Capítulo Único



Seu
coração pulsava acelerado, em um ritmo que chegava a doer, comprimido contra
seu pulmão e fazendo com que ele arquejasse dolorosamente, aspirando ar em uma
lufada e sentindo que não conseguia filtrá-lo; era como se carvão em brasas
descesse pela sua garganta, queimando-a. Seu corpo inteiro reclamava, cãibras
retesando em suas juntas da perna e do braço.


Ao
seu lado, Hermione corria, ofegante, os cabelos espessos balançando ao lado do
rosto. Mesmo naquela situação, ele teve e ocupar alguns segundos
admirando-a... uma coloração escarlate subia-lhe à face do rosto e os olhos
lacrimejavam. As vestes em seu corpo, estavam rasgadas em várias partes, conseqüência
de terem passado pelo meio das árvores...


Chegavam,
agora, a um corredor longo, muito iluminado por luzes bruxuleantes, derramadas
de tochas presas à parede de pedra.


Ouviram
passos ecoarem atrás de si, mas estavam muito apressados para pararem e espiar.
Foi então que aconteceu...


Rony
continuou correndo o máximo que pôde, até perceber que ninguém mais o
acompanhava; seu coração pareceu explodir dentro de si, quando ele virou-se e
viu-a caída no chão, os dedos contraídos transparecendo o nervosismo e
ansiedade... eles se encararam por alguns segundos e, então, Rony pôde sentir
tudo o que ela estava passando.


Seus
olhos lacrimejaram e ele tentou secar as lágrimas que brotavam, adiantando-se
para ajudá-la.


-
Não... - Hermione sussurrou. - vá... vá embora...


Então,
os passos que ecoavam atrás deles, se aproximou e uma massa negra se
materializou perto de Hermione... um comensal da morte.


Não
podia ser... eles estavam conseguindo... iam sair daquele lugar e aparatar para
longe... iam viver juntos. Iam construir uma vida juntos. Não podia terminar
daquele jeito... não... podia...


Mas
o comensal da morte já adiantara-se e, agora, apontava uma longa varinha bem
para o peito da garota; ela tremia, em espasmos de horror, os olhos avermelhados
pelas lágrimas. Estava visivelmente exausta. Ela cerrou os olhos e pôs as mãos
sobre o peito, como se rezasse... rezasse para que, de alguma forma, um milagre
se sucedesse.


Rony
cerrou os olhos, negando-se assistir aquela cena e deixando que as lágrimas
salpicassem seu rosto branco como marfim. Um brilho esverdeado preencheu suas pálpebras
por alguns segundos e, então, ele deixou-se cair de joelhos no chão como em câmera
lenta, prevendo o que acontecera... ela estava... morta. O que era a morte
afinal? Por que ela tinha que acontecer? Nunca mais compartilhar sentimentos,
emoções, alegrias, intimidade, cumplicidade... nunca mais ver um sorriso
amarelo se abrindo, um piscar de olhos elegante, um afastar de cabelos do rosto.


Como
em um sonho, ele viu a figura de Hermione materializar-se a sua frente, sorrindo
e acariciando seu rosto com carinho. Um sussurrar baixo em seu ouvido e, então,
tudo voltara ao normal.


E
o comensal da morte ainda estava ali.


Seu
primeiro instinto foi avançar para ele, com toda a sua força... fazer com que
ele sofresse tudo o que ele sofrera. Mas não podia. Eles haviam quebrado sua
varinha e, ainda por cima, ele estava cansado, cicatrizes daquela fuga
espalhadas por seu rosto como tristes lembranças.


Rony
levantou-se e, em um ímpeto, continuou sua fuga na direção contrária ao
comensal da morte, sentindo que suas pernas oscilavam, reclamando. Mas tinha que
continuar...


Chegou
a um lance de escadas banhado de luz prateada do luar. A sua frente, altas árvores
sustentavam-se como se se elevassem aos céus. Ele continuou a correr, um
calafrio percorrendo seu corpo quando percebia que havia algo se movendo atrás
dele, próximo. Mas não podia morrer... deixar que o mal vencesse. Não seria
em vão.


"A
Toca", pensou Rony, com ansiedade. "Me leve para A Toca..."


As
lições de como aparatar nunca haviam sido tão necessárias. Comprimindo com
força os olhos, ele mentalizou sua casa com veemência e, quando sentia uma mão
deslizando por seu ombro, causando-lhe um arrepio, ele dobrou em si mesmo e,
caiu em um vestíbulo simples.


Abriu
os olhos; a mobília desparelhada e pobre informou-o que conseguira... estava em
seu quarto. Mas Hermione morrera...


 


*-*


 


Alguns meses antes disso...


 


 


- Rony! Eu quero
estudar, sabia? - exclamou Hermione, irritada, fechando um dos livros com força
e voltando-se para o outro, deslizando uma caneta pela página enquanto
consultava uma de suas respostas. - Será que você pode calar a...


Ele inclinou-se para
ela, comprimindo seus lábios nos dela e fazendo com que ela se calasse.


- Calei - disse ele,
sorrindo singelamente.


- Eu me referia a sua
boca - replicou Hermione, balançando a cabeça, pesarosa.


- Ah... Hermione...
por favor... fecha isso dai e presta atenção em mim.


- O que você quer
exatamente?


- Você - respondeu
Rony, com a voz aveludada.


Ela fechou o último
livro e, então, se levantou, abraçando-o; seus seios despertaram quando foram
comprimidos contra o peitoral do amado e ela sentiu uma instantânea necessidade
de tê-lo o mais próximo possível.


Com os dedos,
desabotoou sua camisa, seguida da dele e, deslizou-os pelo tórax definido
dele...


 


ATENÇÃO, NC17 AGORA.


 


Rony segurou-a em
seus braços e levou-a para o dormitório.


- Vai ser perfeito -
murmurou ele, com suavidade. -, como sempre é...


- Vai ser mais
perfeito do que costuma ser - sussurrou ela, sorrindo, enquanto ele deitava-se
sobre ela.


Hermione
arranhou-lhe suavemente as costas, quando ele aproximou seus lábios dos dela e
beijou-a calidamente, introduzindo sua língua e comprimindo-a em sua boca, com
avidez.


Depois, desceu para
os seios da garota, crispando os lábios sobre um bico rosado e fazendo com que
ela se contorcesse em um espasmo de prazer; deslizou sua língua pela barriga
dela enquanto retirava sua saia, encontrando uma calcinha branca e simples.
Perfeita para a pessoa perfeita.


Encarando-a de cima,
excitou-se com os seios rígidos, o rosto com um quê angelical, o corpo
definido e ao mesmo tempo, frágil.


Com calma, ele
introduziu a língua no clitóris dela, fazendo com que todo seu corpo oscilasse
sob ele. Tentou conter um sorriso sereno, quando observou o que ele
era capaz de fazer com ela.


Alguns segundos
depois, ele subira novamente, beijando-a em um ritmo lento e sensual e
penetrando-a.


Os dois chegaram ao
orgasmo juntos, gozando com gemidos baixos e surdos; então, permaneceram juntos
até o silêncio pairar no vestíbulo.


 


FIM DA NC


 


Uma fina poeira
perolava no ar quando eles se desvencilharam.


O sol derramava da
janela, iluminando o aposento com sua luminosidade dourada e quente. Fora
perfeito. Como Hermione dissera. De repente, o mundo parecia utópico, com uma
coloração alegre, como se fosse um presente em um bonito embrulho.


Os dois estavam
juntos. E nada mais importava.


 


*-*


 


Rony deixou que uma
lágrima rolasse por seu rosto, até chegar ao seus lábios; o gosto salgado o
enojou, como se fosse o sangue seco que cicatrizava-se depois de, alguns dias
antes, tudo ter acontecido. Nada fazia sentido. Nada tinha um sentido concreto.


E então, de
repente, ele pegou-se perguntando qual era o motivo de viver. Por que ainda
estava vivo? Por que não deixara-se morrer junto de Hermione? Fora covarde! Ele
tinha que ter voltado e ajudado-a. Tinha que ter se arriscado pelo amor de sua
vida.


O amor de sua vida!
A boca secou e ele sentou-se de frente para uma janela, deixando que o brilho do
luar o banhasse; sua pele branca parecia fosforecente, como um espectro da morte
fulgurando em um vestíbulo negro.


A morte... morte...
levantou as mãos e as encarou silenciosamente, como se visse algo imundo e
impuro. Fora por aquelas mãos que Hermione morrera. Ele matara Hermione, mesmo
que inconcientemente.


Não estava claro?
Ele era o assassino dela. ELE. RONY
WEASLEY.


Rony ergueu os olhos
para a lua; um círculo prateado flutuando suavemente no céu salpicado de
pontos brilhantes. Era para lá que ele iria. Lágrimas rolaram mais uma vez por
seu rosto, mas dessa vez ele não se deu o trabalho de secá-las; puxou uma
gaveta da escrivaninha, pegou um objeto espelhado quase imperceptível àquela
claridade mínima, embora ele soubesse o que era. Voltou para o facho de luz
prateada derramado no carpete e sentou-se, segurando com firmeza a faca entre os
dedos nodosos.


Estava encerrado...
iria acabar com tudo. Agora.


Encarou por alguns
segundos a faca em sua mão e, então, cerrando os olhos com toda a sua força e
fazendo com que lágrimas salpicassem seu rosto alvo, ele introduziu a lâmina
no lado esquerdo do peito sem piedade, o líquido escarlate colorindo as vestes
brancas. Uma dor comprimiu-o por uns segundos.


E então, tudo ficou
negro.


 


Nota do autor:


COMENTEM!! Eu imploro. Essa fic ficou... dramática.
Beatriz que vai gostar dela. Né? *cai* xD enfim... espero que gostem.



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Comentários (1)

  • John Gaunt

    Adorei o seu jeito de escrever, você usou uma linguagem bem estilosa e dinâmica, não fez repetições indesejadas e nem frases sem nexos.E a história em si eu realmente achei muito boa. Parabéns.John 

    2013-06-07
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