmente elegante, trajando vestes vermelhas.


Harry sentiu seu estômago revirar quando seus olhos encontraram os de Gina, mas ela logo desviou para falar com Luna surpresa com a presença da amiga. Mais bruxos começavam a encher a sala que estava incrivelmente grande; Harry desconfiou de alguma magia utilizada pelos membros da Ordem.


Rony ainda não tinha descido. O tempo foi passando, quando Dumbledore chegou. O bruxo estava com vestes na cor anil que combinavam com seus olhos brilhantes por detrás do oclinhos de meia lua. Sua longa barba estava aparentemente penteada, assim como seus cabelos prateados. Cumprimentou todos com elegância e se aproximou do aniversariante.


- Olá, Harry! - falou ainda contemplando o novo cenário da casa dos Black.


- Boa noite professor!


- Primeiramente gostaria de dar-lhe os parabéns, mas ao mesmo tempo gostaria de desculpar-me.


- Pelo que, professor? - perguntou Harry confuso.


- Não estava totalmente seguro para trazer uma banda para a sede...


- Compreendo...


- Mas em compensação pedi a Remo que lançasse um feitiço musical e parece estar funcionando bem... - falou Dumbledore dando uma piscadela.


- Estou muito satisfeito, professor. Muito obrigado pela consideração - respondeu Harry com sinceridade - Depois da festa... Posso lhe alugar um minuto?


- Claro, Harry.


Harry abriu um sorriso para Dumbledore que retribuiu antes de se juntar a uns bruxos que Harry não conhecia. Sem opção, se postou perto dos amigos, temendo um pouco qualquer reação acidental que viesse a ter em relação a Gina, que estava magnífica naquela noite.


- Estão se divertindo? - perguntou Harry aos amigos.


- Sim, Harry! - falou Neville animado.


- Harry, onde está o Rony? - perguntou Hermione.


- Ainda está no banho, ele subiu tarde Mione.


- Ei adoro essa música! Quer dançar Mione?


- Sinto muito Neville, não estou muito bem agora...


- Aceita, Luna?


- Claro!
Luna foi conduzida por Neville até a pista de dança onde começaram a dançar extravagantes por entre os convidados. Harry observou mais casais se juntando para dançar, dentre eles, Tonks e Lupin. Até Moody e a sra.Weasley arriscaram alguns passos. Harry olhou para Gina com o canto dos olhos e se surpreendeu com a iniciativa da garota.


- Quer dançar, Harry? - perguntou Gina o olhando nos olhos.


- Er... - Harry olhou pra Mione que iria ficar sozinha e recebeu uma resposta positiva por parte da garota - Vamos lá.
Harry segurou a mão de Gina e a puxou para a pista de dança. A música que antes era rápida ficou mais lenta e ao redor dos dois, os pares começavam a se aproximar mais uns dos outros. Harry fez o mesmo encorajado pelo olhar de Gina, sentindo o coração bater forte e a segurou pela cintura. Gina passou os braços pelo pescoço de Harry de modo a ficarem cara a cara.


Gina estava nas nuvens. Fechou os olhos e começou a alisar a nuca de Harry sem perceber. O garoto sentiu um aperto no peito encostando o rosto de lado no de Gina. Ela podia sentir sua respiração acelerada abafada pela música. Harry começou a relembrar os momentos de Gina no seu primeiro ano, como vítima de Voldemort. Que ele a salvou depois de vencer a lembrança de Tom Riddle com medo de que ela estivesse morta. Percebeu aí que deveria ser seu protetor e nada mais que isso.


- Não, não posso - murmurou baixinho, mas Gina pôde ouvir.


- O que, Harry? - perguntou abrindo os olhos.


- E-Eu...


- Escuta Harry... Não tenha medo, estou aqui pra te ouvir - falou Gina de um modo incrivelmente sedutor.


- Não sei se consigo... Gina, não consigo mais me segurar, desde que a vi descendo aquelas escadas. Tudo que está na minha cabeça me tomou como uma avalanche e... e você... - parou Harry hesitante com os olhos mostrando ternura. Começou a alisar o rosto de Gina com as costas da mão e a ajeitar seus cabelos ruivos, os colocando para trás da orelha com carinho.


- Hum? - encorajou Gina surpresa.


Os dois nem pareciam estar na pista de dança. Uma nova e agitada música começou e a única coisa em que prestavam atenção era um no outro.


- Não sei porque estou fazendo isso... - falou Harry abaixando a cabeça - Penso em você, sonho com você, me preocupo com você...


- Harry... - Gina continuava surpresa.


***


- Devemos aparatar ao raio de 1 km da entrada? - perguntou Bellatriz desconfiada.


- Sim, será mais fácil passarmos despercebidos - respondeu Malfoy olhando para os companheiros - Entraremos pela entrada dos visitantes e vocês pela entrada principal, assim impediremos qualquer fuga por parte dos presentes.


- Está na hora. Tem certeza de que eles ainda estão lá?


- Convivi muito tempo com o ministro, sei a programação dele.


- Então vamos lá!
Vários estampidos foram ouvidos em um dos becos mergulhados na neblina de Londres. Já era tarde, a maioria dos trouxas já haviam se recolhido, o que facilitava a operação. Bellatriz liderou seu grupo até a entrada principal do Ministério, utilizada com normalidade pelos funcionários. Seguindo as instruções de Malfoy correu até o patamar de entrada onde estavam os elevadores.


- Muito bem, Morrie vasculhe o primeiro andar. Rickson o segundo e Tupson o terceiro. Fester e eu vamos até o gabinete do ministro. Se encontrarem o outro grupo depois da revista juntem-se a eles. Nos encontraremos aqui depois de uma hora.


Os companheiros de Bellatriz assentiram com a cabeça antes de correrem cada um para um dos elevadores do Ministério e descerem.


- Vamos andando, não temos tempo.


Bellatriz saiu andando apressada já com a varinha em punho. Queria os créditos de Voldemort de qualquer jeito e o conseguiria. Desceu pela escada de emergência com Fester em seu encalço.


--


Enquanto isso na sala do ministro:


- Então ministro, o que pretende fazer em relação aos Dementadores?


- Vai ser um problema, Weasley.


- Estarei o apoiando no que for preciso, ministro.


- Obrigado, Weasley! É sempre bom contar com você.


- Já está tarde, senhor. Quase todos os empregados já se foram. Não acha que devemos ir?


- Deixe-me arrumar esses papéis, meu jovem.


--


- Vamos Jugson! Se apresse! - gritou Malfoy olhando o cubículo dos aurores.


- Já estou aqui senhor!


- Alguém do seu lado?


- Não, todos já foram.


- Então temos que nos encontrar com Avery e Rookwood! Precisamos deste crédito, mais do que a Lestrange!


***


- Eu não sei como dizer isso Gina, aliás, não posso...


- Estou pronta para ouvir tudo que você tem a dizer. Eu cresci Harry, não sou mais aquela pirralha boba... - falou encarando Harry tentando faze-lo falar.


***


- Aqui Fester! Faça silêncio - sussurrou Bellatriz se escondendo atrás de uma das muitas paredes do Ministério para ouvir melhor.


- O que você quer que eu faça?


- Mate-o!... - respondeu Bellatriz o olhando e apontando para se esconder do outro lado do corredor.


- Muito bem Weasley, vamos! - falou o ministro saindo da sala.


Percy o seguiu. O Ministério estava num breu impressionante.


- Agora! - berrou Bellatriz para Fester do outro lado!
O Comensal surgiu na frente dos dois, pronto para murmurar as palavras, mas Percy foi mais rápido.


- ABAIXE-SE MINISTRO! - gritou pulando em cima de Cornélio Fudge desviando das fagulhas verdes que explodiram o chão assim que o tocaram. - CORRA! CORRA!


Percy puxou o ministro e desataram a correr, atravessando o mar de fagulhas vermelhas atiradas por Bellatriz.


- POR AQUI MINISTRO! - gritou indicando um estreito corredor que levava a um dos elevadores do Ministério. Cornélio Fudge estava tão surpreso com o ataque repentino que só obedeceu as ordens de Percy o seguindo pelo corredor e se jogando no elevador.


- NÃO OS DEIXEM FUGIR, FESTER! PELA ESCADA! - gritou Bellatriz tentando segui-los.


Percy e Fudge colocaram as varinhas em punho. Percy sabia que não deveria haver apenas dois Comensais da Morte no Ministério. Andaram cautelosos pelos corredores, tentando chegar à saída sem chamar atenção.


Percy ouviu passos do lado direito do corredor e empurrou o ministro para outro canto.


- Obrigado Weasley... Não sei o que vai nos acontecer daqui em diante, mas só me resta agradece-lo.


- Psss... é meu trabalho senhor. Agora faça silêncio - falou Percy apurando os ouvidos para qualquer movimento em falso. Estavam a poucos passos do elevador de saída. - Escuta ministro, agora você tem que correr entendeu? É a única maneira de sairmos daqui com vida. Precisamos chegar naquele elevador.


- O.k


- No 3 então... 1... 2...3!


Percy e o ministro desatarma a correr novamente e fagulhas começaram a surgir tentando atingi-los. O chão a sua volta explodia a cada feitiço desviado. Estavam perto do elevador.


- MAIS UM POUCO! - gritou Percy vendo o esforço visível de Cornélio Fudge, mas este caiu no meio do caminho.


- Ainda não! - falou Bellatriz com a varinha apontada para o ministro.


- O que vocês querem? - perguntou Percy tentando manter a calma.


- Crucio - falou Bellatriz fazendo Percy cair e se contorcer de dor.


- Mate o Fudge, Fester.


- Avada Kedavra


- NÃÃÃÃÃÃÃO! - gritou Percy tentando se colocar na frente do ministro, mas em vão. As últimas palavras de Cornélio Fudge foram uma simples exclamação de surpresa antes de arregalar os olhos e perder os sentidos.


- E quanto a você... - recomeçou Bellatriz maliciosa.


***


- O.k Gina, você venceu... - falou meio encabulado.


- Que bom Harry, então?! - perguntou Gina ansiosa.


- Gina, eu... - falou novamente alisando os cabelos ruivos da garota - Eu percebi que não gosto de você mais como amiga... Gina, você começou a se tornar algo mais especial pra mim...eu... eu te amo.


Aquelas última palavras deixaram a garota em choque, mas seu coração explodiu de felicidade.


- Nunca... Pensei ouvir essas palavras de você, Harry - falou começando a chorar silenciosamente.


- Gina me perdoe... Perdoe-me por tudo que já te fiz! Não foi minha intenção, eu precisava te proteger - sussurrou Harry só para Gina ouvir.


- Mas Harry...


- Olha Gina, nunca vai dar certo. Tenho medo... Que você seja alvo daquele maluco.


- Harry, você mesmo disse que ninguém tem como fugir da guerra. E eu sempre vou te apoiar Harry, independente disso. E sabe de uma coisa...? Eu te amo também, nunca o amei tanto.


- Obrigado, Gina - Harry a puxou para um beijo. A ânsia dos dois estava tão grande que nem perceberam os amigos os olhando. Suas faces foram se aproximando... Se aproximando...


- AAAAAH - berrou Harry colocando as mãos na cabeça caindo de bruços no chão.


Sua cicatriz estava preste a explodir. Sua vista se embaçou e ele vomitou sob o olhar assustado dos presentes. A sua última visão foi Dumbledore e Lupin correndo para socorre-lo e Hermione e Gina gritando.


(continua)

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