H.G









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SEMPRE HÁ UM AMANHA


CAPÍTULO 30


H.G.


 


PARIS, QUARTA-FEIRA, 9 DE JULHO - MEIO-DIA


 


Num gabinete particular, na Rua Matignon, Sirius disse:


- Compreendo como se sente pelo que aconteceu em Madri,
Mione. Mas Harry chegou lá primeiro.


- Não - corrigiu-o Hermione, amargurada. - Eu é que
cheguei primeiro. Ele só apareceu depois.


- Mas foi ele que entregou o quadro. O Puerto já se
encontra a caminho do meu cliente.


Depois que tivera todo o planejamento,pensou amargurada, o
“Santo” Potter fora mais esperto do que ela. Ficara sentado de braços
cruzados, deixando que ela trabalhasse e assumisse todos os riscos; e 
no último momento arrebatara o grande prêmio e fora embora calmamente.
Como o imbecil devia estar rindo dela, neste momento!


O beijo que trocaram em Madri veio-lhe a mente. Quase não
pode suportar a humilhação que lhe queimou o rosto. “Por Merlin!, que tola
eu banquei!”


- Nunca pensei que eu poderia matar alguém - comentou para
Sirius. - Mas teria a maior satisfação em acabar com qualquer possibilidade
dos Potter terem descendentes!.


Sirius deu uma risada distintamente canina, e respondeu:


- Ora, minha cara, espero que não nesta sala. Ele está
vindo para cá


- Ele está o quê? - Hermione levantou-se de um pulo.


- Eu disse que tenho uma proposta para você. Precisará de
um parceiro. Na minha opinião, ele é o único que...


- Pois morrerei de fome primeiro! - explodiu irritada. -
Potter é o mais desprezível..


- Ouvi meu nome ser mencionado? - Ele estava parado na
porta, com uma expressão radiante. - Mione, querida, você está ainda mais
deslumbrante do que o habitual. Sirius, como tem passado?


Sirius e Harry trocaram abraços calorosos, Hermione
levantou-se,


dominada por uma fúria,
como somente poucas vezes sentiu na vida. Harry fitou-a, fazendo uma cara incrível
de cachorro sem dono,  e suspirou.


- Você está provavelmente zangada comigo..


- Eu... Eu não... - ela gagueja na pressa de dizer o que
queria - é suficiente dizer, que zangada não passa perto do que sinto por
você neste momento!


- Se me permite dizê-lo, Mione, seu plano foi brilhante. E
estou falando sério. Realmente brilhante. Você só cometeu um pequeno erro.
Nunca confie em ex-professores que se sentem culpados.


Ela respirou fundo tentando se controlar (eu não me
rebaixarei!). Virou-se para Sirius.


- Falarei com você mais tarde.


- Mione...


- Não. O plano que for, não!principalmente se ele está
envolvido.


- Me escute ao menos sim? - insistiu Sirius.


- Não há sentido. Eu...


- Dentro de três dias a De Beers embarcará uma remessa de



diamantes, no valor de
quatro milhões de dólares, de Paris para Amsterdã, num avião cargueiro da
Air France. Tenho um cliente que está ansioso em adquirir essas pedras.


- Por que não as seqüestra no caminho para o aeroporto?
Nosso amigo aqui é um especialista em seqüestros.


Não havia sentido em esconder o rancor que sentia.


Por Merlin, pensou Harry meio arrebatado, ela é magnífica
quando está furiosa.


Sirius continuou como se ela não houvesse falado.


- Os diamantes estão muito bem guardado. Teremos de seqüestrá-los
durante o vôo.


Hermione fitou-o com uma expressão de surpresa.


- Durante o vôo? Num avião cargueiro?


- Precisamos de alguém bastante pequeno para se esconder
dentro de um dos containeres. Quando o avião estiver no ar, tudo o que essa
pessoa precisará fazer será sair, abrir o container da De Beers, remover o
pacote com os diamantes e substituí-lo por uma duplicata, devidamente
preparada, voltar ao outro container.


- E eu sou bastante pequena para caber num container.


- É muito mais do que isso, Mione - disse Sirius. -
Precisamos de alguém que seja inteligente e tenha sangue-frio. - ele fez uma
pausa - e que goste de desafios.


Hermione, ainda me pé, tentou medir se aquilo seria bom.


- É... Posso dizer que o plano me agrada. - tinha que
deixá-los em suspense -  O que não
gosto é a idéia de trabalhar com ele. Esse homem é pior que um... que um
verme-cego!


Harry riu.


- Assim você me ofende Mione. Sirius está nos oferecendo
um milhão de dólares para aplicar esse golpe.


Ela olhou aturdida para Sirius.


- Um milhão de dólares?


Ele assentiu.


- Meio milhão para cada um.


- O plano pode dar certo porque eu tenho um contacto na seção
de embarque no aeroporto - explicou Harry. - Ele nos ajudará a armar o golpe.
Merece toda a confiança.


- Ao contrário de você - cortou Hermione bruscamente. -
Adeus, Sirius.


Ela saiu da sala olhando para Sirius como se ele a houvesse
traído.


- Ela ficou muito aborrecida com você em Madri, Harry. E
receio que não concordará de jeito nenhum em participar deste trabalho.


- Está enganado - assegurou- o, Harry jovialmente. -
Conheço-a Sirius. A minha Mione não será capaz de resistir.



Sirius o tinha uma indagação
muda no rosto “minha é?”



 


- Os containeres são lacrados antes de serem embarcados no
avião - explicou Fleur Gardner


A francesa continuava tão linda quanto era na época do
Torneio Tribruxo. Ainda belíssima e tão arrogante quanto possível. Casada com
Jean Gardner, um homem belo, mas extremamente pobre, Fleur vivia armando golpes
para “aumentar a renda familiar”. Seu cunhado (casado com Gabrielle) era o
contato deles na seção de carga da Air France.


Fleur, Hermione, Harry e Sirius estavam sentados numa mesa
junto à amurada no Bato Muche, o barco de turismo que cruza o Sena, circulando
Paris.


- Se o container é lacrado - indagou Hermione,
incisivamente - usarei magia para entrar?


- Non...
Non.. - Fleur casquinou uma
risadinha debochada (Hermione se sentiu quente com isso) - Para os embarques de
última hora - respondeu ela no tom superior irritante que usava desde o início
da conversa - a companhia usa o que chamamos de containeres moles, caixotes de
madeira grandes com lona num lado, presa por uma corda. Por motivos de segurança,
como me explicou Gerard, cargas valiosas como diamantes sempre chegam no último
momento; São as últimas a serem embarcadas e as primeiras a desembarcar.


- Os diamantes estariam então num container mole? -
concluiu Hermione.


- Exatamente, Chérrie.
Gerard providenciara para que o container em que você estiver dentro seja
colocado ao lado do caixote com os diamantes. Tudo o que terá de fazer, quando
o avião estiver em voo, será cortar a corda, pegar os diamantes, deixar uma
caixa idêntica no lugar, voltar a seu container e fechá-lo.


Sirius acrescentou:


- Quando o avião pousar em Amsterdã, os guardas pegarão
a caixa substituta de diamantes e a entregarão aos lapidadores; Quando
descobrirem o que aconteceu, você já terá deixado o país de avião. Tenha
certeza de uma coisa, Hermione: nada pode sair errado.


A frase que provocou um calafrio em seu coração.


- Eu não congelaria até a morte lá no alto?


Fleur sorriu.


- Como esse avião não transportara animais, seria possível
você congelar lá em cima. Não fosse o fato de ser uma bruxa. Você pode
executar um feitiço para manter a sua temperatura corporal. Com ele se sentira
bastante confortável. Talvez um pouco apertada, mas muito bem, fora isso.


Hermione concordara em escutar o plano. Meio milhão de dólares
por algumas horas de desconforto. Analisara o plano por todos os ângulos. Pode
dar certo, pensou excitada. Se ao menos Harry não estivesse envolvido...


Seus sentimentos em relação a ele eram uma mistura
desconcertante de emoções, deixando-a confusa e furiosa consigo mesma. Ele
dera aquele golpe em Madri pelo puro prazer de se mostrar mais esperto do que
ela. Traíra-a, enganara-a, agora estava secretamente rindo à sua custa.


Os três bruxos observavam-na, esperando por sua resposta.
O barco passava sob a Ponte Nova, a mais antiga das pontes de Paris, mas que os
caprichosos franceses insistiam em chamar de Nova. No outro lado do rio, dois
namorados se abraçavam na margem. Hermione percebeu a expressão de felicidade
no rosto da moça. Ela é uma idiota, pensou desgostosa. E tomou sua decisão,
mas ainda havia uma pergunta para fazer:


- Porque simplesmente não aparato lá, pego os diamantes e
volto?


Harry não deixou Fleur responder. Estava se irritando com
a reticência de Hermione.


- Simplesmente porque não há como calcular, com a precisão
que uma aparatação exige, o ponto por onde o avião ira passar. Você poderia
simplesmente desaparatar no ar e ai não haveria retorno. Como sabe, aparatação
exige um ponto fixo para acontecer.


Hermione apertou os olhos. Sentia o rosto queimar de
vergonha. Seria capaz de estrangular o patife, sem usar as mãos!


- Muito bem, farei o trabalho. Ao se comprometer, fitava
Harry nos olhos. Era um desafio.


Hermione sentiu no mesmo instante a tensão na mesa se
dissipar.


- Não temos muito tempo - disse Fleur, a voz arrastada
mais arrastada ainda.  - Meu irmão
trabalha para um agente de cargas e nos deixará carregar o container com você
em seu armazém. Espero,
Cherrié,
que não tenha claustrofobia.


- Não se preocupe comigo... Quanto tempo levará a viagem?



- Passará uns poucos minutos na área de embarque e uma
hora voando para Amsterdã.


- Qual é o tamanho do container?


- Bastante grande para que possa sentar-se. Haverá outras
coisas para escondê-la... no caso de acontecer algo inesperado.


Nada pode sair errado, eles haviam prometido. Mas...


- Tenho uma lista de coisas que você precisará -
disse-lhe Harry - E já as providenciei.


O verme-cego presunçoso. Ele tinha certeza de que ela
responderia afirmativamente.


- como prefere sair da Holanda, Mione? - perguntou Sirius
-de avião ou por aparatação?


- Acho que vou querer avião mesmo Sirius. Sempre que vaijo
como bruxa, sinto que estou perdendo algo.


- Tudo bem então - ele tinha um tom muito eficiente -
providenciarei para que você tenha os vistos apropriados de entrada e saída, a
fim de poder deixar a Holanda sem qualquer problema.


O barco iniciou a manobra para atracar.


- Podemos repassar os planos finais pela manhã, com Gerard
- disse Fleur - Agora, tenho que ir para casa; Meu marido esta a minha espera.
Au revoir.


Ele levantou-se e desembarcou no instante em que o barco
atracou. Harry, cujos olhos estavam perdidos no suave balançar dos quadris
franceses de Fleur, indagou:


- Por que não jantamos todos juntos para comemorar?


- Lamento, mas já tenho um compromisso anterior -
desculpou-se


Sirius.


Ele virou-se para Hermione.


- Você...


- Não, obrigada - ela se apressou em dizer. - Estou muito
cansada.


Era uma desculpa para evitar a companhia dele. Mas assim
que falou, Hermione percebeu que se encontrava realmente exausta.


Era provavelmente a tensão do excitamento com que vinha
vivendo há tanto tempo. Sentia-se meio tonta. Quando isso acabar, ela prometeu
a si mesma, voltarei a Londres para um descanso prolongado. Sua cabeça começava
a latejar. Preciso mesmo...


- Comprei-lhe um presentinho - disse Harry.


Ele lhe entregou uma caixa embrulhada em papel de presente.
Era uma delicada
echarpe
colorida de seda, com as iniciais HG num canto.


- Obrigada.


Ele pode comprar isto, pensou Hermione, irritada. Comprou
com meu meio milhão de dólares.


- Não vai mudar de idéia sobre o jantar?


- Nem que você fosse o ultimo verme-cego do planeta Potter
- disse ela com rispidez.


- Mione... - ele começou, mas não pode continuar.
Hermione apontava a varinha para o peito dele (estavam perto demais, para que um
trouxa pudesse ver).


- Me chame novamente de Mione, e juro... juro por Merlin
que você será um verme-cego de verdade.



Harry achou por bem levar a
afirmação a serio. Hermione tinha um brilho estranho nos olhos e o rosto
estava muito vermelho.



 


Em Paris, Hermione hospedava-se no clássico Atenas Plaza,
numa velha Suíte adorável, dando para o restaurante no jardim.


O restaurante do hotel era elegante, com música de piano
suave. Mas, naquela noite, Hermione sentia-se cansada demais para vestir uma
roupa mais formal. Foi para o Relais, o pequeno café também do hotel e pediu
uma sopa. Empurrou o prato para o lado, deixando metade da sopa, voltando à sua
suíte.


Duda, sentado no outro lado do café, anotou a hora.


Ele estava com um grande problema. Ao voltar a Paris,
pedira uma reunião com o Inspetor Trignant. O diretor da Interpol fora menos do
que cordial. Acabara de passar uma hora no telefone, escutando as queixas do
Comandante Ramiro contra o americano.


- Ele é louco! - explodira o espanhol. - Desperdicei
homens, dinheiro e tempo para seguir a tal Granger, que ele insistia em dizer
que assaltaria o Prado. No final, constatou-se que a mulher não passava de uma
turista inocente... como eu disse desde o início.


A conversa levara o Inspetor Trignant a acreditar que
Dudley Dursley podia estar enganado em relação ao caso desde o começo.


Não havia qualquer prova contra a mulher. E ela se
encontrar em várias cidades, nas ocasiões em que os crimes haviam sido
cometidos, não chegava a ser uma prova.


Assim, o Inspetor estava contrariado e de péssimo humor,
quando Duda o fora procurar dizendo:


- Hermione Granger (ele nunca mais se descuidaria e falaria
dela como algo pessoal) se encontra em Paris. Eu gostaria que ela fosse colocada
sob uma vigilância de vinte e quatro horas por dia.


 Trignant
respondera:


- A menos que você possa me apresentar provas de que a
mulher planeja cometer um crime específico, não há nada que eu possa fazer.


Duda o contemplara com seus olhos castanhos ardentes e
dissera:


- Você é um idiota.


E ele se descobrira sendo levado bruscamente para fora do
escritório.


Ele ainda tentara falar com o Ministério da Magia Francês.
Mas ao que parecia bruxos e trouxas tinham a mesma opinião: a não ser que ele
apresentasse provas, não moveriam um auror sequer.


Isso irritou Duda profundamente. Ele xingou os bruxos de
palavrões cabeludos e a partir dali, disse que era apenas ele mesmo. Não
haveria mais anormais! E quando pegasse Hermione, Duda a levaria para uma linda
cadeia trouxa: onde tivesse as homossexuais da pior espécie.



Agora, a coisa era no um a um:
ele contra ela. Duda iniciou, assim que saíra do Ministério da Magia, a
vigilância sobre Hermione: segui-a por toda à parte; a lojas e restaurantes,
através das ruas de Paris. Ficava sem dormir e muitas vezes sem comer. Não
permitiria que a cadela o derrotasse. A ira divida, que estava do seu lado, não
permitiria!



 


Hermione ficou acordada na cama durante aquela noite,
revendo o plano que seria executado no dia seguinte. Gostaria que sua cabeça
estivesse melhor. Tomara uma poção, mas a cabeça continuava a latejar, cada
vez pior. Estava suando e o quarto parecia insuportavelmente quente. Amanhã
estará tudo acabado.


Suíça. É o lugar para onde iria. Para as frias montanhas
da Suíça.


Ela pôs o despertador para tocar às cinco horas da manhã.



Quando a campainha soou, descobriu-se na cela da prisão,
com Calcinha de Ferro berrando:


- Hora de se vestir! Depressa!


O corredor ressoava com o estrépito da campainha. Hermione
acordou. Sentia uma pressão no peito, a claridade fazia os olhos doerem. Forçou-se
a ir ao banheiro. O rosto parecia inchado e avermelhado no espelho.


Não posso ficar doente agora, pensou meio desesperada. Não
hoje. Há muito que fazer.


Ela vestiu-se devagar, tentando ignorar o latejar na cabeça.



Pôs o macacão preto de bolsos fundos, os sapatos de solas
de borracha e uma boina basca. O coração parecia bater irregularmente, mas não
tinha certeza se era do excitamento ou da doença que a invadia. Sentia-se tonta
e fraca. A garganta estava dolorida, dando a impressão de que engolira um monte
de areia quente do deserto. à mesa, viu a
echarpe que ganhara de Harry. Pegou-a, e
enrolou no pescoço.


A portaria do Atenas Plaza fica na Avenida Montaigne, mas a
entrada de serviço é na Rua do Orador, além da esquina. Um cartaz discreto
indicava a ENTRADA DE SERVIÇO. Um corredor comprido, margeado de latas de lixo,
levava à rua. Duda, que assumira um posto de observação perto da entrada
principal, não viu Hermione sair pela entrada de serviço. Mas,
inexplicavelmente, ele sentiu no momento em que ela se foi.


Saindo apressadamente para a avenida e olhou para um lado e
outro. Ela não se achava à vista.


O Renault cinza que pegou Hermione na entrada lateral do
hotel seguiu para a
Étoile.
Havia pouco tráfego naquela hora e o motorista, um rapaz de rosto cheio de
espinhas, que aparentemente não falava inglês, disparou por uma das 12
avenidas que constituem os raios da
Étoile.



“Eu gostaria que ele andasse mais devagar”, pensou
Hermione entontecida.


Trinta minutos depois o carro parou com um solavanco diante
de um armazém. A placa por cima da porta dizia BRUCERE ET CIE. Hermione
lembrou-se que era ali que trabalhava o cunhado de Fleur Gardner abriu a porta
do carro e murmurou:


- Vite!


Gerard era outro belíssimo exemplo do que a França
poderia ter de melhor: alto e de olhos da cor de chocolate, ele tinha um sorriso
insinuante e os dentes mais brancos que Hermione já viu em uma pessoa (a exceção
talvez de Lockart). Ele parecia estar com muita pressa, tanto que mal Hermione
saiu do carro ele disse:


- Siga-me. Depressa.


Ela o seguiu até os fundos do armazém, onde havia meia dúzia
de containeres, quase todos cheios e fechados, prontos para serem levados ao
aeroporto. Havia um container mole, com um lado de lona, parcialmente ocupado
por móveis.


- Entre. Depressa. Não temos tempo a perder.


Hermione sentiu uma vertigem. Olhou para o caixote e
pensou: Não posso ficar aí dentro. Eu morrerei.


O homem fitava-a com uma expressão estranha.


- Sente-se mal?


Agora era o momento de recuar, de pôr um ponto final
naquela loucura.


- Não. Estou bem.


Tudo acabará em breve. Ela estaria a caminho da Suíça
dentro de poucas horas, com meio milhão de dólares. 


- Bon. Leve isto.


Ele lhe entregou uma faca de gume duplo, um rolo de corda,
uma lanterna e uma pequena caixa de jóias azul, com uma fita vermelha ao redor.


- Esta é a duplicata da caixa de jóias que trocará.


Hermione respirou fundo, entrou no container e sentou-se.


Segundos depois uma lona foi baixada sobre a abertura. Ela
ouviu as cordas sendo amarradas na lona, a fim de mantê-la no lugar. Mal ouviu
a voz do homem através da lona:


- Daqui por diante, nada de falar, nada de se mexer, nada
de fumar.


Hermione ainda tentou dizer "Eu não fumo", mas não
encontrou energia suficiente.


- Boa sorte. Abri alguns buracos no lado da caixa para você
poder respirar. Não se esqueça de respirar.


Ele riu de sua piada e ela pode ouviu os passos se
afastando.


Ficou sozinha no escuro.


O caixote era estreito e apertado, um jogo de cadeiras de
mesa de jantar ocupava a maior parte do espaço. Hermione tinha a sensação de
que estava pegando fogo. A pele era muito quente ao contato, sentia dificuldade
em respirar. Peguei alguma espécie de vírus, pensou ela, mas isso terá de
esperar. Tenho um trabalho a realizar. Pense em outra coisa.


A voz de Sirius penetrou tão nítida que ela pensou que
ele estava do seu lado:Não tem com que se preocupar, Mione. Quando
descarregarem em Amsterdã, seu container será levado para uma garagem
particular, perto do aeroporto. Harry a encontrará lá.Entregue-lhe as pedras e
volte ao aeroporto. Haverá uma passagem de avião para Genebra à sua espera no
balcão da Swissair. Saia de Amsterdã o mais depressa possível. Assim que
souber do roubo, a polícia fechará a cidade. Nada sairá errado. Mas, caso
haja alguma emergência, aqui tem o endereço e a chave de uma casa segura em
Amsterdã. Está desocupada.


Ela devia ter cochilado, pois despertou com um sobressalto
no momento em que o container foi levantado. Hermione sentiu que caía pelo espaço
apertado e teve de se segurar nos lados em busca de apoio. O container assentou
em alguma coisa dura.


Houve uma batida de porta de veículo, um motor entrou em
funcionamento ruidosamente e um momento depois o caminhão se achava em
movimento.



Estavam a caminho do aeroporto.



 


O plano fora meticulosamente elaborado com toda exatidão.
O container com Hermione dentro deveria chegar ao aeroporto poucos minutos antes
do container da De Beers. O motorista do caminhão que levava Hermione tinha
instruções rigorosas: Mantenha uma velocidade constante de oitenta quilômetros.


O tráfego na estrada para o aeroporto parecia mais intenso
do que o habitual naquela manhã, mas o motorista não estava preocupado. O
container estaria no aeroporto a tempo e ele ganharia uma gratificação
adicional de 50 mil francos, o suficiente para viajar em férias com a mulher e
os dois filhos. América, pensava ele. Iremos a Disney!


O motorista olhou para o relógio no painel e sorriu para
si mesmo. Nenhum problema. O aeroporto ficava a apenas cinco quilômetros de
distância e dispunha de dez minutos para chegar lá.


Exatamente no horário, ele chegou ao desvio para o
terminal de carga da Air France. Ao chegar no Aeroporto Charles de
Gaulle, o caminhão afastou-se da
entrada de passageiros, onde cercas de arame farpado separavam a estrada da área
de carga. Ao se dirigir para o vasto armazém, que se estendia por uma área de
três blocos e estava repleto de caixotes, pacotes e containeres empilhados,
houve um súbito som explosivo e o volante em suas mãos deu uma guinada brusca.



O caminhão começou a vibrar. Merde!, pensou ele. Uma porra de um
pneu furado logo agora!


O gigantesco avião cargueiro 747 da Air France se achava
no processo de ser carregado. Os containeres se encontravam numa plataforma na
altura da abertura, prontos para deslizarem por uma esteira para o porão do avião.
Eram 38 containeres, 28 no convés principal e os restantes no porão. Não
havia requintes naquele avião.


O processo de carregamento já estava quase concluído.
Simas Finningan (cuja única mudança desde os tempos do colégio, eram uma
barriguinha de chopp e um acentuado sotaque francês no seu inglês) é que era
o contato de Harry dentro do aeroporto, tornou a olhar para seu relógio e
praguejou.


O caminhão estava atrasado. A remessa da De Beers já fora
posta em seu container, o lado de lona preso por cordas cruzadas. Simas marcara
o lado com tinta vermelha, a fim de que Hermione não tivesse qualquer
dificuldade para identificá-lo. Ele observou agora, enquanto o Container com os
diamantes da De Beers era levado para o avião e posto em seu lugar. Havia espaço
ao lado para mais um container antes que o avião descolasse. E havia três
outros na plataforma, esperando para serem embarcados.


Onde se metera Hermione? O responsável pela carga gritou
do interior do avião:


- Vamos logo, Simas! O que está esperando?


- Só um momento - respondeu ele suando.


Ele seguiu apressadamente até à entrada da área de
carga.


Nenhum sinal do caminhão.


- Simas! Qual é o problema? - Ele virou-se. Um supervisor
sênior se aproximava. - Termine logo e mande essa carga para o ar.


- Pois não, senhor. Eu só estava esperando...


Nesse momento o caminhão da Brucere et Cie entrou
rapidamente na área e parou na frente dele, com um ranger de pneus.


- Aqui está a última carga - disse ele aliviado.


- Pois embarque logo!


Simas supervisionou a retirada do container do caminhão e
seu embarque no avião. Então acenou para o responsável dentro do cargueiro.


- É tudo seu!



Momentos depois, os jatos foram
acionados e a gigantesca aeronave começou a taxiar para a pista. Simas
pensou: Agora, tudo depende de Hermione.



 


Havia uma tempestade violenta. Uma onda enorme atingiu o
navio, que começou a afundar. Estou me afogando, pensou Hermione desesperada.


Tenho de sair daqui.


Ela estendeu os braços e bateu em alguma coisa. Era o lado
do escaler, balançando incontrolável. Hermione tentou ficar de pé e bateu com
a cabeça na perna de uma mesa. Num átimo de lucidez, lembrou-se de onde
estava. O rosto e os cabelos pingavam suor. Sentia-se tonta, o corpo ardia. Por
quanto tempo estivera inconsciente? Era apenas uma hora de vôo. O avião estava
preste a aterrar? Não, pensou ela.


- esta tudo bem - resmungou baixinho - tive apenas um
pesadelo!


Ela não conseguia respirar. Fez um esforço para se erguer
mas no instante seguinte tornou a arriar, o corpo pesado como chumbo; O avião
entrou num bolsão de turbulência e Hermione foi lançada contra o lado do
caixote. Ficou imóvel, atordoada, tentando desesperadamente se concentrar.
Quanto tempo eu tenho? Ela oscilava entre um sonho infernal e a realidade
angustiosa. Os diamantes. De alguma forma, ela tinha de pegar os diamantes. Mas
primeiro... primeiro tinha de sair do container em que estava.


Ela pegou a varinha dentro do bolso do macacão e com um
excelente feitiço de corte, fez um rasgo de fora à fora na lona;fazia um
temendo esforço para se levantar. E, em uma mudança brusca de temperatura, ela
agora estava com muito frio. Não havia mais nada aquecido dentro de si.


Em um instante delirante, ela pensou que havia dementadores
guardando os diamantes. Mas logo um jorro de lucidez veio socorrê-la: essa era
uma carga trouxa, e não existiam mais dementadores (foram exterminados na
guerra). Era a falta de ar quente.


“Você pode executar um feitiço para manter a sua
temperatura corporal. Com ele se sentira bastante confortável.”
 
Ela ouviu a voz de Fleur lhe recomendar. Então com outro aceno de
varinha, Hermione executou o feitiço.


Imediatamente ela sentiu o calor se espalhar por seu corpo.
Com quando se sentiu um pouco melhor, enfiou a mão pela beira da lona, tateou a
procura de uma das cordas externas, encontrou-a e com mais um feitiço cortou-a;
Ela cortou outra corda e agora havia espaço suficiente para sair do container.
Ela não sentiu qualquer diferença na temperatura; o que a deixou orgulhosa:
seus feitiços eram bons mesmo estando doente.


Os constantes solavancos do avião aumentavam-lhe a náusea.
Tenho de me controlar, pensou Hermione. Ela fez um esforço para se concentrar.
O que estou fazendo aqui? Alguma coisa importante... Ah, sim... Diamantes.


Sua visão estava enevoada, tudo entrava e saía de foco
incessantemente. Não vou conseguir.


O avião caiu abruptamente e Hermione foi lançada ao chão,



arranhando as mãos no
metal. Ficou se segurando, enquanto o avião balançava; quando o movimento
cessou, ela forçou-se a ficar de pé outra vez. O rugido dos jatos se misturava
com o zumbido em sua cabeça. Os diamantes. Preciso encontrar os diamantes.


Ela cambaleou entre os containeres, estreitando os olhos
para observar cada um, à procura do sinal de tinta vermelha.
Oh, Por Merlin! Lá estava o sinal, no
terceiro container. Hermione ficou imóvel, tentando se lembrar o que fazer em
seguida. Era um grande esforço se concentrar. Se eu pudesse deitar e dormir por
uns minutos, tudo estará bem. Só preciso de um pouco de sono. Mas não havia
tempo. Podiam aterrisar em Amsterdã a qualquer momento. Hermione cortou essas
cordas do mesmo modo: com um único e certeiro golpe de varinha.


“- Um bom corte será suficiente - haviam lhe dito.”


Ela recomeçou a tremer tão violentamente que nem viu as
cordas penderem molemente perto do chão. Não vou conseguir. Eles me pegarão e
me mandarão de volta à prisão.


Ela hesitou, indecisa,querendo desesperadamente rastejar de
volta a seu container, onde poderia dormir, sã e salva, até que tudo acabasse.
Seria tão fácil... Depois, lentamente, com todo cuidado, enfrentando o latejar
terrível na cabeça, Hermione cortou a lona novamente.


Hermione puxou a lona e separou por duas beiradas; ficou
olhando fixamente para o interior escuro do container. Nada podia ver. Ergueu a
varinha e murmurou:


- Lumos!


Um facho fino de luz saiu da ponta da varinha. Hermione a
ergueu acima da cabeça e, nesse momento, sentiu uma súbita mudança da pressão
em seus ouvidos.


O avião estava descendo para o pouso.


“Tenho de me apressar.” Mas seu corpo se recusava a
reagir. Ela permaneceu imóvel, atordoada. Mexa-se, ordenou a mente.


O interior do container estava atulhado de pacotes,
envelopes e pequenas caixas. E, por cima, lá estavam as duas caixas azuis com
fitas vermelhas. Duas caixas! Mas só devia haver uma... Ela piscou os olhos e
as duas caixas se fundiram em uma. Tudo parecia estar envolto por uma aura
brilhante.


Hermione pegou a caixa, tirou a duplicata do bolso.
Segurando as duas, uma náusea intensa dominou-a, sacudindo seu corpo.


Cerrou os olhos, lutando contra a náusea. Começou a pôr
a caixa substituta no alto do engradado e subitamente compreendeu que não mais
tinha certeza qual era a genuína.


Olhou atentamente para as caixas idênticas. Era a que
estava na mão esquerda ou a da mão direita?


O avião entrou num ângulo de descida mais íngreme. Mais
um pouco e estaria pousando. Ela tinha de tomar uma decisão.


Largou uma das caixas no container, rezando para que fosse
a certa, afastou-se.


- Reparo! - murmurou acenando com a varinha para o
container. Imediatamente o rasgo da lona preta sumiu; e as cordas também
voltaram ao seu lugar, como novas.


O zumbido em sua cabeça tornava impossível pensar.


Com um esforço tremendo, Hermione começou a voltar para
seu container. Mas qual era ele? Não se lembrava mais e a visão estava mais
turva do que nunca. Sentiu um solavanco sob os pés no momento em que o avião
tocou no chão, depois outro; foi arremessada para trás, quando as turbinas
entraram em reversão.


A cabeça bateu no chão e ela perdeu a varinha, a luza
também se apagando.


O 747 aumentava a velocidade agora, taxiando pela pista, na
direção do terminal. Hermione estava caída no chão do avião, os cabelos
castanhos se espalhando sobre o rosto pálido, muito branco. Foi o silêncio dos
motores que finalmente a trouxe de volta à consciência.


Soergueu-se, apoiada num cotovelo, lentamente se forçou a
ficar de joelhos. Tateou com as mãos e achou a varinha a poucos centímetros de
distancia.


Levantou-se, cambaleando, teve de se segurar no container
para não cair. Ela comprimiu a caixa dos diamantes contra o peito e começou a
voltar para seu container. Esgueirou-se pela abertura na lona e arriou,
ofegante, o corpo coberto de suor.


Em um ultimo esforço, ela mirou a lona de seu container e
murmurou:


- Reparo!


Eu consegui. Sua respiração era rasa, aos arrancos, o som
a ensurdecia. Teve a impressão de ouvir vozes e forçou-se a parar de respirar
e escutar. Isso mesmo. Estavam ali novamente. Alguém riu.


A falta de raciocínio a enervava. Eles poderiam vê-la, ou
não. Um suor frio descia em gotas por seu rosto, por isso tirou a
echarpe do pescoço e enxugou o rosto. Não
havia mais nada a fazer agora, a não ser esperar. Ela tornou a apalpar a testa
e pareceu-lhe ainda mais quente do que antes.


Tenho que sair do sol, pensou Hermione. O sol tropical pode
ser perigoso.


Ela estava de férias em algum lugar do Caribe. Harry
aparecera para lhe entregar alguns diamantes, mas pulara no mar e sumira. Ela se
inclinou para salvá-lo, mas Harry escapuliu às suas mãos. A água agora
cobria a cabeça dela. Estava sufocando, afogando.


Ouviu o barulho dos trabalhadores entrando no avião.


- Socorro! - gritou - Por favor, ajudem-me!


Mas o grito foi um sussurro, ninguém ouviu.



Os imensos containeres começaram
a serem retirados do avião. Hermione estava desmaiada quando levaram o seu
container para um caminhão da
Brucere et
Cie
. E no chão do avião cargueiro ficou a echarpe que Harry lhe dera.



 


Hermione voltou a consciência quando uma claridade atingiu
o caminhão, no momento em que alguém levantou a lona. Lentamente, ela abriu os
olhos. Estava dentro de um armazém e Harry se achava parado ali, sorrindo-lhe.


- Você conseguiu! - exclamou ele. - É uma maravilha,
Mione. Dê-me a caixa.


Ela observou, apática, quando ele pegou a caixa.


- Até Lisboa. Ele virou-se para sair, mas parou no
instante seguinte e fitou-a. -Tem um aspecto horrível, Mione. Está-se sentindo
bem?


Ela mal conseguia falar.


- Harry, eu...


Mas ele já se fora.


Hermione só teve depois uma recordação nebulosa do que
aconteceu em seguida. Havia uma muda de roupas para ela nos fundos do armazém e
uma mulher disse:


- Parece doente, mademoiselle. Deseja que eu chame um médico?


- Nada de médicos - balbuciou contrafeita. Detestava médicos.


“- Haverá uma passagem de avião para Genebra à sua
espera no balcão da Swissair. Saia de Amsterdã o mais depressa possível.
Assim que souber do roubo, a polícia fechará a cidade. Nada sairá errado.
Mas, caso haja alguma emergência, aqui tem o endereço e a chave de uma casa
segura em Amsterdã. Está desocupada.”



O aeroporto. Ela tinha de chegar ao aeroporto. Hermione
murmurou:


- Quero um táxi...


A mulher hesitou por um momento e depois encolheu os
ombros.


- Está certo. Vou chamá-lo. Espere aqui.


Estava flutuando cada vez mais alto, chegando perto do sol.


- Seu táxi está aqui - disse um homem.


Ela gostaria que as pessoas parassem de incomodá-la. Só
queria dormir.


O motorista perguntou:


- Para onde deseja ir, mademoiselle?


“- Haverá uma passagem de avião para Genebra à sua
espera no balcão da Swissair.” - ela escutou a voz de Sirius novamente.


Ela estava doente demais para embarcar num avião. Iriam
impedi-la, chamar um médico. Seria interrogada. Tudo o que precisava era dormir
por alguns minutos e depois tudo estaria bem. A voz do motorista começava a se
tornar impaciente.


- Para onde, por favor?


Ela não tinha para onde ir. E acabou dando ao motorista o
endereço da casa segura.


A polícia interrogava-a a respeito dos diamantes. Como ela
se recusasse a responder, eles ficaram furiosos e a trancaram sozinha numa sala,
ligando o aquecimento, até que o calor se tornou insuportável.


Quando isso aconteceu, baixaram a temperatura, até que
pingentes de gelo começaram a se formar nas paredes.


Hermione emergiu pelo frio e abriu os olhos. Estava numa
cama tremendo incontrolavelmente. Havia um cobertor por baixo de seu corpo, mas
não tinha força para estendê-lo por cima. O vestido estava encharcado de
suor, o rosto e o pescoço se achavam molhados.


Morrerei aqui. Onde era o aqui?


A casa segura. Estou na casa segura. E a frase pareceu-lhe
tão engraçada que desatou a rir, o riso logo se transformando num paroxismo de
tosse. Tudo saíra errado. Ela não escapara, no fim de contas. A esta altura, a
polícia deveria estar vasculhando Amsterdã, à sua procura. Mademoiselle
Granger tinha uma passagem para Genebra e não a usou? Então ela ainda deve
estar em Amsterdã.


Ela se perguntou há quanto tempo estaria naquela cama.


Levantou o pulso para olhar o relógio, mas os números se
mostravam borrados. Via tudo a dobrar. Havia duas camas no pequeno quarto, duas
cômodas e quatro cadeiras. O tremor cessou, seu corpo ardia novamente.
Precisava abrir uma janela, mas se achava fraca demais para fazer qualquer
movimento. O quarto começou a congelar outra vez.


E ela se encontrava de volta ao avião, trancada no
container, gritando por socorro.


“- Você conseguiu! É uma maravilha, Mione. Dê-me a
caixa.”


Harry levara os diamantes e provavelmente se achava a
caminho do Brasil, com a sua parte do dinheiro. Estaria se divertindo com uma de
suas mulheres, rindo dela. Ele a vencera mais uma vez. Ela o odiava. Não, não
odiava. Sim, odiava. Ela o desprezava.


Hermione entrava e saía do delírio. Um balaço voava
veloz em sua direção, Harry a tomava nos braços, empurrava-a para o chão, os
lábios bem perto dos seus. Começou a ficar quente novamente quando sentiu os lábios
dele lhe beijarem.


Eu ofereço o empate, disse Igor Karkaroff; Seu corpo
tremia novamente, descontrolado, viajava num trem expresso, atravessando um túnel
escuro. Ela sabia que, morreria no final do túnel. Todos os outros passageiros
haviam desembarcado, exceto Alberto Fornati. Ele estava furioso com ela,
sacudia-a e gritava:


- Pelo amor de Deus! Abra os olhos! Olhe para mim!


Com um esforço sobre-humano, Hermione abriu os olhos e
deparou com Harry. O rosto dele estava muito pálido, a cicatriz lívida e os
olhos verdes soltavam faíscas de fúria. Mas é claro que tudo não passava de
parte do seu sonho.


- Há quanto tempo se acha assim? - perguntou ele; seu
tom de voz indicava que estava mesmo furioso.


- Você está no Brasil - balbuciou Hermione.



Depois disso, ela não se lembrou
de mais nada.



 


Quando recebeu a echarpe
com as iniciais HG, o Inspetor Trignant contemplou-a em silêncio por um longo
tempo. A
echarpe
fora encontrada no chão do avião cargueiro da Air France. Depois, ele
murmurou:


- Quero falar com Dudley Dursley.


 



 



 


N/A¹: bom galera eu queria agradecer ao apoio de que todos
me deram durante a fic... sem o carinho e os comentários de vcs eu naum teria
feito nem a metade.... bom beijos e obrigados especiais para TuTuZiNhA, Xianya,
Ângela Miguel e Fernanda Mac- Ginity! (pessoal do Fanfiction) e um beijão tb
para a Daniel RadCliffe Girl (vc nem tem idéia do quanto que fiquei inchada com
seu comentário)... e pra todo mundo que lê e não comenta, um beijão!


N.A²: É triste eu sei, mas a fic esta chegando ao fim
gente. No original (Se Houver Amanha) tem apenas mais três capítulos. Mas eu não
sei como irei formata-los, provavelmente desse jeito mesmo, e tb eu irei
adicionar mais um: que será o Epílogo... mostrando a vida deles depois de
algum tempo....


N.A³: para quem tem curiosidade, eu vou colocar o que é um
verme-cego...


“O flobbberworm (verme-cego) vive
em valas úmidas. Animal de cor castanha que chega a atingir vinte e cinco centímetros
de comprimento, ele se mexe muito pouco. Suas duas extremidades são indistinguíveis
uma da outra, e ambas produzem um muco que é, por vezes, usados para engrossar
poções. O alimento preferido do verme-cego é a alface, embora ele coma
praticamente qualquer vegetal.” (Animais Fantásticos e Onde Habitam. Pág 38,
editora Obscurus)


 


N.A4:
tadinha
da Mione, nem depois de uma temporada na cadeia ela aprendeu a xingar
decentemente. Hehehehehehe... é só isso mesmo pessoal e ate a próxima
atualização! (ahhh não deixem de ler minha outra fic: Nove Meses Para Amar).


 


 


 






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