Vigésimo Quarto Dia

Vigésimo Quarto Dia



Capítulo 25 – Vigésimo Quarto Dia

Foi depois do almoço que Gina finalmente despertou, mas, para sua total decepção, não encontrou ninguém do seu lado, se não um monte de papéis que, aparentemente, eram as suas lições de casa que havia perdido nos dois dias que havia ficado desacordada.
“Ser o Draco é uma bosta”, decidiu-se Gina, com dó do loiro “Será que ele nunca teve um amigo de verdade?”
“Sim, ele teve você...”, disse a voz de Harry e Gina procurou por todos os cantos, não a encontrando em lugar nenhum, então Harry tirou a capa de Invisibilidade, fazendo-se visível.
“Harry... Potter!”, ela adiciona, lembrando-se, atrasada, que estava no corpo de Draco Malfoy.
“Eu sei que é você, Gina”, confidencia Harry, puxando a cadeira e sentando-se perto da garota, que franziu o cenho.
“Como?”, perguntou ela, curiosa.
“O Malfoy me disse”, disse Harry, tentando ignorar que o fato de que haviam se beijado lhe passasse pela cabeça, ele conseguiria muito bem viver sem isso.
“Ahn?”, perguntou Gina, claramente confusa “O Draco te disse?”
Harry, em silêncio, assentiu.
“E quando, exatamente, vocês se falaram?”
“Bom... Ele estava aqui com você, quando eu cheguei e...”, então, Harry contou todo o acontecido.
Claro que ele omitiu o fato do escândalo que havia dado ao descobrir que, na realidade, havia beijado Draco Malfoy.
“Bom... sinto muito por tudo isso...”, foi tudo o que Gina conseguiu dizer.
“Não se preocupe. Não foi sua culpa”, disse Harry, carinhoso “Mas, me diga... Como está se sentindo?”
Gina fica em silêncio alguns minutos.
“Estou com dor muscular em cada centímetro do meu corpo”, diz, por fim “mas nada se compara à dor que senti quando aquele Cruccio caiu sobre mim”
“Não acredito que você tenha sofrido tanto!”, murmurou Harry, embora ele soubesse muito bem qual é a do de levar um Cruccio “Além do mais”, somou “Foi tudo culpa do Malfoy, você deve estar morta de raiva dele!”
Gina olhou para Harry, confusa.
“Na verdade, não estou, não”, replicou ela, piscando, confusa “Por que seria culpa dele, Harry? Quero dizer, dada às circunstâncias, a culpa foi minha, uma vez que quem mandou o Cruccio fui eu!”
“Gina... Mas o feitiço era para pegar nele!”
“Harry, não era para pegar nele... Na verdade...”, Gina ficou em silêncio e fechou os olhos, tentando controlar aquela dor imensa que sentia “Harry, sinto muito, mas estou realmente cansada e dolorida, a história é longa e, além de cansativa, não quero me lembrar dela, poderia, por favor, me deixar aqui sozinha?”
Harry hesitou.
“Huuum... Tá, eu sinto muito...”, disse Harry, levantando-se e, ia pôr a capa nas costas, quando Gina apressou-se:
“Harry...”
“Sim?”, perguntou ele, mas sem olhar para ela.
“Sinto muito”
“Está tudo bem”, disse ele.
Mas Gina sabia que não estava.
XxXxX

Draco passou o dia inteiro sentado na biblioteca, fingindo ler um livro, enquanto, na realidade, estava à espreita de alguma notícia sobre Gina – ou melhor, sobre ele mesmo.
Depois do que Harry havia dito, ele não tivera mais nem coragem de se espreitar lá por aqueles cantos. E se Gina realmente o culpasse pelo o acontecido?
Quando pensava nisso, sentia-se estremecer completamente.
Devia ter deixado que ela metesse o Cruccio nele, além do mais, ele o merecia, por tudo o que havia feito.
Com esses pensamentos, Draco estava prestes à sair da biblioteca quando viu Hermione entrar, seguida de perto por Rony, que parecia tentar acalmá-la.
“Por que, diabos, ele mentiria?”, perguntou Hermione, olhando para Rony, com um olhar de grave desaprovação “Por que ele nos disse que estava na cozinha, se não estava?”
“Calma, Mione, o Harry deve ter tido um motivo muito bom para ter sumido dessa maneira!”
“Mas ele está sumido há nada menos do que quatro horas! Você acha que eu estaria assim por tão pouca coisa?”, perguntou, estressada.
Rony lançou-lhe um olhar frio.
“É, talvez o Harry esteja correndo um sério apuro! Por que você não vai lá? Tentar ajudá-lo? Além do mais, ele é apenas uma criança de dois anos de idade, e não fez nenhum feito extraordinário do tipo ‘sobreviver a um assassino que ninguém nunca conseguiu combater’, não é mesmo, Hermione?”, perguntou Rony, sério, cruzando os braços e lançando-lhe um olhar de puro desdém.
“Mas...”
“Não sei se você percebeu, mas nós nunca, desde que começamos...”, Rony pareceu procurar uma palavra que descrevesse o caso dos dois “... com isso, nunca temos tempo para ficar só nós dois e hoje nós tivemos quatro horas inteirinhas e a única coisa que você me perguntou foi ‘onde está o Harry?’. Se está tão preocupada assim, sinta-se à vontade, eu não vou te impedir”, com seriedade, ele abriu a porta.
Hermione pareceu, alguns minutos, sem palavras, tanta era sua perplexidade.
“Estúpido”, murmurou ela, com a voz fraca.
Passou por Ron a passos rápidos e sumiu. O ruivo, com os olhos cheios de uma fúria fora do normal, fechou a porta com um estrondo, o que chamou a atenção da bibliotecária que resmungou algo como “faça algo assim de novo e eu juro que...”, mas Rony não deu ouvidos, sentou-se em um banco, abriu um livro qualquer e começou a folheá-lo com tal ferocidade que Draco jurou que ele ia arrancar as páginas fora.
Draco pensou seriamente em ir conversar com o ruivo, mas logo desistiu da idéia.
“Não... Não vou me rebaixar à tanto...”, pensou ele, levantando-se e saindo da biblioteca, sem que o ruivo nem se desse conta de que havia estado lá.
XxXxX

Harry tinha acabado de tirar a capa de invisibilidade e guardava-a na mala, quando ouviu passos apressados.
“Harry? É você?”, perguntou uma voz fraca, que Harry reconheceu sendo a de Hermione.
“Mione? O que você está fazendo?”
“Eu estava te procurando, o que mais eu poderia estar fazendo?”, perguntou ela, em um tom severo “Como é que você some desse jeito?”
“Eu? Eu não sumi... eu estava...”
“Na cozinha?”, perguntou Hermione, com um sorriso incrédulo “Por que continua mentindo?”
“Certo... Eu estava...”, olha para o semblante severo dela “na Ala Hospitalar?”
“UGH! Por que você está mentindo para mim?”, perguntou ela, séria, sentindo lágrimas caindo pelos olhos.
“Eita, por que você está chorando?”, perguntou Harry, preocupado “Quero dizer, eu estou falando a verdade. Eu estava na Ala Hospitalar...”
“Com o Malfoy?”, perguntou ela, com um sorriso incrédulo e cheio de escárnio.
“Ahn... Sim...”, disse Harry, hesitante.
“POR QUE É QUE VOCÊ CONTINUA MENTINDO?”, berrou Hermione, socando o peito de Harry, depois ela senta-se na escada e começa a chorar “Ugh! Que raiva!”
Harry sentou-se ao lado dela.
“Está tudo bem?”, perguntou ele, passando a mão pelo ombro dela e puxando-a para mais perto.
“Eu briguei com o Rony”, admite Hermione, quando conseguiu se controlar de novo, limpou os olhos com a manga da blusa.
“Aham... E cadê a novidade?”, perguntou Harry, tentando fazer daquilo algo engraçado, mas a única coisa que conseguiu foi um olhar de raiva por parte de Hermione.
“Harry, será que você percebeu que, nos últimos dias, eu e Rony andamos não brigando?”, perguntou ela, perplexa.
“Não...”, comentou Harry “Eu não tinha percebido!”
“Na verdade, Harry, eu e o Ron...”
“HEHEM!”, disse uma voz acima deles.
Os dois se viraram e viram um certo ruivo olhando para eles, do topo da escada.
Hermione olhou para Rony e depois viu que estava praticamente agarrada com Harry, afastou-se rapidamente.
“Ron...”
“Oh, sim, eu devia saber que você já estaria nos braços dele à essas alturas... E, Harry, eu não esperava isso de você, sinceramente...”, exclamou Rony, bravo.
Hermione massageou as têmporas.
Ron deu as costas e saiu.
“O quê...?”
“Não pergunte, por favor”, suplicou Hermione, levantando-se e saindo pelo corredor, em direção oposta à de Rony.
XxXxX

Draco parou com a mão na maçaneta da Ala Hospitalar.
Depois de um tempo, observando a maçaneta dourada, deu as costas para a porta e subiu as escadas em direção à torre da Grifinória.
XxXxX

Gina ficou o resto da tarde olhando ansiosamente, esperando por Draco Malfoy.
Ele, no entanto, não apareceu.
Sentindo-se estranha, Gina deitou-se na cama e, à custo, adormeceu.

CoNtInUa...

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