ESCAPANDO
CAPÍTULO 12:
Com a segurança de um tarimbado apanhador de Quadribol, Harry não diminuiu a velocidade da Firebolt, fazendo zig-zags evitando ficar na reta dos feitiços lançados por Saruman de seu cajado.
O mago falava em língua incompreensível para o rapaz que deu uma volta completa em torno da cabeça do velho e subiu o mais que pode em direção ao alto teto da escadaria, retornando agora em direção de Saruman a toda velocidade. Faltando pouquíssimos metros para uma colisão, Harry deu uma guinada brusca para cima, fazendo o mago rolar para trás na escada e perder o equilíbrio caindo estatelado no chão.
Harry voltou a vassoura mais uma vez em um rasante e apanhou o cajado de Saruman que tinha ficado caído atravessado nos degraus. Mas ao tocar no cajado, sua cicatriz começou a latejar, não tão forte quanto nas vezes em que a dor fora provocada por Voldemort, mas Harry anotou mentalmente o ocorrido para mais tarde discuti-lo com Dumbledore.
Pegou o cajado e tacou pelo vão da escada, fazendo aterrisar no fundo da escada, lá no primeiro piso, lembrando que sequer a espada de Gryfindor conseguira quebrar o cajado. Não valeria a pena ele tentar agora.
Virou a vassoura mais uma vez e tratou de descer para a saída e encontrar os amigos com o intuito de irem todos embora dali o mais rápido que pudessem.
Passou como um raio pelos mini Orcs aos pés da escada derrubando-os mais uma vez e notou que Malfoy não estava mais por ali. Não parou para procurá-lo. Habilmente entrou pelo túnel que ele lembrava ser o que tinha levado até a torre, tomando o máximo de cuidado para não colidir com as apertadas paredes.
Ao sair do túnel rumou para a floresta próxima, finalmente vendo os amigos arrastando Draco pelas mãos, já recuperado totalmente do feitiço perna presa. Agora prestando mais atenção viu Fred e George aparatarem arrastando também a Crabe e Goyle, já acordados do estuporamento e igualmente arrastados por cordas presas ao punho pelos gêmeos.
- O que houve, pessoal – perguntou assim que aterrisou ao lado deles. – Por que a correria? Já estamos bem longe da torre e eu joguei o cajado de Saruman bem longe dele. Até ele poder reunir os mini Orcs e vir atrás da gente com o cajado, já teremos nos mandado a muito tempo. E para que essa trabalheira com esses três panacas?
Hermione respondeu com urgência na voz:
- Olhe lá em cima no monte, naquela parte da floresta, Harry.
Harry olhou e viu as gigantescas “árvores vivas” reunidas, já começando a se reunir para atacar a fortaleza de Saruman. Rapidamente entendeu a gravidade da situação:
- Eles irão detonar tudo por aqui, não é Mione?
- Exatamente, Harry – respondeu a amiga. - Temos que sumir daqui logo e não podíamos deixar os três lá. Podiam ser mortos...
- E onde está Radagast com as águias? – perguntou Harry?
- Bom – falou Rony. – Ele parece estar ali à frente, mas não estou vendo águia nenhuma.
Chegaram perto do mago, que os esperava tranqüilamente como se nada estivesse acontecendo.
- E então – perguntou – Não era só uma menina que iam salvar e voltam com mais três rapazes?
- Depois a gente explica, “seu Radagasto” – gritou Rony. – Mas chame logo as águias, pois isso aqui pelo visto vai ficar o caos.
- É mesmo Senhor Radagast – completou Hermione, aflita – Os Ents estão furiosos e a qualquer instante vão destruir tudo por aqui.
E sentiram o tremor das primeiras pedras gigantescas atiradas pelos Ents em Orthanc.
Vamos, senhor Radagast. – exclamou Harry. – Chame as águias.
- Elas não virão agora – respondeu o mago. – No momento tem outros afazeres. Vamos ter que sair andando daqui.
E virou-se sem esperar resposta e saiu a passos largos em direção da floresta.
Toda a turma ,sem ter muito o que fazer não demorou a acompanhá-lo.
O tremor continuava, mas estavam indo em direção oposta a Orthanc. Então à medida que entravam na floresta o som e os tremores de terra foram diminuindo.
- Será que esse burro velho sabe onde está nos levando? – falou pela primeira vez Draco desde que tinham entrado na floresta.
Inesperadamente Gina pegou a varinha de Hermione das mãos dessa, soltou as mãos de Malfoy e voou em cima dele com uma fúria incontrolável. A socos, arranhões e mordidas.
- Socorro! – berrou o rapaz – tirem essa louca de cima de mim.
Mas estava realmente difícil. Com muito esforço Hary, Rony e os gêmeos conseguiram tirar a ruivinha de cima de Draco, com a moça esbravejando entre xingamentos típicos de um Weasley.
- Esse cachorro tentou me agarrar à força, dizendo que sempre fora apaixonado por mim e que se eu não fosse sua, nunca seria de Harry, pois ia me deixar presa com aquele velho xexelento do Saruman. – e tentou ir para cima de Draco mais uma vez, sendo contida a força por um Harry atônito – Ordinário, crápula, cretiiiiino!
Draco correu para trás de Crabe e Goyle para se proteger.
Hermione se aproximou dele e disse muito séria.
- Foi muito baixo de sua parte, senhor sangue nobre Malfoy. Até para quem odeia pessoas que gostam de mestiços, você se saiu muito mal conquistador...
- E dos baratos – concluiu Luna, para espanto de todos que agora se juntava a Hermione, ajudando-a a achincalhar um ainda mais pálido Draco. – Um homem descente e galanteador é o meu Neville aqui... – o garoto corou no ato.
Fred e George trataram de afastar as garotas de perto de Malfoy, alertando-as para Radagast que sequer olhara para trás para ver o que estava acontecendo e já ia longe na floresta.
- Vamos logo – disse George – Não podemos nos perder dele, se quisermos sair dessa terra maluca aqui.
- É, Malfoy. – disse Rony para o rapaz – sua fama de apanhar de mulher vai aumentar e muito esse ano lá em Hogwarts. – e deu uma gargalhada. – Primeiro aquele cruzado de direita da Hermione. Agora moído pela “peso-pluma” da minha brava irmãzinha. Irra! Brilhante!
Radagast agora estava parado junto a uma árvore os esperando. Todos se reuniram em torno do mago para saber o que deveriam fazer.
- Ora. – indagou Radagast – Não reconhecem um salgueiro mágico quando vêem um?
Todos olharam assombrados para o enorme salgueiro que viam ao lado do mago. Era uma cópia fiel dos outros dois salgueiros mágicos que tinham visto. Só que parecia maior e mais frondoso que os outros.
- Esse aqui é o pai dos salgueiros mágicos de toda a Terra-Média – explicou Radagast pacientemente – Foi de suas sementes que brotaram os outros dois salgueiros similares que vocês já viram. Mas... onde está aquela criaturinha que vai fazer o salgueiro servir de passagem para o mundo de vocês?
Agora é que eles viram que Dobby não estava com eles...
- Essa não – exclamou Rony. – Onde é que ele se meteu agora?
Harry já estava subindo em sua vassoura para ir buscar o elfo doméstico em Orthanc, quando viram um movimento vindo em sua direção da floresta. Sacou a varinha e aguardou.
- Calma, meu bravo senhor Harry Potter. – guinchou alegremente Dobby. – É Dobby, senhor. Estou trazendo um amiguinho que fiz lá naquela torre feia.
E detrás das árvores surgiu o mini Orc “Dãã”, para espanto de toda a turma.
- Dobby – disse Harry. – O que você está pensando em fazer?
- Meu bom senhor Harry Potter, - falou o elfo doméstico todo sorriso. – Dante não é um monstrinho mau como aqueles outros lá. Ele quer sair de perto daqueles outros que só fazem machucá-lo e vir conosco para Hogwarts.
- Que é isto, Dobby – berrou Rony. – Está maluco? Chegar com um Orc e ainda por cima retardado em Hogwarts. Dumbledore nos expulsa no ato!
Mas Dobby não arredou pé de sua vontade, alegando que era um elfo doméstico livre e bom e que queria fazer essa boa ação com um amigo necessitado.
Claro que ganhou o apoio de Hermione. Argumentando que Dumbledore decidiria o que fazer com o mini Orc.
- Era só o que faltava. – Cochichou Draco para seus colegas de Sonserina.- Hogwarts vai virar um chiqueiro.
- Só se ele se misturar com o Sonserinos, Malfoy – disse Fred.
- E esse azar, felizmente Dumbledore não vai permiti-lo de ter – completou George.
Radagast mostrou a abertura no salgueiro gigantesco e falou em tom de despedida:
- Mandem recomendações minhas ao grande mago Dumbledore – o Azul.
Luna virou-se para Hermione.
- Ih, que legal. Acho que Dumbledore também é da Ordem dos feiticeiros dele.
Mas não houve tempo para mais nada, pois Dobby acabara de baixar o galho interno do salgueiro mágico, fazendo-os apagar na mesma hora.
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