O Fiel Segredo dos Dursley



-E então, Harry, não vai me convidar pra entrar? – sorriu o ex professor de Defesa Contra Arte das Trevas
-Claro, claro, entre Professor – Harry mal cabia dentro de si de tanta felicidade.
-Dê cá um abraço em mim, Harry! Feliz Aniversário!

Sem prestar muita atenção, Harry abraçou aquele homem que sempre o tratara com grande respeito e como se fosse seu filho.

-Pronto – sorriu Lupin – Agora preciso ter uma conversa com os seus Tios.

Harry conduziu Remo pela casa até chegar a sala de estar, onde seus tios já estavam esperando com a maior cara de reprovação.

-Mais uma aberração dentro da minha casa! – explodiu Tio Walter – Quantos dos seus amigos estranhos vão vir aqui conversar com a gente? Já basta
aquele velhote ter vindo aqui me intimidar, agora esse aí também?

Harry sentiu a raiva subir pelo corpo, sacou a varinha e a apontou diretamente para o coração do tio.

-Não se atreva a ofender Dumbledore na minha frente! – gritava – Pode se arrepender por isso!

-Você não pode fazer magia fora daquela escola fajuta, moleque – dizia Tio Walter se exaltando – Não pode, ou então você é expulso daquela fábrica de aberrações.

-Posso fazer magia sim, Tio Walter – contra-atacou Harry - Já sou um adulto. Quer ver? Tarantallegra!

Tio Walter começou a dançar e a gritar no meio da sala. Não conseguia controlar suas pernas e Harry estava rindo verdadeiramente da cena. Por trás do rosto cavalar de Tia Petúnia, podia-se ver um sorriso bem leve, de quem está se divertindo com a cena, mas tem muito medo de admitir.

-Finite Encantatem! – gritou Lupin – Harry, você está louco? Não se descontrole assim! Não use magia com quem não tem capacidade para se defender!

-Eu só queria me divertir um pouco e....

-Não é hora para isso. Francamente, Harry...- nesse momento ele foi interrompido

-Olha aqui, seu anormal, eu tenho muita capacidade para me defender se eu quiser!

-Se eu digo que você não tem, é porque você não tem! – esbravejou Lupin – Agora precisamos conversar sobre a sua segurança!

Pronto. Chegaram ao assunto que Harry, de fato, queria conversar naquele momento. Por mais cruéis que os tios tenham sido com ele nesses 16 anos, eles não tinham lhe negado um lar. Por mais terríveis que tivessem sido, eles eram de longe, algo que ele poderia chamar de “Família”. O difícil seria convencer Walter Dursley que ele precisaria de magia para se proteger.

-Estou muito satisfeito com a minha segurança, se me permite dizer.
-Mas nós não estamos, Sr. Dursley – ralhou Lupin – Remo Lupin – e estendeu a mão, e por algum milagre, Walter a apertou

-Walter Dursley.

-Bom, como já sabem, hoje é o dia que Harry se torna um adulto no mundo mágico, e a proteção que, não só ele como vocês, tinham nessa casa se acabou. Vocês estão vulneráveis a qualquer ataque dos comensais ou do próprio Voldemort.

-Po-podemos ser atacados, Sr. Lupin? – pela primeira vez Petúnia Dursley falou

-Sim. Mas, por acaso, temos uma forma eficaz de impedir que isso aconteça.

-Como? – Harry o olhava com curiosidade

-Simples, Harry, usando o feitiço que torna a Ordem da Fênix impossível de ser encontrada a não ser que...

-O fiel segredo queira – completou

-Exatamente – percebendo a cara de desentendidos dos Dursley, ele começou a explicar – O que nós queremos utilizar aqui na sua casa não passa do Feitiço Fidellius que...

-Que diabos é esse feitiço? – interrompeu Tio Valter

-...impede que vocês sejam encontrados por bruxos, a não ser que o Fiel Segredo, que no caso vai ser o Harry, queira. Em outras palavras, vocês não precisarão se preocupar tanto com os Comensais da Morte porque eles não conseguirão encontrar a sua casa – disse ignorando a interrupção de Valter

-Mas esse não foi o feitiço que guardava a casa da minha irmã? – nesse momento os olhos dela se encontraram com Harry e ele teve certeza que ali corria o mesmo sangue que um dia correu em Lílian Evans

-Sim, foi. Mas o Fiel Segredo era um Comensal. Thiago e Lílian não sabiam, Dumbledore não sabia, ninguém poderia imaginar que Pedro fosse denunciar o paradeiro dos dois para Voldemort.

-Meus tios, talvez vocês não tenham noção da dimensão da guerra que o mundo mágico está enfrentando. Mas eles estão pegando os trouxas, ou seja, não bruxos, ou bruxos mestiços sem piedade nenhuma. E pode ter certeza que eles sabem que vocês são meus tios e pegarão vocês. Espero que confiem, pelo menos uma vez, na nossa magia – desabafou Harry

-Eu não aceito de jeito...-começou Valter

-Nós aceitamos sim, Harry! – Petúnia olhou severamente para o marido – Você não percebeu, Valter? Vão nos matar!

-Tudo bem, mas faça isso sem que os visinhos vejam.

Lupin começou a andar pela casa, andou pelo quintal e achou, atrás das begônias de Tia Petúnia, um lugar para que se iniciasse o ritual para que o feitiço desse certo.

-Harry, vá lá dentro, chame seus tios e venha. Rápido!

Ele obedeceu mais que urgentemente, trouxe os tios e Duda, fizeram um circulo e esperaram. Harry e Lupin apontavam suas varinhas diretamente para os Dursley, o que os fez pensar que não seria Voldemort que os mataria, quando Lupin começou a falar.

-Vidas consumindo vidas para continuar vivendo – e olhou para Harry

-Termina para um, continua para todos – Harry não sabia explicar de onde veio aquela frase, mas foi exatamente o que remo gostaria de ouvir

-Como a cobra...

-Que persegue o rabo

-O ciclo de reinicia – disseram Harry e Lupin juntos

Uma luz prateada emanou da varinha dos dois, eles aprontaram para os três Dursley e para a casa, para em seguida continuarem.

-Para a proteção dos que não podem se proteger – começou Lupin

-Para que suas vidas não sejam interrompidas injustamente –completou Harry

-Para que sejam livres do mal – Harry e Lupin se olharam e Harry soube que era a hora...

-Fidellius!

Nessa hora uma paz que ele nunca teve invadiu seu coração, bem como o de Lupin e o dos Dursley. Ele percebeu, pela primeira vez, o quão importante ele era, não só para o mundo mágico, mas para o mundo dos trouxas Também.

-Pronto, Dursley's. O ritual se acabou. Nenhum bruxo vai entrar aqui sem que Harry permita.

"A casa dos Dursley se encontra na Rua dos Alfeneiros, número 4, Little Whinning
Harry Potter"

Harry guardou o pergaminho no bolso, deu as costas e foi buscar o seu malão, para enfim, se ver livre daquele lugar.

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