PARTE DOIS



PARTE DOIS

- Chamou, madame. Perguntou o elfo doméstico.
- Sim, imbecil. Procure Hagrid, imediatamente.
- Claro, madame. Com licença. E saiu com aquela mesma reverência exagerada.
Enquanto isso, Hermione andava de um lado pro outro de seu quarto furiosa com o caçador. Havia pouco menos que uma hora que ela havia recebido Hagrid com sucesso na missão. Ao abrir a caixa, ela encontrou dentro um coração.
Agora, a caixa e o coração jaziam no chão. Foram jogados na eufórica raiva de Hermione que perguntou ao espelho quem era a mais bela do mudo. E este a respondeu com a mesma voz grave da outra vez que o título ainda pertencia a Gina Weasley, digo Vermelha de Fogo.
Alguns minutos depois, Hagrid chegou trêmulo, pois já pressentia que Hermione descobria a farsa...
Pausa para ver o Jogo do Brasil X Austrália.
Quem quer o Hagrid se dê bem ou mal? Depende do resultado do jogo. Se o Brasil ganhar bom pro Hagrid. Se não, péssimo para ele.
Aguardem.
HAHAHAHAHA – risada do autor, daquelas que os vilões da Disney costumavam usar...

...

Espero que você tenha sido um leitor patriota e já saiba o resultado do segundo jogo do Brasil na copa do mundo, se não sabe, vai entender de acordo com a história. Continuando...
Alguns minutos depois, Hagrid chegou trêmulo, pois já pressentia que Hermione descobria a farsa. “Ela tem seus meios”, pensou. Estava certo, a rainha dos cosméticos estava furioso. A mesma caixinha que há pouco ele lhe entregara com um coração de um servo encontrava-se jogada ao pé da cama. O coração mais a frente. Mas o pior de tudo era o olhar de Hermione.
Era um olhar severo, bruto e sobretudo, desumano. Hagrid sabia que o que viria a seguir. Não conseguiu dormir com a mulher mais bela do mundo e ainda perderia seu bem mais precioso, sua varinha.
- Como ousa, idiota. Como ousa?
Hagrid não conseguiu encara-la mais.
- Perdoe-me, madame. Perdoe-me. Ao ver Gina, digo Vermelha, não consegui cumprir a missão que a senhora...
- Silêncio, imbecil. O que eu lhe disse que aconteceria se você não trouxesse o coração de Vermelha de Fogo nesta caixa.
- Não, por favor, madame, não.
- SILÊNCIO. Mostre-me sua varinha.
Hagrid soluçou baixinho. Pensou na sua preciosa varinha. O quanto ele gostava dela. Pensou no seu tempo de escola quando todo mundo olhava para a varinha dele com inveja. Que saudade desse tempo, minha Deusa Rowling. Que saudade!
Agora tudo seria diferente, ele seria um eunuco e, ainda, perderia o emprego. Talvez conseguisse voltar a Hogwarts, para a sua velha cabaninha na borda da Floresta. Pro seu velho e bom cão. O que ele estava pensando. Nada seria pior do que ser castrado. Mas ele não escolha. Fechou os olhos. Abriu a braguilha da calça...
- O que está fazendo, seu tarado?
- Mostrando minha varinha, madame.
- Idiota! Repugnante. Eu não quero ver seu pinto. Eu quero ver sua va-ri-nha.
Um sorriso passou pelo rosto de Hagrid. Seu pinto tava salvo. O Brasil ganhou de dois a zero da Austrália.
- Mas senhora, minha varinha foi destruída por causa da confusão da Câmara Secreta há muito tempo.
- E onde está seu guarda-chuva?
- Aqui, senhora. Aqui.
Hagrid ofereceu o guarda-chuva com um sorriso no rosto. Para que varinha se ele poderia ter sua varinha (o primeiro termo não é metáfora, o segundo é).
Hermione usou um feitiço não-verbal para destruir o guarda-chuva. Estava enfurecida. Hagrid, nesse momento se ausentou do quarto com um sorriso no rosto. Para ele a vida recomeçava naquele instante.
- E agora, o que faço eu? Pense, Hermione, pense. Eu sou a mulher mais inteligente do mundo. Uma bruxa fantástica. Minhas notas foram as maiores possíveis. Eu tenho que elaborar um plano brilhante. Como des-tru-ir aquela idiotinha?
Hermione parou e fitou o espelho.
- Espelho, espelho meu. Onde está a...
Toc, toc, toc.
- Que raiva. Quem é? Quem ousa me pertubar.
- Sou eu, madame.
- Seu elfo maldito. O que quer?
- Seu lanche da tarde, madame. Suculenta maça vermelha.
- Ah, sim. Maça. Não engorda. Lubrifica as cordas vocais. Deixe aí e saía, imprestável.
- Sim, madame.
O elfo saiu.
- E agora, onde eu estava... Ah! Espelho, espelho meu. Onde está a mulher mais bela que eu?
O espelho respondeu com a mesma voz grave que respondera anteriormente. E no reflexo do espelho, ela viu uma casinha pequena. Parecida com uma casinha de boneca. Um brasão de Gringotes. E lá, lá dentro. Uma bela ruiva nua dormindo em caminhas pequenininhas.
- Ah, a casa dos sete duendes diretores do Gringotes. Mas como eu a destruo? Como?
Um instante depois, como numa estalar na mente de Hermione, uma idéia brilhante passou por sua cabeça. E era essa a sua deixa para ser, uma vez por todas, a mulher mais linda do mundo.
- Mas como eu faço, Vermelha beber a poção... Ah!
Ali, no mesmíssimo prato de lanche da tarde uma deliciosa maçã brilhava. A idéia se completava.
- Snape, Snape, Snape... Suas artes mais uma vez me ajudarão a conquistar meus sonhos. Onde foi que eu coloquei aquele livro de Poções... Ah, aqui!
Hermione Granger deu uma risada maléfica enquanto a câmara focalizada na maça em primeiro plano embaçava e mostrava o foco na nossa vilã ao fundo.

Enquanto isso, sete duendes diretores de Gringotes faziam seu tradicional percurso do Beco Diagonal para a floresta. Eles cantavam uma musiquinha engraçada sobre ir para casa.
“Eu vou, eu vou pra a casa agora eu vou. Paratimbu, paratimbu. Eu vou, eu vou. Eu vou, eu vou. Eu vou pra casa...”
Chegaram na casinha e atravessaram, um a um, a portinha. Lá dentro, os sete duendezinhos deram um gritinho assustado ao ver aquela garota deitada nua em suas camas.
- Tem alguém em nossas caminhas!
- E quem é?
Chegaram mais perto e viram a delicadeza da pele de Vermelha.
- Que gostosa!
O barulho dos duendezinhos foram o suficiente para acordar a pobre Gina.
- Ó, quem são vocês?
- Quem somos nós?, Perguntaram os duendezinhos. – Quem é você que invadiu nossa casinha. Sabia que somos poderosos diretores de Gringotes. Você pode acabar sendo presa com invasão de privacidade de propriedade mágica.
- Perdoe-me. Meu nome é Gina Weasley, ou Vermelha de Fogo. Eu estava desamparada. Minha melhor amiga quer me matar e...
- Mas claro que você pode ficar, beleza. Fazia muito tempo que eu não via uma mulher tão bela. Acho até que você é a mais bela que conheci.
- Obrigado, mas esse fardo me trouxe tantos problemas.
- Se você topar ficar aqui nos satisfazendo sexualmente, concordamos em abrigá-la o tempo que quiser.
- Sexualmente?
- Sim, somos duendes solteiros. JK Rowling em momento algum dos livros mencionou uma anãzinha. Você se lembra de alguma anã em Harry Potter?
- Bem, para ser sincera, não. Mas deve haver, sim. Os duendes sempre existiram, eu me lembro uma passagem que o professor Bins falava sobre a Revolta dos Duendes. Então, para se reproduzir, eles devem se acasalar. Com outros duendes fêmeas.
- Ó, não. Em momento algum a Deusa Rowling, criadora do universo que nos cerca, mencionou uma duende do sexo feminino. Elfas, sim. Duendes, não.
- Que horror. Então como vocês se reproduzem.
- Passamos a vida fazendo sexo entre si. De tanto tentar, acaba nascendo um ou outro.
- Que horror, então vocês são todos gays?
- Não. Alguns de nós até gostam. Mas a maioria não. É um terrível destino a reprodução da nossa espécie. Mas você pode nos ajudar. Se você concordar, podemos todos fecundar você. E então, ao nos satisfazer sexualmente, nos ajudará a ter filhinhos.
- Mas será que isso está certo? Será que realmente nasce um duende?
- Não temos certeza, JK nunca falou sobre isso.
- Bom, eu não posso trair meu marido. Sabe, eu sou casada. E eu fiz o Voto Perpétuo dizendo que jamais deixaria um homem entrar dentro de mim, além do meu marido.
- Mas somos duendes, querida.
- Mas o termo ‘homem’ aqui se destina a ‘macho’. É?
- O Voto Perpétuo não sabe interpretar as coisas assim!
- Mas por via das dúvidas, eu não vou arriscar...
- Pois, bem. Se você não trair ele, nós te denunciamos por invasão de propriedade mágica.
- Ó, mas por que fariam uma coisa dessas comigo? Eu nunca fiz mal a vocês.
- São negócios, querida. Só negócios.
- Mas, mas... Eu preciso pensar no assunto.
- Pois bem, você tem até amanhã para pensar. Pois amanhã, quando voltarmos do trabalho. Hehehe. Não preciso dizer que estaremos ansiosos. Se voltarmos para casa e não virmos você. Eu juro, juro que vamos procurar e colocar um processo em você, Gina Weasley, digo Vermelha Rosa.
Vermelha de Fogo foi obrigada a dormir no chão naquele dia. Pela manhã assistiu triste a partido dos duendezinhos para o trabalho. E o pior, ainda estava sem roupa. O tempo todo sem roupa. Mal pôde dormir aquela noite com medo de algum duende se meter a enxerido. Literalmente, se meter.
Quando foram embora, Vermelha ficou mais aliviada, pois teria tempo de pensar. Se ela ficasse ali, estaria protegia (assim pensava), caso contrário ia se expor mais uma vez e ainda corria o risco de levar um processo nas costas, ninguém merece.
Mas perto do meio-dia, uma velha senhora bateu-lhe a porta.
Aposto que vocês sabem quem é. Hermione usara uma poção Polissuco e estava agora a cara da Dercy Gonçalves (que caso ninguém tenha notado, é uma bruxa!). Os mesmos olhos caídos, os mesmo lábios cansados, os mesmo peitos nos joelhos.
- Ora, quem é você?
- Sou uma celebridade brasileira, estou aqui de passagem vendendo algumas bugigangas. Não estaria interessada?
- Perdoe-me, senhora. Não tenho nem se quer uma roupa para vestir, imagine dinheiro para comprar alguma coisa. A senhora parece cansada. Não gostaria de um pouco de água?
- Que bondade a sua, minha filha. Sim eu aceito, já estou muito velha para essas caminhadas.
Hermione com o corpo de Dercy entrou na casinha dos duendes e sentou-se perto da janela. Bebeu um gole de água generoso. Naquele momento, ao ver sua amiga de perto, Hermione lembrou-se de seus velhos tempos de colégio em que eram velhas amigas. Em que dormiam juntas por causa do frio. Que tomavam banho juntas por causa do racionamento de água. Que dividiam suas fantasias eróticas juntas para sujar apenas um lençol ao invés de dois...
- Perdoe-me, perdoe-me, Vermelha de Fogo.
- Por que, velha senhora. O que foi que você me fez?
- Eu iria dar-lhe esta maça envenenada. Sou eu, Hermione.
- Ó minha Rowling, é você Hermione. Você, por que essa perseguição a mim?
- Inveja, querida amiga, inveja. Perdoe-me. Eu... Eu... Não sei explicar. Eu queria ser a mulher mais bela do mundo, e por isso enfeiticei meus produtos para impedir que qualquer outra que os usasse pudesse se comparar a mim. Mas você amiga nunca precisou. E você é a mais bela do universo.
- E por que isso, Mione?
- Porque eu sempre me senti feia durante o colégio...
- Eu sempre te achei linda, Mione. Sempre.
- Ó, Gina, digo Vermelha...
- Você pode me chamar como quiser.
- Perdoe-me, Gina, por favor, perdoe-me.
As duas se abraçaram e soluçaram enquanto as lágrimas desciam pelo corpo enrugado e velho de Dercy e jovem e esbelto de Gina.
Algumas horas mais tarde, as duas já tinham feito às pazes. E mais do que isso, assim que o efeito da poção polissuco passou, as duas beijaram-se como namoradas. E fizeram amor selvagem naquele entardecer.
- Entardecer?
Sim, entardecer.
- Ó não, falou Hermione. – Os duendes já estão vindo, preciso fugir e contratar um bom advogado. Eles querem me fazer de fábrica de duendes. O que eu faço, Mione?
- Não se preocupe! Eu cuido disso. Minha empresa é o principal cliente do Gringotes, se eles, por acaso, tentarem qualquer coisa vão se ver como um banco tradicional como o deles perde 69% das ações na Hermione’s.
- Obrigado, Mione. Eu sabia que podia contar com você.
Quandos os duendes chegaram ficaram assustados ao ver sua principal clientes ali, bem em frente a casa deles. Claro que eles desistiram da idéia de usar Vermelha de Fogo como fábrica de duendes- bebê. E pediram desculpas, e mandaram flores no aniversário, e abadas no carnaval. Foi aquela puxação de saco.

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