O Sonho



- Ron! - disse Mione pisando no seu pé. - Olha os modos!

- Ai! Mas Mí! Dá uma olhada nesse lugar, é muito bacana! - disse ele apontando para o interior.

Era algo completamente incomum na Grã Bretanha e a maioria deles nunca havia visto nada igual. Era algo bem típico dos Estados Unidos, em acampamentos... Só que maior. Primeiro havia um Hall que imitava uma varanda (só que interna). Nele havia uma porta de madeira de carvalho e duas janelas de vidro. Passando pela porta, dava em um dormitório inteiro feito de madeira com cerca de dez ou quinze beliches com duas escrivaninhas na distância de um para o outro. O pé direito* devia ser duplo, ou até triplo.

- Talvez eu tenha exagerado um pouquinho, mas quem sabe não é útil... - comentou ela distraída, mas se dando conta de que eles deveriam estar um pouco boquiabertos.

- Tá, um pouquinho só... - disse Edd girando os olhos.

Eles foram se acomodando meio quietos... Estavam muito cansados! A única a falar era Fí, que não parava de fazer comentários do tipo "Uma vez, eu e as minhas amigas estávamos num acampamento desse, e foi muito legal porque..." que deixaram a todos irritados. Harry só se lembrou de tirar os óculos. Atirou-se numa cama e só se lembra de ouvir o último comentário de Fí que foi o mais verdadeiro de todos: "Bons tempos aqueles..." e então adormeceu.

Harry estava correndo num corredor amplo... Passava batido por várias portas fechadas. Ele parou de sopro ao chegar num hall escuro e sombrio... Não havia ninguém lá, mas algo dizia a ele que as coisas não estavam tão quietas quanto pareciam.

Em questão de minutos, um bruxo pálido e magro com olhos vermelhos carregados de raiva aparatou ali, bem debaixo dele carregando nos braços um corpo enrolado num tecido de veludo escarlate... O embrulho parecia molhado, mas não dava para dizer se era sangue ou água, devido a cor do veludo.

Em passos lentos, Harry foi tomado por sua curiosidade, deixando de lado o maldito ódio que sentia por aquele ser desprezível. Foi chegando cada vez mais perto, fazendo com que seu adversário abrisse um enorme sorriso cínico. Teve medo do que estava por vir... O motivo do sorriso era totalmente desnecessário... Seria esta uma armadilha?

Mas mesmo assim, ele continuou andando, porém receoso. Quando estava cara a cara com Lorde Voldemort este lhe esticou o embrulho. Harry não o apanhou. Controlando a tremedeira, firmou a voz e perguntou:

- Quem é?

Voldemort não respondeu... Mas em resposta, descobriu a parte da cabeça do corpo que era contido pelo veludo escarlate soltando uma gargalhada alta e gélida. Harry viu a sua frente a criatura mais maltratada que já tivera o desgosto de ver. Estava morta sim... Mas ensangüentada, cheia de cortes profundos e extensos por todo o rosto. Hematomas grotescos tomavam toda a extensão de sua pele clara.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!! - gritou caindo em desespero.

- Harry! HARRY! - alguém estava o sacudindo - O que é que aconteceu cara?! - abriu os olhos e pode ver que era Ron. Harry sentou na cama e apanhou seus óculos. Agora com foco percebeu que Mione, Daph, Fí, Will, Edd, Gina, Danilo, Sírius, Draco e Emily também estavam a observá-lo.

- N-nada... Só um... Foi só um pesadelo... - respondeu distraído.

- Tem que ter sido mais do que um pesadelo, Harry! Você estava se debatendo, gritando e olha! - disse Hermione apontando para os olhos do garoto - Você estava até chorando!

Ele não havia se dado conta disso, mas agora que a amiga tinha ressaltado este ponto, ele levou as duas mãos nos olhos por debaixo dos óculos limpando as lágrimas impetuosas que agora voltavam a correr descontroladas.

- Harry, pelo amor de Deus! Quer por favor esclarecer o que está acontecendo!? - suplicou Danilo que já estava ficando perturbado com o estado do amigo que embora sensível era muito forte também.


Sentado na cama, dominado por seu próprio desespero, Harry começou a sentir o ar se esgotando e a visão escurecendo... Só ouvia as pessoas chamando seu nome, mas ele não conseguia responder, por mais que quisesse, lhe faltavam forças. Quando estava quase desmaiando, alguém deu um berro de protesto e agarrando-o pelo braço buxo para longe daquelas pessoas descontroladas.

Na “varanda”, Harry foi colocado no chão e seu “salvador” abriu uma fresta da porta de entrada quase imperceptível, mas que fazia toda a diferença para quem estava a ponto de apagar de vez. Uma brisa leve invadiu as narinas dele possibilitando que voltasse a respirar normalmente.

Um vulto caminhava de um lado para o outro à sua frente... Estava cabisbaixo e pensativo... Um tanto impaciente... Parou e tomando fôlego de seus pensamentos encarou Harry com uma pergunta curta e objetiva.

- Vai me contar ou não. - só então pode-se perceber quem era. Daphne.

- Eu... - ele olhou fundo nos olhos azuis dela e se lembrou de seu sonho. Não se lembrava de quem era aquela carcaça horrível com a qual sonhara, mas até onde sabia, poderia muito bem ser a dela tanto quanto de qualquer outro de seus amigos e conhecidos. Raciocinou sobre a pergunta e fez sua decisão. - Não.

- Não?! - perguntou ela incrédula - Harry Potter, você está agindo muito estranho ultimamente!

- Daph! Eu não posso te contar! Eu não sei nem o que é direito! - tentou e tentou se explicar, mas ela não aceitava nada.

- Eu não acredito nisso! Depois de tudo o que passamos juntos você se recusa a contar uma coisas dessa pra mim! E não venha me dizer que não é nada, porque eu te conheço talvez até melhor do que você e não muito comum que você chore a toa! - ela recuperou a respiração e a calma. Já estava gritando com ele sem se dar conta disso. - Harry... - disse ela baixinho deixando uma lágrima escapar. Enxugou-a rapidamente. - O que eu estou querendo dizer... É que... Pôxa... Nó sempre passamos por várias coisas das quais nós não entendíamos... Fomos caçados por um assassino... Tratados como duas lendas-vivas... Então... Eu não entendo o que pode ser tão ruim a ponto de você não poder me contar nem para que possamos descobrir tudo isso... Juntos...

Harry odiava admitir quando ela estava certa, mesmo quando ele não queria... Mas ele não podia contar! Ou podia? Estava tão confuso! Se viu perdido em pensamentos obscuros... A vós de sua mão lhe veio em mente... “Siga o seu coração... Não tenha medo... Faça o que achar que deve. ” Estaria ele sonhando outra vez? Não... Mas será que tinha sido apenas sua imaginação ou sua mão realmente dissera aquilo? Ela havia prometido nunca abandoná-lo... Se lembrou que Daphne ainda estava esperando para que ele respondesse ou se manifestasse de alguma forma.

- Olha... - começou sem ter muita certeza - Eu não posso te contar tudo... Mas algo me diz que você merece ter uma idéia do que aconteceu... - ela se sentou em frente a Harry e cruzou as pernas como uma criança que quer ouvir uma história. - Sonhei que estava correndo por um enorme corredor... Passei batido por várias portas fechadas... Não sei onde eu estava... Houve um momento em que parei e me deparei com Voldemort. Ele segurava um corpo... Perguntei quem era e ele revelou o rosto de quem quer que fosse... Então eu grite!

Daph parecia um pouco desapontada com a descrição dele, mas ele não podia lhe contar mais nada... Tinha medo de que aquilo fosse interferir na vida dela de algum jeito... Por que? Ele não sabia... No momento ele só queria voltar a dormir... Mas desta vez, sem sonhar de preferência.

- Vamos entrar? - perguntou ela bocejando.

- Demorou! - respondeu levantando-se a ajudando-a a se levantar.

Quando já estavam quase entrando, Harry lembrou-se de fechar a porta e lhe ocorreu que Daphne e ele dominavam Leglimência... Ele nunca usava Leglimência pois era muito cansativo e difícil... Mas Daph não tinha esse problema... Ela era Psíqcus! Por que não tinha usado seus poderes para descobrir sobre o sonho dele?

- Daph...

- Fala Harry.

- Por que você não usa mais Leglimência? - ela pareceu meio descontentada e sem graça de responder a pergunta.

- Harry... Eu cheguei a conclusão se que existem coisas nesse mundo que não são pra’gente entender... E aquilo que as pessoas não querem me contar por espontânea vontade... É algo do qual eu no fundo não iria gostar de saber...

Assim os dois caminharam de mãos dadas até onde os amigos estavam. Daphne pediu que eles não fizessem perguntas e eles obedeceram. Ninguém conseguia mais dormir, então ficaram conversando até que sentiram sono nas primeiras horas da madrugada.





* Pé direito: altura de um lugar... Quando dizemos que algum lugar tem pé direito duplo é porque tem aproximadamente quatro metros de altura.





N/A: OI GENTE! DESCULPA PELA DEMORA! EU TIVE QUE ESTUDAR E PASSAR UM TEMPO COM O MEU PAI... FIQUEI SEM ESCREVER, MAIS AGORA EU VOU TENTAR POSTAR SEMPRE QUE DER... ESSA FIC JÁ ESTÁ QUASE NO FIM... MUITA COISA DELA SÓ VAI APARECER NA CONTINUAÇÃO. ENFIM, ESPERO QUE GOSTEM E QUE COMENTEM!! OBRIGADO A AQUELES QUE TEM COMENTADO ATÉ AGORA. b*J*A*U*M Tex Turner Black



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