Enfrentando Barreiras

Enfrentando Barreiras



Alguns dias se passaram desde o dia em que Rony beijou Hermione impulsivamente, deixando-a extremamente pensativa. Desde então o evitava, de todas as maneiras possíveis: quando não sentava-se distante dele durante aulas e refeições, fazia de conta que não notava a sua presença.

Rony sabia muito bem porque causava e indiferença de Hermione, mas não havia nada que pudesse fazer para reverter tal situação. Sabia que deveria ter se segurado na noite em que a beijou, mas não podia negar que a vontade muitas vezes fala mais alto. E ele podia até jurar que a garota correspondera ao beijo.

Não contara nada a Lilá, pois não sabia como reagir a uma briga. Tinha certeza de que Hermione não contaria nada à sua namorada, então não havia porque criar mais confusão.

O problema é que agora que não podia falar direito com a amiga, era obrigado a se estremecer de desejos por ela. Sonhava com a amiga aos seus braços constantemente e quando estava com Lilá pegava-se diversas vezes absorto em pensamentos, onde Mione estava presente. E isso irritava sua namorada profundamente, ele sabia disso.



Uma semana após o ocorrido, Mione começou a se encontrar com Malfoy na biblioteca para dar início ao trabalho que, infelizmente, teriam que fazer juntos.

O primeiro encontro foi realmente irritante, já que os dois não paravam de discutir. Ela queria que ele entendesse coisas óbvias, que precisavam já estar embutidas em sua cabeça para o bom andamento do trabalho e ele não admitia ser criticado por uma sangue-ruim da Grifinória. Mione sabia que seria difícil, mas não imaginava que seria tão complicado.

Já estavam no terceiro encontro quando Draco finalmente compreendeu que precisava aprender a preparar uma poção geral antivermes para em seguida ser capaz de produzir a poção poderosa contra vermes fumegantes.

Mas ainda que admitisse que precisava de ajuda no assunto, não tirava do semblante aquele ar de superioridade que Hermione tanto detestava.

- Isso, mesmo – dizia Mione enquanto supervisionava Draco despejar os ingredientes dentro do caldeirão – Não, Draco! – ela o impediu de despejar o último ingrediente, com uma mão que segurava o braço direito dele. – Esse daqui você precisa agitar três vezes antes de despeja-lo. Quantas vezes vou ter que repetir isso?

Ele agiu como se não tivesse escutado nada, mas ainda assim agitou o frasco antes de abri-lo.

A presença de Hermione começava a irrita-lo profundamente. Primeiro porque era amiga de seu maior inimigo. E segundo porque não passava de uma sangue-ruim, de modo que ele não sabia como explicar aos pais que se encontrava em sua companhia duas vezes por semana. Sim, porque ele poderia muito bem evitar aqueles encontros, propondo que cada um fizesse uma parte do trabalho, poupando assim muitos esforços. Mas a verdade é que ele não sabia bem do assunto, e por mais difícil que fosse admitir, precisava de ajuda.

Agora ela estava ali, ordenando o que ele deveria fazer. Como poderia ter se deixado levar a tal situação?

- Pronto – disse Hermione com rispidez ao verificar que a poção começava a borbulhar homogeneamente. – O próximo passo agora... – ela passava o dedo em uma espécie de lista. – É identificar se há compatibilidade entre o verme que estamos estudando e a poção que fizemos. E em seguida provar por que não são compatíveis.

Draco levantava as sobrancelhas, cético, tentando demonstrar entender do assunto.

- Então suponho que você queira fazer essa parte, não é? – disse o loiro.

- Você acha mesmo que farei o trabalho sozinha? Não, mesmo. Agora que lhe ensinei a preparar a poção, quero que você identifique se há compatibilidade.

- Quê? A-há! To percebendo a sua esperteza, garota. Dessa maneira quem estará fazendo o trabalho sozinho sou eu.

- E para quem você acha que vai sobrar a parte de provar por que não são compatíveis? Hem?

Draco engoliu em seco. Tinha que admitir que não fazia a mínima idéia de como identificaria a compatibilidade, mas tentaria sozinho.

Passou duas horas rabiscando o pergaminho e catando nas páginas de seu livro de Estudos avançados no preparo de poções, mas não saía do canto.

Enquanto isso, Hermione já identificara sozinha a compatibilidade e começava a provar porque o verme e a poção não eram compatíveis, mas algo lhe dizia que sua dupla não poderia ficar para trás. Percebendo que Draco coçava a cabeça, irritado, Mione disse:

- Pronto. Até onde você fez?

- Não vê que eu não terminei? – respondeu Draco, irritado.

- Eu sei que não terminou. Só quero ver até onde você progrediu.

- E por acaso você é minha professora?

- Não. Mas você é minha dupla e eu não admito que a gente tire nota baixa! Agora me dê isso aqui ou eu...

- Ou você o quê, sua sangue-ruim?

- Ou eu entrego minha parte a Snape e digo que você não fez absolutamente nada!

- Você não se atreveria...

- Não?! – disse Hermione, levantando-se da cadeira.

- Tudo bem! Tome aqui essa merda! – Draco jogou o pergaminho sobre as coisas de Hermione.

Ela sentou-se e verificou o que já suspeitava: ele não havia feito nada.

- Satisfeita agora? Satisfeita por saber que eu não sei de porcaria nenhuma?

- Eu já duvidava disso. Mas não custava nada você simplesmente ter me falado antes. Pouparia tempo, sabe. Ah, já sei. Na verdade eu sei o que lhe custava. Custava-lhe o orgulho!

Draco revirava os olhos.

- Mas não tem problema. Eu vou te ensinar tudo. Não hoje, que eu tenho muito o que fazer. Mas amanhã.

- Quê? A gente já se encontrou duas vezes essa semana!

- Você quer tirar uma nota boa nesse trabalho? Aliás, você quer que eu coloque seu nome no trabalho?

Draco foi obrigado a murmurar um “sim”, mesmo que bufando.




Harry passou aqueles dias todos notando em Gina suas qualidades. Tentava sempre desviar esses pensamentos procurando por Iara Newton, mas era sempre obrigado a lembrar-se da voz doce e calma de Gina, de seu rosto bem desenhado e de seu corpo que aparentemente não era nada mal. E sempre que ele a imaginava com poucas roupas balançava a cabeça sentindo-se extremamente envergonhado por pensar tais coisas da irmã mais nova de seu melhor amigo, e a qual já considerara inclusive sua própria irmã. Mas tira-la da cabeça tornava-se cada dia mais difícil.

Sempre que a encontrava com Dino colocava-se no lugar dele em pensamento e era surpreendido por algum amigo que o acordava de devaneios.

Por vezes Gina o notava a observando, o que a deixava levemente corada. Afinal de contas, ela tinha um namorado, do qual gostava muito. Não podia abrir espaço em sua mente para admirar a beleza de Harry mais do que já o fazia.

Até que uma noite, quando voltava com Dino da Sala Precisa e os alunos da escola já deveriam estar dormindo, Gina o encontrou sozinho na sala comunal, deitado num sofá possuindo livros no colo.

- Mô, eu vou dormir – disse Dino, após abrir a boca, depositando-lhe em seguida um beijo na bochecha.

- Ok, amor – respondeu Gina. – Vou ficar aqui pra ver se acordo o Harry.

- Pois é. Ele vai se acordar com uma enorme dor nas costas. Pode apostar.

Gina concordou. E quando já estava só, contemplava Harry com um sorriso no rosto. O garoto não perdia o charme nem na hora de dormir. Seus óculos pendiam para um lado do rosto e sua face estava voltada para baixo, de modo que seu pescoço parecia arduamente dobrado. Os cabelos caíam para frente, uma das pernas estava dobrada e a outra esticada e jogada.

Cautelosamente, ela passou a mão pelos cabelos finos de Harry, colocando-os para trás esperando que assim ele se acordasse. Mas não adiantou. Acocorou-se na frente do garoto e tentou puxar devagar os óculos do rosto dele com medo que caíssem no chão caso ele se acordasse bruscamente.

Ela possuía uma mão sobre a perna de Harry e a outra segurando os óculos lentamente, quando o garoto se acordou assustado passando as mãos no rosto. Ele cerrava os olhos tentando enxergar direito e ela sorria.

- Toma, Harry – disse, em meio a risadinhas, enquanto o entregava os óculos.

Ele os pegou nas mãos de Gina, colocou-os no rosto e sentou-se corretamente, colocando a mão sobre a da garota que ainda estava sobre sua perna direita.

- Acabei caindo no sono.

- Percebi. Agora eu pergunto: Cadê o meu irmão numa hora dessas?

- Foi dormir. Perguntei se não queria me acompanhar nos estudos, já que ele precisa, mas tudo o que levei foi um fora.

Gina riu. Harry ainda segurava a sua mão e ela começava a se sentir encabulada com a situação.

- Senta aqui – disse Harry, apontando com a mão, que antes segurava a de Gina, para seu lado no sofá.

Gina o obedeceu sem nada dizer.

- Lembra que você me ajudou com Anne Jacob? – perguntou Harry.

- Lembro sim.

- Pois é. Eu queria que você me ajudasse com uma garota nova.

- Ah, é? E quem é dessa vez?

- Só que eu ainda não posso te contar quem é ela. Vou te dizer as características mais marcantes nela e você me diz o que eu devo fazer, certo?

- Ah, não... Me diz quem é! – disse Gina curiosa.

- Não. Não agora!

Gina o fuzilou com os olhos, de maneira engraçada.

- Bom. Vou começar...

- Sou toda ouvidos!

- Ela não é tão extrovertida quanto as outras e tem um probleminha... Tem namorado!

- Ih, Harry! Então é melhor você pular fora...

- Mas o que eu sinto por ela é diferente, Gina. Eu realmente gosto dela.

- Será que gosta mesmo? Ou é só mais um desses casos que você tem?

- Não. Eu realmente gosto. E estou começando a suspeitar que sou capaz de fazer qualquer coisa para tê-la só pra mim.

- Uau! Então o negócio é sério mesmo...

- É, sim!

- Bom, então nesse caso... Eu acho que você deve ir atrás.

- Acha mesmo?

Gina sorriu inocentemente e agitou a cabeça afirmativamente.

- Então não esqueça depois que foi você quem me aconselhou de fazer isso.

E, praticamente sem pensar duas vezes, Harry colocou uma mecha do cabelo de Gina, que caía no rosto, atrás da orelha cuidadosamente. Ambos ficaram sérios instantaneamente. Ele olhava para o que fazia e ela fechava os olhos tentando resistir à tentação. “Ele não pode fazer o que eu penso que vai fazer... Não pode”, ela pensava.

Por alguns segundos Harry contemplou o rosto imóvel e rosado de Gina, enquanto ela continuava com os olhos fechados. Com a mão direita, ele tocou-lhe o queixo e foi aproximando a boca lentamente.

Quando seus lábios se encontraram, Gina pôde sentir a respiração de Harry, mas não podia continuar... Antes mesmo que o beijo se iniciasse, abriu os olhos, e contra a vontade, empurrou-lhe devagar.

- N-não, Harry... Você sabe que isso ta errado – disse enquanto se levantava do sofá.

- Mas foi você mesma quem dis-

- Eu não imaginei que você estivesse brincando comigo, Harry!

- Eu não tava brincando, Gina! – disse Harry do sofá.

Gina balançava a cabeça, sem saber o que fazer.

- É claro que tava! Como pôde?... – disse, correndo logo em seguida para a escada do dormitório.

- Gina! – gritou Harry em vão. – Merda! – murmurou enquanto passava a mão pelos cabelos negros bagunçados.

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