Samara Thompson




-SAMARA! – chamou uma voz masculina e pesada de fora do quarto.

-Huum...? – ela resmungou ainda deitada, colocando o travesseiro sobre o rosto.

-Samara, minha filha, levante!

-Ah, pai! Deixa eu dormir! – e colocou o edredom sobre sua cabeça, a fim de tampar os raios de sol que incidiam sobre seu rosto; seu pai abrira a janela.

-Nada disso! É hoje que vamos para a Inglaterra! Vamos, levante-se e troque-se logo! Te espero lá embaixo! – seu pai disse puxando fortemente o edredom e o travesseiro.

-Que droga! Nem se pode dormir em paz! – ela reclamou levantando-se sonolentamente e calçando suas pantufas. Caminhou, então, até o banheiro.

-SAMARA!! – gritou seu pai novamente.

-Já vai! – ela gritou em resposta. Olhou-se no espelho: seus lisos e loiros cabelos estavam bagunçados e jogados em seu rosto, escondendo seus olhos azuis acinzentados – Como eu fico linda de manhã! – ironizou prendendo os cabelos e pegando sua escova de dente.

Logo, ela trocou-se e desceu para tomar café juntamente com seu pai.

-Bom dia, filha! – ele cumprimentou.

-Depois que você me acorda vem me dar bom dia! – ela disse, ríspida.

-Ora, Samara! Anime-se! Vamos para a Inglaterra!

-Oh, que beleza! – disse sarcasticamente – Deixar minha escola para ir para outra que nem ao menos ensina a matéria que eu mais gosto! Mas que maravilha!

-Não seja sarcástica!

-Não estou sendo sarcástica! Só realista!

-Sei... Então, já arrumou todas as suas coisas?

-Já!

-Ótimo! Depois do almoço nós vamos para um aeroporto trouxa pegar um avião e chegar a Londres!

-Ah, pai! Temos mesmo que ir de avião?

-É claro! Como você acha que vamos chegar lá?! Pó de Flu?

-Você sabe que eu odeio essas coisas trouxas!

-Mara... Lembre-se de que sua mãe... – seu pai começou docemente.

-Não fale da minha mãe! Ela já morreu!

-Era filha de trouxas! – ele continuou, ríspido e grosso.

-Tinha que me lembrar isso? Toda a família me odeia só porque você teve que se casar com uma sangue-ruim!

-Não chame sua mãe desse jeito! Só por que ela morreu não significa que você não tenha que respeitá-la! – ele brigou segurando o braço da filha.

-Solte meu braço! Não é só porque é meu pai que eu devo fazer tudo o que quer! – e saiu da copa.

-Ah, Samara... Aonde eu errei com você?

-Inferno de vida! – ela resmungou subindo as escadas. Entrou no quarto e se jogou na cama. Pegou uma pena, um pergaminho e começou a escrever.


Samantha,

Eu vou ter que ir mesmo para Londres! Vamos hoje! Meu pai está irredutível quanto a isso! Vou ter estudar naquela tal de Hogwarts junto com meu primo! Eu não sei como ele é, mas parece ser chatérrimo! Vou sentir falta de Durmstrang e das aulas de Artes das Trevas. Sentirei falta do meu passatempo predileto, o Jhonny, ele ao menos me tirava da monotonia das aulas de História da Magia, que, é claro, eu nunca assistia!

Mantenha-se sempre em contato comigo! Vou ter que arranjar outro passatempo mais divertido, pois me parece que Hogwarts será um tédio! Fiquei sabendo que lá eles usam um método de Casas, que são quatro! Não lembro os nomes mas...

Bem, é só isso, qualquer coisa, me avise!

Abraços de sua amiga,

Samara.

-É, agora é só enviar! – e saiu do quarto para amarrar à pata da coruja que levaria a carta.

-Samara! – chamou seu pai novamente.

-Que foi? Será que você não vai me dar uma folga hoje?

-Minha filha, acabei de saber que o vôo de hoje à tarde foi cancelado...

-Então não vamos mais? – ela animou-se.

-Claro que vamos! E agora!

-Agora?!

-Sim! É o único vôo disponível Bulgária-Inglaterra, então pegue suas coisas que estamos de saída!

-Eu não vou agora! – ela retrucou.

-Ah, vai! Vai sim! Nem que seja sob o Imperius!

-Então faça isso! Mas eu acho que não vai funcionar! Nenhum feitiço vai me fazer ir praquele lugar!

-Ah, você vai sim!

-Não vou!

-Ah, não vai? Quer ficar aqui sozinha? Sem ninguém pra você dar ordens, nem nada? – seu pai tocou em seu ponto fraco. A coisa que Samara mais gostava de fazer era dar ordens e ver as mesmas serem obedecidas.

-Ok, desta vez você venceu! Eu vou, mas saiba que é contra a minha vontade!

-Ótimo! Os elfos irão pegar suas malas! Te espero daqui a dez minutos lá fora! – e entrou em seu quarto.

-Mas que merda! – ela disse se dirigindo à cozinha e procurando a coruja. Acrescentou um P.S. e amarrou a carta à coruja que voou com pressa.

Ela subiu de volta para o quarto e sentou-se na cama. Lágrimas teimavam em vir aos seus olhos. Ela abriu uma gaveta do criado mudo – que já estava vazia, mas essa foto ela guardava num lugar especial, que ninguém mexia – e pegou uma pequena foto. Uma foto de sua mãe ainda grávida. Ela estava rindo, gargalhando para/ou de alguém ali perto. Samara sorriu ao lembrar como a mãe era carinhosa quando ainda era viva. Sempre dera tudo que a filha queria, tudo que ela pedia a mãe fazia. Talvez fosse por isso que ela era assim, tão materialista, prepotente, só queria saber de ganhar sem dar nada em troca. Era uma garota muito mimada, que durante toda sua vida teve tudo nas mãos.

-Ah, mamãe... Que falta você faz... – ela sussurrou, algumas lágrimas caiam na foto, o que ela teve que secar rapidamente, pois se alguém visse Samara Thompson chorando, estaria vendo coisas ou louco. Ela guardou a foto num bolso da calça, respirou fundo e saiu do quarto.

Foi até o jardim, seu pai chegou alguns minutos depois. Ela entrou no carro e seguiram até o aeroporto.

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