A Decisão



Capítulo 12 – Decisão

Gina acordou na manhã seguinte com Draco andando de um lado para o outro no quarto, colocou-se sobre seus cotovelos e fitou-o, confusa.

“Draco?”, perguntou, enquanto bocejava “O que foi?”

Ele se sobressaltou ao ver que ela tinha acordado e pareceu meio sem ação, assim que recuperou a voz, acrescentou:

“Ahn... Bom dia...”, hesitou, e depois acrescentou “Weasley”

Gina arregalou os olhos.

“Draco, o que houve?”, perguntou ela, pondo-se de pé e tentando alcançar ele.

“NÃO!”, fez ele, num misto de raiva e nervosismo “Não... apenas... se vista, nós temos que ir embora...”, ele fitou-a, depois suspirou “Te espero do lado de fora”

“Draco, o que est...?”

“Weasley, por favor!”, irritou-se ele. Deu as costas para ela e saiu do quarto.

XxXxX


Gina saiu do quarto e olhou Draco, desorientada, estava vestida, mas deu pra ver que havia se vestido às pressas e, embora a confusão brilhasse em seus olhos, também havia um outro sentimento... medo?

Draco espantou-se ao perceber aquele sentimento instalado em Gina, Draco se odiou, como pôde ter feito aquilo com ela? Pôde perceber que Gina estava assustada, mesmo que querendo se inteirar, manteve-se calada por todo o caminho até a recepção.

Draco pagou a conta e ignorou todas as perguntas do rapaz da recepção, que foram, respectivamente:

“Então... Ontem vocês estavam pegando fogo, a noite deve ter sido boa, não é?”

“O que houve? Vocês estão estranhos...”

“Você está me ignorando?”

À altura da terceira pergunta, Draco lançou um olhar gélido ao homem à sua frente.

“Apenas faça o seu trabalho, certo?”, disse ele, revirando os olhos, quando o homem, sem jeito, assentiu.

Entraram no carro, e Draco ficou fitando a estrada, depois virou-se para Gina.

“Olha, eu sinto...”

Então, para seu total espanto, percebeu algumas lágrimas nos olhos dela, caindo tímidas, ao perceber que ele a observava, Gina limpou-os rapidamente.

“Por que você não dirige?”, perguntou ela, ríspida.

Draco engoliu em seco.

“Gina...”

Agora é Gina?”, perguntou ela, furiosa “O que diabos aconteceu ali?”, perguntou ela, confusa e irritada. Na verdade, a voz e o rosto de Gina eram, ambos, uma confusão de sentimentos.

“Olha, eu...”

“Vá se foder, Malfoy!”, berrou ela, e fitou-o, com os olhos espreitados “Vá se foder”, repetiu, e deixou que a idéia fluísse entre os dois.

Draco ficou em silêncio, sentindo o peso daquelas palavras.

“Gina, escute...”

“Dirija!”, disse, seca.

“Gi...”

DIRIJA!”, berrou ela, e olhou para frente, com os braços cruzados em frente ao peito.

XxXxX


O resto da viagem seguiu-se em silêncio, Gina continuava com um olhar ferido, observando a paisagem, e Draco com um olhar desprovido de qualquer emoção, apenas olhando para a estrada e concentrando-se em dirigir.

Foi então que ele ouviu soluços, e virou-se. Gina estava chorando, não era mais contido como antes, era um choro verdadeiro, magoado.

Ele entrou em pânico.

Merlim, o que havia feito?

“Gina...”

“Eu quero ligar para o meu pai, Malfoy”, disse ela, por entre soluços, enquanto tentava limpar as lágrimas, em vão.

“O quê...?”

“Eu quero ir embora!”, gemeu ela, entre soluços mais fortes.

“Gina...”

Ele tentou pensar em algo. Qualquer coisa que pudesse reparar o que havia feito, mas não tinha como – não podia – justificar seus atos. Simplesmente não dava.

“Eu só quero um telefone público, dá para você apenas me ajudar?”, pediu ela, enquanto fungava “Quero voltar para casa, só isso”

Draco conhecia-a o suficiente para saber que não poderia mais argumentar.

Dirigiu em silêncio por meia hora, quando finalmente entraram em uma cidadezinha e, em menos de cinco minutos, encontraram com um orelhão público. Gina desceu do carro, e Draco também, ele ficou parado, ao lado dela, tentando desesperadamente fazer algo para impedi-la, mas era aquilo que tinha que acontecer.

Gina parou de digitar no meio do número, desligou o telefone e fitou-o.

“E-eu... Eu não quero ir, Draco”, falou ela, numa voz infantil e insegura, e seus olhos suplicavam “Me impeça, de alguma forma, mas me impeça”, ela olhou para o chão “Eu... eu quero ficar aqui... com você”, ela sussurrou a última parte.

Draco ficou em silêncio, Gina estava num momento de fraqueza.

“Apenas me diga... por que você fez aquilo?”, perguntou ela, fitando-o, procurando por algo nos olhos acinzentados que trouxessem confiança.

“Gina...”

“Apenas me diga... se você quer que eu fique”, condicionou ela, fungando.

Draco hesitou.

Valia a pena.

Poderia simplesmente contar-lhe tudo.

E... E o quê?

Fugiriam juntos até o pai dela descobri-los?

“No que está pensando, Draco? Você sabe que isso é insano!”, berrou uma voz em sua cabeça.

Draco fitou-a, e depois desviou os olhos.

Gina ficou em silêncio, depois desviou os olhos também.

“Certo”, murmurou ela, e tirou o telefone do gancho.

XxXxX


Gina desligou o telefone e fitou-o, magoada, enquanto ia até o carro dele e tirava a sua mala, colocou-a nas costas e ficou em silêncio.

“Eu... queria... que você ficasse”, falou ele, em tom de desculpas, mas sabia que não funcionaria “É só que as coisas estão complicadas, Gina...”

“Era uma escolha sua, você fez a sua decisão”, disse Gina, tentando parecer dura, desviando os olhos e fitando a bolsa “Acho melhor você ir embora, Dr-Malfoy!”, corrigiu-se “Não vai ser muito bom se eles te verem por perto...”

“Você se preocupa com isso?”, perguntou ele, enquanto, não conseguindo se controlar, levou uma das mãos até o rosto da ruiva.

Gina fechou aos olhos, e, ao toque dele, tudo naquela manhã pareceu distante e sem sentido.

“Draco...”, murmurou ela, quando sentiu o perfume dele ainda mais forte, significando, este, de que ele a havia envolvido nos braços.

“Eu sinto muito, Gina”, murmurou ele, beijando-lhe, de leve os lábios, mas, orgulhando-se, intimamente, de ter se controlado e não prolongado o beijo.

“Draco... não!”, berrou Gina, afastando-o “Quero dizer, Malfoy, ah, quer saber, dane-se! Eu to cansada disso, se você não vai me explicar por que me tratou tão mal essa manhã, acho que não temos mais motivos para... para nada!”, termina, ela, apertando com mais força a bolsa contra o corpo e, dando as costas para o loiro caminhou até o pequeno jardim onde se encontrava uma fonte.

Sentou-se lá, e a imagem lembrou a Draco uma criancinha que sentava no banco da escola, aguardando a mãe chegar, insegura.

“Aos diabos tudo isso, eu vou contar”

“Gina...”, começou ele, mas então, algo o puxou de volta a realidade, era o barulho de alguém aparatando, Draco recuou alguns passos quando viu Neville Logbotton parando próximo à fonte.

Eles conversaram e Gina lançou um último olhar a Draco.

Depois, aparatou.

Continua...

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