De Volta à Rua dos Alfeneiros



De Volta à Rua dos Alfeneiros




Harry Potter estava sentado com Neville e Luna no vagão do expresso de Hogwarts e entre eles pairava um silêncio anormal, assim como em todo o resto do trem. Havia só algumas horas, estavam todos em frente ao lindo tumulo branco onde estava o corpo do diretor de Hogwarts, Alvo Dumbledore, e talvez se não fosse por ele, Harry agora estaria morto. O garoto via a paisagem passar, lembrando-se de cada segundo do que havia acontecido na torre de astronomia..
“Harry, Harry” uma voz surgia, mas Harry só foi notar o que era quando Neville o cutucou.
- O que foi Neville?
- Quer comer algo - disse apontando para a velha que empurrava um carrinho cheio de doces.
- Ah... Não, obrigado.
A mulher se foi, mas segundos depois a porta se abriu novamente e Rony e Hermione apareceram. Voltando sua atenção novamente para a janela, Harry, contemplou cada árvore que passava rapidamente e permaneceu calado.
- Hoje ninguém fez bagunça - disse Hermione tentando quebrar o silêncio - Todo mundo está no seu vagão, lendo, comendo, ou dormindo, não é Rony?
- É, é sim...
Luna que nem estava prestando atenção na conversa começou a cantar uma música das esquisitonas, num sussuro só para ela, mas o vagão estava tão silencioso agora, que todos podiam ouvir claramente a canção.

“Minha varinha, me devolva a minha varinha...”.
“Não quero você com ela, devolva minha varinha...”

Harry já estava começando a achar aquela chata musica quando finalmente o trem parou de andar com um baque e calmamente, cada aluno foi deixando o seu vagão desembarcando para encontrar seus famílires. Hermione foi a primeira a atravessar a barreira, depois Rony, seguido por Harry, que apenas acenou para a Sra. Weasley, que só disse “olá, querido”. Harry avistou de longe os seus tios, entre dois homens que pareciam meio-gigantes, de tão grande que eram e percebeu que eram Aurores responsáveis por sua guarda até a rua dos Alfeneiros. Já deviam ter dito isso aos tios, o que facilitaria caso estes percebessem que estavam sendo seguidos por dois “terroristas malucos”. Ninguém falou nada. Tio Valter apenas deu as costas para Harry e saiu em direção ao carro.
- Trouxa, você não vai em seu carro - disse um dos Aurores - queira nos acompanhar, por favor.
- Não vou obedecer a gente da sua ralé! - gritou ele com uma expressão terrível no rosto
- Valter, não discuta com ele! - Tia Petúnia pareceu ficar mais branca do que realmente era.
- Cansei de ficar obedecendo esse tipo de gente, só por que eles tem um pedaço de madeira de baixo da camisa!
Um dos Aurores empunhou sua varinha. Talvez usasse o “Imperius” para levar tio Válter, mas Harry interviu.
- Senhor, não dê atenção para meu tio. – Disse Harry sensato - ele odeia as pessoas do nosso mundo.
- Eu digo o mesmo sobre os trouxas. Ande logo seu trouxa gordo! Me acompanhe!
- Olha, se vocês não vierem talvez Volde...vocês-sabem-quem, ataque vocês!
Depois de alguns minutos eles se dirigiram até um carro preto com bandeirinhas escritas “A” . Harry já havia viajado num daqueles carros, que era magicamente aumentado por dentro, e poderia caber 10 pessoas com imensa facilidade. Todos se acomodaram no carro e seguiram para a rua dos Alfeneiros, e o mesmo silencio constrangedor do trem também estava presente no carro.
Quando finalmente chegaram no estacionamento do nº 4, os aurores não deixaram Harry sair.
- Potter, precisamos falar com você.
- Sobre o que?- disse impaciente. Queria muito se deitar agora e não não achava que o momento pedia uma conversa.
- Sua família...
- É eu sei, só ficará protegida até eu completar dezessete anos, depois, estarão vulneráveis.
- Justamente, era só isso que queríamos te dizer. Cuidado, entendeu?
Harry não respondeu, saiu do carro, entrou em casa e seguiu direto para o seu quarto onde deitou e fechou os olhos com muita força por que não queria ver nada, mas se assustou quando Errol bateu na janela do seu quarto.
- Errol! O que você me trouxe? Uma carta do Rony?
A coruja acenou negativamente, Harry olhou, era a letra do Sr. Weasley.

“CaroHarry,
Ssei que é muito cedo para te pedir, mas quando completar seus dezessete anos, será que poderia vir para cá? Se possível traga seus tios. Ah! Mande a resposta pela Edwiges, acho que Errol não agüentaria outra viagem”

Harry pensou e pensou. Seus tios nunca aceitariam ficar na casa de bruxos! Eles odiariam a idéia, mas era para a própria segurança deles e por isso era mais que necessário que acompanhassem Harry. Ele escreveu no outro lado do pergaminho “Sim, eu vou,mas não garanto que meus tios aceitem ir”, prendeu a carta na perna da coruja branca e abriu a janela para que ela pudesse ir. Errol ocupou seu lugar na gaiola, onde bebeu um pouco de água e se ajeitou num cantinho para dormir, enquanto Harry via a manchinha branca sumir no céu limpo de verão.

As semanas seguintes de Harry foram muito tediosas, podendo apenas receber mensagens via aurores-ministério. A cabeça dele parecia um verdadeiro parque de diversões: queria buscar as horcruxes, queria sair e talvez evitar que coisas terríveis acontecessem naquele ano, mas tinha que ficar lá até seus dezessete anos e não poderia fazer nada mais além de esperar. Nunca temeu tanto a chegada de um de seus aniversários. Em anos anteriores torcia para receber as cartas de Rony e Mione desejando-lhe “Feliz Aniversário” e até os bolos de Hagrid, mas tudo fazia parte de tempos passados. Ele havia recebido mais uma, só mais uma carta desde a sua chegada de Hogwarts, e esta era novamente do Sr. Weasley dizendo a data do casamento de Gui e Fleur, que seria daqui uma semana, na mesma semana do aniversário de Harry, apenas dois dias de diferença... ele não tinha autorização para ir ao Beco Diagonal para comprar novas vestes e decidiu então, ir com a mesma que havia usado à três anos atrás, no Baile de Inverno. Faltavam apenas cinco dias para a festa, os tios de Harry ainda nem sabiam disso. Harry pulou da cama e tomou coragem para lhes comunicar.
- Tio Valter...
- O que é, moleque?
- Meus amigos, vão se casar...
“Que ótimo”
- ...E eles nos convidaram -disse como se não tivesse ouvido o tio - Querem que vocês compareçam – completou Harry o mais rápido que pode - para que fiquem em segurança.
- O que? Era o que me faltava! Petúnia,Petúnia !Você ouviu? Essa laia quer que a gente vá ao casamento deles!
- Sim,querido,ouvi sim.
- Pois diga à eles que não vamos!
- Tudo bem então .- Harry se sentiu um pouco feliz em deixá-los na rua dos Alfeneiros enquanto estava na toca - vou responder a eles.
- Harry, diga a eles que vamos –interpôs tia Petúnia
- O quê?- disseram Harry e tio Valter juntos
- Querido, veja bem, junto com “eles” vamos ficar seguros, enquanto aqui as suas espingardas não vão conseguir detê-los.
- Petúnia, não acho que seja uma boa idéia.
- Harry, que dia é o casamento?
- Ãããã...daqui cinco dias.
- Perfeito, você tem vestes?
- Sim, mas não acho que ela irá servir.
- Você irá comigo, até o centro de Londres, para comprarmos uma roupa decente para você.
- O que - repetiram Harry, tio Valter e Duda, que acabara de chegar fizeram a mesma expressão: de descreça.
- Sim, vamos comprar roupas ao Harry, e...querido, venha aqui na sala comigo.
- Petúnia, você está em seu juízo perfeito? - Tio Valter estava com uma cara assustada e apontou para Harry, enquanto continuava a falar - Você a enfeitiçou? O que você fez com ela seu moleque!
O grande homem de mais de cem quilos veio em direção de Harry, mas foi impedido de continuar por uma mulher igualmente grande, porém magricela.
- Nada Valter! Depois explico o que aconteceu.Venha Harry, preciso lhe falar algo.
Os dois seguiram para a sala de visitas, tio Valter e Duda foram atrás, mas foram barrados por tia Petúnia.
- Não,querido, a conversa é de nós dois. - E fechou a porta na cara dos dois. Harry continuava paralisado, sem palavras. A tia nunca fora tão gentil e atenciosa em toda a sua vida, isso era muito estranho, com certeza, muito estranho.
- Sente-se, querido
Ela nunca chamara o garoto de querido, e agora chamava ele assim com uma freqüência muito estranha, Harry hesitou, mas sentou-se.
- No meio do ano, o seu diretor, Aldo Dumbledore...
- Alvo- corrigiu o garoto
- Sim, isso mesmo, ele, me mandou uma carta dizendo, que talvez ele poderia se ausentar permanentemente da escola, isso aconteceu?
- Sim senhora, ele morreu.
- O que? Morreu?
- Sim, se for só isso que queria me dizer...
- Não,tem mais.
- Então, diga.
- Mais respeito comigo, garoto.
Era muito bom para ser verdade, a tia voltara a ser agressiva.
- Na carta, ele disse, que por qualquer motivo, o mais banal que fosse, teríamos que sair daqui, porque aquele-que-não-deve-ser-nomeado voltou a atacar pessoas comuns com muita freqüência, que estaríamos em maior segurança com mais bru-bruxos em volta, e nesse tal casamento,terão muitos bru...bruxos?
- Sim, se não estiver errado apenas três pessoas serão trouxas...perdão, normais.
- Perfeito, diga à eles que iremos, mas não iremos ficar mais de dois dias, entendido?
- Sim,senhora.
- Vamos, agora.
Eles saíram, Duda estava ouvindo pela porta, e quando Harry o viu, na expressão do primo existia uma cara de nojo.
-É verdade? Vamos num casamento da gente dele, mamãe?
- Sim, e se você continuar a ficar ouvindo pela porta não vai ganhar biscoitos!
A cara de Duda mudou dramaticamente, e saiu em direção à cozinha, talvez para roubar alguns biscoitos, que na opinião de Harry eram realmente gostosos. Tio Valter saiu da cozinha com a mesma expressão de nojo que Duda tinha. Quando eram três da tarde eles foram comprar as vestes, e Harry ganhou um lindo terno cor grafite que realmente havia caído muito bem nele, e quando chegou na casa dos tios despachou Errol aos donos dizendo que iam, e se possível, deixarem pó de flu junto com a carta que mandariam Edwiges trazer à ele.
Apenas um dia e meio após despachado Errol, Edwiges, voltou com uma carta e um saquinho, ele sabia o que havia lá dentro, então apenas abriu a carta e leu

“Parabéns Harry,justamente era isso que eu ia enviar para você,para que vocês viessem com maior segurança para cá.Te esperamos na terça, abraço! Arthur Weasley”

Finalmente havia chegado o dia, Harry ainda não falara como eles iriam para A Toca, quando Harry desceu todos estavam na sala de visitas.
- Moleque, como eles esperam que nós cheguemos lá?
- Pó de Flu.
- O que?- disse tia Petúnia
- É fácil... Basta entrar na lareira, e dizer “A Toca”. Se lembra aquela vez, que fizemos isso aqui?
- Como iria esquecer - retrucou tia Petúnia – Meu tapete persa teve que ser levado para a lavanderia.
Harry tirou o saquinho do bolso e fez com que Duda pegasse um pouco.
- Entre na lareira e diga “A Toca”, claramente,ouviu?
O primo acenou afirmativamente com a cabeça e disse “A Toca”, o medo deixou-lhe verde. Tio Valter soltou um gemido de preocupação, Harry, então entregou um pouco para tia Petúnia e tio Valter, que respectivamente entraram na lareira e disseram “A Toca” e sumiram, logo após, finalmente, Harry pegou o resto e disse “A Toca” e sentiu o fogo puxando suas pernas, segundos depois, estava na sala de visitas dos Weasley’s.

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