Um novo começo



N/A: amores da minha vida, me desculpem pela demora. Aqui está o capítulo, mais comentários na nota do fim do capítulo. Espero que gostem.

Um novo começo

Eu não consigo parar de pensar
Nesses seus olhos, seu jeito de andar
E a cada instante te sinto aqui
Repetindo palavras que eu não quero ouvir

E agora como é que eu vou fazer
Quando eu te encontrar
Eu vou ter que fingir que estou bem
Pra você não notar

Me diga mentiras, maltrata, improvisa
Faça o lhe que vier na cabeça
Mas algo bem feito pra que eu te odeie
Ou que pelo menos, amor, eu te esqueça

Já não é o bastante você não me amar
E eu fico aqui sem ter o que fazer
Eu tenho motivos pra te odiar
Mas eu te amo mais que tudo sem querer



Quando Lily abriu os olhos, a primeira coisa que viu foi uma miniatura de Ryan Wood, um batedor da Bulgária, por quem Susan sentia uma paixão platônica desde sempre.

Até que não era um jeito ruim de ser acordada, pensou Lily. O Ryan tinha lindos olhos azuis, além de um sorriso que derreteria até um iceberg, com seus cabelos meio loiros balançando contra o vento. Talvez fosse ainda melhor ser acordada com ele sussurrando em seu ouvido “amor, o café está pronto”, mas nem sempre se pode ter tudo.

Mas de repente, Lily caiu na real. Ela não era uma louca-obcecada como a Susan pelo Ryan, não tinha uma miniatura dele muito menos um pôster autografado. Então o que essa miniatura fazia em sua frente?

Então ela lembrou.

Lembrou o por quê de estar dormindo no quarto das meninas. Lembrou o por quê de ter dormido com o pijama de Sarah, e não o seu. Lembrou de toda a humilhação que Tiago tinha feito ela sofrer, pois tinha sido uma humilhação, uma situação bem vexatória.

Logo quando ela tinha caído na real e percebido – de uma vez por todas – que estava, e talvez sempre estivera apaixonada por aquele moreno. Só que ela constatou que ele não valia nada. E que se pudesse voltar atrás, as coisas seriam diferentes... Ela nunca odiou alguém com tanta intensidade. Talvez não fosse ódio – fosse amargura. Amargura misturada com o recém descoberto amor que ela sentia por ele.

Então ela fez a única coisa que lhe pareceu sensata. Quando viu que Susan não estava dormindo, era porque provavelmente era muito tarde e todos já estavam acordados. Então ela foi sem fazer barulho até o quarto de Tiago, onde estavam suas coisas.

Quando chegou lá, viu que o maroto realmente não dormia e não se encontrava no quarto. Então pegou a maleta roxa que tinha levado logo no início das férias para casa daquele hipócrita nojento, acreditando que era melhor do que ficar na companhia de sua irmã... Enganou-se totalmente nesse quesito.

Então ela jogou tudo lá dentro, sem muita organização: roupas, objetos pessoais, varinha, sapatos, etc, etc, etc. Seu plano original? Hum... Ela nao poderia usar o Noitebus nessa hora da manhã. Então ela podia pegar emprestada uma vassoura! É, era brilhante... A não ser pelo terrível fato de que as únicas vassouras na casa eram de Tiago, e ela preferia dormir na rua do que pedir alguma coisa a ele.

Bem... Tinha a hipótese dela ir andando até a casa dela. Hum, tudo bem que ela morava no sul de Bristol e Tiago na parte rural da cidade. Sem dinheiro trouxa ela não ia muito longe... Mas ela podia ir em alguma loja da Mc Donald´s e comer algum resto de Big Mac até que chegasse de noite para ela pegar o Noitebus! É, parecia perfeito!

Até que a maçaneta girou revelando o rosto jovial de Sirius.

-Li... – antes que ele pudesse completar o que ia falar, Lily correu pra porta e tapou a boca dele, trancando-o no quarto com ela.

-Psiiu! Ninguém deve saber que eu já acordei! – avisou a ruiva, aparentemente nervosa.

-Hum, certo. – Sirius viu a mala em cima da cama. – Lily, porque a mala? Você está fugindo?

-Se eu te contar você promete que não fala pra ninguém? – perguntou Lily em tom de súplica.

-Prometo.

-Eu vou comer restos de Big Mac até chegar de noite e eu pegar um Noitebus e ir pra casa. – despejou Lily. Sirius fez um esforço sobrenatural para manter-se sério.

-Interessante, Lily. E você pretende carregar um malão por Londres inteira até que chegue de noite? – perguntou Sirius e a ruiva assentiu, corando. – Lilyzinha, corrija-me se eu estiver errado, mas não seria mais fácil você acertar as contas com o Tiago?

-Sirius!

-Mas...

-Não pergunte nada agora, está bem? – Lily falou calma. – Só me escute.

-E quando é que eu volto a ter meu direto de expressão? – Sirius perguntou, enquanto a ruiva o forçava a se sentar.

-Olha. Eu agüentei várias coisas aqui dentro, incluindo o desprezo do seu adorado amigo, por muitas vezes fui injustiçada por ele como naquele terrível episódio na boate, ou quando a Penny chegou... Agora dessa vez foi demais. O seu amigo só mostrou pra mim o que negava a muito tempo, o quão cafajeste ele consegue ser. – disse Lily e quando Sirius fez menção de falar, ela ignorou. – Sirius, nada vai mudar minha opinião. Eu não quero ouvir nada, já chega... Mas posso dizer que antes eu falava que você e o Potter eram da mesma laia, mas vejo que me enganei... Você é um grande amigo, pode ter certeza. Vou sentir sua falta, cachorrão. – disse Lily, abraçando Sirius.

-Também vou sentir sua falta, Lilyzinha. – disse Sirius, ainda abraçando a amiga. – Mas você vai cometer um grande erro se sair daqui agora. Você não imagina o tamanho da injustiça que está cometendo.

-Queria eu que estivesse sendo injusta, Sirius. – a ruiva ficou pensativa. Então a campainha tocou e logo alguém atendeu, até que vozes de adultos encheram o aposento, e Lily e Sirius se entreolharam. – Quem será?

-São os pais do Tiago. Eles avisaram que iam chegar, lembra? – perguntou Sirius e Lily bateu a mão na testa.

-Ai meu pai, porque eu não fugi enquanto tive chance? E agora, Sirius? – perguntou ela, desesperada. Ao mesmo tempo que tudo que pensava era em fugir, se sentiria uma baita mal educada se abandonasse a mansão dos Potter assim que os pais de Tiago chegavam na casa. Afinal, eles não tinham culpa do filho que tinham, e sempre tinham sido educados com Lily.

-Bem, Lil... Acho que você vai ter que ficar por mais um tempo. – disse Sirius, sorrindo. – A não ser que queira parecer uma mal educada, aí você quem sabe...

-Ah, cale-se! – disse Lily, pronta para descer escada abaixo para cumprimentar o Sr. e a Sra. Potter.

-Ahn, Lily... – Sirius comentou. –Você pretende cumprimentá-los de pijama?

-Merlin, é verdade! Tenho que me trocar... Me espera do lado de fora? – perguntou Lily e Sirius assentiu, saindo do quarto. Ela vestiu a primeira coisa que estava na sua frente, uma saia preta e uma blusa da mesma cor. Quando ela se deu conta do que vestia, já estava descendo as escadas com Sirius, e rezou para que a Sra. Potter não pensasse que ela era adoradora do Satã.

-Papai, mamãe! – cumprimentou Sirius, em tom de brincadeira, dirigindo-se aos pais de Tiago. – Como foi a viagem?

-Sirius, querido. Foi fantástica, da próxima vez levaremos vocês... De uma viagem a trabalho, acabou virando de lazer! – a Sra. Potter, uma mulher de mais ou menos quarenta anos, bonita e com os olhos do filho sorriu para Sirius. Ao lado dela, um senhor alto, com os cabelos de Tiago e óculos idênticos aos do filho, encontrava-se claramente o pai de Tiago. Era uma cópia exata dele, mas com erros intencionais.

-E quem é esta moça tão linda? – perguntou a Sra. Potter gentilmente, olhando para Lily, que sentiu as bochechas corarem quando viu que a sala em peso a encarava. Ela se aproximou sorrindo tímida.

-Esta é Lily Evans, mãe. – Tiago falou pela primeira vez. Ele e a ruiva se encararam, e ele viu uma expressão de dor no seu rosto quando eles manteram contato visual. Ela rapidamente encarou a mãe do moreno e estendeu a mão para cumprimentá-la.

-Ah, então você é a famosa Lílian! É um grande prazer conhecê-la, querida. O Tiago fala muito em você! – disse a mãe de Tiago, apertando a mão de Lily e sorrindo.

-Hum... – Lily se sentiu meio desconfortável. – Também é um prazer conhecê-la, Sra. Potter.

-Me chame de Vivian. – disse ela sorrindo. – Este é Robert, meu marido. – disse ela e Lily apertou a mão da figura patriarca da casa dos Potter. – Hum, é um prazer conhecê-lo. – balbuciou Lily, educadamente. Ele sorriu em resposta.

-Bem, eu tenho uma notícia simplesmente ESPLÊNDIDA! – anunciou Vivian Potter, parecendo bastante animada. – Sua prima Catherine vai se casar hoje e ela disse que todos estavam convidados! Não é maravilhoso?

Ótimo. Realmente maravilhoso. Tudo que eu precisava era de algo para atrasar ainda mais a minha saída da casa dos Potter. pensou Lily, tristemente.

-Acho que seria um grande desfecho para as férias, já que hoje já é dia 29, e vocês embarcam no dia 1º! – comentou a Sra. Vivian, animada. – Garotas, se não tiverem vestes de festa aqui, posso emprestá-las alguns da Penny! – a mãe de Tiago sorriu feliz. – Mas espero ver todas no casamento, certo?

Lily sentiu o estômago afundar. Vivian Potter, apesar de ter dado a luz a um imbecil, era bastante gentil e fora acolhedora com todos... Lily sentiu que era um péssimo modo agradecer toda a educação dela sem fazer uma das vontades da matriarca dos Potter.

-Claro. – apressou-se Susan, que sempre fora amiga de Tiago desde pequena, por isso já conhecia todos os Potter há anos. – Seria um grande prazer, Vivian.

-Ótimo, Susan, minha querida. – ela sorriu. – Agora se me dão licença, a viagem foi maravilhosa, porém exaustiva. Vou me deitar um pouco, certo? – disse a Sra. Potter, seguindo para o quarto com o pai de Tiago e deixando Lily numa situação extremamente desconfortável, numa saia justa do tamanho das saias de Penny.

-Ahn... - ensaiou Sarah. – Bem, acho que vocês devem conversar. – disse Sarah, e todos saíram da sala antes que Lily pudesse ao menos protestar.

-Lily...

-Não temos nada pra conversar, Potter. – disse Lily, virando-se para sair da sala, quando Tiago a segurou pelo braço, e respirando fundo ela virou-se para ele. – Potter, eu já ouvi demais! Tudo que eu esperava há muito tempo aconteceu! O que raios você ainda quer de mim? - perguntou ela, triste e com raiva ao mesmo tempo. Na verdade ela nem sabia o que sentia, só sabia que queria ir pro quarto chorar em paz. Ou seja, estava triste.

Ou não.

-Lily... – Tiago respirou fundo. – Eu só queria dizer que eu sinto muito. Por tudo, de verdade. Eu só queria que você entendesse que aquele não era eu, Lily. Eu nunca diria nada daquilo pra você...

-Ah, então você foi abduzido? Possuído? Ou até quem sabe você não sofre de dupla personalidade, Potter? – ironizou Lily. – Poupe-me das suas desculpas sem nexo. Dessa vez você ultrapassou os limites, superou tudo que eu poderia ter esperado no pior dos meus pesadelos.

Se mate depois dessa, Evans. Você acabou de deixar subentendido de que o fato de o Potter ter te tratado como um objeto a machucou plenamente, de uma forma um pouco mais sentimental do que pretendia.

Os olhos de Lily encheram-se de lágrimas, mas ela as segurou bravamente. Será que é demais pedir que você me deixe ir em paz? – disse Lily, enquanto uma lágrima escapou de seus olhos, e liberou a correnteza, de modo que várias lágrimas caíram dos olhos de Lily, enquanto a ruiva dava as costas para Tiago.

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-Ai meu pai... Vocês acham que eles vão se acertar? – perguntou Rachel, roendo unhas. Eles estavam do lado de fora da porta de uma salinha onde estavam Tiago e Lily, as cabeças encostadas na porta em busca do som que via de dentro do aposento.

-É o que eu estou tentando ouvir, se vocês fizerem silêncio! – reclamou Sirius.

-Acho que vão... Pensando positivamente, o Pontas e a Lily vivem nessa há três anos. Falando sério, quando foi o último dia inteiro que eles passaram sem brigar? – refletiu Remo sobre a situação.

-Não faça perguntas difíceis, Aluado. – queixou-se Sirius. – Psiu, todos vocês! Eu to tentando ouvir!

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-Lily, por Merlin, me dê só essa chance de me explicar...

-Chega de chances! Finja que eu não estou nessa casa, Potter. Só estou por enquanto para não fazer uma desfeita com a sua mãe. Agora vê se me erra! – exclamou Lily, saindo para o quarto, e quase derrubando Sirius, Susan, Remo e Rachel, que estavam colados na porta e esbarrando em Sarah e Pedro.

-Acho que as coisas não foram assim tão boas... – comentou Sarah, tristemente.

-Só podia, os dois são cabeça-dura... Além disso, se o Pontas é vingativo, a Lily é orgulhosa. Que belo par! – ironizou Sirius.

-Bela hora pra gracinhas! – Susan empurrou Sirius de leve. O que devemos fazer?

-Acho que não há nada melhor do que deixarmos do jeito que está. Afinal, acho que já nos metemos demais e em briga de marido e mulher não se mete a varinha. – informou Rachel.

Mini pessoas que se escondiam atrás do sofá ouviram a conversa e se entreolharam com uma expressão de desespero no rosto, e ao mesmo tempo incredulidade.

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-O que a gente faz? – perguntou Lana pela quinta vez seguida. – Não podemos deixar que o Tiago e a Lily fiquem assim, brigados. Eles fazem um casal tão fofinho!

-Hum, pensem: o que sempre junta dois adultos? – perguntou Jack. Charlie, Ana, Alice e Lana mostraram-se pensativos.

-Bem, a gente pendurar uma corda na janela da tia Lily e fazer o tio Tiago subir por lá e cantar uma serenata! – sugeriu Charlie, no que todos o encararam. – Que foi? Eu vi num filme trouxa de romance.

-Hum, vamos deixar essa sugestão como última opção. – concluiu Ana. Charlie revirou os olhos.

-Por quê você sempre quer deixar as MINHAS brilhantes idéias em última opção? – perguntou ele, levantando-se com as mãos da cintura e se aproximando de Ana.

-Porque a probabilidade das suas idéias mirabolantes darem certo sempre são mínimas! – retrucou Ana, levantando-se num gesto idêntico ao de Charlie, e aproximando-se igualmente dele.

-Como você pode ser tão metida? – perguntou Charlie, mais para si mesmo do que para ela.

-Como você pode ser tão obtuso? – perguntou Ana, esquecendo-se que o resto das crianças estavam os observando. Eles se aproximaram tanto que seus narizes se encostaram. Ao constatarem isso, ambos coraram fortemente e se distanciaram.

-Pensando bem... – começou Charlie, constrangido.

-Podemos tentar a sua idéia... – continuou Ana, se metamorfoseando num pimentão.

-Não, você estava certa... – admitiu Charlie. Os dois sorriram.

-Alguém tem mais alguma sugestão? – perguntou Lana, racionalmente.

-Acabei de ter uma BRILHANTE idéia... – disse Alice, sorrindo feliz.

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Jack estava roxo, por conta do esforço que fazia. Ele segurava em cima de seus ombros Lana, que segurava Alice, que por fim segurava Ana, que encostava um termômetro na luz, enquanto Charlie dava dicas se eles deveriam ir para a direita ou esquerda, etc.

-Agüentem só um pouquinho mais, já está bastante quente... – disse Ana, continuando a encostar o objeto na luz.

-Pra você é fácil falar, não está tendo que segurar ninguém! – disse Jack, suando.

-ESTÁ ME CHAMANDO DE GORDA? – esbravejou Ana, cruzando os braços.

-Osso também pesa, está sabendo? – argumentou Jack.

-Run! Acho bom! – disse Ana, tirando o termômetro da luz. – Prontinho. Agora me levem até o quarto do Tiago e a Lily. – disse Ana, sorrindo radiante.

Eles foram todos juntos até o quarto de Tiago, onde uma discussão inflamada entre o maroto e a ruiva ecoava por toda a casa. Eles se entreolharam e entraram no quarto, e Lily e Tiago instantaneamente olharam para eles.

-O que aconteceu? – perguntou Lily, julgando que Ana parecia fraca.

-É a Ana... Tiramos a temperatura dela, acreditamos que ela esteja com febre, tia! – anunciou Lana, em voz chorosa. Tiago e Lily automaticamente se uniram para deitar a garota na cama e Lily soltou uma exclamação.

-Gárgulas Galopantes, ela está queimando de febre! Crianças, obrigada. Nós cuidaremos dela. – assegurou Lily, e as crianças abraçaram ela e Tiago ao mesmo tempo e em seguida saíram do quarto. – Certo, hora de esquecermos nossas diferenças temporariamente, Potter. Vá procurar a poção do Acônomo no estoque da sua casa. Se não tiver lá, dê um jeito, mas traga a poção rápido! - disse Lily em tom de urgência.

Minutos depois, Tiago surgiu com a poção na mão, e imediatamente deu para Lily, que virou nos lábios de Alice, que suava. Ela tinha os olhos semi-cerrados (interpretação digna de Oscar).

-Lily... – balbuciou Ana.

-Sim, querida, estamos aqui, eu e o Tiago! – disse Lily, preocupada, afagando os cabelos de Ana.

Ana pegou na mão de Tiago e na de Lily e em seguida juntou-as, colocando-as em cima de seu corpo. Lily e Tiago se entreolharam rapidamente e Ana colocou sua mãozinha em cima da dos dois.

-Vocês... Vocês fazem... – Ana parecia fazer um tremendo esforço para falar. – Fazem um lindo casal. – concluiu ela e Lily se fundiu com seus cabelos.

-Ela está delirando... – justificou Lily. Tiago olhou a ruiva com carinho. – Não se preocupe com nada, sim querida? Tudo ficará bem. – disse ela, dando um beijo na testa da menina.

-Lílian... Obrigada. Por tudo que está fazendo pela minha prima. – disse Tiago, e Lily continuou encarando a menina.

-Saiba que eu faço por ela, e não por você. – disse Lily friamente, no que Ana deu uma fungada. - Devemos parar esse assunto. Não quero que a Ana se preocupe com nada no momento. – disse Lily e Tiago concordou. Enquanto a ruiva acariciava o rosto da garota, que ainda segurava as mãos dos dois juntas, Tiago acariciou a mão de Lily com a ponta dos dedos, e ela, sem poder soltar a mão, apenas corou.

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Susan estava sentada sozinha na sala quando Sirius se aproximou. Ele se sentou ao lado da garota, que permaneceu estática e não fez nenhum pronunciamento de que tinha percebido que o maroto se sentara ao seu lado.

-O pai de Tiago estava justamente explicando a tal troca de corpos. Aquele livro tinha sido uma invenção dele e dos amigos dele, na época escolar. Eles eram bruxos muito competentes, não é? Além de marotos. – disse Sirius sorrindo. Susan fez menção de aprovação. Sirius mordeu os lábios.

-Por que me evitou o dia todo? – perguntou Sirius sem conseguir se conter.

-Sirius... –Susan fez uma pausa e falou baixo. – Procuro evitar coisas bonitas e perigosas...

-Devo encarar isso como um elogio ou uma crítica? – perguntou Sirius.

-Sirius... Ontem ao seu lado, foi maravilhoso. Contudo, parecia fazer parte da vida de outra pessoa... Não sei se sou tão madura pra isso, não sei se você é tão maduro para isso. – argumentou Susan. – Tenho medo de assumirmos algo. Tornaria tudo muito concreto, muito real. Quando as coisas vão se tornando mais concretas, ficam mais fortes, mais difíceis de esquecer, mais fácil de sofrer.

-Susan, eu nunca vou te fazer sofrer. Demorou pra perceber, mas eu estou disposto – talvez desde que te conheci – há abdicar de tudo por você. Porque eu gosto de você, Susan.

-Sirius... – disse Susan, mas sua voz foi sufocada por um beijo do maroto.

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Quando Ana melhorou, ela se reuniu aos seus amigos satisfeita consigo mesma e por sentir que tinha amenizado o clima frio entre Tiago e Lily.

Ao verem que as crianças estavam especialmente felizes, os marotos e as meninas que se encontravam na sala, se entreolharam. Ninguém sabe o que pode se passar nas cabeças daqueles anjinhos.

Então de uma hora para a outra, Rachel se apoiou na poltrona e começou a gargalhar histericamente, de um jeito que todos se entreolharam com uma expressão total de “cara, ela é estranha”. A risada dela era uma coisa estranha e contagiante, de modo que todo mundo acabou rindo junto.

-Rachel, na moral, eu já disse pra você largar essa maconha... – disse Sirius, no que Rachel riu ainda mais.

-Posso saber o motivo da graça? Eu também quero rir! – disse Sarah, abraçada com Remo.

-Olha pra janela! – disse Rachel, e todos olharam. Lá estava Pedro, que desde que recuperara seu corpo não parava de comer uma coisa atrás da outra, como se tivesse participado de um faquir e agora morresse de fome. Mas o mais impressionante não era isso, e sim o fato de que ele estava conversando amigavelmente com Lúcio Malfoy, como se os dois fossem amigos há séculos.

-Honestamente, acho que o Pedro está passando por uma síndrome do estocolmo bem séria... – analisou Susan. – Está agora conversando com pessoas que passaram a vida toda o atormentando.

-Síndrome do estocolmo? Pensei que a única síndrome que o Pedro sofria era a do intestino preguiçoso... – brincou Sirius.

-E o casamento? Vocês estão com roupa aqui? – perguntou Rachel.

-Claro. E se eu não tivesse eu saia pra comprar, mas eu preferia ir pelada pro casamento do que pegar qualquer coisa daquela nojenta da Penny! – exclamou Sarah, no que Remo sorriu e deu um beijo na bochecha dela.

-Digo o mesmo. – disseram Susan e Rachel. Sirius se levantou.

-Hum, gente, já volto. – disse o maroto, subindo as escadas.

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(N/Sirius: Lily = itálico, Pontas = negrito.)

Eu estava deitada na cama onde antes Ana estava, me sentindo um pouco estranha com a situação. Tiago parecia tão diferente de ontem! Era como se realmente algo tivesse acontecido com ele... Ah Lily, me poupe! Ele provavelmente só está querendo que você se iluda ainda mais com ele!

Eu me dirigi ao banheiro para lavar o rosto, tremendo de frio e sono. Mas quando eu abri a porta do banheiro, o que eu vi lá fez com que meu sono desaparecesse.

Tiago Potter estava usando nada mais do que uma toalha enrolada na barra da cintura, com os cabelos ainda molhados e o rosto com algumas gotas de água que desciam e percorriam seu corpo, cessando na toalha.

Contagem regressiva para autodestruição.

-D-desculpe. – balbuciei.


-Tudo bem, você não sabia que eu estava aqui, eu devia ter avisado.

Não Tiago, nada bem. Estranho como eu já não sinto frio...

Eu devo ter feito a cara mais ridícula do mundo, porque ele deu meio que um risinho pra mim. Eu continuei petrificada, com olhos arregalados e boca aberta. “Se mate, Lílian.” Cala a boca, Godofreda!


Lily, será que você... – apontei para a porta. Ela balançou a cabeça como se saísse do transe.

Claro. – respondi.

Senti todos os tons de cobre no meu rosto. Acho que eu tirei o dia para fazer coisas ridículas.


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Nesse momento, Sirius entrou no quarto de Tiago, que ainda estava no banheiro, e deparou com uma viva-morta Lily, que ainda estava chocada com o papel ridículo que tinha feito.

O maroto se aproximou da ruiva, que nem percebeu a presença dele, então ele revirou os olhos e se sentou ao lado dela.

-Tudo bem me ignorar, mas assim já tá demais né Lily? – perguntou Sirius risonho e Lily deu um pulo na cama, de susto.

-Sirius Black, quer me matar? – perguntou ela, com o coração acelerado.

-Claro que não, Lil. Vim pedir sua ajuda. – disse Sirius, e a ruiva ergueu uma sobrancelha. – Mas antes eu quero saber o porquê de você estar com uma expressão tão chocada quando eu entrei no quarto!

Depois que Lily contou, Sirius fez uma expressão de riso, mas a ruiva o censurou com o olhar, então ele mudou de assunto.

-Lily, eu preciso que você me ajude com a Susan. – disse Sirius, cabisbaixo.

-E porque você não pede ajuda ao Potter? – perguntou Lily, olhando com desconfiança para Sirius.

-Falta um pouco de sutileza ao meu amigo. – Sirius sorriu e ergueu a mão para Lily. – Você vai me ajudar, não vai? – perguntou ele, no que Lily sorriu e colocou sua mão sobre a dele.

-Claro, cachorrão.

Naquele momento Tiago saiu do banheiro – totalmente vestido, para o alívio de Lily – e ficou com uma expressão de terrorista ao ver a mão de Lily sobre a de Sirius.

Enquanto ele fumaçava de raiva, Penny entrou no quarto, usando um top colado e extremamente sugestivo (apesar de Sirius insistir que eles estavam em plenos anos 70 e que era hora de abrirem a mente), Lily achou que era totalmente avançado para a época.

Ela cruzou os braços emburrada e ficou olhando para a palhaça da Penny pensando em todas as maneiras de matá-la. Bem que a costura daquele top justo ridículo podia estourar e ela passar a maior vergonha. Ah não, isso não, se o top rasgasse e ela acabasse sem roupa Tiago certamente ia babar. Ou Lily podia lançar um feitiço para aumentar o tamanho da roupa. Ou então ela podia cair em cima da cômoda com o peso do silicone e ficar paralítica pra sempre!

-Tiago, eu queria falar com você. – chamou Penny, indicando a porta e Tiago saiu com ela, no que Lily começou a tremer de raiva.

-AAAH! – exclamou ela, chateada, quando Tiago saiu do quarto com Penny. Sirius a encarou.

-Tá assim só por causa da quase-roupa da Penny? – Sirius analisou. – Fala sério Lily, você acabou de ver o Tiago quase nu!

- Merlin, nem me lembre disso! Eu MORRI de vergonha! – disse Lily, vermelha.

-Então você é um cadáver? – perguntou Sirius, fingindo estar confuso.

- Não, esperto, é maneira de falar!

- Eu sei, só tava tirando sarro com a tua cara.

-Idiota. – resmungou Lily e Sirius riu.

-Idiota não, Lily, eu sou o foda. – Sirius disse e Lily gargalhou.

-Tá Six, você É o foda. – a ruiva sorriu.

- Concordo, concordo, concordo! Uma comédia comigo seria simplesmente perfeita, porque, como você disse, eu sou realmente foda! Aliás, se me permite dizer...

-Não, eu não permito, Six.

- Nem adianta, Lily, eu vou falar de qualquer forma. Eu ia dizer que, além de foda, eu sou perfeito! – disse Sirius e Lily sorriu.

-Tá bom, chega desse papo, antes que você comece a enfeitar a conversa com “cem maneiras de conquistar Sirius Black”. Além do mais, tenho que ir falar com uma certa morena, já que tenho uma promessa a cumprir. – disse a ruiva sorrindo e deixando Sirius sozinho no quarto.
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As crianças resolveram fazer brigadeiro sob a supervisão de Susan. Lana, Alice, Jack e Charlie estavam enrolando o brigadeiro, e Anna em vez de enrolar o BRIGADEIRO, estava SE enrolando ¬¬.

-Precisa de mais granulado! – anunciou Anna, jogando praticamente o pacote todo no prato.

-ANNA, PÁRA! NÃO ESTRAGA O GRANULADO! – berrou Alice, segurando a mão de Anna.

-Opa! – Anna lamenta, parando de jogar o pacote todo de granulado no prato, deixando apenas uns poucos sobreviventes. -Eu não tô conseguindo enrolar!

-ANNA, PÁRA! TU NÃO FAZ NADA CERTO, SÓ FAZ RIR, PARA DE MEXER NO BRIGADEIRO! – berrou Charlie.

-Ei, eu que fiz o brigadeiro! – reclamou Anna, com as mãos na cintura.

-Brigadeiro queimado! – justificou Jack.

-Então não precisa comer o brigadeiro queimado. – disse Anna, orgulhosa.

-Tu não ajuda em nada mesmo né? – disse Charlie para Anna.

-AJUDO SIM! Fui EU quem fez o brigadeiro. – anunciou Anna, cheia de importância.

-Brigadeiro queimado! – disseram todos juntos.

-Pronto! Eu e o resto do pessoal enrolamos o brigadeiro e você passa o granulado! –sugeriu Alice.

-Aaaa não, eu quero enrolar! – pediu Anna, chorosa.

-Mais você não ta conseguindo enrolar! – brigou Charlie.

-Tô conseguindo sim.

-Tá não, tu também não ajuda em nada, nem para colocar granulado em cima do brigadeiro. – disse Charlie, orgulhoso.

-MAIS FUI EU QUE FIZ O BRIGADEIRO! – gritou Anna.

-BRIGADEIRO QUEIMADO! – disseram todos juntos. Susan sorriu nesse momento e pegou uma colherada do brigadeiro.

-Moral da história: O brigadeiro está queimado mesmo, mas tá bom. – disse Susan rindo e saindo da cozinha divertida, no momento em que Sirius entra na cozinha.

-Não quer me dar um pouco desse brigadeiro, Susan? – perguntou Sirius, lançando-lhe um olhar sedutor, no que a morena deu um risinho.

-Acredito que não, Black. – ela piscou, lambendo a colher.

-Bagunça, crianças sujas de chocolate, açúcar do chão ao teto... – disse Sirius rindo, e dando uma boa olhada no decote da garota.

-Sirius Black frito na manteiga... – a morena disse, tranquilamente. Sirius riu.

-O que disse, Su? – perguntou ele.

-Cuidado com esses olhos, senhor Black. – disse ela ameaçadoramente, saindo da cozinha aos risos.

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-O que você quer agora, Penny? – perguntou Tiago, irritado, sentando-se ao lado da prima.

-Tiago... Eu queria falar que eu sinto muito. Não era a minha intenção que você e a Lílian brigassem, sabe... – ela suspirou demoradamente. – Meu objetivo era que a poção fosse para outra pessoa.

-Eu sei exatamente isso, Penny... – disse o moreno para a prima, que pareceu aliviada. – O que só me faz refletir no quão baixa você é, ao ponto de querer acabar com o namoro de dois amigos meus.

-Tiago, não é minha culpa, eu me apaixonei pelo Remo! – Penny justificou.

-Problema seu. Ele ama a Sarah e é isso que importa. A única coisa que você fez – aliás, que você tem feito desde que chegou a essa casa – é me ferrar com a Lily. E se você tivesse um pingo de decência, pediria desculpas a Sarah e ao Remo por tudo que você fez.

-Você quer que eu peça desculpas a ela...? – Penny parecia indignada.

-Se você quiser voltar a pisar nessa casa, é o mínimo que pode fazer. – disse Tiago secamente, se levantando e olhando para Penny como se ela fosse algo peludo perto da comida dele. – Se me dá licença, eu tenho mais o que fazer, Penny. – disse ele, deixando a morena sozinha, refletindo.

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Susan e Rachel estavam sozinhas na sala (quer dizer, praticamente sozinhas, já que Remo e Sarah faziam um contato totalmente não verbal às suas costas), com o silêncio constrangendo ambas.

-AAAH, que silêncio, fala alguma coisa, Rach! – pediu Susan, jogando levemente uma almofada nela.

-Hum... Hola, gatita. – disse Rachel às gargalhadas. Ela estava tendo aulas de espanhol esse ano, pois a garota era apaixonada por línguas (nos dois sentidos, como costumava dizer Susan). Susan riu.

-Alguma coisa ÚTIL! – disse a amiga, ainda rindo.

-Hum... Amos! – disse Rachel, começando a ficar animada em falar no namorado.

-Alguma coisa que seja útil PRA MIM! – disse Susan, sorrindo.

-Hum... Sirius Black? – perguntou Rachel aos risos, enquanto Susan arqueava uma sobrancelha.

-Se mata, Rach. – disse ela, enquanto as duas jogavam almofadas em Sarah e Remo, que interromperam um beijo as gargalhadas.

-Que bando de inconvenientes... – disse Remo, fingindo indignação.

-Er... Remo, Sarah, eu queria falar com vocês. – disse uma voz vinda do corredor. Todos ficaram surpresos ao ver que Penny parecia constrangida e corava ao ver o casal.

-Da licença, gente. – disse Rachel se levantando e esperando que Susan fosse junto com ela, mas a morena estava muito interessada em ver no que daria aquela conversa, e não parecia disposta a se levantar. – Su! – chamou Rach, puxando a amiga pela mão, que bufava.

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-Rach, você acabou com a minha diversão! Ver a Penny pedir desculpas a alguém não é algo que aconteça todo dia. Nem todo ano. Provavelmente só vai acontecer na próxima encarnação! – disse Susan, cruzando os braços.

Rachel riu.

-Não devíamos atrapalhar. E eu sei que você prefere conversar comigo, você não vive sem mim. – disse Rachel, sorrindo.

-Olha o que o tédio não faz com a gente... – ironizou Susan e as duas riram.

-Como eu podia gostar da Penny? Fala sério. Você viu a blusa que ela tava, aquele decote? Patética! E ela fica passando a mão no meio do peito, sem brincadeira, cabe um poodle lá! – observou Susan, e Rachel riu.

-Sua mãe mandou uma coruja, você viu? – perguntou Rachel.

-Vi. Falando sobre o Heath. Mas eu não quero ele mesmo.

-NÃO? BEBEU? DROGOU-SE? – perguntou Rachel, escandalizada.

-Não, ele tem muita bunda. Ia competir comigo. Minha mãe é louca por ele... Ela viu ele perto de casa. – Susan suspirou. – Lindo como sempre, de mãos dadas com a baranga da Maria Luíza, mas tanto faz. Minha mãe que odiou, deve ter aberto o maior barraco, você sabe como ela é. Um dia ela foi ‘’conversar’’ com o professor Dumbledore sobre as minhas notas... Só sei que agora só de ouvir falar o nome da minha mãe o povo lá chama a rádio patrulha. – bufou Susan.

-Mas também, com todas as palhaçadas que você faz, enlouquece a sua mãe! eu acho que se você fizesse 50% menos das merdas que você faz, Hogwarts não teria tantos fiscais. E o Heath tá com a Mary Lú? – perguntou Rachel.

-Mary Lú??? – repetiu Susan.

-Maria Luíza, apelidei de Mary Lú. – disse Rachel, em tom de brincadeira.

-Maria Luíza, apelidei de topete de algodão doce. Francamente, cabe uma casa dentro daquele topete! – as duas riram. – Ele tá com ela sim. Honestamente, não sei o que ele viu nela! Mas deixa pra lá né. Além do mais, minha mãe até já aprovou o meu futuro namorado! – brincou Susan.

-E ela me viu onde? – perguntou uma voz vinda da porta. Sirius sorria para as meninas.

-Não estamos falando de você, Six. – disse Susan.

-E quem mais poderia ser seu futuro namorado? Eu mato o rival. – brincou Sirius.

-O Heath. – disse Rachel, com uma piscadela.

-QUÊ? Aquela cruza de dragão com elfo doméstico? Aquele filho de um trasgo manco? E eu achava que eu era uma anomalia genética... – disse Sirius, e as meninas riram. – Eu sou muuuito mais eu. Com licença comadres, mas eu tenho que ir! Adios muchachas! – disse Sirius, levantando-se, ao mesmo tempo em que balançava os cabelos negros. As meninas reviraram os olhos.

-Forçando sensualidade... – comentou Susan.

-Eu não forço, sou sexy por natureza. – disse Sirius, piscando o olho. – Honestamente, não sei nem como nenhum dos marotos ainda não se apaixonou por mim.

-Quem sabe porque nenhum deles é gay? – perguntou Rachel, rindo.

-Nem venha, o Pontas é um veado! – disse ele e todos riram. – Onde estão o Remo e a Sarah?

-Na sala... Conversando com a Penny. – disse Rachel, descontraída.

-Sarah e Remo conversando com a Penny? – perguntou Sirius com os olhos arregalados. - Meu Merlin! – ele virou o rosto para cima. – O que o senhor anda bebendo? – perguntou ele para os céus, e as meninas riram.

Nesse momento, Remo entra praticamente correndo dentro do quarto e para quase puxando o cobertor da cama. Rachel vê e dá um pulo na cama, derrubando o tinteiro que estava ao seu lado, onde a tinta vai direto pra cima de Sirius, que estava muito ocupado olhando para o decote de Susan e não vê o tinteiro, então a tinta continua seu percurso e mancha as calças do maroto, e Sarah tropeça no tênis de Sirius e cai de cara na tinta. Sirius continuou mirando o decote de Susan, que devia ser muito atrativo, porque ele não prestou atenção em mais nada que acontecia. Quando Susan constatou para onde o moreno olhava, começou a berrar, aumentando o pandemônio.

-Ei crianças! Já não falei para não brigarem quando não estou perto? – Lily entrou no quarto. – Eu não gosto de perder nenhuma delas. – a ruiva sorriu e se sentou na cama, longe da tinta. – Credo Sirius, o que é isso nas suas calças?

Quando Sirius olhou para baixo e viu que as calças estavam molhadas, soltou um palavrão e Susan começou a rir, no que acabou cuspindo sem querer enquanto ria no rosto de Rachel, que berrou um “ECA!” e Sirius começou a reclamar (“parece que eu me mijei”). No meio daquele pandemônio, Tiago entrou no quarto. De descontraída, a cena ficou tensa quando Lily instantaneamente levantou-se.

Tiago bufou e sentou-se na cama entre os amigos.

-Você devia tentar conversar com ela, sabe disso. – disse Sarah, abraçada por Remo.

- Não. - James respondeu parando de ler e encarando o amigo. – Foi por isso que eu vim pra cá. Era uma ótima oportunidade para iniciar uma conversa com a Lily.

- Desde quando você necessita de desculpas para iniciar uma DISCUSSÃO com a Lily? –Remo disse divertido enquanto Sirius parecia alheio à conversa.

-Eu ainda não entendo o porquê de tanta teimosia da parte dela. – disse Remo, beijando a namorada.

-Eu já expliquei, tá esclerosado meu filho? – Susan revirou os olhos, rindo. – Ela pensa que o Tiago é o maior cachorro do mundo, e se eu estivesse no lugar dela, faria igual ou pior.

-Não vai ser necessário Su, eu não sou um cachorro. – disse Sirius com uma piscadela. – Cachorros fariam bem diferente de mim. Eles chegariam assim, ó – ele chegou bem perto dela, e lançou-lhe um olhar sedutor. – Vão te segurar assim... – disse ele com a mão na cintura da garota. – E..

- Então eu faço isso, certo Black? – perguntou ela, dando-lhe uma joelhada no meio das pernas do maroto.

Todos riram, e Sirius fez uma expressão de dor.

-Tá, o papo tá bom, mas tá ficando tarde, e eu tenho que no mínimo começar a me arrumar, tem festinha hooje! – disse Susan sorrindo, e as meninas concordaram.

-Pois é! Espero que vocês estejam lindos de terninho mais tarde. – disse Sarah sorrindo, e as meninas saíram do quarto juntas.

Quando as meninas saíram do quarto, os marotos aproveitaram para colocarem suas opiniões à parte sobre os últimos acontecimentos da casa.

-Onde está a Penny? – perguntou Remo, enquanto Sirius se deitava na cama, retirando seus pés de onde estavam e Remo sibilava ‘’’folgado’’.

-Trabalhando. – respondeu Sirius, enquanto Remo chutava a cabeça do moreno para recolocar seus pés onde estavam, e Sirius gritava: ‘’grosso!’’

-Trabalhando? – repetiu Remo, incrédulo.

-É, ela nasceu pro serviço doméstico. – disse Sirius, com uma risada rouca. – Está fazendo a comida. Mas... Por que o interesse? Será que o papo com ela foi tão agradável que você se apaixonou pela ‘’mini Potter’’?

-Ha ha ha. Mas é óbvio que não. – disse Remo, no que Sirius tirou uns doces dos bolsos e começou a comer. – Hey Almofadinhas, não sei se você se lembra, mas está me devendo uma caixa de doces da Dedosdemel, pela nossa última partida de xadrez!

-Devo, não pago... Nego enquanto puder. – disse Sirius, com uma piscadela. – Tiago, você é um donzelo mesmo. Vai esperar até quando pra conversar com a Lily?

-Ah Almofadinhas, não foi por falta de tentativa. – Pontas suspirou. – Acho que dessa vez, o meu caso não tem solução. Além do mais, quando um não quer...

-O outro insiste. Honestamente, onde está seu espírito de maroto? – perguntou Sirius escandalizado. - Marotos nunca desistem! E quem espera...

-Sempre cansa. – refletiu Tiago. - Sei lá, talvez eu tenha cansado da Lily.

- O quê? O mundo parou e eu não soube? – Sirius saiu andando rápido até Tiago e o sacudiu pelos ombros, em seguida olhando para o céu, pela janela. – Meu Merlin! – ele virou Tiago para cima. – O que o senhor anda bebendo? – ele encarou as nuvens que encobriam o céu – Vodka? Não... É algo mais forte... – os marotos riram e Tiago revirou os olhos. – Como assim você cansou da Lily? Tiago Potter, você não pode estar no seu juízo perfeito...

Tiago meneou a cabeça e olhou para a janela. O óbvio era que ele não cansara de Lílian. Mas talvez estivesse machucado o suficiente para continuar a admitir para todos o que sentia por ela, já que havia jogado pela janela a única chance que tinha de ficar com ela. Talvez o melhor agora, fosse falar para todos que já não gostava mais dela. Depois que você exterioriza o que sente tudo se torna menos abstrato, mais real. Quando as coisas vão se tornando mais concretas, ficam mais fortes, mas difícil de ser esquecido, de ser superado ou negado . Por isso ele sabia o que devia fazer.

"Era bom ler aquilo que era escrito, era bom acreditar no que parecia ser verdade, era bom escutar o que era falado, era bom pensar que tudo aquilo era para sempre, era bom saber que havia respeito, era bom sonhar que não ia mudar, era bom acreditar que éramos um só, era bom dizer que nossa história era diferente, era bom nossas conversinhas e mesmo de brincadeira falar que íamos casa, ter filhos e ficarmos velhos juntos, era bom todos aqueles momentos em que o mundo parecia parar quando estávamos só eu e você, era bom até brigar, só pra depois ter a reconciliação, era ótimo viver intensamente com você!
SÓ NÃO FOI BOM SABER, QUE ERA TUDO MENTIRA.

Uma ruiva estava sentada na cama, empolgada com uma caneta e um pergaminho. Quando ela sentia emoções muito fortes, sentia uma necessidade extrema de extravasar tudo, e escrever era uma ótima maneira.

Uma lágrima escorreu do seu rosto. Ela começou a rir. Rir da situação ridícula que se encontrara, chorando pelo garoto que ela mais odiou durante a vida. Como o mundo dava voltas.

Depois ela começou a sentir nojo de si mesma. Acreditando que se continuasse trancafiada entre quatro paredes iria enlouquecer, a ruiva saiu do quarto e encontrou Susan e Sarah puxando os cabelos entre um grupo de crianças.

-É, homem aranha, mulher gato, batman... Existem mais super heróis que sejam animais? – perguntou Sarah, desesperada para Susan. As crianças queriam brincar de super heróis trouxas, de preferência que se transformassem em animais.

.Hum... Mogli? – indagou Susan.

-MOGLI? – repetiu Sarah, incrédula.

-É, o menino lobo! – disse Susan rindo.

Lily riu com as amigas e Sirius apareceu sorridente no corredor. Ele abraçou a amiga e deixou um bilhete em suas mãos.

‘’Vim pra lhe encontrar,
Dizer que sinto muito,
Tenho que lhe achar,
Dizer que preciso de você,
Conte-me seus segredos
Faça-me suas perguntas
Oh, vamos voltar pro começo
Ninguém disse que era fácil,
É tão vergonhoso pra nós nos separarmos
Ninguém disse que era fácil,
Ninguém jamais disse que seria tão difícil assim
Oh, me leve de volta pro começo...
Eu só estava pensando
Em números e figuras,
Rejeitando seus quebra-cabeças
Questões da ciência,
Ciência e progresso
Não falam tão alto quanto meu coração
Diga-me que me ama,
Volte e me assombre
Oh, quando eu corro pro começo
Correndo em círculos,
Perseguindo nossas caudas
Voltando a ser como éramos
Ninguém disse que era fácil,
É tão vergonhoso pra nós nos separarmos
Ninguém disse que era fácil,
Ninguém jamais disse que seria tão difícil assim
e eu estou indo de volta para o começo’’.

Lily olhou para Sirius e o amigo deu um sorriso, encorajando-a. Talvez fosse hora de esquecer o orgulho e ouvir o que Tiago tinha a falar.

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1, 2, 3. Lily respirou fundo e tomou coragem. Ela bateu na porta do quarto de Tiago e esperou o maroto abrir, num misto de ansiedade e nervosismo.

O maroto deitado em sua cama arrepiou os cabelos e levantou-se. Se fosse Sirius para cantar um daqueles bregas horríveis sobre desilusões amorosas como ele prometera, ele ia colocar o amigo pra fora do quarto de uma maneira brutal. Com uma expressão de tédio, Tiago abriu a porta e surpreendeu-se ao ver Lily.

-Hum. – exclamou Tiago, sem empolgação. Lily ergueu uma sobrancelha.

-Er. – Lily murmurou, como se esperasse que Tiago tivesse alguma atitude. Ele havia mandado aquele bilhete a troco de nada?

O silenciou pairou e Tiago deu em ombros, esperando que a ruiva falasse algo. Lily bufou.

-Quê, você quer me fazer de palhaça, Potter? – ela esbravejou.

-HÃ? Enlouqueceu? Não que eu esteja insinuando que você não fosse louca antes...

-Hahaha, grande hora pras suas gracinhas! – ela colocou as mãos na cintura. Por um momento Tiago petrificou-se, observando o rosto furioso da ruiva.

-Que é? Você que vem atrás de mim e ainda reclama do nada? – o maroto espantou-se. Se tinha alguma dúvida sobre o estado mental de Lily, esse fato acabara com suas dúvidas.

-Como assim, eu vim atrás? EU só vim aqui por causa daquele seu bilhete!

-Que bilhete? – Tiago pareceu confuso.

-Tá esclerosado? Aquele que você me mandou, ainda agora! – disse Lily. Ela começou a se enfurecer.

-Certo, agora você tá ficando complexa pra mim, porque eu não mandei bilhete nenhum! – disse Tiago, passando a mão pelos cabelos.

-Como assim? – Lily começou a se metamorfosear num pimentão. – E aquele bilhete que o Sirius me entregou?

-Como assim digo eu! Eu não mandei bilhete nenhum! Além do mais, porque pra mim é só Potter e pra o Almofadinhas é Sirius? – perguntou Tiago, raivoso. – Seu problema é só comigo?

-Exatamente, meu problema é só com você!

-Pelo menos eu tenho a sua implicância só pra mim. – ironizou Tiago. A ruiva fechou os punhos.

-Não se faça de desentendido. Pra quê você mandou a droga do bilhete?

-Eu vou falar devagar e com clareza, pra ver se você entende. Eu-não-mandei. Sacou? – perguntou Tiago, fazendo gestos enquanto falava, como se Lily fosse uma retardada.

-REALMENTE, ALÉM DE ARROGANTE, É MENTIROSO!

-O ALMOFADINHAS MANDA COISAS POR MIM, E EU SOU O CULPADO?

-É, VOCÊ NÃO TERIA CAPACIDADE DE ESCREVER AQUILO!

-EU QUERO QUE SE EXPLODA VOCÊ E SEU BILHETE DE MERDA!

-EU NÃO SEI PORQUE EU PERDI MEU TEMPO COM VOCÊ! – os olhos de Lily lacrimejaram. Tiago engoliu em seco, mas manteve-se firme.

-NEM EU, DÁ LICENÇA? – ‘’perguntou’’ ele, batendo a porta na cara de Lily. A ruiva chutou a porta com força e desceu, fazendo as escadas reboarem. Dentro do quarto, o maroto contorceu-se em cima da cama, de remorso. Seria um começo para tentar esquecê-la?

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-Você tá linda. Eu te disse, sua cor simplesmente É lilás, combina tão meigamente com você, te deixa com um ar angelical. – disse Sarah, penteando seus longos cabelos dourados.

Lily se olhava no espelho. Um vestido lilás com alças finas, com detalhes em strass e longo, junto com uma tiara prateada e uma maquiagem leve feita por Rachel, uma sandália de salto fino e um colar com uma pedra que ela não sabia ao certo qual era a encobriam.

Por mais que todos a elogiassem, ela se sentiu idiota, por baixo de todas as saias que faziam um monte em cima dela.

Idiota por estar indo ao casamento de um parente da pessoa que mais a irritava no universo. Idiota por amar essa pessoa, por mais que ela a ferisse.

Seus olhos ficaram vermelhos e ela respirou fundo.

Ana entrou no quarto como um furacão e começou a rodar o vestido de Lily.

-Ana meu amor, larga isso se não eu te mato! – disse Lily segurando a saia, enquanto Ana a rodava.

-Olha como você é coerente, cuida de mim pra depois me matar! – disse Ana rindo, e Lily segurou suas mãozinhas, dando um abraço nela. Ela sorriu. Usava um vestido verde e estava absolutamente fofa.

-Nossa gente, olha como a nossa mal humoradinha está linda! – disse Sarah. Apesar de estar bastante bonita, Susan lançou um olhar cortante para Sarah.

-Quem manda me acordar no meio do meu sono? Vocês ainda assim queriam bom humor? Hahá! – Susan bocejou e Sarah riu. – Tipo assim, se fosse o Heath me acordando, até dava pra aturar, MAS VOCÊS... – a morena riu.

-Aaaah, e se fosse o Six? – quis saber Lily, rindo.

-Depende. Se ele estivesse usando uma camiseta sobre aquele tórax maravilhoso, eu talvez sobrevivesse tempo suficiente para arrancá-la do corpo dele. – as meninas se entreolharam e gargalharam, e Susan sacudiu a cabeça.

-O que é isso, Susan? Pensamentos impuros a essa hora da manhã? - perguntou Rachel, gargalhando.

-Prova concreta que não se deve acordar uma garota no meio da tarde num domingo durante as FÉRIAS, principalmente se for o seu ÚLTIMO DIA DE DESCANSO. Afeta irremediavelmente os neurônios.

-Se bem que os seus já estão bem afetados. – disse Lily, e Susan jogou uma almofada nela, no que a ruiva riu. -Em falar no Heath, ele tá namorando né? – perguntou Lily.

-Infelizmente, sim. E mês passado ele tava lá em casa, e a baranga da namorada dele ligou pra ele e disse: to indo para aí, posso? Aí eu: filha, calminha aê, é a minha casa!

-Oferecida. – disse Rachel.

Alguém bateu na porta, e sem esperar resposta sobre se podia entrar ou não, abriu a porta. Por trás de longos e vistosos cabelos negros, revelou-se o rosto de Sirius, que sorria galanteador.

-Sirius! Já ouviu falar que antes de abrir um quarto deve-se bater na porta e ESPERAR UMA RESPOSTA? – perguntou Susan, colocando as mãos na cintura. – Eu podia estar nua!

-Então eu teria ganhado meu dia, amor. – disse Sirius, rindo.

-Relaxa Coop, ninguém está nu aqui. – disse Lily.

-Mas eu posso ficar a qualquer momento, e só você querer Su. – o maroto piscou um dos olhos, sedutoramente.

-Poupe-me da visão do inferno, Black. – Susan ergueu uma sobrancelha. – Enfim, o que sua humilde presença faz aqui, unindo-se a nós?

-Minhas queridas, vocês estão apenas quarenta minutos atrasadas, e como eu ainda quero ver a parte do ‘’eu aceito’’, será que vocês podiam agilizar? – pediu o moreno.

-Tudo bem, estamos indo, só um segundo. – pediu Sarah. A loira estava linda, com seu vestido em tons claros e seus cabelos soltos, seus leves cachos nas pontas deixando-lhe graciosa.

-O que você não me pede chorando que eu não faço rindo? – perguntou Sirius, e a loira riu.

Nesse momento, Manet entrou no quarto e pulou no colo de Sirius.

-Gato folgado... - Sirius olhou para Manet com desgosto. - Ele só vem pra mim quando tem alguma mulher perto de mim, fora isso, me ignora. Parece Lúcifer.

-Hum... Quem sabe ele percebeu que as mulheres precisam de proteção contra você. - Lily disse e o maroto sorriu. – Aliás, eu sempre tive curiosidade... De onde veio o nome ‘’Manet’’?

-Bem... Eu queria que fosse ‘’Simp’’. – disse Sirius e Lily estranhou.

-Simp? – repetiu, para confirmar se ouvira bem.

-É. Significaria ‘’Sirius incrível maroto e perfeito’’. – disse Sirius, e as meninas riram, e Susan revirou os olhos, dando um risinho. – Mas eles disseram que só seria ‘’Simp’’ se significasse ‘’Sirius imbecil metido e perdedor’’. – Susan riu com gosto e Sirius revirou os olhos. – Então ficou Manet, que significa ‘’Marotos amigos notáveis espertos e talentosos’’.

-Bastante criativo. – Susan sorriu para o moreno. Ele retribuiu e os dois se encararam por um tempo.

-Er... Odeio interromper, mas estão nos esperando. – disse Rachel sorrindo, e eles se levantaram da cama, meio constrangidos.

-Vamos. – disse Susan, vermelha, passando por todos em direção à escada.

Susan ia andando na frente, enquanto Sirius ‘’declamava’’ um poema para as meninas.

Que mulher nunca teve
Um sutiã meio furado,
Um primo meio tarado,
Ou um amigo meio viado?

Que mulher nunca tomou
Um fora de querer sumir,
Um porre de cair
Ou um lexotan para dormir?

Que mulher nunca sonhou
Com a sogra morta, estendida,
Em ser muito feliz na vida
Ou com uma lipo na barriga?

Que mulher nunca pensou
Em dar fim numa panela,
Jogar os filhos pela janela
Ou que a culpa era toda dela?

Que mulher nunca penou
Para ter a perna depilada,
Para aturar uma empregada
Ou para trabalhar menstruada?

Que mulher nunca comeu
Uma caixa de Bis, por ansiedade,
Uma alface, no almoço, por vaidade
Ou, um canalha por saudade?

Que mulher nunca apertou
O pé no sapato para caber,
a barriga para emagrecer
Ou um ursinho para não enlouquecer?

Que mulher nunca jurou
Que não estava ao telefone,

Que não pensa em silicone
Ou que "dele" não lembra nem o nome?


As meninas riram.

-Nossa Six, que profundo. – brincou Lily.

-Eu sei, eu sempre tive esse talento, só que sou modesto. – disse Sirius, fingindo timidez. As meninas ainda riam quando eles desceram as escadas juntos, encontrando lá em baixo todos os marotos e o pai de Tiago. A mãe do maroto estava terminando de calçar o sapato.

-Graças a Merlin as damas desceram! – bufou Remo.

-Pois é, eu as apressei. – disse Sirius, sorrindo como se fosse um astro.

-Sério? Quando eu falei em ‘’damas’’, eu estava te incluindo, Almofadinhas. – disse Remo e os meninos riram.

-Ha-ha. Vamos logo crianças. – disse Sirius. Tiago e Lily se olharam por um momento. Tiago parecia ter sido feito para usar terno, e era sem dúvidas o que mais se destacava na sala, seus cabelos rebeldes contrastando com seu jeito de intelectual e seus olhos verdes brilhando contra a luz.

-Nós vamos aparatar. Pó de flu obviamente seria péssimo meninas, iríamos ficar cobertas de fuligem. Vamos queridas, passem para o quintal. – disse a matriarca dos Potter, sorrindo. Quando Lily passou por ela, a Potter-mãe a segurou pela mão e disse para ela, sorrindo: Você está linda, querida. Não sabe o quanto me agradaria que você e o Tiago namorassem.

Lily corou fortemente e sorriu educada, indo para o quintal com as meninas.

Penny seguia atrás de todos, sua beleza ofuscada pelo brilho de todas as outras na sala. Ela já não parecia a mesma garota que entrara naquele dia no meio das férias na casa dos Potter, atraindo o olhar de todos os homens da casa.

Suas olheiras estavam fundas, seus cabelos descuidados e seu rosto amassado, como se tivesse acabado de acordar. Já não andava se empinando como um pavão, e sim se escondendo. Lily a lançou um olhar de desprezo e passou por ela rapidamente.

Um por um, eles aparataram. Os que não tinham idade, foram acompanhados pelos pais de Tiago.

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Eles finalmente chegaram no casamento.

Era, sem dúvida, a festa mais bonita que Lily já estivera na vida.

Como era verão, a decoração havia sido feita com flores tropicais. As toalhas eram de variados tons de terra. Alguns duendes estavam espalhados pelo salão, distribuindo flores e recados por toda a festa. Uma elfa (não doméstica) especialmente bonita, fazia os drinks tropicais. Meia dúzia da fadas circulavam, com tulipas nas mãos, deixando um aroma bom no ar. A pista de dança era grande e estava coberta de flores no chão. Ao lado dela, duas árvores se entrelaçavam, como se estivessem ‘’abraçadas’’, com as iniciais dos noivos. Uma coisa muito linda.

Mais à frente, estava o altar. Todos seguiram para lá. Eles se sentaram próximos aos lugares onde ficaram os padrinhos e iniciou-se a cerimônia.

O ‘’padre’’ era meio-gigante. Usava um chapéu cônico e suas vestes eram verdes esmeralda. Ele sorriu bondosamente para o noivo, que aguardava nervoso no altar.

Uma música erudita e meio misteriosa começou a tocar no fundo e as portas da igreja se abriram. Tinha um grande rio lá fora. Como mágica, pequenos barcos todos iluminados com velas surgiram. Nos primeiros, vinham as daminhas. Elas desceram na margem do rio, a luz das velas que estavam por todo o barco as guiando até a entrada da capela.

Depois vieram os padrinhos, entre eles os pais de Tiago. Todos percorriam todo o rio e desciam na margem, com as velas iluminando todo o cenário, contrastando com a escuridão da noite.

No último barco, desceu a noiva, prima de Tiago, com seu pai. Ele a ajudou a descer do barco, com duas amigas segurando as pontas do seu vestido, para que não o molhasse. Os barcos ficaram flutuando, as velas deixando o ambiente mais misterioso. Era uma coisa linda de se ver.

A prima de Tiago era bastante bonita. Ela levava um buquê com várias flores diferentes, que pareciam vim de algum lugar quente e com espécies diversificadas, como o sul do continente. A moça sorriu para o noivo, e continuou a andar.

A cerimônia foi muito agradável e bonita. Jogaram pétalas nos noivos e todos rumaram direto para as mesas do buffet.

-Gente, que coisa linda foi a chegada dela! Parecia coisa de filme! Incrível! – disse Sarah, encantada.

-Sua prima é linda, Tiago! – elogiou Rachel. – Diga a ela que está de parabéns, a cerimônia foi incrível.

-Obrigado. – agradeceu Tiago, olhando para Lily. Ela pôde sentir o olhar do moreno penetrando em seu corpo, mas evitou olhar.

Quando eles caminhavam para a mesa, Lily olhou para o lado e não acreditou no que viu.

Roxy Saunders, sua inimiga desde o jardim de infância até o dia que ela se mudou para Hogwarts. A garota foi para uma escola bruxa na França, onde ela morava. O que Roxy fazia ali?

Lily ignorou a garota e virou o rosto, rezando para que ela não tivesse a visto.

Mas a sorte realmente não estava olhando por ela.

-LÍLIAN? – gritou Roxy. Lily se virou, amaldiçoando-a.

-Hey, Roxy. – disse Lily, sem animação.

-AH MEU DEUS, LÍLIAN EVANS, EU NÃO ACREDITO! – Roxy estava boquiaberta. – Como esse mundo é pequeno! Depois de anos sem nem notícia de você, aqui eu te encontro, em carne e osso! Que coisa, não?

-É... – a ruiva suspirou. – Que coisa.

-Claro que eu nunca ia esquecer da ruivinha esquentadinha metida a inteligente, não é mesmo? Hahaha! – disse Roxy, começando a rir como uma hiena. Era exatamente por esses comentários que Lily a odiava.

-Hum.

-Quem você conhece, o noivo ou a noiva? – perguntou Roxy.

-Hum... A noiva. – disse Lily.

-Ah, eu conheço o noivo, ele ia casar com a minha irmã, mas cancelaram, uma burrice dele, se você quer saber... – analisou Roxy. Obviamente, os anos mudaram, mas ela não.

-Er... Roxy, eu vou dar uma volta. Depois eu venho aqui falar com você, certo? – disse Lily, educadamente.

-Claaaarooo querida, volte mesmo! – disse Roxy, sorrindo.

‘’Pode ter certeza, que isso eu não vou fazer’’, pensou Lily.

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Estava ficando impossível de se suportar.

O que Lily fazia, acabava esbarrando em Tiago. Quando foi buscar uma bebida, lá estava ele (babando na elfa). Quando ela foi cumprimentar a noiva, lá estava ele. Quando foi buscar o buquê, esbarrou nele. Quando voltou com o buquê na mão, caiu em cima dele, e nunca sentiu mais vergonha na vida, principalmente quando a senhora Potter gritou: ela quis abraçar o futuro marido!

Foi humilhante. Engraçado, mas humilhante.

Tentando manter-se afastada do maroto, Lily se levantou e foi andando pelo salão, sem direção. Até que esbarrou em alguma coisa, ou alguém.

Olá. – disse Roxy.

Olá. – disse Lily, seca, vendo que era nela que havia esbarrado.

Quem é o rapaz? - perguntou Roxy, erguendo uma sobrancelha.

Que rapaz? – perguntou Lily, confusa. Será que Roxy ouvira tudo a respeito do futuro marido?

-Ora, Lílian, o rapaz que tem andado com você nas ultimas 50 vezes que eu te vi. – disse Roxy, cansada.

-Ah, o Tiago. Que tem ele? – perguntou Lily, nervosa.

-Nada demais. – Roxy olhou para as próprias unhas.

Silêncio.

-Vocês são...

Namorados. – AI MERLIN! O QUE FOI QUE EU DISSE? Lily levou as mãos aos lábios, horrorizada. A palavra simplesmente escapou da sua boca. Não era pra dizer isso. SOCORRO!

Mas é que Lily percebera que Roxy estava interessada no moreno. E não ia suportar vê-la se jogando pra Tiago, por mais que ele não valesse nada, Roxy não o merecia. Não mesmo.

-Ah, é? – perguntou Roxy, chateada.

Vamos ser racionais, Lílian. Nada de pânico. Não vamos piorar a situação. Simplesmente leve a mentira adiante. De qualquer maneira, você estará embarcando pra Hogwarts em uma semana, nunca mais vai vê-la. Bem simples. Ela nunca vai descobrir a verdade, não vai dar em cima dele e você não vai passar de trouxa É só não deixar o Tiago ficar sabendo dessa pequena mentirinha. Só isso. ENTÃO PORQUE EU ESTOU EM PÂNICO?

É. – Lily reforçou a mentira. Era o jeito.

-Eu não vi vocês nem sequer abraçados. – disse Roxy. Sim, porque se ele fosse SEU namorado você ia o comer vivo, pensou Lily.

Nós duas ficamos em silêncio.

De repente, Roxy olhou por cima de Lily. A ruiva se virou, e viu Tiago vindo em sua direção. Então ela fez a única coisa que o seu cérebro conseguiu pensar. Ela o agarrou e o beijou.

Após um certo tempo em que Lily não sabia se estava gostando ou se estava estressada, ela decidiu que estava em pânico.

-O que você acabou de fazer, Lílian? – disse Tiago, furioso.

Lily levou as mãos à boca. Ela olhou para Tiago. Ele parecia fulo da vida. Ela não poderia culpá-lo. Rejeitou ouvir suas explicações, e do nada chega e o beija.

O pior de tudo foi o modo como ele a olhou, como se ela fosse algo nojento passando por perto da comida dele. Ela se sentiu o pior dos seres, a mais baixa das baixas.

Então ela saiu de perto deles, tendo perdido toda a dignidade que restara, indo desesperada ao encontro de suas amigas. Ela nunca havia se sentido mais humilhada na vida.

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Susan estava quieta. Sarah e Remo dançavam apaixonados. Rachel não parava de lamentar o fato de Amos não estar lá. Penny parecia fazer um esforço imenso para manter os olhos abertos. Pedro secava a mesa de doces. Tiago e Lily não estavam na mesa.

Resumindo: o tédio estava pairando sobre a mesa e fazendo-a ficar tão animada quanto Penny estava.

Como mágica, Sirius surgiu do nada na frente dela, com um sorriso do tipo ‘’eu-posso-resolver-seus-problemas-é-só-você-querer’’ e segurando a mão de Susan.

-Será que a garota mais bonita da festa podia me ceder uma dança? – perguntou ele, beijando a mão da garota. Susan sorriu.

-Olha como quando você se esforça, consegue ser gentil! – ironizou ela, e Sirius riu pelo canto dos lábios.

-A senhorita me acompanha? – perguntou ele, como se não conhecesse Susan.

-Não sei... Acho que não devo conversar com estranhos. – disse Susan, tirando a mão de perto dos lábios de Sirius.

-Se me der a oportunidade de conhecê-la, logo não serei um estranho para você, assim como sei que não és para mim. – disse Sirius, galanteador. Susan sorriu.

-Se nem sei ao menos quem és, como posso ter certeza de que suas intenções são boas? – perguntou Susan, erguendo uma sobrancelha. – Além do mais, sei que tenho total direito de defesa, e se alguém se meter a engraçado comigo, eu mato a pessoa, e eu não quero ir pra prisão.

-Me dê uma chance de mostrar-lhe minhas intenções, dama. – Sirius riu. – Juro que não deixarei você virar assassina. – Susan deu um risinho. – E aviso que sou persistente, não sairei daqui com um não como resposta.

-E por quê toda essa insistência? Existem milhares de garotas aqui. – Susan suspirou.

-Mas além de você ser a mais bela de todas, eu não sinto nada por nenhuma delas, e por você sim.

-Como posso ter certeza? – Susan mordeu o lábio. – Prove.

Sirius conduziu Susan pela mão até o meio do salão. Ele colocou uma das mãos na cintura da morena e ambos começaram a dança, de acordo com o ritmo da música.

Kiss me out of the bearded barley
Nightly, beside the green, green grass
Swing, swing (swing, swing)
Swing the spinning step
You wear those shoes and I will wear that dress


Era uma música conhecida para ambos. Eles riram ao lembrar de onde ouviram a música. Era aniversário de Lucy, um baile de máscaras. A aniversariante dançava com Tiago, que parecia a ponto de fugir da festa. Susan estava entediada e Sirius a chamara para dançar, assim como tinha acontecido a pouco tempo.

-A primeira vez que dançamos essa música, a cena começou exatamente como hoje: eu entediada e você tentando me distrair. – Susan lembrou, rindo.

-Era um baile de máscaras, eu lembro. Você estava linda. – disse Sirius, corando. Susan sorriu, envergonhada.

-E meu vestido era azul assim como esse. A única diferença era que eu estava usando uma máscara no rosto e meus cabelos estavam presos. – disse Susan, sonhadora com a lembrança. – Eu lembro que você tentou tirar a mina máscara e fingiu que ia me beijar, mas não beijou! – disse Susan, gargalhando.

-Será que ainda há tempo de beijá-la? – perguntou Sirius. Susan corou.

Oh, kiss me beneath the milky twilight
Lead me out on the moonlit floor
Lift up your open hand
Strike up the band and make the fireflies dance
Silver moon's sparkling
So kiss me


-Eu não quis insinuar isso, Sirus... – tentou corrigir Susan.

-Mas eu quis. – disse Sirius, sério. – A menos que você não queira.

-Eu não disse isso...

-Entã você quer? – perguntou Sirius, esperançoso.

-Sirius...

-Susan.

-É que eu...

-Eu amo você.

Kiss me (kiss me)
Down by the broken tree house
Swing me (swing me)
Upon it's hanging tire
Bring, bring (bring, bring)
Bring your flowered hat
We'll take the trail marked on your father's map


-Agora. – Susan pareceu comovida e nervosa. – Mas... Você ainda vai me amar amanhã?

-Se você deixar... – Sirius mexeu nos cabelos de Susan, ficando cada vez mais vermelho. – Para sempre, Susan.

Oh, kiss me beneath the milky twilight
Lead me out on the moonlit floor
Lift your open hand
Strike up the band and make the fireflies dance
Silver moon's sparkling
So kiss me


Susan sorriu. Ela colocou seus braços por trás do pescoço de Sirius e se aproximou dele. O maroto só teve tempo de fechar os olhos, antes de sentir os lábios quentes de Susan encostarem-se aos seus.

Tudo parecia perfeito: sincronia entre Susan, Sirius e a música. Eles permaneceram dançando, ligados pelos lábios, tomando parte do salão, as rosas que estavam no chão da pista mexemdo-se de acordo com seus passos.

A respiração de Sirius estava descompassada, e o seu coração batia ligeiro. Os duendes e fadas pararam para observar a cena. Era como se tudo tivesse congelado.

Kiss me beneath the milky twilight
Lead me out on the moonlit floor
Lift your open hand
Strike up the band and make the fireflies dance
Silver moon's sparkling
So kiss me


A música terminou com uma nota aguda. Os dois sorriram e foram dar uma volta, sem a mínima vontade de voltar para a mesa. Afinal, os dois já haviam perdido tempo demais, e era a hora perfeita para recuperar esse tempo.

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Existem momentos em nossas vidas que sabemos que nossas atitudes estão erradas, mas agimos por impulso ou pelo decorrer das coisas. Quando Lily se jogou no pescoço de Tiago, sabia que fora ridícula, que após de negar-se a ouvir as explicações do maroto, tomara a atitude mais egoísta de sua vida. O usara.

Não era típico dela, mas apesar da raiva que sentia por Tiago, sabia que não suportaria ver alguma garota dando em cima dele.

E agora, sentia-se a pior pessoa da face da Terra. Começou a sentir desprezo por si mesma.

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Apesar de saber que o que Lily fez foi individualista e impensado, Tiago não conseguia deixar de se sentir culpado. Era uma atitude tão atípica dela!

E quando uma pessoa que amamos erra, nós a perdoamos quantas vezes for necessário, mesmo que ela peque conosco todos os dias. Pois nã há como ignorar pessoas que gostamos.

Tudo que ele mais queria era voltar a falar com ela...

Mas talvez agora não houvesse chance. E ele iria se humilhar aos pés da ruiva novamente? Ele não prometera a si mesmo que iria esquecê-la e seguir sua vida longe dela?

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Lily estava sentada numa mesa, do outro lado do salão. Não tinha vontade de fingir que nada aconteceu e sentar-se com seus amigos, ouvindo Rachel falar do quanto amava Amos e ficar de vela para Sarah e Remo e o ‘’pseudo casal’’ Susan e Sirius.

Ela estava olhando pro chão, pensando nas desgraças da sua vida. Era uma atitude totalmente depressiva, mas ela sabia que nos últimos dias estava num estilo meio punk depressiva prestes a se suicidar, mas os acontecimentos a levaram a isso, pensando racionalmente.

Ana estava passeando tranquila entre os casais na pista de dança, rindo para as fadinhas que sobrevoavam sua cabeça. Tiago, que estava sentado numa mesa do lado oposto da pista, a observava Ana dando pulinhos no meio do salão, aproveitando para observar a ruiva que sorria ao ver a cena.

Ana foi até a mesa de Tiago e o puxou até a pista, ouvindo murmuros de desaprovação pelo maroto. Quando estavam juntos no meio do salão, o moreno bufou.

-Ana, eu não tô muito legal, eu vou me sentar, tá? – pediu ele, educado.

-AAAAAAAAA TI! Você prometeu que ia dançar comigo, pelo menos uma vez! Por favor. – pediu ela, fazendo bico. Tiago revirou os olhos. – Você dança? – ela sorriu.

-E quando eu te neguei alguma coisa? – ele riu, e os dois começaram a dançar.

Era totalmente desproporcional para a altura deles. Tiago rodopiava Ana e ela gargalhava no salão, enquanto Lily não pode deixar de sentir senta simpatia pela cena. Quando a música terminou, Tiago estava decidido. Ele se abaixou e disse no ouvido de Ana:

-Agora eu vou dançar com outra pessoa, certo?

Ana fez uma cara de ciumenta, e ele sorriu.

-É rápido? – perguntou a menina, com as mãos na cintura. Tiago riu.

-É sim. – disse ele, beijando a testa de Ana. Ele se levantou, e disse pra ela quando já estava no salão. – Não se preocupe Ana, você ainda é a minha favorita. – o moreno piscou o olho e ela sorriu.

Ele foi andando lentamente até onde Lily estava. Quando chegou lá, ofereceu sua mão para a ruiva, chamando-a para dançar.

-Depois disso, você acha que eu iria? – perguntou Lily, num misto de tristeza e raiva.

-Todo mundo não merece uma segunda chance? – perguntou ele. Lily pensou por um segundo. Talvez não fosse tão deprimente aceitar uma dança...

Quando ela se deu conta, já estava sendo conduzida para o salão por Tiago. Eles pararam no centro da pista e começaram a dançar lentamente.

I've been living with a shadow overhead
I've been sleeping with a cloud above my bed
I've been lonely for so long
Trapped in the past, I just can't seem to move on


-O que você quer? – perguntou Lily.

-Olha Lily, você tem sido maravilhosa comigo. Desde que você entrou na minha vida, me fez enxergar tudo que eu fazia de errado, meus erros, no que eu deveria mudar. Você esteve lá pra mim num momento onde ninguém mais esteve, você acreditava nas minhas qualidades mesmo quando eu não as via. – disse Tiago, deixando tudo vir. Ele suspirou.

‘’Hum, legal, bonito. Mas, depois de sete anos da nossa amigável convivência, você foi me dizer isso tudo agora? Logo depois dessa humilhação? O que raios deu em você?’’ pensou Lily.

-Lily, você podia olhar pra mim? – perguntou Tiago, calmo. Calmo demais, o que irritou Lily.

Eu escuto com os olhos, não com os ouvidos. Acho que eu devia ter dito isso, não sei porque não disse!

I've been hiding all my hopes and dreams away
Just in case I ever need em again someday
I've been setting aside time
To clear a little space in the corners of my mind


-De um tempo pra cá, eu tenho deixado de enxergar você como uma conquista. Eu tenho visto em você uma garota diferente de todas as outras que eu já tive, e eu não queria perder isso...

-O que raios você quer de mim! – Lily perdeu a paciência. – A menos de cinco minutos você me faz passar a maior vergonha com uma pessoa que eu odeio, e agora você ‘’não quer perder isso’’? O que deu em você? O que você quer?

-A questão não é o que eu quero, e sim o que você quer. – disse Tiago.

-Eu já quis muitas coisas de você Tiago, mas sabe o que eu quero nesse instante? Que você me deixe sozinha! – pediu Lily.

All I want to do is find a way back into love
I can't make it through without a way back into love
Oh oh oh


-Eu vou Lily, só me escute. Se você não vai me dizer o que quer, não sou eu quem vai dizer. Só vou dizer o que eu não quero, que é ficar brigado com você. Lily, você tem sido mais do que compreensiva comigo, você superou todas as minhas expectativas. Eu quero pelo menos a sua amizade. – pediu Tiago.

-Tiago, eu sinto muito. Eu sei que a nossa amizade era algo que dava certo, mas eu acho que não dá mais Tiago, porque eu... – Lily suspirou.

Seu coração batia acelerado e ela tinha impressão que todos no salão prestavam atenção nela.

-Eu estou apaixonada por você Tiago. Pronto, é isso. E talvez sermos amigos era uma fórmula que dava certo, mas eu não sei se eu vou conseguir ignorar isso, provavelmente não agora que eu já te contei, então isso me deixa confusa, porque obviamente você quer amizade, mas eu não sei se consigo, porque eu... – as palavras de Lily foram abafadas. Os lábios quentes do maroto moviam-se lentamente, e ele abraçava seu corpo contra o da ruiva, tocando seu rosto e sua cintura, movendo seus pés no ritmo da música. As fadinhas cantaram sobre suas cabeças, enquanto um perfume de rosas subia pelo chão, onde flores estavam espalhadas.

I've been watching but the stars refuse to shine
I've been searching but I just don't see the signs
I know that it's out there
There's got to be something for my soul somewhere


Quando seus lábios se separaram, os dois se entreolharam e sorriram.

-Eu tinha pedido uma resposta, não uma redação. – disse o moreno e ambos sorriram.

Eles passaram certo tempo dançando e trocando carinhos, afinal já era tempo de se acertarem. Quando terminaram de se beijar, Tiago disse baixinho:

-Só temos um problema agora.

-Qual? – perguntou a ruiva, sorrindo.

-Como a gente vai fazer pra sua mãe deixar a gente namorar? – perguntou Tiago, e Lily riu.

-Eu vou dizer que a sua família é de origem pobre e venceu na vida, que o seu pai é catador de lixo e sua mãe cortadora de cana. – disse Lily, tendo um ataque de risos. – Ela vai se comover.

-Grande idéia... E isso porque não é loira. – disse Tiago, rindo.

-Mas isso foi um pedido? – perguntou Lily, surpresa.

-O que você acha? – perguntou Tiago, e a ruiva o beijou em resposta.

-Sabe que eu sempre adorei o seu cabelo? – disse Lily distraída, mexendo no cabelo de Tiago. – Gosto da cor dele, é tão bonita! Você sabia?

-Não, eu não sabia disso. Mas gostaria de saber o que foi que andaram colocando na sua bebida hoje. Primeiro você aceita namorar comigo, e agora me elogia! – disse Tiago e a ruiva riu. – Daqui a pouco vai admitir que eu sou perfeito.

Então eu cheguei a uma conclusão, pensou Lily. Além idiota, insuportável, metido, Tiago também é perfeito, no meio de sua imperfeição. Perfeito para mim.

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N/A: PESSOAS LINDAS DO MEU CORAÇÃO! Gente, que saudade de vocês! Na verdade, meus pais nem sabem que eu to no pc postando pra vocês xD. Minha vida tá uma complicação, deixa eu explicar.

Minha mãe cortou o pc segunda, quarta e sexta. Ou seja, estou vivendo numa ditadura. Minhas provas só terminam mês que vem, e eu preciso de nota alta em física e matemática, então eu estou mesmo estudando ‘’até o cérebro derreter’’. Eu to recebendo muitas reclamações pela demora.

Gente, esse capítulo não vai ter Sirius, não vai ter resposta aos comentários, nem nada disso, porque como eu disse, é verdade.

A FIC ACABOU.


Obrigada a todos que me incentivaram pra postar, eu fiz muitas amizades a partir daqui, eu fiquei MUITO feliz com tudo o que vocês me diziam, eu nunca pensei que fosse ter tantos elogios, de verdade. VOCÊS SÃO DEMAIS GENTE, EU AMO VOCÊS!

Obrigada por tudo, de coração.

As músicas que eu usei nesse capítulo, são as melhores que eu considero. Kiss me (do beijo da Susan e do Sirius) é perfeita, é tudooo. A do Tiago e da Lily também, way back into love. Eu tentei descrever a cena da entrada do casamento em detalhes, inspirada no filme tristão e isolda. Espero que tenha ficado bom.

Um final feliz, finalmente. Acho que todos mereciam. Mais detalhes no epílogo,ENTÃO NÃO ME ABANDONEM, AINDA TEM EPÍLOGO!

Eu vou mostrar mais coisas no epílogo, algumas cenas a mais.
Agora eu vou dormir gente.

AMO VOCÊS, MUITO. Obrigada pelo apoio.

=*

Ah, e por favor comentem! Comentários respondidos no epílogo. A proposta das perguntas ainda tá valendo, é só vocês mandarem.

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Comentários (1)

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