Décimo Segundo Dia



Capítulo 13 - Décimo Segundo Dia

Quando Draco acordou na manhã seguinte, o sol estava escondido por nuvens escuras e ele não sentiu que isso fosse fazer o seu dia pior do que ele já estava. Custou a dormir e quando acordou, o corpo ainda estava bastante cansado, a mente lenta, mas não tinha a mínima vontade de dormir. Sentia-se estranho e resolveu que talvez um banho ajudaria.
Meia hora depois, se vestiu e olhou no espelho.
Não podia evitar de pensar que, caso conseguissem voltar aos seus respectivos corpos, nunca mais poderia ver a Weasley tão de perto.
Mas o Potter, o maldito-Potter-bicha, veria ela de perto. Beijaria ela, faria tudo o que tivesse direito e isso não soava nem um pouco justo. Quer dizer, ele havia lido o diário da Gina, tinha descoberto os segredos mais íntimos dela e blablabla... E é com o outro que ela fica?
"Certo... O que você está pensando está realmente me assustando!", pensou Draco, atônito.
Resolveu que estava na hora de sair do quarto ir tomar um bom café da manhã, tentar colocar as idéias em dia e pensar em um jeito de voltarem aos seus próprios corpos e acabarem com aquela idiotice toda.
Sentou na mesa do Salão Principal e, antes que desse por si, Rony estava sentado a sua frente, Hermione e Harry ao seu lado e ambos pareciam meio tensos.
"Gina, eu tenho que te falar uma coisa que eu fiz...", começou Rony, parecendo meio envergonhado.
"Uma coisa muito feia", garantiu Hermione.
"É, horrível!", afirmou Harry.
"Mas eu estou arrependido", admitiu Rony.
Naquele instante, Draco soube que não podia ter sido bom.
"O quê, exatamente, você f...?"
"Eu mandei uma carta pros nossos pais...", disse Rony, batendo com a cabeça de leve na tábua da mesa "ajuda, em alguma coisa, se eu falar que to arrependido?"
"Controle-se... Controle-se... Não é tão sério assim, certo?"
Então, uma coruja velha veio voando e caiu na mesa da grifinória deixando um envelope vermelho que faiscava como um demônio, bem em frente de Draco.
"Acredite, Rony, você é um cara morto!", disse Hermione, assim que decifrou a cara de Draco.
"Não, não, não... A morte é boa demais para você...", vociferou Draco, então, o berrador explodiu.
XxXxX

Seria um péssimo dia.
Gina fez muitas coisas durante a noite, mas uma delas decididamente não foi dormir. Arrumou o quarto, mandou Pansy à merda quando ela tentou dormir com ele na noite passada, e depois disso, pediu desculpas quando viu ela chorando que nem um bezerro desmamado.
"Isso não é justo... Ela é muito boa nisso!", resmungou Gina, chutando algumas pedras no caminho.
Quando finalmente se cansou de ficar observando aquelas nuvens pretas e horríveis, chegou a conclusão que estava na hora de comer alguma coisa, ou acabaria desmaiando de fome.
Quando entrou pelo portão dos corredores, viu uma coruja velha caindo na mesa e, depois, viu Draco trocando algumas palavras com os amigos e, após isso, viu o envelope vermelho explodir e a voz alta dos gêmeos berrando:
"VIRGÍNIA MOLLY WEASLEY! NUNCA ACHAMOS QUE ALGUM DIA VOCÊ NOS PROPORCIONARIA TAMANHA VERGONHA! COMO OUSA SAIR COM DRACO MALFOY! VOCÊ JÁ ESQUECEU DE TUDO O QUE ELE TE FEZ, MOCINHA? ESTÁ COM ALGUEM SÉRIO PROBLEMA MENTAL? PORQUE É O QUE PARECE! ESPERE ATÉ CHEGARMOS AÍ! MAMÃE A PAPAI VIRÃO COM A GENTE E, APOSTE, VOCÊ ESTÁ ENCRENCADA! RONY FEZ MUITO BEM EM NOS MANDAR AQUELA CARTA!"
"Meu Deus...", pesou Gina, sentindo-se furiosa. "O Rony é um hipócrita! Só pensa nele, nele, nele e, quando muito, em Quadriboll. Ah, mas eu mato esses desgraçado assim que eu voltar pro meu corpo e..."
Nesse mesmo instante, as portas do Salão Principal que davam para o jardim foram escancaradas e um grupo de pessoas ruivas entraram com estardalhaço.
"Uhuhuhuhu... Fudeu!", pensou Gina, mas, percebendo que a história não podia ficar pior, resolveu que ia dar um pouco de amparo para Draco.
Caminhou e se postou atrás de Draco que olhou para trás, primeiro assustado, mas depois gostou de saber que ela estava ali e que iria apoiá-lo.
"Pior que isso não fica...", sorriu Gina, colocando a mão amigavelmente no ombro de Draco.
Os dois ficaram em silêncio de olhando - e todos da mesa observavam a cena - quando o grupo ruivo chegou, todos furiosos e prontos para matarem Gina - que eles viam como Draco-, com exceção de uma senhora baixinha, rechonchuda e ruiva que parecia desesperada para cortar aquele clima de tensão que se estabeleceu imediatamente.
"Posso saber o que diabos está acontecendo aqui?", perguntou Snape, que chegava segurando sua caneca de café.
"Vai cuidar da sua vida!", resmungou Fred, puto.
"É, você já atazanou a nossa vida o suficiente! Agora, some, porque os problemas são nossos!"
"Mas vocês estão na escola, portanto..."
"CALA A BOCA!", berraram os ruivos em eco e Snape deu meia volta e saiu xingando até a vigésima geração da família.
"Nós temos que conversar, Virgínia!", disse Arthur com a voz seca.
Após alguns minutos em silêncio, Arthur adicionou "E com você também, Malfoy!"
XxXxX

"Malfoy, venha comigo! Gina, vá com a sua mãe! Primeiro, eu quero ter uma conversa de homem com homem com esse senhor aqui", disse Arthur, andando com Gina em direção à sala que Dumbledore havia cedido.
Draco viu Gina sendo arrastada pelo homem ruivo e engoliu em seco, quando sentiu uma mão quente pegar seu pulso se virou para encarar os olhos bondosos de Molly Weasley.
"Venha, minha querida, acho que nós devemos conversar".
Molly e Draco sentaram-se na cama, ela tomou as mãos de Draco, o que fez com que ele fechasse os olhos, se controlando e tentando lembrar-se que ele não era mais um Malfoy, e sim uma Weasley meiga que ama os pais e blablabla...
"Gina..."
"Olha, mãe...", disse Draco, querendo cortar logo aquela cena "Eu gosto mesmo do Draco e sinto muito se vocês não conseguem aceitar isso..."
"Querida, eu não estou julgando... Tenho certeza de que, se você se apaixonou por ele, é porque ele é uma ótima pessoa..."
"Mãe..."
"E nós não vamos julgá-lo, seus irmãos estão meio bravos, mas vocês sabem como eles são com o negócio do Malfoy ter implicado tanto com o seu pai, mas, querida, acredite, estou aqui para apoiá-la em qualquer que seja a sua decisão".
"Puxa, eu..."
"Obrigado...a... Mãe", disse Draco e se forçou a abraçar a senhor ruiva.
XxXxX

"Vamos ser bem honestos, nós não gostamos muito um do outro e eu não sei quais são suas intenções com a minha filha. No entanto, se ela confia em você, por menos que eu queira, serei forçado a fazer o mesmo...", disse Arthur, enquanto encarava Gina sério.
"Olha, sr. Weasley..."
"Eu não me importo com o que você vai dizer, porque eu sei que pode ser verdade, mas que também pode ser mentira. Não vou obrigar minha filha a terminar com o senhor, senhor Malfoy, mas vou deixar uma coisa bem clara: não a machuque ou as coisas ficarão muito feias por aqui. Estamos entendidos?"
"Sim, sr. Weasley", disse Gina olhando para o chão.
"Ótimo, agora nós vamos falar com Dumbledore"
"Não vieram aqui só por causa de nós dois? Os gêmeos..."
"Oh, você terá que se acostumar... eles são meio exagerados", disse Arthur, sorrindo.
Gina sentiu-se aliviada.
"Não foi tão ruim assim"
XxXxX

Os Weasleys foram embora no fim da tarde, mas Gina e Draco evitaram se falar nesse meio tempo.
Os gêmeos mandavam olhares assustadores para Gina e ela tinha medo que eles resolvessem espancá-la a qualquer instante, mas mesmo assim, quando eles foram embora, não deixou de sentir uma pontada de saudades.
Às seis horas, Draco e Gina se encontraram nos jardins. Gina sentou-se ao lado de Draco e eles ficaram olhando para o Lago que tinha uma leve camada de gelo em sua superfície.
"Hoje foi um dia difícil...", puxou Gina.
"Uhum", concordou Draco.
"Veja pelo lado bom... Não pode piorar"
Draco deu um tapa de leve na cabeça de Gina, mas podia perceber que ele estava bravo.
"Que foi?", perguntou a menina, esfregando a cabeça.
"Agora você acabou de zicar a nossa situação"
"Como assim?"
"Você disse: 'não pode ficar pior'."
Então, de repente, Gina se lembrou daquelas cenas em filmes onde um personagem diz isso e, então, começa a chover.
"Sinto muito...", murmurou ela, sentindo-se um lixo.
"Tá tudo bem, eu ia dizer a mesma coisa de qualquer jeito..."
E, então, ele a abraçou.

Continua...

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