A Carta



Nome da Fic: A Carta

Autor: Lara Sidney Snape Croft

E-mail/MSN: [email protected]

Shipper: SS/HG

Censura: PG-13

Gênero: Drama/Romance

Status: Completa

Spoilers: Passa-se no 7ª ano do trio, por isso talvez haja algo dos 5 livros.
Resumo: Hermione cria coragem e escreve uma carta ao seu amado. Mas talvez não seja correspondida da maneira que deseja.




Prof. Severo Snape



Resolvi escrever-lhe esta carta por pura falta de coragem de falar-lhe diretamente. A questão é que eu estou ficando estranha… Estou sentindo uma forte atração pelo senhor, tremo da cabeça aos pés em sua presença. Qualquer um chamaria isso de medo, mas a vontade que tenho é de abraçá-lo forte e nunca mais soltar.

Não sei ao certo quando isso começou. Acho que foi nas férias: eu sentia uma enorme sede por conhecimento quanto à poções. Precisava desesperadamente saber cada vez mais. Então senti saudades das aulas daqui de Hogwarts. Foi quando comecei a pensar no senhor, lembrar-me de suas aulas… percebi, então, que estava apaixonada.

Eu sempre o achei um dos melhores professores dessa escola, porém o senhor sempre fechado, descontando pontos, aplicando detenções, cometendo injustiças… sempre o odiei por isso, confesso, até começar a sentir sua falta. Comecei a lembrar-me de sua voz suave e letal nos ditando matéria. Tentei imaginar sua voz dizendo meu primeiro nome, mas infelizmente não consegui.

Pensei em muitas forma de estar junto do senhor, inclusive causar uma explosão com alguma poção propositadamente errada, para, então, receber uma detenção. Mas meu orgulho não me permitiu.

Sabe, eu ficava extremamente chateada quando o senhor me chamava de Sabe-Tudo. O senhor continua me chamando assim, mas agora eu gosto. Pelo menos fala diretamente comigo.

Acho que agora já percebeu quem sou eu: Hermione Granger. Não quero saber o que fará comigo após ler esta carta, só quero mesmo é que saiba que te amo. Sim, professor, eu o amo muito!

Mas por favor, não me ignore. Faça o que quiser: tire pontos de minha casa, grite comigo, me deixe em detenção por um ano, mas por favor não me ignore. Ao menos demonstre que leu essa carta, que tomou conhecimento.

Eu sei, mesmo se o senhor tivesse um pingo de sentimentos bons por mim, eu sou muito jovem e sou sua aluna. Mas o amor é cego e nada posso fazer para tirá-lo de meu coração.

Professor, eu o admiro muito, gostaria de ao menos ser sua amiga. Sei que aprece um pedido absurdo, mas eu queria muito saber o que o senhor sente, mesmo já imaginando que o senhor dirá que me odeia com todas as suas forças. E eu queria muito poder te ajudar de alguma forma… eu sei que sua vida não é muito fácil. Não me pergunte como eu sei isso… talvez por um olhar. Você parece um pouco amargurado. Eu só quero o seu bem.

Já não sei mais o que escrever. Amanhã cedo o senhor estará recebendo essa carta, e a minha ansiedade não me deixará dormir essa noite.

Agora chega; vou deixar para falar-lhe mais coisas outra hora, se o senhor me permitir.



Eu te amo!



Hermione Granger



Hermione releu a carta; não sabia de onde tinha tirado tanta coragem para escrever. E de onde ela tiraria mais para mandar? Não haveria desculpas.

Finalmente Hermione prendeu a carta na perna de sua coruja e, após um suspiro, ordenou que o animal entregasse a carta a Severo Snape.



Todos estavam no Salão Principal para o desjejum; Hermione não conseguia comer nada, estava nervosa demais. A todo instante olhava para a mesa dos professores, e tremia ao encontrar seu amado professor quieto e comendo.

Finalmente as corujas chegaram; Snape levou um susto ao receber a carta, pois nunca recebia nada.

Hermione estava tão nervosa e ansiosa que nem percebeu que também recebera correspondência.

- Ei, Mione! Acorda!, você recebeu uma carta!

- Que? Ah! Me passe, por favor.

Hermione olhou o remetente, mas não havia nada escrito. Começou a abrir a carta, mas sem olhar para ela. Seu olhar estava na mesa dos professores, precisamente em um alto, de cabelos e olhos negros, pele alva e com ar de superior.

Mas de repente o professor levantou-se bruscamente e foi por uma porta logo atrás da mesa. Hermione deu um suspiro imaginando o que passou pela cabeça dele quando leu sua carta. Foi só então que percebeu que tinha uma carta para ler.



Srta. Granger



Por merecimento, receberás um prêmio por cada matéria, sendo elas Transfiguração, Poções, Feitiços, História da Magia, Estudo dos Trouxas, Runas Antigas, Aritmancia e Trato das Criaturas Mágicas, por ter atingido notas máximas, ter sido a melhor aluna entre seus colegas por estes 7 anos. Por favor, apresente-se em minha sala após o jantar.


Atenciosamente,

Profª. Minerva McGonagall



Hermione deu um berro e todos olharam espantados para ela. Por um momento, Hermione esquecera que a essa hora Snape já havia lido sua carta, ela estava em estado de choque e extremamente feliz com a carta que acabara de receber.

Em outro ponto da mesa da Grifinória, Lilá Brown também dera um berro; parece que ganhou o prêmio por melhor aluna em Adivinhação. E não só elas, mas Harry também recebera um prêmio de melhor aluno, só que em Defesa Contra as Artes das Trevas. Neville ganhara em Herbologia.

Logo todos no Salão Principal ficaram sabendo, pois Dumbledore anunciou ao término do café da manhã.

- Parabéns, Mione e Harry!

- Obrigada, Rony.

- Ei, Rony, quando será a próxima partida de xadrez?

- Vai ser logo. E vai ser a última. Se eu ganhar, ganho o campeonato de Hogwarts, ou seja, serei o melhor jogador de xadrez de toda a escola! E depois jogarei contra o ganhador de Beauxbatons e Drumstang.

- E daí você vai ser o melhor jogador do mundo!

Os três riam enquanto iam em direção às Masmorras para dois tempos de Poções. Foi quando estavam chegando perto que Hermione se lembrou da sua carta. Ela ficou em estado de nervos, muito vermelha. Ao chegar não conseguiu olhar para o professor, e percebeu que ele também ignorou sua existência.

- Quero que façam duplas, em silêncio, para preparar a poção de hoje. – disse suavemente. – E como estou de bom humor, deixarei que escolham.

Os alunos se entreolharam, mas não questionaram. Então foram se sentar cada um com um amigo. Hermione sobrara.

- E agora? Eu sobrei! – dizia ela desesperada aos seus dois amigos.

- Faça sozinha, ué. Você tem capacidade o suficiente para isso.

- Srta. Granger, acho que eu disse dupla, ou seja, dois. Parece-me que Potter e Weasley já estão juntos, por isso vá com outra pessoa.

Ela não olhou diretamente para o professor, ficou encarando seus pés. E teve muita dificuldade para falar.

- P-professor… não… há ninguém… eu… não…

- Você sobrou.

Hermione sentiu raiva. Apesar de amar seu professor, ela sentia-se muito mal quando ele a humilhava.

- Faça sozinha. – disse ríspido.

- Sim, senhor. – então ela arrumou suas coisas em cima de sua mesa e começou a preparar a poção de acordo com as instruções que o professor passara.

Ele andava pela sala verificando as poções e retirando pontos daqueles que conversavam demais. Mas ele não foi verificar a poção de Hermione, o que a deixou chateada.

O segundo tempo acabou e todos entregaram suas poções para o professor verificar. Ele dispensou todos.

- Dispensados! Com exceção da Srta. Granger.

Ela não conseguiu encarar o professor, apenas concordou com a cabeça e permaneceu sentada em sua carteira. Rony e Harry saíram lhe desejando boa sorte.

Quando o último aluno saiu, Snape fechou a porta e mirou Hermione, que estava sentada admirando seus pés.

- O que pensa que está fazendo? – perguntou ele de repente.

- Professor, eu…

- Cale-se! Está doida, só pode ser. E olhe para mim quando falo com você!

Hermione ergueu a cabeça devagar e olhou direto para os olhos do professor, sentindo que ia começar a chorar.

- Não a culpo por gostar, mas a culpo por sua ousadia! O que achou que eu ia dizer? “Ah, que bom que me ama, pois eu também amo você, não posso viver sem você!” – disse sarcástico.

“Não, esse não é ele. Isso não está acontecendo!”, pensava Hermione.

- Agora me responda. O que achou que eu diria?

Ela abriu a boca, mas nada saiu. Ela tentava em vão pensar em uma resposta; na verdade não tinha pensado nisso.

- Eu… não queria… uma… resposta… eu imaginava que… que o senhor ficaria bravo… mas… eu precisava lhe dizer…

- Pois bem, já disse. Agora, como acha que vou conseguir te dar aulas por mais dois meses até esse ano letivo acabar? Já parou para pensar?

- Professor…

- Eu deveria apresentar esta carta ao Professor Dumbledore e exigir sua expulsão, Srta. Granger, mas eu não o farei. Se o fizer, estarei sujando meu e seu nomes. Se fosse apenas você, não me importaria tanto. Ou eu também deveria dar-lhe detenção por esses dois meses, mas prefiro distância. E não vou retirar pontos porque o motivo teria de ser apresentado.

- Sim, senhor…

- Agora, Srta. Granger, desapareça da minha vista.

Ela levantou-se e foi embora, sem olhar para trás.

Snape sentou-se em sua cadeira “largado”, colocou a cabeça para trás e suspirou; estava exausto.

Hermione e Snape tiveram que se encarar novamente na hora em que ela ia receber o prêmio. E pior: cada prêmio recebido, Hermione abraçava o professor. Não poderia ser diferente com Snape. Na verdade, sempre que os alunos do 7º ano ia receber seus prêmios, não abraçavam os professores, apenas acenavam ou coisa assim. Mas como Hermione estava demasiado emocionada e feliz, abraçara a todos.

- Parabéns, Srta. Granger. – disse Snape estendendo-lhe um pequeno troféu de ouro onde um homenzinho mexia seu caldeirão (tinha movimento).

- Obrigada, professor. – eles se fitaram constrangidos e então ele apenas estendeu a mão para ela.



O ano letivo finalmente terminou e agora Hermione estaria indo fazer o curso para poder dar aulas de Feitiços. Pretendia ser professora de Hogwarts, quando terminasse o curso de 5 anos. Mas o cargo já tinha professor, então ela teria que dar aulas em outro lugar.

Mas o inesperado aconteceu; o Professor Flitwick caiu de sua pilha de livros e bateu com a cabeça, perdendo assim toda a sua memória. Então Dumbledore chamou Hermione para dar aulas, e à noite ela iria para seu curso.

- Obrigada, professor! Adorarei dar aulas aqui!

- Então uma semana antes que comessem as aulas, esteja aqui.

Quem não gostou muito da notícia foi Snape, mas não poderia fazer nada, ela já não era mais sua aluna.



O dia chegou; Hermione resolveu aparatar para Hogsmead e ir andando. Mas ao chegar lá se deu conta que não teria como ir até Hogwarts carregando tanta bagagem. Olhou em volta, mas não viu ninguém. Havia feitiços que a ajudariam, mas ela ainda não sabia, pois não tinha começado o curso.

- Com problemas, Srta. Granger?

Hermione, que estava sentada em cima de um malão, pulou de susto.

- Professor Snape! Me assustou!

Ele apenas a olhou.

- É, como pode ver, estou com sérios problemas. Será que pode me ajudar a carregar minha bagagem para Hogwarts?

- Srta. Granger, há feitiços que lhe ajudariam nessa situação. Uma professora de feitiços deveria saber.

- Eu sei, viu. Mas eu ainda não aprendi, não comecei a fazer o curso. E feitiços para encolher ou levitar objetos, os alunos não aprenderão em Hogwarts. Ao menos que mudem os cursos.

- Então a senhorita está com mais um problema; corujas do Ministério deixaram os novos planejamentos para os professores, e parece-me que os alunos no 6º ano já poderão estar aprendendo isso.

- Eu… peço para o professor do meu curso… dar um adiantamento. Agora, vai me ajudar, ou não?

- Certamente. – à meras palavras de Snape, toda a bagagem de Hermione encolheu. Então ele pegou-as do chão, em uma mão, e ofereceu à Hermione.

- Obrigada. – e foi indo em direção à Hogwarts. Mas voltou-se. – Vem também, professor?

Ele não respondeu, apenas andou em direção a ela e os dois seguiram juntos para Hogwarts.



- Hermione!

- Harry?! O que faz aqui?

- Vou dar aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas!

- Que legal! – e ela pulou no pescoço dele abraçando-o. – E aí, Harry, como foram as férias? – perguntou depois que finalmente o soltou.

- Ótimas! Finalmente pude me livrar dos Dursley. Comprei um apartamento perto do Beco Diagonal.

- Fiquei sabendo… que bom, então.

- Bom dia a todos! – Dumbledore chegou e todos se sentaram em volta da grande mesa da sala dos professores. – Sejam todos bem vindos! Bem, como todos, ou ao menos a maioria, já sabem, o Ministério nos enviou novos planejamentos. Agora nossos novos professores, Hermione Granger e Harry Potter – Snape soltou um resmungo –, ficaram com alguns problemas, pois os alunos terão um ensino mais avançado e mais puxado, e o novo planejamento exige assuntos que eles não estudaram. Harry e Hermione, aconselho que comecem ensinando aquilo que já sabem, e no curso de vocês, devem pedir auxílio.

“De novos há apenas eles, e mesmo assim todos os conhecem. Agora estão dispensados.”

- Professor – chamou Harry em particular –, o que exatamente devemos fazer?

- Vá à sua sala, arrume-a de acordo com seu gosto, prepare suas aulas, faça o que quiser para estar tudo o.k. para quando os alunos chegarem.

- Sim, senhor.

Harry se retirou, assim como todos os outros. Na sala ficaram apenas Snape, Dumbledore, McGonagall e Hermione. As duas professoras conversavam animadas e Hermione tinha suas dúvidas esclarecidas; Harry e Dumbledore faziam o mesmo, enquanto Snape permaneceu sentado, lendo alguns papéis muito concentrado.

Logo Dumbledore saiu seguido de Harry e McGonagall, deixando Snape e Hermione sozinhos. Ele pareceu não perceber.

- É… professor?

- O que foi? – perguntou ele ríspido, sem tirar os olhos dos papéis.

- Eu preciso preparar uma poção para mim e gostaria de saber se pode me emprestar alguns ingredientes. Eu prometo devolver assim que receber meu salário este mês.

- Agora estou ocupado. Passe mais tarde em minha sala.

- Obrigada. – e saiu.

Snape, então, parou de fingir que lia e se largou na cadeira, jogando a cabeça para trás, totalmente exausto, antes mesmo das aulas começarem.

Como o combinado, Hermione foi até a sala de Snape mais tarde.

- Com licença, professor?

- Entre.

- Obrigada. Aqui está a lista dos ingredientes que preciso. – e então estendeu a ele uma lista contendo 5 nomes de plantas.

Antes Snape deu uma lida no papel todo e então olhou assustado para Hermione.

- Está realmente doente, Srta. Granger. – afirmou ele com a voz rouca.

- Sim, fui envenenada nessas férias.

- Mas vai conseguir dar aulas mesmo assim?

- O meu cérebro foi afetado apenas na área da visão, assim como meu coração bate, ainda, um pouco mais lento, mas continua batendo.

- Mas deve saber que existe antídoto.

- Sim, eu sei. Mas tenho alergia à caldo de Mandrágora. Assim como tenho alergia ao pólen de flor de Salgueiro.

- Bom, eu tenho aqui os ingredientes, vou buscar.

Ele foi e voltou logo com alguns vidros cheios de plantas coloridas.

- Obrigada, professor.

- Não precisa devolver. Se precisar de mais, eu tenho um estoque bastante cheio.

Hermione sorriu e agradeceu novamente. Então foi embora.

Snape ficou um pouco preocupado, então resolveu ir ver Dumbledore.

- O que o trás aqui, Severo?

- Granger. Ela está muito doente, professor. Não era apropriado mandá-la ao St. Mungus?

- Aqui ela estará mais segura, Severo. O mundo está em guerra; o hospital pode ser atacado a qualquer momento.

- Alvo, ela tem cerca de seis meses de vida. Só o antídoto pode salvá-la, mas ela tem alergia à alguns ingredientes.

- Sim, eu sei. Mas tenho certeza que você achará um alternativo.

- Eu?

- Claro, Severo. Você é o Mestre de Poções. Acredito que em menos de seis meses achará algo alternativo.

- E por que eu faria isso?

- Porque se preocupa com ela. Não tente fingir, Severo. Ela é mais que uma colega de trabalho, para você.

- Está enganado, Alvo.

- Não minta para si mesmo. Não tente se enganar. Ao menos tente achar o antídoto, Severo. Por mais que despreze essa menina, o que eu sei que não é verdade, você tem o dever de ajudá-la como ser humano. E eu sei que ela faria o mesmo por você.

- Tudo bem, Alvo. Mas não prometo nada.

Dumbledore sorriu e agradeceu. Snape despediu-se e foi embora. No caminho para as Masmorras, encontrou Hermione.

- Olá. – cumprimentou ela.

Nada saiu da boca de Snape. Ele olhou para Hermione e sentiu um aperto no coração, se é que ele tinha um. Sentiu uma enorme necessidade de ajudá-la.



Por meses Snape se dedicou ao tal antídoto alternativo. Mas Hermione não sabia de nada. Snape pediu a Dumbledore que mantivesse segredo, que era para não dar muitas esperanças à menina.

Hermione já estava no 7º mês da doença, sentia-se muito bem, com o único problema é que cansava muito rápido e sua visão estava cada vez maus ausente. Mas mesmo assim não faltava à uma aula, sequer.



Snape estava voltado da Biblioteca, indo para as Masmorras, quando um aluno da Corvinal veio correndo muito depressa pelo corredor. Snape o impediu com o braço.

- O que pensa que está fazendo, menino? – perguntou muito bravo.

- Professor… a… Srta. Granger… caída… desmaiou… - dizia o garoto muito ofegante. – Preciso… Pomfrey…

Snape arregalou os olhos.

- Corra e avise Dumbledore. JÁ!

O menino se foi, enquanto Snape ia o mais depressa possível até a sala de Hermione.

- Saiam todos daqui! Agora! Vamos!

Todos os alunos saíram assustados.

Snape pegou Hermione nos braços e a levou para sua sala. Ao chegar lá, afastou tudo o que tinha em cima de sua mesa e a deitou lá. Então pegou uma garrafinha de água que ele tinha e jogou todo o conteúdo no rosto dela, fazendo-a acordar.

- Professor… acho que… estou… morrendo…

- Você não vai morrer. Tenha calma, tente respirar.

- Estou aqui, Severo.

- Alvo, eu não concluí o antídoto. Falta apenas um ingrediente. Mas… eu não o achei, ainda.

- Ela precisa de amor, Severo.

- Como? – perguntou Snape assustado.

- Algo da pessoa que ela mais ama, e que ama ela.

- Ela não tem algum namorado? Potter?

- Severo, você sabe muito bem quem é. Aquela pessoa que ela ama tanto, a pessoa que se dedicou por tantos meses para tentar salvá-la…

Ele continuou olhando para o professor, incrédulo. Até que veio-lhe uma luz; havia alguém que ela amava muito. Certa vez ela lhe mandara uma carta declarando todo seu amor, e ele sabia que esse amor não havia acabado. Ele não fazia idéia de como sabia isso, mas sabia, tinha certeza que ela o amava ainda mais.

E se não fosse amor, era um outro sentimento muito especial que ele tinha para com aquela menina, pois ninguém mais o deixaria tão preocupado. Sim, ele se dedicara todos esses meses para salvá-la, e não foi um ato cidadão, e sim um ato de amor.

- Sangue.

- Como, Severo?

- Sangue, meu sangue. É esse o último ingrediente.

Ele não pensou duas vezes. Olhou para Hermione novamente desacordada e então pegou uma faca próxima, cortando seu pulso profundamente, e deixando o sangue escorrer dentro do pequeno caldeirão onde havia a poção.

Quando a primeira gota de sangue tocou aquele líquido grosso, uma luz avermelhada brilhou, e ele soube que estava pronta. Então, após deixar cair muito sangue e a luz cessar, Snape preencheu um vidro com a poção, abriu a boca de Hermione e a fez engolir todo o líquido. Mas algo deu errado; nada aconteceu, Hermione continuou desacordada e muito pálida.

- Alvo… eu não sei o que pode ter dado errado.

- Tome você também, Severo.

- Eu? Mas… tudo bem. – e tomou.

No momento em que a última gota do líquido foi engolida por Snape, Hermione corou e acordou. Mas Snape não ficou muito bem. Só deu tempo de ver o sorriso de gratidão dela, e então caiu.

- Severo! – gritou Hermione, correndo para ele. – Professor Dumbledore… ele está… morto.

Dumbledore estava muito sério.

- Ele sabia dos efeitos que teria nele mesmo, mas ele se sacrificou por você, Hermione.

- Mas… - Hermione chorava. – Não pode…

- Sinto muito, querida.

Ela se desesperou. Não era possível, aquilo não entrava na mente dela. Ela precisava fazer alguma coisa, algo que o trouxesse de volta. A única vontade que teve era de morrer. E então pegou a faca com que ele se cortara, mas Dumbledore a impediu a tempo.

- Hermione, se você se matar, a morte dele terá sido em vão. Ele sacrificou a própria vida para salvá-la!

- Mas eu quero ele de volta! Ele devia ter me deixado morrer!

Ela se debruçou sobre o corpo do amado e recomeçou a chorar. Foi quando ela sentiu algo quente. O rosto dele estava corado novamente, o coração estava batendo, havia respiração… ele estava vivo!

- Severo? Severo! Você está vivo!

- Mas o quê… Srta. Granger…

Ela sorriu radiante e ajudou-o a se levantar. Mesmo muito feliz, não pôde deixar de perguntar:

- Professor Dumbledore, como…

- Só quem ama de verdade faz o que ele fez. E só quem se sacrifica por amor vive. Foi o que aconteceu com ele. Para salvá-la, ele precisava morrer, mas apenas pensando em você. Era necessário apenas a intenção. E isso que o salvou.

- Isso quer dizer… você… você gosta de mim de verdade? – perguntou ela voltando-se para Snape.

- É… é o que parece…

Sem pensar em mais nada, Hermione beijou Snape calorosamente, sufocando-o.

- Ah… perdoe-me.



A notícia se espalhou por todo a escola. Muitos passaram a admirar Snape, mas nada o fez mudar seu jeito cruel. E Hermione, agora, estava curada, sua visão perfeita como sempre, seu coração batendo vívido. Mas o culpado por tudo isso nunca foi encontrado.

Hermione e Severo casaram-se e foram morar em Londres. Tiveram um filho. Não viveram felizes para sempre.

Alguns anos passaram-se e Voldemort reergueu-se. Ele foi atrás de Severo, querendo vingança por ter sido traído. Snape se viu só, tendo que enfrentar o Lord das Trevas. O mundo estava em pânico, ninguém por ninguém, cada um por si. Mas o Exército de Dumbledore estava lá, ele era por todos.

Voldemort foi destruído. Harry Potter foi quem o matou.

Tempos de paz surgiram; Snape relembrava-se do início de sua vida, quando uma coruja pousou em sua frente deixando um carta de uma aluna declarando seu amor. Então, quase um ano depois, ele morreu. Viveu de novo, e a partir daquele dia sua vida foi diferente, diferente para melhor, até Voldemort aparecer. Mas ele se foi, e agora sua vida tivera um novo início, para acabar apenas muitos anos depois, sem mais nenhum interrompimento, em total felicidade ao lado da mulher que tanto amou. Mas tudo teve seu verdadeiro início com A Carta.



Uma FanFiction de Lara Sidney Snape Croft, escrita em 11 de abril de 2004.

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