O Passado Vem à Tona



O sábado nem pareceu existir, tão rápido ele passou dando lugar ao domingo. Na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts todos os setimanistas estavam atentos às últimas horas de estudo e de feriado antes do acontecimento dos tão esperados Testes Finais. Mas existia alguém mais ansioso ainda e este alguém era Hermione Granger. Mesmo levantando inúmeras hipóteses ao lado de Harry e Rony sobre o possível motivo para a avó querer visitá-la justamente neste seu último ano, Hermione não conseguia achar um motivo satisfatório e conciso. O horário marcado já se aproximava, mas desde que o relógio de sua cabeceira indicara cinco horas da manhã, ela não conseguira mais pregar os olhos. Como faria para explicar tantas coisas e tantos anos de mentira? E que o lugar onde estudava não era exatamente um colégio interno? Como contaria a ela o pequeno grande detalhe de ser uma bruxa? Agora se encontrava sentada na beira de sua cama mirando os próprios pés prestes a explodir. Tivera o cuidado de usar o perfume que ganhara dela há dois natais e também de vestir o suéter que ela mesma fizera para mostrar a avó como tinha aprendido a tricotar bem, mal ela imaginava que Hermione poderia fazer isso só com um aceno de sua varinha se quisesse. Os cabelos lanzudos e amendoados estavam soltos e enfeitados com uma fita vermelha passando feito um arco sobre a cabeça. Consultou mais uma vez seu relógio, respirou fundo e saiu do dormitório feminino descendo as escadas até o salão comunal da Grifinória. Quando pisou o último degrau falou para si mesma.

- Calma Hermione, não há de ser nada! Não há de ser nada! – repetia em voz baixa. - Não...

- Hermione...?

- Harry? – surpresa, ela enfiou as mãos no bolso numa atitude mais nervosa que natural. - Eu... não vi que estava aqui.

- Estava lendo. – explicou indicando o livro em suas mãos.

- Grandes Magos e Seus Patronos? – ela leu. - Interessante.

- Pois é, Lupin me disse que seria bom eu ler isso para os testes de D.C.AT. amanhã.

- E você terá muitos?

- Consta apenas um no meu prospecto e na minha opinião, conjurar um patrono, é algo bem provável. Lupin acha que o Conselho de Magia pode fazer alterações anuais se julgar pertinente com a capacidade do aluno examinado e colocar mais de um teste de D.C.A.T.

- Ou seja, você! – afirmou sorrindo.

- Não sei. Tenho medo de... decepcionar algumas pessoas que confiaram em mim. – Harry admitiu sinceramente no que Hermione o olhou confiante.

- Vai se sair bem Harry, tenho certeza! Você sempre foi ótimo em D.C.A.T., sempre! – Harry sorriu agradecido pelo apoio. Logo em seguida Hermione desviou os olhos e foi até a janela observadora e indisfarçavelmente impaciente.

- Preocupada com a visita da sua avó não é? – Harry arriscou certo de que a resposta dela seria sim.

- Bom eu... – ela virou-se pronta para negar, mas quando seus olhos cruzaram com os dele, Hermione sentou-se no sofá enfiando o rosto nas mãos. - ...você nem faz idéia! – admitiu por fim e Harry sentou-se ao seu lado.

- Olha Hermione, eu não conheço a sua avó, mas conheço bem você e sei que jamais mentiria pra ela se não fosse por um motivo realmente bom. – ele fez uma breve pausa. - E se hoje você decidir contar a ela a talentosa bruxa que você é, com certeza ela irá entender e ficará orgulhosa disso.

- E se ela não entender Harry? E se... se não me quiser mais como sua neta? – disse com os olhos brilhando.

- É claro que ela vai querer, quem não iria? – agora era ele quem a consolava. Ela sorriu tentando segurar as lágrimas.

- Obrigada... – limpou os olhos. - ...por você e Rony terem me ajudado no que foi possível Harry, nunca vou esquecer disso.

- E pra quê servem os amigos? – disse colocando a mão sobre o ombro dela e ela soube exatamente do que ele estava falando. Por mais notas boas que tivesse obtido ao longo daqueles sete anos, Hermione sabia que sua maior conquista era com certeza a amizade deles.

- Tenho que ir agora, está na hora. – disse levantando-se vagarosamente.

- Vai dar tudo certo, não pense o contrário.

- Eu vou tentar. – disse se aproximando do buraco do retrato e parando uma última vez.

- Vai lá! – ele a incentivou.

Hermione atravessou a saída tentando se concentrar na última frase de apoio que recebera de Harry: “vai dar tudo certo” e foi repetindo ela baixinho até chegar ao grande salão, local onde deveria estar para recepcionar sua avó conforme a professora McGonagall a instruíra sem dar maiores detalhes. O salão estava relativamente vazio, o que significava um alívio para Hermione, assim evitaria muita explicação. O dia estava mais frio, mas o sol resolvera aparecer para torná-lo mais colorido. Já não sabia quantas vezes consultara seu relógio e mesmo assim ainda não dera a hora certa. Andou de um lado para o outro, sentou-se e nada. Até que ouviu a voz inconfundível de Hagrid que vinha subindo as escadas segurando uma sombrinha cheia de babadinhos que Hermione reconheceu ser na hora, objeto de sua avó, que ainda não estava visível ao alcance de seus olhos castanhos. E então ela apareceu sorridente e muito entusiasmada com a conversa de Hagrid pouco antes de atravessar as portas do grande salão.

- Olá Hermione! – cumprimentou-a o bom Hagrid. Hermione apenas sorriu dando um tchauzinho. – Bem senhora O’Brien, a senhora está entregue! – Hagrid se dirigiu a avó de Hermione com profundo respeito depois de fechar a sombrinha e entregar a ela.

- Obrigada Hagrid, eu não conseguiria chegar até aqui sem você. – agradeceu-o sorridente tirando suas luvas e fechando a sombrinha. – Nenhuma outra companhia poderia ter sido mais agradável, só a de minha querida neta é claro! – disse por fim olhando para Hermione como se ela fosse o ser mais belo do mundo.

- Dever cumprido, devo ir então. Até mais tarde senhora... – ele olhou para Hermione. - ...até logo Mione!

- Até Hagrid e... obrigada! – ele sorriu antes de sair e deixar as duas a sós. Elizabeth O’Brien era uma mulher bastante bonita e forte para os seus setenta e um anos de idade e fazia lembrar a neta de certa forma. Tinham a mesma forma de sorrir e os mesmos olhos, só que Hermione era um pouco mais alta.

- E então? Eu não ganho um beijo da minha neta adorável? – perguntou dando a deixa para Hermione correr até ela. E foi o que ela fez sentindo um enorme alívio. Isso indicava que ela não estava chateada com Hermione, muito pelo contrário, parecia imensamente feliz em rever a neta.

- Vovó, quantas saudades! – disse tentando aproveitar aquele momento.

- Eu também docinho, eu também. – respondeu-lhe afagando os cabelos.

- É melhor se sentar aqui, a senhora deve estar cansada da viagem. – Hermione indicou o banco preocupada com o bem estar da avó.

- Eu estou bem, não se preocupe. Aliás, a viagem foi maravilhosa.

- Eu... imagino. – concordou Hermione lembrando-se da primeira viagem que fizera no expresso de Hogwarts, algo difícil de se apagar da memória, tamanha perfeição. Elas se sentaram uma ao lado da outra. Hermione esfregava as mãos olhado para o horizonte. Estava meio sem jeito com a presença incomum da avó. A mulher deu um breve sorriso.

- É lindo aqui. – falou sonoramente.

- A senhora acha?

- Sim, acho. Gostaria de me levar para um passeio? – perguntou com total interesse.

- A senhora não prefere descansar um pouco? Pode repousar em minha...

- Já disse que estou perfeitamente bem. – informou certa. - Acha mesmo que eu viria de tão longe e deixaria de aproveitar uma paisagem como esta?

- Claro que não. – respondeu Hermione meio que com desânimo. Preferia manter a avó longe de tudo que a comprometesse.

- Ótimo! – disse levantando-se.

- Mas e todas estas coisas? – perguntou Hermione referindo-se aos pertences da avó e querendo tentar um último pretexto.

- Depois damos um jeito nisso. – falou rapidamente enquanto puxava a neta pela mão. Hermione constatou que o dia seria longo e que não teria escapatória. O mais incrível é que tudo parecia ao seu favor, até mesmo a lula gigante não dera o ar de sua graça nadando no lago negro como era de costume. Não querendo abusar da sorte, Hermione decidiu fazerem o percurso, ela e sua avó, bem longe do salgueiro lutador. - Humm, com um lugar tão agradável não deve faltar inspiração para estudar se bem a conheço. – comentou a senhora O’Brien sonhadora. Hermione engoliu em seco. Finalmente ela se referira aos seus estudos desde que estavam caminhando.

-Ehh... com certeza não falta mesmo.

- Este... é o ano de sua formatura não é?

- É sim. – respondeu Hermione com as mãos nos bolsos. Sabia que seus pais tinham comentado com a avó que ela se formaria dentro de alguns meses, mas detestava ter que mentir sobre em quê exatamente se formaria. Uma boa meia hora depois, as duas contornavam as margens do lago negro. Hermione já estava começando a ficar cansada de tantas perguntas e de ter que se justificar da melhor forma que conseguia delas. Alguns passos mais a frente avistou Rony, Harry e Gina. Eles pareciam ter sentado sob a sombra de uma das árvores estrategicamente, como que prevendo a ajuda que Hermione poderia precisar. Ela os adorava mais ainda por isso. As duas pararam e eles se levantaram sacudindo alguns pedacinhos de grama das vestes.

- E quem são estes três jovens adoráveis? – Elizabeth perguntou.

- Vovó, estes são Ronald, ... – Rony acenou. - ... Gina ... – Gina sorriu. - ... e Harry. – a avó de Hermione o olhou com um estranho interesse fazendo todos voltarem seus olhares para Harry e ela.

- Éhhh... um prazer conhecê-la senhora O’Brien! – falou Harry gentilmente estendendo a mão direita.

- O prazer é todo meu Harry! – retribuiu o aperto de mão sorridente. – Vejo que minha neta está bem servida de amigos. Dois rapazes encantadores... – ela olhou Rony e Harry deixando-os sem graça. - ... e esta mocinha aqui que mais parece uma boneca. – acariciou o rosto de Gina que corou mais ainda.

- O-obrigada! – a ruiva sorriu.

- E então? Qual é a disciplina favorita de vocês? – perguntou com naturalidade no que os cinco permaneceram em silêncio procurando o que responder.

-Ãhnnn... vovó, eles têm... têm que estudar agora. – interrompeu Hermione rapidamente entreolhando Harry, Rony e Gina. - Porque não retornamos ao castelo? A senhora precisa descansar um pouco antes de fazer a viagem de volta. – Elizabeth olhou para ela parecendo não entender o comportamento da neta.

- Vamos andando então gente? – prontificou-se Gina entendendo perfeitamente Hermione e acenando para a avó dela.

- Vamos! – respondeu Rony repetindo o mesmo gesto da irmã.

- Certo! – emendou Harry. – Até... até mais tarde Mione, aproveite o passeio senhora.

- Obrigada querido! – ela os observou sair atentamente. – Você comentou que tinha um grande amigo aqui, mas eu não sabia que ele era assim tão... tão... bonitão!

- Vovó!? - repreendeu-a Hermione por estar insinuando alguma coisa. - Harry é meu amigo!

- Ora, e o que há de errado em se achar um amigo atraente, hum? Aposto como ele também acha você uma garota interessante e só tem vergonha de admitir isso.

- Acho que Harry só me vê como uma... amiga e nada mais. – respondeu séria e meio cabisbaixa logo em seguida concentrando seu olhar num Harry que já estava a alguns metros. Elizabeth a observou.

- Será que temos alguém apaixonado aqui? – ela arriscou sorridente.

- Eu? - Hermione voltou à tona como se a pergunta não tivesse sido feita a ela. - Apaixonada? – forçou um sorriso. – Definitivamente não. – mordeu os lábios desviando o olhar e sentindo seu rosto queimar. Dentro de si sabia o quanto gostava de Harry e tentava mentir que este gostar já não era mais o mesmo de antes. – É melhor voltarmos logo, está ficando frio para...

- Hermione, porque está tão preocupada comigo? Eu já disse que estou bem. – informou Elizabeth meio aborrecida desta vez.

- É que não quero que fique resfriada ou muito cansada.

- Eu entendo sua preocupação, mas dispenso-a. Desde que nos encontramos você parece estar... estar fugindo de mim e só me deu respostas breves para tudo o que lhe perguntei.

- Desculpe vovó, não tive esta... intenção. – Hermione sentiu-se triste por estar agindo dessa forma com ela.

- Está pensando no porque de eu estar aqui hoje não está? – Elizabeth perguntou depois de alguns segundos em silêncio.

- Hum?

- Eu sei que está e te confesso que não sei por onde começar a te contar toda história.

- História?
- Uma longa, se quer mesmo saber. – respondeu com uma voz pesarosa. – Podemos ir a algum lugar mais... reservado?

- Sim, podemos. – meio sem entender ainda, Hermione a conduziu pelo jardim até voltarem ao saguão de entrada do castelo. – É melhor conversarmos na torre, lá é mais seguro.

- Seria bem mais agradável. – As duas subiram lado a lado. Hermione com vontade de que pudesse aparatar com a avó, mas não podia por dois motivos: o fato dela ser trouxa e também o impedimento disso dentro dos terrenos de Hogwarts. Algumas pessoas que passavam pelas duas as olhavam curiosas e comentavam. Os colegas de casa de Hermione apenas acenavam num cumprimento breve. Alguns passos mais e as duas finalmente chegavam à torre. Só então Hermione percebeu a grande besteira que fizera indo até lá. Como ela explicaria à avó aquela senha maluca bem na entrada do salão comunal da Grifinória?

- Rocha Macia! – disse num som quase inaudível até mesmo para a mulher gorda do retrato que cobria o buraco e então a passagem foi colocada a vista. Hermione olhou para a avó que apenas observava tudo aquilo estranhamente tranqüila. – Sensores de voz! – explicou Hermione num sorriso pouco convincente. Elizabeth apenas lhe sorriu assentindo com a cabeça e mostrando entendimento. O salão comunal estava vazio. – Fique... fique à vontade! – ela sugeriu. Sua avó se sentou dando uma boa olhada em tudo ali. Hermione correu o olhar ainda mais rápido para perceber qualquer sinal estranho para um trouxa.

- Aconchegante! – ela disse sentando-se num dos sofás. Hermione sorriu e depois observou os quadros na parede. Como se esquecera deles? Obviamente que seria bom demais para ser verdade se eles ficassem imóveis numa situação nova como esta. Ela se desesperou.

- Vovó, eu posso explicar o que está vendo aqui. – se adiantou tentando achar uma boa desculpa. – Estes quadros são feitos de... um tecido especial que... – a senhora Granger começou a sorrir gostosamente fazendo Hermione a olhar sem entender ao certo o porquê. – Que foi?

- Ah Hermione, eu posso te assegurar que jamais vi tanta criatividade e força de vontade numa só pessoa.

- Ehhh... eu ... eu não sei do que está falando. – Hermione disfarçou. Elizabeth se levantou indo observar um dos quadros mais de perto para a preocupação da neta.

- Acho que ainda não conseguiram inventar nada tão interessante. – ela espiou por cima dos óculos. – Linda... “tecnologia” não é mesmo?

- Ehh... – Hermione também se levantara apreensiva. – ... é sim, linda.

- Tisc... pena que não tenho mais nenhuma foto. – Elizabeth lamentou. Hermione franziu as sombracelhas. Sua avó sentou-se novamente no sofá. – Porque não vem se sentar aqui comigo, hum?– a chamou indicando o espaço vago ao seu lado. Hermione se sentou totalmente desconfiada. Elizabeth a olhou com seus olhos brilhando. Hermione girou os olhos meio inquieta com aquela espécie de análise, enquanto a avó lhe alisava os cabelos. – Quando você nasceu eu senti que seria especial exatamente no momento em que você abriu os seus olhinhos e eles encontraram os meus. Então eu tive vergonha pelo que eu deixei de ser por causa de minhas fraquezas. – Hermione a ouvia atenta tentando entender onde ela queria chegar. – Seus pais não têm culpa, afinal eles nunca souberam de absolutamente nada...

- Souberam de nada? Do que... do que está falando? – a velha senhora respirou fundo abaixando a face e duas grossas lágrimas caíram de seus olhos. – Vovó...? Está... está chorando? Eu não quis...

- Não minha querida, não se preocupe porque você não tem culpa alguma por nada disso, muito pelo contrário!

- Mas culpa de quê? – ela começava a ficar bastante preocupada. – A senhora está me assustando. – Elizabeth a olhou novamente nos olhos com muita dificuldade.

- Não sou quem você pensa que eu sou Hermione, nunca fui! - Hermione sentou-se ereta tentando meditar nas palavras dela, mas não conseguia entender ainda os seus reais sentidos. – Sou uma bruxa Hermione! Uma bruxa como sei que você é há muito mais tempo do que recebeu sua carta - disse por fim para espanto de Hermione e da maioria dos quadros que eram as únicas testemunhas daquele momento no salão comunal.

- O-o quê? – indagou Hermione espreitando os olhos.

- Não espero que você me perdoe por mentir durante todos estes anos, nem posso exigir isso de você, mas eu preciso te dizer o porquê de eu ter feito isso e... – Hermione levantou-se dando as costas pra ela levando uma das mãos aos lábios. Sua atitude era imprevisível. – Eu não queria ter escondido isso de você, eu...

- Não queria? – a garota perguntou interrompendo-a. Seus olhos brilhavam e o fogo crepitante da lareira parecia refletir a raiva que ela parecia estar prestes a extravasar. – Então porque escondeu? – virou-se abrupta.

- Eu... eu não concluí meus estudos. – ela recomeçou em um tom de vergonha. – Eu achava que ser bruxa não era exatamente um privilégio, mas uma... maldição. – Hermione apenas a observava sem nada dizer. – Meus pais me repugnaram como se isso fosse culpa minha no dia em que recebi a minha carta. Eu tinha onze anos e estava sozinha.

- Sozinha? – Hermione sorriu irônica. – Tem idéia do que significou pra mim todos estes anos sendo tratada como uma... sangue-ruim desprezível por pessoas cujas quais eu detesto? – ela desabafou mantendo distância e se recordando de todas as vezes que fora desdenhada por Malfoy ou por outros, que como ele, achavam que existia mesmo uma diferença entre os sangues-puros e os nascidos trouxas.

- Tenho Hermione e é justamente por isso que... que eu finalmente abri os meus olhos e percebi tardiamente o quão tola eu fui quando neguei isso a mim mesma. Durante todo este tempo McGonagall me manteve informada de cada detalhe dos seus maravilhosos feitos aqui.

- McGonagall? Quer dizer... a professora McGonagall?

- Ela mesma. Nós estudamos juntas até o meu quinto e... último ano aqui. Ela era a minha melhor amiga e acho que podia ter deixado de ser se quisesse, afinal eu bem merecia isso. Mas ao contrário, ela só tem feito a me ajudar e dar bons conselhos. Eu até pedi que ela se livrasse... disso aqui... – ela retirou sua varinha da bolsa. A cor da madeira estava bastante apagada, mas fora isso a varinha estava em perfeito estado. - ... mas ela acreditou que eu pudesse vir a precisar dela novamente algum dia e a guardou com carinho. – concluiu observando a varinha em suas mãos. Hermione sentou-se no sofá devagar e incrédula com tantas coisas que ouvira.

- Ela nunca... nunca me contou nada sobre isso.

- Porque eu implorei a ela que não contasse. – Elizabeth esclareceu chorando. Hermione manteve-se em silêncio novamente e abaixou o rosto.

- A senhora teve... vergonha de mim?

- Não! Eu nunca tive vergonha de você. Eu tive vergonha de mim mesma por não ter tido a coragem que você teve em assumir seu dom. – Hermione estava tentando não chorar, mas era impossível segurar as lágrimas agora. – Por favor não chore...

- Porque tirou isso de mim vovó? – ela questionou choramingando. - Porque não dividiu comigo, por quê?

- Eu tive medo minha querida, medo. Medo de perder o amor de seu avô. Medo de perder o amor de seu pai e... medo de perder o seu amor. Quando eu finalmente decidi contar, você já havia completado onze anos e então seus pais me deram a notícia de que você iria estudar fora. Eu sabia que era pra cá que você viria, mas me acomodei ao fato deles terem se preocupado em inventar uma boa desculpa para mim.

- Meu pai achava que era informação demais para a senhora. – ela a fitou.

- Agora ele também já sabe. – Elizabeth confessou.

- Há... quanto tempo? – Hermione quis saber.

- Desde o início deste ano.

- Então era por isso que ele estava evitando ir até a sua casa, não é?

- Eu não o culpo. – a garota se levantou de novo para infortúnio da avó. – Hermione...? Eu... eu sinto muito. – disse chorando novamente e também se colocando de pé.

- Sabe o que é mais engraçado? É que eu sempre desejei saber a sensação de como era ter alguém tão próximo, alguém de nossa própria família igual a mim. – ela se mantinha em silêncio. – Mas agora, é como se... é como se não me importasse mais porque eu simplesmente me acostumei com isso. Eu me culpei por ter de enganá-la, mas pensava em sua saúde e não que não... me entenderia. E então de repente você vem até aqui me contar isso e eu... eu nem consigo ficar feliz porque... – ela tremelicou os lábios fechando os olhos e deixando escorrer uma lágrima pelo rosto. – Eu nem sei quem é você! Eu sei apenas quem é... Elizabeth O’Brien Granger, minha avó trouxa. – a senhora se aproximou temerosa de que fosse ignorada, mas Hermione se manteve parada e de cabeça baixa.

- Não queria magoar você como sei que magoei Hermione, não queria. – disse entre um pranto e outro alisando os cabelos lanzudos da neta ali de costas para ela. Hermione se virou enxugando o rosto.

- Eu... eu estou confusa...

- Não é para menos querida.

- Eu... eu sinto vontade de te abraçar e ao mesmo tempo de... de nunca mais falar com a senhora novamente.

- Também posso entender e.... tentar aceitar isso.

- Mas não sou assim! Eu nunca fui! Os meus amigos e... alguns professores sempre me mostraram que existe... existe uma segunda chance para tudo, sempre! – a mulher a olhou espantada. Hermione tentou sorrir. – Ainda... ainda temos tempo para... para dividir nosso... dom, uma com a outra.

- Hermione! – os olhos de Elizabeth encontraram os de Hermione incrédulos e marejados pela dignidade da neta com ela.

- Vovó! - chamou-a Hermione abraçando-a forte.

- Me perdoe meu amor... – pediu enchendo a neta de beijos. - ...eu nunca mais vou mentir pra você, nunca mais eu prometo!

- Eu desejei tanto isso! – a garota falou nos braços da avó chorando tão intensamente quanto ela no que Elizabeth a segurou pelo rosto e a fitou.

- Não estamos mais sozinhas, temos uma a outra agora! – e Hermione indicou seu entendimento acenando positivamente a cabeça.

Depois desta longa conversa as duas passaram o resto da tarde tentando colocar tantos anos de atraso em dia. Não parecia existir mais ninguém em Hogwarts além das duas e ambas sentiam-se aliviadas agora. Hermione fez questão de comentar cada ano e contou a avó sobre a fuga dos amigos Weasleys, Fred e Jorge, quando estavam no quinto ano. Elizabeth sorriu imaginando a travessura que havia sido e sorriu mais ainda pelo empenho da neta em consolá-la por ter deixado a escola. Minerva providenciara tudo e convidara as duas para apreciarem o almoço e o jantar em sua sala e assim poderia rever a amiga pelo qual tinha tanto apreço. McGonagall pedira a Hagrid que as encontrasse mais tarde no grande saguão para apanhar Elizabeth. Com tantos assuntos ainda por tratarem, as três desceram as oito em ponto até o saguão, onde Hagrid já aguardava.

- A senhora precisa mesmo ir vovó? Tenho certeza de que poderia ficar aqui... – Hermione entreolhou Minerva que lhe sorriu. –... se quisesse.

- Não Hermione, eu receio que seja melhor eu voltar pra casa, pois Bree precisa de mim.

- Bree? – indagou.

- Minha gata.

- Eu nunca soube que tinha uma. – admirou-se Hermione.

- Bem, no dia em que decidi que lhe contaria tudo, achei que... Bichento gostaria de uma companhia quando vocês voltassem à minha casa. – as três sorriram.

- Beth... – Minerva levantou-se. - ... não quero lhe apressar, mas já está tarde e não...

- Sim, sim, eu sei que não é bom que eu me demore por aqui. – falou paciente segurando as mãos da velha amiga. Depois virou-se para Hermione e acariciou o queixo da garota. Hermione mordeu os lábios tentando desviar o olhar tristonho por ter que se despedir da avó. – Vou sentir muitas saudades até nosso próximo encontro meu doce.

- Também vou. Na verdade, eu já estou sentindo. – Elizabeth sorriu maternalmente. Depois enfiou a mão na bolsa e remexeu procurando o que logo Hermione e Minerva viram.

- Quase ia me esquecendo... – disse enquanto abria a pequena caixinha. Dentro havia um singelo, mas maravilhoso anel com uma pedra meio amarelada no meio.

- O que é isso? – quis saber Hermione admirando a jóia.

- Um anel de formatura! – ela explicou.

- Anel de formatura?

- Sim. Na nossa época... – ela olhou para Minerva.-... era comum usar um anel no dia do baile de formatura. Não imaginava que ele não teria uso pra mim, mas sempre o imaginei em suas mãos. – entregou-o a Hermione. – Ele agora é seu e será nosso pequeno elo. – Hermione o segurou firme contra o peito e olhou para a avó com os olhos brilhantes.

- Vou guardar pra sempre!

- Eu sei que vai. – ela vestiu sua capa. – Bom Hagrid, vamos indo então? – apressou-se tentando disfarçar suas lágrimas. Hagrid pigarreou um pouco emocionado com a cena e prontificou-se a apanhar os pertences de Elizabeth.

- Sim, senhora O’Brien, a carruagem já está a nossa espera.

- Que ótimo! – disse andando. – E Minerva... – parou antes de atravessar a grande porta. -... lembranças ao Alvo! Aposto como ele ainda continua um charme! – sorriu acenando e enrubescendo a professora McGonagall. Hermione abafou um riso enquanto via Hagrid e sua avó sumirem do alcance de suas vistas. Depois voltou-se para a professora pensativa ao seu lado.

- A senhora planejou tudo não foi? – Hermione perguntou a uma professora McGonagall que esfregava os braços distraidamente. – Não é possível que todas as coisas mágicas que fazem parte deste castelo e também este castelo tenham conspirado a meu favor por conta própria. – comentou sorrindo e a professora lhe correspondeu agora virando-se para Hermione.

- Digamos que...uma pequena ajudinha era o mínimo que eu poderia fazer para tornar este dia inesquecível para as duas. – desta vez as duas sorriram gostosamente e Hermione relembrou menos tensa agora tudo o que tinha feito para desviar a atenção da avó mais cedo. Seu respeito por McGonagall havia redobrado. Depois de mais alguns instantes ali, olhando para os jardins através da grande porta de carvalho, Hermione percebeu que já ficava meio tarde.

- Professora, se me dá licença, eu preciso...

- Sim, claro! Um teste a espera amanhã e não deve dormir tarde. Na verdade recomendei a todos os setimanistas que se retirassem logo após o jantar esta noite e como não vejo ninguém por aqui, nem mesmo aqueles que regressaram ao cair da tarde, é porque devem ter dado ouvidos a mim.

- Provavelmente! – Hermione sorriu. – Boa noite professora!

- Uma boa noite para você também Hermione. – a garota saiu segurando as mãos à sua frente.

- E mais uma vez... – parou um instante antes de deixar o grande salão. - ...obrigada por tudo!

- Significou muito para mim também!

Disse a professora McGonagall em resposta à Hermione que agora voltava para a torre muito mais feliz do que quando saíra de manhã. Depois de informar a senha e atravessar o buraco do retrato, encontrou um salão comunal incomumente vazio para aquela hora da noite. Aproveitou para recolher alguns livros que deixara na mesa ao canto. O dia seguinte seria longo. Ela respirou aliviada com a sensação de dever cumprido, pelo menos uma parte dele. Sabia que tinha estudado muito pra isso e sorriu observando os livros e pensando em tudo e em nada. Contornava a mesa para subir até o dormitório feminino quando algo chamou sua atenção no sofá, próximo a lareira, que agora faiscava suas últimas cinzas. Pôs os livros novamente sobre a mesa e se aproximou devagar segurando sua varinha no bolso interno da calça por precaução. Com muita dificuldade, devido a pouca claridade, viu alguém deitado no sofá, dormindo, mas não parecia nada tranqüilo, pois mexia-se inquieto.

- Harry? – estranhou quando percebeu que era ele. Prontificou-se em acordá-lo logo e acabar com aquele sono perturbado. Aproximou-se mais e o tocou no ombro chamando de forma que não o assustasse. - Harry!

- Aaaaarre!!! – seu grito fez Hermione recuar uns dois passos assustada. Harry acordou sentando-se ofegante e todo encharcado de um suor frio olhando para os lados e tentando achar seus óculos. - Hermione... ? - mirou a amiga enfiando os óculos redondos na cara.

- Sim, sou eu. – ela respondeu. - Você está... HARRY!!! - Hermione abafou um grito. - Seu nariz... está sangrando! - informou preocupada.

- O quê... - ele levou a mão automaticamente às narinas tentando estancar aquele sangue estranho. - ...droga! - Hermione empunhou a varinha.

- Tergeo!!! - o sangue foi sugado totalmente.

- Obrigado! – ele agradeceu percebendo que todo o sangue sumira.

- De nada. - Hermione sentou-se na ponta do sofá por cima do lençol dele guardando sua varinha novamente. Harry alisou o rosto molhado. - Precisa se trocar ou vai pegar um resfriado. – ela o advertiu.

- Ah... é. - ele olhou a camisa ensopada. - Tudo bem, não se preocupe.

- Vou resolver isso! – Hermione saiu rapidamente antes que ele dissesse alguma coisa. Harry apenas a viu subir as escadas e voltar minutos depois com o que parecia ser uma camisa nas mãos. - Toma! - entregou a ele. - Não é grande coisa, mas acho que vai te servir. – Harry olhou estranhando. A camisa era bem maior do que o número dela. – Ehhh... é do papai. Na pressa, coloquei na mala por engano. - ela esclareceu.

- Está explicado! - Harry sorriu e num impulso, sem a menor maldade, despiu a camisa que usava. Hermione não esperando tal atitude virou-se num impulso totalmente desconcertada. Seu coração agora palpitava disparadamente. Ele jamais se trocara na sua frente. Na verdade nenhum garoto se trocara. Hermione se perguntou por que Harry tinha de fazer isso justo agora, quando seus sentimentos em relação a ele haviam se tornado tão inconstantes? Mordeu os lábios e seus olhos agiram mais rapidamente do que ela queria que agissem. O olhou de relance apreciando um corpo que definitivamente já não era aquele magricelo, com uma curiosidade que não conseguia controlar. Mas sua observação despistada foi cortada quando os olhos dela pararam na altura do tórax de Harry.

- Harry...? – chamou-o já nem se importando mais de estar olhando.

- Sim...? – Harry respondeu já com a camisa no pescoço distraidamente.

- O que... o que é isso? – Hermione perguntou.

- Isso o quê?

- Isso aqui... - ela apontou espetando seu dedo indicador um pouco abaixo do peito dele.

- Au!!! – ele reclamou numa expressão de dor. - Ei! Isso doeu!

- Desculpe, não foi de propósito. – Harry voltou seu olhar curioso e apalpou o local com cuidado. Havia um pequeno arroxeado. - Tem jogado quadribol ultimamente?

- Não tenho tido muito tempo e mesmo assim não me lembro de ter recebido alguma pancada aqui.

- Estranho, parece inflamado.

- Na verdade, eu nem tinha reparado. Isso não estava aqui na hora do banho.

- Seja lá o que for é melhor você pedir madame Pomfrey para dar uma olhada amanhã antes dos testes.

- Sim, vou pedir. – disse terminando de vestir a camisa. Hermione o fitou por alguns instantes.

- Você veio dormir aqui por causa dos seus pesadelos não foi? Pra não incomodar os outros garotos? - ele desviou o olhar. - Ah Harry, até quando vai manter isso em segredo? Faz dias que está acontecendo e você não tomou nenhuma atitude realmente séria quanto a isso. – repreendeu-o.

- Hermione, eu não imaginava que isso ia continuar tá legal? E, além disso, quem garante que é coisa séria? - ela não respondeu, mas sabia como Harry conseguia ser bastante teimoso às vezes.

- Não deve ser coisa simples, você estava sangrando! – lembrou-o. - E isso aí... – olhou para a altura da suposta fratura, agora coberta pela camisa. - ...não parece ser uma simples fratura e...

- Hermione fica fria! - tentou despreocupar a amiga embora não tivesse um ar muito confiante. - Eu prometo que assim que passarem os testes eu vou procurar Lupin ou Sírius ou...

- Dumbledore? – Hermione sugeriu quase que numa repreensão.

- Que seja! – ele concordou. - Quem você quiser! Mas por favor, vamos pensar em outra coisa agora, está bem? – meio contrariada ela concordou ficando em silêncio enquanto Harry ajeitava seu travesseiro no sofá. – Como... como foi com a sua avó? – ele perguntou tentando quebrar aquele clima ainda tenso.

- Foi... diferente!

- Diferente do que você pensou mais cedo ou apenas... diferente?

- Diferente de tudo o que eu podia imaginar ou... desejar. – falou sonhadora. Agora não podia conter a empolgação que tinha em contar a novidade a ele. – Eu... eu não estou mais sozinha Harry!

- Não entendi. – ele franziu o cenho.

- Digamos que... não sou a única bruxa da família Granger. – resumiu com um sorriso nos lábios e nos olhos.

- Não...? Não me diga que... – Hermione acenou com a cabeça positiva e freneticamente. – Puxa! – Harry abriu um sorriso sincero. - Eu... nossa! Isso é...

- Incrível não é? – expressou por fim toda sua felicidade deixando de lado a bronca que tinha com Harry.

- Sim, muito! E eu fico feliz por você Hermione, de verdade!

- Isso é mais do que eu posso querer sabe? Com tantas coisas boas acontecendo e... agora isso.

- Você merece! – ele falou meigamente. Depois daqueles sorrisos o silêncio os pegou de jeito novamente.

- Acho... que vou subir. – Hermione falou.

- Poderia ficar... só mais um pouco? É que toda esta história está me deixando maluco. - Harry pediu honestamente coçando a nuca. De fato estava preocupado ainda com os tais pesadelos e sentia-se bem quando conversava com Hermione, mesmo ela ficando alarmada. Ela por sua vez não conseguiu recusar o pedido de Harry, que parecia mesmo aflito e resolveu ficar mais um pouco.

- Tá bom, mas só mais alguns minutos, afinal temos um dia longo amanhã. – explicou referindo-se aos testes no que Harry não discordou, mas fez um olhar meio preocupado. - Vai se sair bem Harry, eu já disse!

- Nós...- Harry frisou bem esta palavra. - ...vamos! –mais uma vez aquele silêncio que perturbava especialmente Hermione voltou.

- Mal posso esperar pelo baile. - ela comentou como a melhor coisa que viera a sua mente naquele instante, mas não soube exatamente porque fizera isso.

- É mesmo? E porque hein? – ele perguntou num sorriso desconfiado.

- Bem, é... é um momento único não? – Hermione despistou seu rubor.

- Acho que sim.

- Você... você já convidou alguém? – novamente as palavras saíram mais rápido do que Hermione pode conter. Harry a olhou alguns instantes antes de responder.

- Bom Hermione, a única garota com quem tenho estado é Loueine. – e de fato era mesmo. - O que você acha? – Harry perguntou mais no sentido de querer a opinião dela do que pedir pra Hermione deduzir o óbvio. Ela o fitou com o coração apertado de repente.

- Acho que... se ainda não a convidou devia fazer isso antes que alguém a convide! – de repente ela se sentia como se ouvisse outra pessoa dizer tudo que estava dizendo nos últimos cinco minutos. O sorriso de Harry foi trocado por uma expressão séria.

- Acha mesmo?

- Bem, ela... ela parece ser legal e... você precisa estar ao lado de alguém assim, afinal você é o capitão da Grifinória e... também o cara mais popular de...

- Tem razão! – ele a cortou bruscamente. - Seria uma boa para... “elevar” o meu ego! – complementou com total sarcasmo e certa dose de fúria reprimida em sua voz. Hermione acabara de tratá-lo da forma que ele mais odiava, colocando-o num pedestal, o fazendo lembrar-se do impacto que seu nome causava quando era pronunciado. Ela o olhou franzindo as sombracelhas sem entender a frieza com que Harry se dirigira a ela de repente.

- É melhor eu ir dormir... – disse se levantando num impulso desta vez e rumando para a escada que levava ao dormitório feminino.

- Você não entende não é? – Harry perguntou se mexendo no sofá quando ela pisou no primeiro degrau irritado pela incompreensão dela.

- Não entendo o quê Harry? – quis saber com um semblante meio triste agora. Harry no entanto, preferiu se manter calado crispando os lábios. – Bom, eu vou dormir e... sugiro que você faça o mesmo, e no seu dormitório! Boa noite! – desejou áspera.

- Boa noite! – respondeu num resmungo quase inaudível depois que ela subiu as escadas. Não entendia porque tinha de insistir nisso. Já tivera a prova que precisava de que Hermione não queria mais falar sobre Hogsmed. Se ela fizesse idéia de quem ele queria levar ao baile talvez tudo fosse diferente. Mas porque tudo tinha de ser tão difícil quando o assunto era gostar de uma garota? Porque ele não tinha coragem de ser direto? Em uma coisa ela tinha razão, precisava mesmo dormir direito. Meio contrariado e sem o menor sono à vista, Harry recolheu seu travesseiro, seu lençol e subiu para o dormitório dos garotos deixando solitário o salão comunal da Grifinória.


OI GENTE!!! MIL DESCULPAS PELA DEMORA, CORRERIA PURA!!! INFELIZMENTE NÃO TEM COMO AGILIZAR MAIS OS CAPÍTULOS ATÉ AS FÉRIAS, ENTÃO SEJAM PACIENTES, OK? GOSTARIA DE AVISAR QUE EM BREVE PRETENDO ATUALIZAR A FIC DESDE O PRIMEIRO CAPÍTULO, POIS PERCEBI ALGUMAS DIVERGÊNCIAS E ATÉ ERROS DE ALGUNS LOCAIS...RSRSR. POR HORA, APRECIEM ESTE CAPÍTULO E DEIXEM COMENTÁRIOS!!! OBRIGADA!!!

d

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.