Correio Coruja



Capitulo 1 - Correio Coruja

Lílian Evans era uma menina perfeitamente normal, parte de uma família normal, que morava numa casa normal. Mas a irmã dela era um saco.

_Lílian, acorda! - Ouviu-se a voz aguda de Petúnia do lado de fora do quarto da irmã.
Lílian esfregou os olhos. "Acorda! Lílian, acorda!" Espreguiçou-se. "Acooooorda" Olhou no relógio. Cinco e meia da manhã. "Acorda, acorda, acorda, acorda..."
Lílian afundou o rosto no travesseiro. A voz de Petúnia não foi abafada. Melhor ir ver o que ela quer.
"Pescoçuda irritante", pensou, levantando-se. "Cara-de-cavalo". Caminhou até a porta, e quando a abriu, encontrou Petúnia arrumada, pronta pra sair.
_Mas que diab... - Começou Lílian sonolenta, mas foi interrompida.
_Você ainda está assim? - Gritou Petúnia, horrorizada. Lílian tomou um susto com o grito. - Hoje vamos escolher meu presente de quinze anos, lembra? E o seu de onze. - Acrescentou Petúnia com descaso.
Lílian suspirou. Então era isso. Toda a vez que Petúnia fazia aniversário era esse caos. O pior era que Lílian fazia aniversário perto do de sua irmã, então, era sempre a mesma festa. Ela teria que, mais um ano, agüentar os amigos chatos da irmã.
_Só podia ser. - Disse Lílian, amaldiçoando mentalmente a irmã por tê-la acordado por isso.
_E você ainda nem escolheu seu presente. Eu adoro presentes. - Acrescentou com os olhos brilhando.
_Vai ver é por que eu acho que meu presente vai cair da chaminé este ano. - Disse Lílian, irônica. Mas depois imaginou Petúnia sendo jogada pela chaminé às cinco e meia da manhã. Deu um sorrisinho quando pensou que poderia fazer isso próximo natal.
_Oh, Lily, não seja tão boba. - Disse Petúnia com ar superior. - Não estamos no Natal. E você já devia saber que papai Noel não existe.
A ruiva suspirou. Como alguém podia ser tão estúpido?
_Bom, já que estou acordada, vamos descer e comer alguma coisa.
Elas desceram as escadas até a sala, e iam entrar no corredor que levava à cozinha quando ouviram um barulho, vindo da chaminé. As duas pararam e olharam para a chaminé, intrigadas.
*Viuuuuuuuum!*
_Hã? - Disse Petúnia.
_Mais hein? - Completou Lílian.
*Ploft*
Uma imensa coruja-das-torres caiu da chaminé, cheia de fuligem, toda torta e com uma carta no bico.
_Ahhhhhhhhhhhhhhh! - Petúnia começou a gritar e a dar pulinhos no mesmo lugar, desesperada.
_Cala a boca, cara-de-cavalo! - Disse Lílian irritada. Petúnia continuou gritando. - Vai acordar a rua inteira, sua maluca! É só uma corujinha. Vou ver se ela está machucada.
Lílian andou até a coruja, com Petúnia ainda se esgoelando.
A coruja se levantou, dando um susto em Lílian. Ela sacudiu-se, espanando fuligem, levantou vôo, largou uma carta pesada nas mãos de Lílian e saiu da casa por uma janela entreaberta.
Petúnia finalmente parou de gritar. Lílian olhou a carta. Era escrita em tinta verde-esmeralda.

Srta. Lílian Evans
O quarto de paredes azuis
Rua das Figueiras, 106
Little Whinging
Surrey

Lílian franziu as sobrancelhas e abriu a carta. Petúnia aproximou-se para tentar ler por cima do ombro da irmã.
A carta continha dois pergaminhos amarelados. Lílian pegou o mais fino e abriu.

Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts
Diretor: Alvo Dumbledore
(Ordem de Merlin, Primeira classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos)

Prezada Srta. Evans
Temos o prazer de informar que V.Sa tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.
O ano letivo começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente,

Minerva McGonagall
Diretora Substituta.

Lílian sentiu seu queixo cair. Petúnia se afastou dela, com um rosto horrorizado. Foi quando os Pais de Lílian desceram as escadas correndo, armados de bastões de baseball.
_O que foi essa gritaria? - Disso o Sr. Evans, preocupado.
_Lílian e suas anormalidades! - Acusou Petúnia, apontando para Lílian.
_Não é nada disso. - Defendeu-se a ruiva. - Mãe, Pai, eu vou estudar bruxaria!
_Como é? - Disseram o Sr. E a Sra. Evans em uníssono.

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O dia amanheceu calmo na casa dos Potter. Thiago levantou tarde, e quando desceu para tomar café, sua mãe disse casualmente:
_Filho, a carta de Hogwarts chegou hoje.
Thiago se sentou ao lado da mãe.
_Ah, legal. - Disse Thiago, pensando no caderno cheio de "anotações" perigosas que precisavam ser testadas que estava escondido no seu quarto.
_Nem pense em usar seus planos malucos nos professores. - Disse ela, acusando-o.
_Como você pode pensar uma coisa dessas de seu próprio filho? - Perguntou ele, falsamente ofendido.
_Nem nos alunos. - Acrescentou.
_Não vou fazer nada. - Disse Thiago, cruzando os dedos por baixo da mesa.
_Nem fantasmas. - Ela continuou, desconsiderando a promessa do filho.
_To falando que não vou fazer nada!
_Nem com as pobres criaturas da floresta.
_"Pobres criaturas"? - Disse agora horrorizado de verdade.
_Perto de você, até o mais violento dos lobisomens é um cachorrinho fofo.
_Nossa, isso é que é amor maternal... Mas e então, cadê o pai?
_Você sabe que horas são? Seu pai foi trabalhar.
_Já? - Disse ele, pegando outra fatia de pão.
_Já? São quase onze horas!
Thiago preferiu ignorar o comentário.
_Então, quando vamos ao beco diagonal comprar meu material?

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Remo estava deitado em seu quarto, pensativo olhando para o teto. Um teto inegavelmente branco. É, o teto era branco e vazio, assim como sua vida. Não tinha amigos, e provavelmente não ia poder estudar em Hogwarts. Dumbledore prometeu tentar, mas era bem difícil conseguir uma vaga para um lobisomem. Já fazia uma semana que ele não tinha notícia nenhuma, e isso já estava o deixando desesperado.
*Ploft*
_Ahhhhh! - Disse ele, assustado, afastando-se da coisa marrom que tinha caído na sua cama.
Ele parou meio longe da cama, respirando rápido. Demorou alguns segundos para que ele reconhecesse a coruja-das-torres pousada em sua cama, olhando para ele interrogativamente.
_Nossa, que susto. - Suspirou ele, indo até a coruja.
Ele desamarrou a carta dos pés do animal, e arregalou os olhos para o brasão no verso.
_Mããããããe! - Gritou Remo, descendo as escadas rápido, pulando dois degraus de cada vez. - Mãe, ele conseguiu!
_O que? - Disse a mãe do garoto, confusa. - Quem conseguiu o que?
_Ele conseguiu aquilo. - Disse com a voz cheia de significado.
_Aquilo? Ah ta! Aquilo...
_Eu vou pra Hogwarts! - Disse Remo, balançando a carta de admissão na mão.

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_Crawling in my skin...
These wounds, they will not heal...

_Sirius, abra essa porta!

_Fear is how I fell,
Confusing what is Real!

_Sirius, abra essa porta agora, e pare com esse barulho trouxa, ou você vai se ver comigo!

_Crawling in my skin...
These wounds, they will not heal...
Fear is how I fell,
Confusing what is real!

_SIRIUS BLACK!
_Xiiii... - Resmungou Sirius, largando sua guitarra. - Agora a coroa estressou.
_Sirius Black, abra essa porta agora, ou você estará muito arrependido de ter dedos!
_'stou indo... - Gritou, escondendo a guitarra no armário, depois olhando para ela. - Acho que a essa altura não adianta esconde-la mais...
Ele caminhou até a porta, abrindo-a devagar, pronto para fecha-la de novo, se preciso.
_Sim? - Disse ele cordialmente, colocando a cabeça para fora.
_Sua carta pra Hogwarts chegou.
_Beleza! - Disse ele, abrindo a porta por completo.
A mãe dele estendeu a carta, mas antes que Sirius pudesse pagá-la, ela a afastou rápido.
_Só uma coisa. Artefatos TROUXAS não estão na lista. - Ela estendeu a carta de novo, afastando-a logo depois. - E é bom que você pare com esse barulho, se quiser ter as suas cordas vocais por mais muito tempo. - E dizendo isso, ela entregou a carta para Sirius e virou às costas para ele, sumindo no enorme corredor da mansão dos Black.
Sirius mostrou a língua para o corredor vazio e entrou no quarto, pegando sua guitarra de novo.

N/A: Este capitulo ficou curtinho, mas o próximo é maior.
N/A²: Sirius cantando "Crawling", do Linkin Park, foi uma homenagem à Minha irmã, Cristine Black. ^^

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