Epílogo



Epílogo

17 anos depois...

Suzanne Weasley Malfoy olhava para o espelho, treinando como contaria a seu pai e seu irmão gêmeo que estava namorando...
-P-papai, e-eu...eu... Aff! -o espelho fez a garota encarar seu rosto contorcido em frustração -Mas que droga! Eu nem consigo não gaguejar. Merlin, o que eu faço?!?
Colocou a mão sobre a testa e fechou os olhos, tentando se concentrar no que precisava fazer. Era noite de Natal, quem sabe seu pai entenderia ("..ou não" teimou uma vozinha em sua cabeça). De repente sentiu mãos envolverem a sua cintura. Seu primeiro ato teria sido gritar, se ela não tivesse sentido o cheiro do perfume dele:
-Tom. -e virou-se para abraçar o garoto de cabelos negros e olhos verde-azulados.
-O que houve, Suzie? Não gosto de te ver assim aflita, meu amor. -e deu um selinho nela, enquanto acariciava os cabelos loiro-acobreados da namorada.
-Eu estou com medo da reação do meu pai e do Luke. -Tom endureceu o semblante -Eu sei que eles implicam com você, Tom, mas...
-Não é só comigo que eles implicam, com o meu pai também. Além disso, a sua mãe nem é muito chegada na minha. Isso é de fato um problema, você não vê isso, Suzanne?
-Eu sei disso, mas foi você mesmo quem disse que estava cansado de namorar escondido e ter que ver os amigos do meu irmão dando em cima de mim.
Ele bufou:
-Eu sei. Não agüento mesmo mais isso. Quero que todos saibam que a princesinha da Sonserina é minha. Eu não vou te deixar sozinha para enfrentar a sua família. -garantiu.
Ela deu um sorriso irônico que lembrava o do pai:
-Ah é? Quanta possessividade, Sr. Thomas Parkinson Finnigan. Ou eu deveria dizer quanta coragem? Você é tão inteligente, costuma tirar as melhores notas do nosso ano, sempre achei um mistério que não fosse da Corvinal. Se bem que vocês grifinórios tem tanta coragem que chega a cegar. É quase um suicídio o que você quer fazer, Tom. Esqueceu dos meus tios? Eles também não gostam do seu pai.
-Mas eu não sou o meu pai! -ele exclamou, indignado, soltando a namorada.
-Eu sei disso. -uma voz de alguém que antes não estava presente, fez-se ouvir.
-Mamãe! –a garota exclamou e o casal virou-se para a porta.
-Sra. Malfoy!
-Como você entrou no quarto da minha filha? -Gina exigiu saber, lançando um olhar inquisidor e frio que anos de convivência com o marido haviam lhe ensinado.
-Me desculpe pela invasão, Sra. Malfoy. Eu vim pela rede de flú. Acontece que a Suzie decidiu que contaria a todos sobre o nosso namoro hoje e eu não quis deixar que ela fizesse isso sozinha. -respondeu, demonstrando determinação.
-Hum, entendo. -murmurou, inexpressiva, mas seus olhos brilhavam -A Suzie me contou sobre o namoro de vocês na semana passada. Eu disse a ela que tinha minhas reservas sobre esse assunto, sendo que não confiaria na educação que você poderia ter recebido dos seus pais. Não me olhe assim, mocinho, deixe-me terminar. Eu tenho os meus motivos. No entanto, eu quis dar um voto de confiança a vocês. Não foi fácil entre eu e o Draco também. Só Merlin sabe o quanto foi complicado pra minha família aceitar o Draco. Além do mais, o fato de você querer estar ao lado da Suzie nesse momento difícil, demonstra que você realmente gosta dela. Ainda mais tendo que enfrentar o meu marido, o meu filho, o meu pai e os meus 6 irmãos...
-Mamãe! -a loira censurou-a.
-Calma, vai dar tudo certo. O seu namorado é um grifinório, eu aprecio isso. -sorriu -Não demorem para descer. -avisou e saiu do quarto.
-Ai, Tom, eu tô com medo. -a loira confidenciou.
-Hum, eu acho que a sua mãe não vai deixar eles me matarem, então tá tudo bem. -tentou tranqüilizá-la.
-E você pensa que eu deixarei? Só por cima do meu cadáver!
Os dois saíram do quarto de mãos dadas. Os corredores estavam vazios, os únicos olhos a observá-los eram pertencentes aos retratos. Podiam ouvir o som de várias vozes vindas do salão de festas. Os dois desceram silenciosamente, mas no meio da escada foram notados por Luke:
-Suzanne! O que é que este ser inferior está fazendo de mãos dadas com você?!? -perguntou, indignado e chamando a atenção dos presentes para a cena.
Rapidamente muitas vozes morreram, olhando fixamente para o jovem casal:
-O que está acontecendo aqui, Suzanne Weasley Malfoy? -Draco perguntou à filha, sua voz pingando veneno.
A loira respirou fundo:
-Papai, eu posso explicar. Eu...eu e o Tom. Nós estamos namorando!
Muitas pessoas começaram a falar ao mesmo tempo, exaltadas, de modo que o caos verbal havia sido instalado.
-Pai, o senhor não pode deixar! A Suzie foi enfeitiçada por esse mané. Ele não consegue ter ninguém ao lado dele sem ter que apelar pra magia. -Luke disse a Draco.
-Cale a boca, Malfoy! -Tom disse a Luke com visível raiva -É ninguém que te suporta a não ser que você pague.
-Ora seu... -o Malfoy fez questão de tentar avançar sobre o oponente, mas a irmã foi mais rápida e colocou-se à frente do namorado.
-Saia da frente, Suzie. –Luke exigiu, focando seus olhos azul-chumbo nos da irmã.
-De jeito nenhum. O Tom é meu namorado e eu não vou deixar que você o machuque.
-Deixa, Suzie. -o moreno disse -Eu e o seu irmão podemos resolver isso como homens, através de um duelo.
-Nem pensar! -exclamaram Suzie e Gina ao mesmo tempo.
-Suzanne. -Draco se pronunciou -Você é menor de idade e eu estou te proibindo, entendeu? Eu te PROÍBO de namorar a cria do Finnigan.
-Querido... -Gina colocou a mão no ombro de Draco, mas ele não deixou que ela continuasse a falar -E tenho dito. Você não é bem vindo nessa casa, Finnigan. Dê o fora!
Os olhos de Suzanne se encheram de água:
-Eu te odeio! -ela gritou para Draco e saiu correndo escada acima, rumo a seu quarto, sendo seguida de perto por Tom.
-Aonde aquele...? -o loiro mais velho começou a dizer, mas foi a vez de Gina interromper.
Os irmãos de Gina brindavam a atitude de Draco e ela apenas fuzilou-os com o olhar. Para o marido disse em tom sério:
-Nós precisamos conversar, Draco.
O Malfoy respirou fundo, sabia que provavelmente teriam uma briga daquelas. Gina conduziu o marido até a biblioteca, a qual ficava no térreo e trancou a porta com magia:
-Foi muito errado o que você fez, Draco. Você humilhou aquele rapaz e fez a nossa filha se sentir péssima e dizer que te odeia. Está feliz com isso?
-Alguma hora a Suzanne vai entender que fiz isso para o bem dela. Eu não sei o que é pior: ele ser grifinório ou ser filho do Finnigan. Até seria mais aceitável se fosse o filho do Potter.
Gina revirou os olhos:
-O seu filho é da Grifinória, Draco Malfoy. E eu, sua esposa, também fui. Assim você me ofende. Além do mais pra que tanto ódio? O episódio com o Finnigan foi há tanto tempo...Querido, foi você quem eu sempre quis. Dê uma chance ao garoto, ele parece realmente se importar com a Suzie. Imagine se nós tivéssemos nos apaixonado durante Hogwarts. Nossos pais também iriam querer proibir o namoro e isso nos deixaria infelizes. Você quer ver a nossa filha infeliz? –perguntou sensatamente.
-Não quero, mas... -e abraçou a mulher -Moranguinho, ele é filho do Finnigan...
Ela bufou:
-No final, ele nunca tocou em mim. Ao contrário da Parkinson com você...e nem por isso eu estou sendo obtusa.
-E-ela... -o loiro baixou a cabeça -É a minha menininha. Ela só tem...
-16 anos! Ela é quase maior de idade. Pense no que você já fazia quando tinha essa idade.
-E essa é mais uma razão pra eu não querer deixar a nossa filha namorar. Eu sei o que garotos de 16 anos e cheios de hormônios querem com a minha princesinha. Será que você não vê isso, Virgínia?!?
A ruiva revirou os olhos:
-Pare de ser antiquado, Draco. Quando eu tinha 16 anos eu já tinha namorado e você acabou sendo quem me levou pra cama. Só estou dizendo que não é porque a nossa filha vai namorar que ela vai transar. Porém, eu acho que se ela quiser, nós não podemos proibir. Nós demos uma boa educação para ela e o Luke, temos que confiar.
-Por Merlin, Virgínia! A minha menininha não pode fazer esse tipo de coisa... -Draco tentou falar, horrorizado com a idéia.
-O Luke você deixa, não fica pegando no pé dele. E olha que me desagrada ele sair com tantas garotas. -a ruiva reclamou.
-Ele é realmente uma cópia minha. –o loiro disse orgulhoso –Mais na aparência do que no comportamento, já que ele tem mais amigos do que eu tinha, mas...Ele impõe naquela escola, mostra que é um líder. Quanto as garotas...Que culpa o Luke tem se elas se jogam em cima dele? Deixa o garoto curtir antes de se apaixonar pra valer e ser amarrado a uma mulher.
-Hunf! Como se a Susie não fosse alvo de muitas cantadas...E nem por isso ela chegou a sair com muitos caras. –a ruiva contrapôs.
-Mas é diferente, o Luke é homem e...
-Pode ir parando por aí! -interrompeu-o, brava -Se você fizer mais um comentário machista, Draco Malfoy, eu juro que vai dormir no sofá por 1 mês. Você e o Luke querem proteger demais a Suzie. Eu não duvidaria se nesse exato instante o Luke estivesse esmurrando a porta do quarto dela e dizendo coisas contra o Thomas, bem o tipo de coisa que o Rony faria quando tinha a idade do nosso filho...Assim ela não vai errar. É preciso errar para aprendermos a fazer o que é certo e crescermos como seres humanos.
-Virgínia, querida. -adulou, pegando a mão da esposa e fazendo carinho -Eu compreendo o que você está dizendo, mas ele é o filho do Finnigan...
-Draco, preste atenção. Assim como você não é igual ao seu pai, ele também pode não ser igual ao pai dele.
-Há o risco, Virgínia. Eu não quero que a nossa filha sofra.
Pacientemente, a ruiva respondeu:
-Você lembra o que aconteceu quando proibimos a Suzie de voar numa vassoura?

***Flashback***

10 anos atrás, sala de estar da Mansão Malfoy

-Luke, por que é que a mamãe e o papai deixam você voar na vassoura do papai e eu não? –a garotinha indagou.
-Não sei. Acho que é porque você é muito delicada pra essas coisas. Talvez mais pra frente eles deixem.
-Eu não quero depois. Eu quero agora. -ela teimou -Eu vou voar, você vai ver! -e saiu correndo para onde sabia que as vassouras ficavam guardadas.
-Suzie, não! -Luke tentou impedir, mas não conseguiu se mover, de alguma forma a irmã tinha realizado mágica involuntária.
Poucos minutos depois a loirinha preparava-se para decolar. Impulsionou-se para o alto com força e sentiu-se maravilhada com a sensação do vento a soprar seus cabelos. No entanto, cerca de uma dupla de minutos depois perdeu o controle da vassoura e despencou, acordando 2 dias depois no St. Mungus...

***Fim do Flashback***

-Eu fiquei tão preocupado. Pensei que ela fosse morrer. -Draco confessou.
-Eu também. -Gina murmurou, compreensiva, afagando os cabelos do marido -E o Luke também foi sempre muito ligado à Suzie, ele também sofreu pra caramba, pensando que a culpa era dele por não a ter impedido. Imagino o ciúmes que deve estar sentindo da irmã, ainda mais porque ele e o Thomas são como você e o Harry eram em Hogwarts. Mas ainda assim eu acho que devemos deixar que eles namorem.
-Mas Virgínia... –tentou contradizê-la.
-Draco, nós não vamos poder fazer as escolhas pelos nossos filhos pra sempre e você sabe disso.
O loiro respirou profundamente:
-Ok, vou pensar sobre isso. No entanto, tenho uma condição. Na verdade três. A primeira é que controlemos a hora em que a Suzie volta pra casa, a segunda é bloquearmos o uso mágico da lareira do quarto dela e a terceira se refere a você... -deu um sorriso malicioso -Vai ter que me recompensar muito bem, moranguinho.
Gina ignorou o último comentário dele:
-Isso quer dizer que você está concordando com o namoro da nossa filha? -quis saber.
-Sim, mas apenas mediante o cumprimento das três condições. -sentenciou, empurrando o corpo da mulher contra uma estante de livros.
-Você não tem jeito, Draco. Uma vez sonserino, sempre sonserino.
-O que você está dizendo, a nossa filha é sonserina. -foi a vez dele jogar contra ela -De qualquer forma, isso foi um sim?
-Foi. -ela riu, esperando que ele juntasse os lábios de ambos, o que não tardou em acontecer.
Deixou que ele prensasse seu corpo com o dele e enlaçou o pescoço do marido. Beijaram-se passionalmente, até que Draco desceu os lábios para o pescoço dela, já aproveitando para começar a desabotoar o sobretudo que a esposa usava:
-Draco...Reparou que ultimamente nossas brigas graves tem sido poucas?
Ele parou e encarou-a:
-Verdade. -concordou -Já estava na hora. Ainda lembro da primeira e graças a Merlin única vez em que você jogou minhas roupas pela janela...
Ela fechou a cara:
-Você estava pedindo, Draco Malfoy. -alterou sua voz -Aquela... -foi calada com um beijo.

***Flashback***

17 anos atrás, Mansão Malfoy

Gina encontrava-se andando de um lado pro outro no quarto. Uma mistura de sentimentos a dominava. Estava magoada porque tinha pedido com jeitinho que o marido chegasse cedo em casa e aquela era a terceira vez na semana que ele fazia (ou ao menos era o que ele dizia estar fazendo) hora extra no Ministério.
“Ainda se eu soubesse que ele está sozinho, mas não, a maldita secretária está junto! Por que é que o Draco tinha que contratar a Chang pra ser secretária dele? Ela parece sempre estar de olho nos meus homens considerando o Miguel e o Harry quando estávamos em Hogwarts. E se ela estiver tendo um caso com o Draco?!? Eu juro que mato os dois!” pensou com raiva e indignação, ainda mais por saber que nas 6ª-feiras o marido costumava chegar com mais fogo que o comum por não ter que trabalhar aos sábados “Ele não sabe o que o espera. Vai ter que ter uma boa explicação ou eu vou deixar ele na seca por tempo indeterminado.” Sentou-se na cama.
Também estava insegura, pois estava para contar a Draco que estava grávida e tinha medo da reação dele.
“Além do mais eu vou ficar uma baleia, é claro que o Draco ia preferir aquela chinesa com as curvas no lugar e pronta pra abrir as pernas pra ele assim que ele estalar os dedos...”
Tais pensamentos aliados a demora de Draco não estavam fazendo bem à Gina Malfoy. Teve vontade de chorar, mas se conteve. Ainda mais ao ouvir o barulho da porta do quarto sendo aberta. Imediatamente sua atenção foi tomada pelo loiro sorridente que entrava no quarto, fechando a porta atrás de si.
“Deve mesmo ter feito sexo com aquela galinha oriental pra estar tão contente.” Foi seu último pensamento antes de levantar-se e cruzar os braços em frente o peito.
-O que houve, meu amor? –perguntou após tentar dar um beijo na mulher e ela virar o rosto.
A ruiva bufou:
-Hunf! O que houve?!? Eu vou te dizer o que está havendo, Draco Malfoy! Eu pedi que você não chegasse tarde e...
-Desculpa, moranguinho. –e tentou abraçá-la, fracassando miseravelmente por ela tê-lo empurrado –Eu estava fazendo hora extra. –explicou.
-Três vezes na mesma semana? Eu por acaso tenho cara de estúpida, Malfoy? Eu acho que não. Custa ser franco? –perguntou, já bastante alterada e dirigindo-se ao guarda-roupa, abrindo-o com violência.
-Eu não sei aonde você quer chegar, Virgínia. –falou seriamente.
-ESTOU DIZENDO QUE VOCÊ É UM FILHO DA PUTA E MENTIROSO, MALFOY! –gritou, apanhando roupas dele no guarda-roupa dele e se dirigindo para a janela.
-VOCÊ ESTÁ PASSANDO DOS LIMITES! O QUE VAI FAZER?!? –gritou de volta.
Ela riu, uma risada desvairada de quem está agindo por impulso:
-Olha o que eu faço com as suas roupas. –e começou a jogá-las pela janela, Draco andou rapidamente até onde ela estava, tentando pará-la.

Que mulher ruim
Jogou minhas "coisa" fora

-O que deu em você, sua louca?!? –ele perguntou com raiva.
-Vá pedir roupas novas pra sua amante, seu DESGRAÇADO! Saia desse quarto! Na minha cama você não dorme mais!
-Eu não tenho nenhuma amante, Virgínia. Não seja idiota! –retrucou.
-Tem sim! Você tá chegando tarde em casa só pra transar com a vadia da Chang. Eu já disse que eu não sou idiota!
-Pois está parecendo. Só sendo muito idiota mesmo pra pensar que eu estou te traindo. A Chang é só minha secretária. –ele revoltou-se com a falta de confiança dela nele –Agora eu é que não quero te ver, não até que você perceba o quanto está sendo idiota. Caia fora da Mansão Malfoy e vá pra saia da sua mãe ficar se lamentando por imaginar coisas que na verdade não existem! –e abriu a porta para que ela saísse.

Disse que em sua cama eu não deito mais não
A casa é minha, você que vá embora
Já pra saia de sua mãe e deixa meu colchão
Ela é "pró" na arte de pentelhar e aziar
É campeã do mundo

Gina saltou sobre Draco e como ele não estava esperando, desequilibrou-se e os dois caíram no chão. A ruiva sacou a varinha e apontou para o marido:
-Vai, Virgínia. O que está esperando pra me matar? Cadê a sua coragem grifinória? Mate o seu marido injustamente e amargue essa decisão pelo resto da sua vida... –ele parou de falar quando uma lágrima dela caiu sobre si.
-Draco, eu te amo. Eu pensei que você me amasse também. Por que é que você está me traindo? Eu não estou te satisfazendo na cama, eu...
-Pára com isso, Gina. –ele interrompeu-a –Eu amo você. Não estou te traindo com ninguém, muito menos com a Chang.
-Então por que é que você tem chegado tarde em casa? –ela perguntou com súplica nos olhos para que ele não mentisse.
O loiro respirou profundamente:
-Eu queria te fazer uma surpresa. Seu aniversário está chegando e eu pedi a Chang que me ajudasse. Eu queria montar uma espécie de álbum de fotografias suas do tempo de Hogwarts. A Chang tem mais contato com o pessoal que estudou com você do que eu, além do mais o marido dela é o Colin Creevey e é fotógrafo.
-Sério? –perguntou, com os olhos brilhando e expressão de expectativa.
“Sim. Mas agora não é mais uma surpresa.” Ele pensou, deixando que ela lesse.
Ficaram se encarando por alguns instantes, até que a ruiva buscou os lábios do marido com os seus, iniciando um senhor beijo.

A raiva era tanta que eu nem reparei que a lua diminuia
A doida tá me beijando há horas
Disse que se for sem eu não quer viver mais não
Me diz, Deus, o que é que eu faço agora?
Se me olhando desse jeito ela me tem na mão
"Meu filho, agüenta.
Quem mandou você gostar
Dessa mulher de fases?"

Ele queria pedir desculpas a ela por tê-la feito pensar que estava tendo um caso, mas Gina não permitia. Ela o beijava incansavelmente, como se tivesse acabado de voltar de uma guerra de anos e só agora lhe fosse permitido tocá-lo. Isso até que o loiro ficou por cima dela e quebrou o beijo:
-Desculpe por você ter pensado que eu estava te traindo. Você não deveria ter pensado isso, como é que eu iria querer outra mulher se você é tudo que eu queria? Você pode ter tantas fases como a lua e ser uma ruiva esquentadinnha, mas é minha mulher. A complicada e perfeitinha, Virgínia Weasley Malfoy. –e acariciou o rosto dela.

Complicada e perfeitinha,
Você me apareceu.
Era tudo que eu queria,
Estrela da sorte.
Quando à noite ela surgia,
Meu bem, você cresceu...
Meu namoro é na folhinha,
Mulher de fases.

Ela abriu um lindo sorriso e falou:
-Eu não resisto quando você é tão fofo assim, gatinho. Merece uma noite memorável.
Foi a vez dele sorrir:
-Foi você quem pediu. –e logo estava carregando-a até a cama –Vou apagar o seu fogo, moranguinho.
-Pode vir então. –ela chamou-o, provocante.

Põe fermento, põe as "bomba"
Qualquer coisa que aumente e a deixe bem maior que o Sol
Pouca gente sabe que, na noite, o frio é quente e arde e eu acendi
Até sem luz dá pra te enxergar o lençol
fazendo "congo-blue"
É pena, eu sei, amanhã já vai miar... Se aguente,
Que lá vem chumbo quente!

Na manhã seguinte Gina fora a primeira a acordar. Estava aninhada nos braços de Draco e ele parecia dormir tranqüilamente. No entanto, lembrou-se que ainda não tinha contado da gravidez para ele...Respirou profundamente antes de chacoalhá-lo:
-Draco, acorda. –ela chamou.
Ele abriu preguiçosamente os olhos e deu um selinho nela:
-Bom dia, moranguinho.
-Draco, eu tô grávida. De gêmeos. –falou sem rodeios.
-Ahn?!? Como é que é? –ele sentou-se na cama rapidamente –Isso é sério?
-Mas é claro que é sério. –sua voz tinha uma nota de indignação.
-Poxa, Gina. Isso é um tanto...
-Ruim? –perguntou, pesarosa.
-Inesperado. –confessou e abraçou-a –Mas é ótimo! Tenho certeza de que a minha mãe e os meus sogros vão adorar. Vão ser os gêmeos sonserinos mais lindos do mundo. –falou com um olhar sonhador.
-Gêmeos grifinórios mais lindos do mundo. –corrigiu-o.
-Sonserinos. –teimou.
-Grifinórios. –retrucou.

(...)

Complicada e perfeitinha,
Você me apareceu.
Era tudo que eu queria,
Estrela da sorte.
Quando à noite ela surgia,
Meu bem você cresceu...
Meu namoro é na folhinha,
Mulher de fases!

Complicada e perfeitinha,
Você me apareceu.
Era tudo que eu queria,
Estrela da sorte.
Quando à noite ela surgia,
Meu bem você cresceu...
Meu namoro é na folhinha
[Mulher de Fases – Raimundos]

***Fim do Flashback***

Os beijos de Draco fizeram Gina esquecer a discussão que iria começar com ele, no entanto, lembraram-na de outra coisa:
-Querido, é natal, a nossa casa está cheia de gente, é loucura fazer isso aqui.
-Eu não ligo de ser chamado de louco, eu sou louco por você. –disse contra os lábios dela.
-Você sabe mesmo como me derreter, seu safado. –ela reclamou, mas deu uma piscadela marota e começou a desabotoar o sobretudo que ele vestia.
Em seguida suas mãos entraram por debaixo do suéter dele e começaram a acariciar o tórax:
-Os anos passam e você continua gostoso, Sr. Malfoy. –ela elogiou.
-Digo o mesmo a seu respeito, Sra. Malfoy. –respondeu, passando a ponta da língua pelos lábios.
Estavam a meio caminho de unirem suas bocas num beijo ardente quando ouviram alguém falando do lado de fora da biblioteca:
-Mãe! Pai! Eu aqui sozinho tentando chamar a Suzie à razão e vocês ficam aí se amassando numa hora dessas?!? Assim não dá!
Imediatamente a ruiva saiu dos braços de Draco e fez menção de ir até a porta, Draco impediu-a:
-O Luke não vai aceitar o namoro da Susan tão fácil assim.
-Eu já vou abrir a porta, filho! –Gina disse e então se virou para Draco, cochichando –E o que você sugere?
-Método sonserino. Sei que o Luke é da Grifinória. –e revirou os olhos ao dizer isso –Mas sei que vai funcionar.
-Hum, me explique melhor. –ela demandou, impaciente.
-É que o Luke quer muito ganhar um carro.
-Draco, eu não acho que seja uma boa idéia...
-Mas é o que vai funcionar, Virgínia. Eu não vejo outra alternativa. Além do mais, o Luke sempre foi responsável.
-Tá bom então. –deu-se por vencida e foi até a porta para abri-la –Olá, filho, eu e seu pai estivemos conversando...
-Sei... –ele interrompeu, olhando-os com uma cara de vocês-não-me-enganam.
-...e decidimos que apoiamos o namoro da Suzie. –continuou, como se não tivesse sido interrompida.
-Como é que é?!? –ele perguntou, indignado –Pai, como é que você pode concordar?
-Seja sensato, Luke, e você poderá ter o seu carro. –foi o que Draco disse.
-Qualquer carro que eu quiser? –perguntou com os olhos brilhando e Draco assentiu –Obrigado, você é o máximo pra ter conseguido convencer a mamãe.
-Peraí, você prometeu a ele que me convenceria, Draco? –Gina perguntou um tanto brava.
-Bem, querida... –Draco começou.
-Arrumem um quarto, temos um monte. As pessoas podem querer usar a biblioteca para fins menos libidinosos. –Luke disse antes de dar as costas ao casal que começava a discutir, mas que logo estaria aos beijos, ele sabia.

“E quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que existe razão?” [Eduardo e Mônica - Legião Urbana]

The End

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