Tentativa de homicídio, ajuda?

Tentativa de homicídio, ajuda?



Capítulo 04 – Tentativa de Homicídio, ajuda?


Guiei Lily até as proximidades do salgueiro lutador (sem que ela percebesse, é claro). A árvore assassina estava bastante calma, efeitos do inverno, acredito eu.

Sentamos na neve gelada que cobria os jardins e eu fiquei de frente para o castelo. Pude observar James e Sirius se aproximando. Olhei para Lily com expressão de riso e apontei para um pássaro imaginário.

- Olha que lindo, Lis. Parece de ouro.
- O que? – Ela virou para onde eu apontava e eu pedi que ela pegasse pra mim.

Ela foi. Mesmo sem saber o que era. Foi se aproximando conforme eu dizia ‘mais pra esquerda... mais pra frente... dois passos pro lado...’. Como planejado o Salgueiro Assassino detector de presenças inocentes começou a se agitar freneticamente tentando acertar Lily.

Ela pulou, se jogou na neve, mas não adiantou, os galhos homicidas da árvore continuaram a tentar pegá-la à todo custo. Eu comecei a gritar e pedir socorro. James e Sirius chegaram à cena. Num primeiro instante James permaneceu parado, mas com minha menção à salvar Lily ele me segurou e eu ‘torci’ o pé.

- Lucy! Você está bem? – Sirius perguntou se ajoelhando ao meu lado e eu gritava ‘perdi meu pé... perdi meu pé...’

Sem alternativa, James teve que se jogar por entre os galhos do Salgueiro em busca de Lily. Sirius e eu observávamos a cena paralisados.

James conseguiu chegar muito rápido perto de Lily e quando ele segurou a minha amiga pela cintura um galho certeiro do Salgueiro os mandou para longe. Tão longe que parecia ter acontecido em câmera lenta e durado um mês inteiro aquilo diante dos meus olhos... Lily caiu com um baque no chão mas logo saiu rolando pela encosta que descia para o lago.

Não sei se podemos chamar de sorte, mas Lily não chegou a cair no lago, mas ficou a milímetros disso. Sirius e eu descemos correndo até Lily, passamos por James no caminho mas ele estava bem, já estava em pé limpando as vestes.

- Lily. Ta tudo em ordem? – perguntei temerosa. Mas minha amiga não respondeu.

Corri até ela e segurei seu pulso.

- Ela está viva. – Respondi aliviada. – Só está desacordada
- Pontas! – gritou Sirius.

James caminhou lentamente até nós.

- O que foi?
- Carrega a Lily até a enfermaria.
- E porque não leva você, Almofadinhas?
- Porque ele tem a mim pra levar. – falei decidida me levantando e apoiando o corpo nos braços de Sirius.

Mais uma vez havíamos deixado aqueles dois sem alternativas. James pegou Lily no colo e Sirius queria fazer o mesmo comigo. Eu não deixei, lógico, afinal não tenho tanta certeza quanto ao nível da minha imunidade ao charme desse cachorro. Fui apenas apoiada nele, e isso só quando James estava perto o suficiente pra perceber a farsa.

- Fomos longe demais dessa vez. – murmurei pra Sirius enquanto ele me ajudava a subir na maca. Lily já estava deitada do outro lado da enfermaria com James ao seu lado.

- O que você está fazendo aqui, Potter? O que você fez comigo? – Lily tinha acordado.
- Hei, você podia ao menos agradecer. Afinal, eu não tinha obrigação nenhuma de te salvar daquela árvore nem de te trazer até aqui.
- E eu não pedi pra você fazer nada disso. – Lily respondeu friamente.

Eu me encolhi na maca quando James olhou furioso em minha direção e saiu da enfermaria. Sirius apenas apertou meu ombro.

- Vou falar com ele. – E saiu atrás de James.
- Posso saber o que aconteceu? – perguntou a ruivinha.

Contei pra Lily apenas a parte que ela tinha ‘perdido’ e ela ficou mais uma vez furiosa comigo. Isso está ficando muito freqüente... Rapidamente Madame Pomfrey me liberou mas pediu que Lily ficasse em observação até o outro dia.

- Temos que mandar James pra lá também. – falou Remus quando eu contei sobre a tragédia da tarde.
- Ficou louco? O plano era James salvar a Lily. Só isso já deu errado!
- Então vamos usar a sorte à nosso modo. Mandamos James pra enfermaria também e os dois vão ter uma noite inteira juntos. – Sirius me explicou, defendendo a idéia de Remus.
- Como vamos fazer isso? E pode ser perigoso! – Estou começando a achar, enfim, que sou uma pessoa sensata.

Alguns anos mais tarde Lily me falaria: “Coloque o pior interno do hospício perto desses quatro e ele também vai sentir sensato e equilibrado’. Se tivesse eu mesma pensado nisso não teria chamado esses doidos pra me ajudar em alguma coisa.

- Lucy, não temos alternativa. O jeito vai ser jogarmos quadribol. – falou Sirius pegando sua vassoura debaixo da cama.
- Eu não jogo quadribol. Quem vai acabar fazendo companhia pra Lily na enfermaria serei eu.
- Não se preocupe, a gente te protege. – Remus falou risonho.

Que alternativa tinha eu? Peguei uma das vassouras da escola e fui para o campo junto com Sirius e Remus. No caminho convencemos James a ir jogar conosco e, assim, completar o time.

O plano era eu fazer dupla com Sirius e James com Remus. Em cinco minutos Sirius acertou um belo balaço em James. Quer dizer, seria um belo balaço se tivesse acertado Snape, ou Malfoy... mas enfim, James caiu como um saco de esterco no chão. Olhei assustada e Sirius apenas ria como um maníaco.

- Você me dá medo. – falei assustada inclinando a vassoura pra baixo. Pulei perto do meu amigo que estava desacordado no chão. Remus também desceu preocupado.

Vinte minutos depois irrompíamos na ala hospitalar novamente. Lily levantou os olhos do livro que estava lendo. Pausa. De onde Lily conseguiu tirar um livro pra ler se não fazia mais de quarenta minutos que eu tinha saído dali? Minha amiga faz mágica!

- Sim. – Foi a resposta dela – Eu convoquei esse livro do dormitório. Sabe, achei que não fosse funcionar por causa da distância, mas deu certo.

Não falei? Lily é louca! Adivinhe o que ela lia? Revoltas Mágicas do século IX. Quem em sã consciência se interessaria pelas revoltas mágicas de ‘trocentos’ anos atrás? Hogwarts ainda não tinha nem sido fundada! Só Lily mesmo...

Saímos do quarto com sensação de missão cumprida. Lily estava com alguns ossos partidos e James desacordado... Nós praticamente destruímos nossos amigos pra que eles ficassem juntos, mas isso era apenas uma banalidade, na opinião de Sirius. Já para Remus, o que importa é que eles terão uma noite inteira juntos e sozinhos pra se acertarem.

E eu me pergunto: O que custa à Merlin atender um pedido nosso vez ou outra?




Eu que sou, modéstia à parte, a pessoa mais sensata dessa escola deveria tomar uma atitude. Devia proibir Lucy de andar com os marotos.

Remus é um amor, sempre preocupado e pronto pra ajudar. Sirius consegue levantar o astral de qualquer um, é o garoto mais divertido que eu conheço. Petter não fede, nem cheira. Pra mim tanto faz como tanto fez. Cada um, individualmente, é inofensivo. Mas quando estão os quatro juntos, podem ser altamente perigosos.

E tenho pra mim, que essa convivência tem afetado o cérebro da minha amiga, que já não é grande coisa em normalidade.

Primeiro ela me leva pra passear nos jardins em um dia de neve. Depois me manda atrás de um pássaro de ouro, que só ela enxergava. Idéias que não combinavam com ela. O pior de tudo foi o resultado dessas idéias malucas: a enfermaria pra mim!

Quem já esteve na enfermaria, e o pior: sob os cuidados da preocupadíssima Madame Pomfrey sabe o que é tédio. Tentei convocar um livro trouxa do meu dormitório, mas não deu certo. Lembrei que ele estava guardado. O único livro que eu tinha em cima da minha cama era o ‘Revoltas Mágicas do século IX’. Um livro interessantíssimo, Devia ser literatura obrigatória para os estudantes a partir do segundo ano.

Foi ‘Revoltas Mágicas do século IX’ que me livrou de morrer de tédio naquela enfermaria. Eu tinha duas costelas quebradas e uma fratura na perna. Madame Pomfrey queria que eu passasse a noite em observação.

Mal tinha começado a ler meu livro, Lucy entra na enfermaria junto com Remus, Sirius e... o Potter! Esse último estava desacordado. Lucy me explicou meio por cima alguma coisa com ‘quadribol’, ‘balaço do Sirius’ e ‘James caindo’. Mas eu entendi a essência da coisa: James Potter iria passar a noite na enfermaria comigo.

Curiosa coincidência, não?

Quando indaguei isso, Remus veio me perguntar se eu estava bem e se eu não me importava de lhe ceder a Lucy pelo resto da tarde. O que eu poderia fazer? Madame Pomfrey jamais deixaria ela passar a tarde comigo mesmo.

Potter continuou desacordado por muito tempo. Havia chegado na metade do meu livro quando a voz dele me fez lembrar que estava na enfermaria.

- O que você está lendo? – Perguntou educadamente.
- ‘Revoltas Mágicas do século IX’. – Respondi simplesmente.
- Parece interessante. – A voz dele traiu completamente o sentido que a frase teria literalmente.
- E é. – Resolvi expor minha teoria – E acho que devia ser de leitura obrigatória para todos os estudantes de Hogwarts.
- Merlin nos livre! Quem iria se interessar por um livro desses?
- Está conversando com esse alguém!
- Você é exceção. Nunca encontrei ninguém que tenha os mesmos gostos que você.
- Devo ficar lisonjeada, Potter? – Meu grau de irritação já estava subindo.

Ele encolheu os ombros.

- Entenda como quiser. Só te digo que metade das pessoas normais que eu conheço, jamais leria ‘Revoltas Mágicas do século IX’.
- Remus leria.
- Falei em pessoas normais. O Remus não é normal! Ele é... como posso te dizer... um tipo de aberração...

Meu coração gelou. Não podia acreditar que o Potter estava falando aquilo de um de seus melhores amigos. Eu sabia do segredo de Remus havia muito tempo, e jamais o classificaria como ‘aberração’.

- ... Ele foi nomeado monitor! – Potter completou sua linha de raciocínio.

Dessa vez meu coração parou. Por cinco segundos. Depois voltou a bater tão rápido quanto a velocidade da luz. Então, para o Potter, ser nomeado monitor te tornava uma espécie de aberração? A aceleração do meu coração fez a cor subir rapidamente para meu rosto. Eu devia estar mais vermelha que o brasão da Grifinória.

- Então ser nomeado monitor nos torna uma aberração? – Repeti a pergunta, mas dessa vez em voz alta. Bem alta, diga-se de passagem.

Madame Pomfrey entrou na sala.

- Oh, Potter! O senhor já acordou vamos fazer alguns testes pra saber se está tudo bem.

James continuou me encarando sério, mas não respondeu minha pergunta. Eu balancei a cabeça, indignada, e voltei a atenção para o meu livro.

Definitivamente isso não estava certo. Até agora eu não sei porque é que eu fui me apaixonar por ele?




As coisas não estavam dando muito certo. Sirius me garantiu que se colocássemos Lily em uma situação de risco, James ia querer protegê-la, e nós os deixaríamos a sós para que James se declarasse mais uma vez e Lily contasse sua descoberta.

Lindo, não? Queria tanto trabalhar em uma daquelas histórias de contos de fadas... O belo príncipe encantado nunca desiste de seu objetivo em conquistar o coração da delicada, frágil e educada donzela...

Ela por sua vez, faz tudo que está ao seu alcance para ficar junto do príncipe, e na primeira oportunidade, se declaram. E vivem felizes para todo o sempre.

Há também as boas almas que tentam juntar o feliz casal. Estas, agem apenas como leva-e-traz de recados e, em momento algum, precisam se preocupar, pois sabem que o príncipe já roubou o coração da linda princesa.

Falei isso à Remus enquanto voltávamos para o salão comunal.

- Tudo vai acabar bem, Lucy. – Ele me sorriu tranqüilamente. Será que nada consegue abalar essa calma do lobinho? É impossível alguém ser assim o tempo todo!
- Acabaria bem se nós dois tivéssemos planejado alguma coisa. Até agora os planos do Sirius só deram problema!
- Pode ser que eles se acertem hoje. Uma noite inteira na enfermaria, não é possível que a Lily não dê o braço a torcer!
- Não duvido de mais nada. – falei com um suspiro.
- Se não der certo, amanhã temos a última fase do plano.

Olhei pra ele sorridente. De tudo o que a gente já passou... achava meio difícil que logo a última fase desse certo.

Isso significa que eu ganho dez barras de chocolate, e comprovo que o Sirius devia viver só de azarar o Snape. Não falei nada, mas acho que Remus percebeu o que passava na minha cabeça.

- Também acho que vai ser difícil. – falou ele.
- O plano em si é fácil. Esses dois que são muito complicados!

Ergui o braço e encarei meu relógio demoradamente. Depois levantei os olhos e soltei um suspiro ao encarar o sol se pondo atrás de algumas montanhas.

- É melhor vocês irem logo. – Remus me falou sorrindo.
- É sim. Tem certeza que não quer ir junto? Eu não fico tão à vontade quando estou sozinha com o Sirius.
- James iria desconfiar. É melhor manter o plano de que você e o Sirius estão se aproximando...

Fiz uma careta e depois nós dois rimos.

- Tudo bem. Manda seu amigo me encontrar na estátua da bruxa de um olho só.

Observei Remus se afastar. Era a primeira vez que eu iria à Hogsmead sem permissão. Minha mão estava gelada de nervoso. Mas Sirius me garantiu que eu não precisava me preocupar. Ninguém descobriria, era por isso que estávamos indo à noite. Me pergunto: será que mais alguém tem coragem de passar o que eu tenho passado pra juntar um casal de amigos?

Mas em poucos minutos, minha própria consciência me responde: ninguém é tão abusado quanto você pra se meter na vida dos outros, garota!

Eu posso com isso?




N/A
Oie!!!
Pessoal, o próximo já é o penúltimo capítulo!!!

Passou rápido, não é? Mas pode ser que a fic tenha continuação... pode ser... vai depender inteiramente de vocês!

Vigzinha, você não ta ficando importante, você é importante!!! Hahaha eu também tenho vontade de bater no James com esse jeito de quem não ta nem aí... mas tadinho, né? A gente que conhece a história, sabe que ele sofreu do 4º ao 7º ano pela ruivinha... e aqui nessa fic ele quer dar o troco! Quem seria essa criatura tão corajosa ao ponto de namorar o Petter, né? Coitadinha... hehehe Acho que esse capítulo foi mais feliz... você que vai ter que me dizer o que achou!! E não se preocupe em colocar no comentário sua ira com alguns personagens!!! Eu sempre faço isso! Rsrsrs Beijinhos!

WheeZy Bruna, que bom que você gostou!!! Esses quatro não cansam de aprontar... hehehe O pior é que continua dando tudo errado! Culpa do cachorrão... foi ele quem planejou quase tudo! Beijinhos, também adoro você!!!

Bruna, nossa.. muito obrigada!!! Você é muito boazinha! Gostar tanto assim da minha fic... mas eu fico muito feliz!!! Não deixe de comentar... eu preciso saber se vou escrever uma continuação da fic!!! Beijinhos!


Até o próximo capítulo.
Beijinhos, Luci Potter!

Próxima atualização: 12/01

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