Sabedoria





DISCLAIMER: Não é meu! É tudo da J. K. Rowling.

AVISO: Esta história se passa no futuro e contém spoilers do livro 6! Esteja avisado/a!

BETA READER: BastetAzazis – muito obrigada!

A/N: Capítulo doze, finalmente! :0) Um retrato tem algo a dizer, e adivinha? Mais detenções! :0)



Capítulo 12: Sabedoria

Hermione acordou mais tarde naquele sábado ao som de uma coruja bicando na janela do seu quarto. Ela abriu a janela para o pássaro, que tinha uma carta amarrada na pata, uma carta do Nathan.

Ela esperara ansiosamente por notícias dele desde o dia em que deixou Hogwarts, depois daquela noite na Ala Hospitalar. Pegou o pergaminho e sentou-se na beirada da cama para lê-lo. Dizia:

Querida Mamãe,

Estou perfeitamente bem. Eu sei que deve estar pensando em mim desde o dia que voltou para casa. Estou me sentindo perfeitamente saudável e estou comendo todos os vegetais, eu juro.


Aquilo era um alívio. Ela estivera preocupada com a recuperação de Nathan, e ouvir que ele estava bem era exatamente o que ela precisava.

Estou servindo um mês de detenções com o Professor Snape por entrar na Floresta Proibida. Ele também descontou cinqüenta pontos de mim. Acho que é no mínimo justo.

– Um mês sozinho com o Severo! – ela disse para si mesma, usando uma mão para cobrir sua boca aberta, enquanto a outra segurava a carta. – Ai meu Deus!

Levantou-se da cama e começou a andar de um lado para o outro, esquecendo-se da carta que segurava. Era altamente improvável que seu segredo sobrevivesse a um mês de contato tão intenso, ela estava certa disso. O que vou fazer? – ela pensou. Ele vai descobrir, e vai me matar!

Ela foi para a cozinha; precisava de um pouco de água para se acalmar. Suas mãos tremiam quando ela levantou o copo até sua boca. Ele nunca entenderá – ela admitiu mentalmente. Sentou-se em uma cadeira da mesa da cozinha, colocou um cotovelo na mesa e descansou a testa em sua mão. Ela suspirou. O que eu vou fazer? – pensou novamente, sem ter uma resposta. O que Severo irá fazer? – pensou então.

A idéia do que ele poderia fazer se descobrisse a verdade era preocupante. Será que ele procuraria por ela logo de cara? Será que ele contaria pra o Nathan? Ela não sabia. Se ele contar para o Nathan antes de conversar comigo, ele vai se arrepender! – ela prometeu silenciosamente.

Respirou fundo algumas vezes para se acalmar. Não ajudava em nada sentir-se assim agora. Tudo que ela sabia era que eles estavam prestes a passar um mês juntos durante as detenções. Esse mês poderia terminar sem eles descobrirem nada. Respirou fundo novamente, e voltou para seu quarto e retomou a carta esquecida.

Como foi o Dia das Bruxas? Você distribuiu muitos doces? Eu não arrecadei nenhum este ano, como você já sabe. Teve uma festa no Salão Principal e foi exatamente como você, o tio Rony, e o tio Harry disseram. Todos os morcegos vivos foram o máximo!

Ela então sorriu.

Também teve o duelo do tio Harry com o Professor Snape...

– O quê? – ela exclamou e continuou lendo para descobrir o que duelo era esse.

... Eu nem sabia que existiam tantas azarações. Você sabia que o tio Harry nunca ganhou? Sim, também me surpreendeu quando ele me contou. Mas ele disse que vai ganhar no ano que vem, quando eles duelarem de novo; eles fazem isso todo ano.

– Harry duela com o Severo todo ano? – ela disse com grande surpresa, balançando a cabeça em descrença. É inacreditável. Quando eles vão crescer? – ela pensou então, tentando não ficar brava com o Harry por nunca ter dito isso a ela.

No próximo final de semana será a primeira partida de quadribol do ano. A Grifinória vai jogar contra a Sonserina, é tudo o que as pessoas estão falando desde a festa de ontem. Andy diz que nosso time é bem melhor que o deles, mas eu não sei o suficiente sobre quadribol ainda para ter certeza.

Eu sinto muito a sua falta. Mal posso esperar pelas férias de Natal para podermos ficar juntos de novo.

Com amor,

Nathan


Ela terminou de ler a carta com um suspiro. Ela também estava ansiosa para que o Natal chegasse logo. Será que seu segredo sobreviverá até lá? Não havia nada que ela pudesse fazer agora a não ser esperar. Bom, talvez ela pudesse fazer mais que isso. Ela saiu em direção ao seu escritório e começou a escrever uma carta para seu filho.

*-*-*-*


A última detenção deixou o Nathan com muitas coisas para pensar. Ele agora tinha certeza que o Professor Snape sabia mais sobre o seu pai do que previra antes, e desde a sua saída das masmorras no dia anterior, ele tentava encontrar uma maneira de conseguir aquela informação. Ele perdera o café da manhã, preferindo ficar deitado, pensando na quietude do dormitório, e o fizera dispensando seus melhores amigos, que o chamaram diversas vezes até desistirem.

Até a hora do jantar, Nathan tinha um plano delineado. Ele entraria no joguinho do Professor Snape. Seguiria com o que o bruxo mais velho dissesse, independente se fizesse sentido ou não. Se sua linha de raciocínio estivesse correta, eventualmente faria sentido, e então ele descobriria o que quer que fosse que o Professor Snape soubesse.

Então, com aquilo em mente, Nathan entrou na sala de aula de Poções naquela noite e dirigiu-se direto para a mesa do Professor Snape, onde o homem estava sentado. – Boa noite, Professor Snape – disse, sem esperar por uma resposta, que ele sabia que não teria. – Eu tenho a resposta para a sua pergunta.

Aquela declaração tirou a atenção do mestre de Poções do livro que ele fingia ler. Ele estreitou os olhos e olhou para seu filho especulativamente. O menino não poderia estar se referindo ao que ele perguntara no dia anterior, poderia? Severo se punira pelo restante da noite anterior por sua fraqueza em até mesmo trazer o assunto à tona durante a última detenção: perguntar se Nathan gostaria que Potter fosse o pai dele.

E Severo agora estava convencido do seu erro. Ele disse que tem uma resposta? – pensou, tentando levantar uma dúvida que sabia que era infundada. Aquilo foi exatamente o que o menino dissera, que ele tinha uma resposta para sua pergunta. Seus pensamentos foram interrompidos por Nathan.

– Eu gostaria se o tio Harry fosse o meu pai, mas nós dois sabemos que ele não é – Nathan disse calmamente –, então eu acho que o que você quis perguntar era se eu gostaria que meu pai fosse como o Harry Potter. – Ele fez uma pausa, procurando naqueles olhos negros estreitos uma confirmação e, tomando a falta de reação do mestre de Poções como uma afirmação, continuou –, e a resposta é sim.

– Quem não gostaria que seu pai fosse um bruxo honrado e poderoso como ele? Ele é corajoso e inteligente – disse. Então, com um toque de humor, acrescentou – embora eu duvide disso às vezes.

Severo relaxou seus olhos com aquela última declaração.

– Isso responde sua pergunta, senhor? – Nathan perguntou.

O mestre de Poções inclinou a cabeça levemente como resposta, sem ter nada seguro para dizer. Ele prosseguiu para um assunto mais seguro e disse – Eu tenho alguns sapos que precisam ser destrinchados. Eles estão na caixa. – Ele apontou para ela e viu Nathan seguir seu movimento com a cabeça. – Você vai separar cada parte útil nos diferentes recipientes. Pernas, olhos, cérebro e pele – ele detalhou.

Nathan olhou de volta para ele, com um leve sorriso. Ele está... feliz com a tarefa? – Severo se perguntou, tentando entender que reação estranha era aquela à dissecação de sapos. Suas dúvidas foram saciadas pelas palavras seguintes do menino.

– Como eu faço isso corretamente? Eu adoraria aprender como extrair todos esses ingredientes de um único sapo! – Nathan disse entusiasticamente.

Severo revirou os olhos. O menino era igual à mãe quando se tratava de novos conhecimentos, e como eu, acrescentou mentalmente. Ele levantou-se de sua mesa e foi até a bancada, com Nathan logo atrás dele. Pegou uma faca afiada e um sapo morto da caixa e explicou ao menino, que assistia atenciosamente a cada um de seus movimentos. – Primeiro, você corta as pernas nas juntas assim – disse, demonstrando. – O próximo passo é abrir o sapo e retirar suas tripas, deixando somente a cabeça inteira. A pele deve ficar intacta. – Ele mostrou cada movimento com precisão. Nathan observava fascinado. – Você, então, deve remover os olhos sem perfurá-los, e somente depois você pode remover o cérebro – acrescentou, terminando o primeiro sapo com todo o cuidado.

– Minha vez – Nathan ofereceu-se com entusiasmo, esticando suas mãos para pegar a faca do Professor Snape, que moveu seus olhos para a mão do menino e ergueu uma sobrancelha. Tomando somente um momento para disfarçar seu deleite, ele entregou-lhe o instrumento afiado. Estava virando-se para deixar o menino com a tarefa quando ouviu: – Olhe para ver se eu estou fazendo certo, professor.

Ele virou-se e olhou seu filho manipular a faca como ele fizera antes, e cortar as pernas do sapo com uma firmeza surpreendente. Nathan limpara o corpo do anfíbio e começava a extração do primeiro olho quando hesitou pela primeira vez, tentando encontrar o ângulo certo para a faca. Quando finalmente resolvera por um ângulo errado, Severo disse: – Vai danificar o olho. Incline mais a faca. – Nathan fez exatamente aquilo e levantou os olhos para seu professor para confirmação. Severo colocou sua mão direita por sobre a de Nathan e reposicionou-a para o ângulo certo. Nathan terminou o primeiro sapo sem mais dificuldades.

– Como foi? – Nathan perguntou com expectativa em seus olhos negros brilhantes.

– Aceitável – Severo respondeu. – Faça o mesmo com o restante dos sapos.

Nathan assentiu, ainda sorrindo muito.

Mais de uma hora se passou enquanto Nathan fazia seu trabalho. Severo lia um livro em sua mesa, mas entre um parágrafo e outro sua mente se perdia em um tumulto de pensamentos. Ele gostara de mostrar ao seu filho como realizar a tarefa corretamente; ele ficara... orgulhoso das habilidades e da aprendizagem rápida do menino, e ficara desconsertado com o comportamento do menino quando falara com ele hoje, assim que chegou. Ele não estava esperando por uma resposta para a pergunta que deixara escapar, dentre todas as coisas. Esperara um menino pensativo, com o ódio por ele escrito nos olhos, e não essa versão sorridente e entusiasmada que estava preparando ingredientes agora.

Maldito menino! – xingou mentalmente. Nathan era imprevisível, e isso não era bom. Ele não sabia o que se passava na mente do menino e isso o consumia. Cansado daquela tortura mental, ele fechou o livro e dirigiu-se ao seu filho: – Você pode terminar a tarefa amanhã. Está dispensado.

Nathan parou seu movimento, pego de surpresa pelo som da voz do Professor Snape. – Vou terminar este aqui antes de ir – ele disse.

– Eu disse que você pode terminar amanhã. Agora, vá! – o mestre de Poções disse, mais vigorosamente.

Nathan ergueu suas sobrancelhas com aquilo e soltou a faca e o sapo semi-mutilado vagarosamente na bancada. Era impossível entender o comportamento do Professor Snape. Num momento, ele está ensinando-o a extrair olhos de sapo, e no seguinte, está enxotando-o da sala de aula, sem chance para perguntas.

Lembrando do seu plano de entrar no jogo, Nathan não reclamou e deixou a sala de aula com um – Boa noite – murmurado.

No dia seguinte, domingo, uma coruja deixou uma carta no prato de ovos do Nathan. Ele sorriu, vendo que era da sua mãe.

Querido Nathan,

Estou feliz ao ouvir que está completamente recuperado. Continue comendo os vegetais e não vá dormir muito tarde; você precisa dormir noites completas.

Você mereceu os pontos que perdeu e também as detenções. Por que o Professor Snape está supervisionando-as? Ele é o Diretor da Sonserina, não da Grifinória. Você deveria procurar a Diretora e perguntar se o Professor Lupin não poderia assumir, agora que ele está de volta.


Por que todos estão tentando fazer o Professor Snape parar de supervisionar minhas detenções?
– Nathan pensou, lembrando o que Andy dissera quando descobrira sobre elas também. Até o Professor Snape tentara se livrar dele. Mas Nathan não estava interessado em mudar seu supervisor, não agora que ele sabia que o Professor Snape tinha informações importantes sobre seu pai.

O Dia das Bruxas não foi o mesmo sem você. Eu fui a uma festa, mas não tinha morcegos de verdade lá, só falsos esqueletos e caldeirões, e não dava para Conjurar nenhum, não é?

Não
– Nathan pensou, sorrindo.

Eu já deveria saber que o Harry faria algo tão estúpido quanto duelar com o Professor Snape; eles nunca se deram muito bem. Também não me surpreende que Harry nunca tenha ganhado. O Professor Snape é um bruxo muito poderoso, e não acho que ele perderá tão cedo. Na verdade, se depender de mim, não haverá outra oportunidade.

– Oops! – Nathan exclamou.

– O que foi? – Kevin perguntou.

– Acho que o tio Harry está encrencado. Contei para minha mãe sobre o duelo anual e ela disse que vai acabar com eles. Se eu conheço a minha mãe, ela não vai descansar enquanto o tio Harry não prometer para ela que nunca mais vai duelar com o Professor Snape novamente – Nathan explicou.

– E você acha que ele vai dar ouvidos para ela? – Kevin perguntou então.

– Eu não sei. Ele normalmente dá, mas ele parecia realmente determinado a vencer o próximo duelo.

– Espero que ele não dê ouvidos a ela. Eu quero ver outro duelo daqueles! – Andy disse.

Nathan continuou a ler a carta, depois de tomar um gole de suco de abóbora.

Então, está animado para a partida de quadribol? Você faria o Rony ficar orgulhoso. Sinto tanto a sua falta. Também estou esperando ansiosamente pelas férias de Natal. Vou começar a planejá-la, para termos um grande fim de ano.

Com amor,

Mamãe


Nathan sorriu. O Natal era seu feriado preferido e ele estava esperando ansioso pelo que sua mãe prepararia neste ano.

O dia passou sem nenhum evento incomum. Nathan trabalhou em sua tarefa e brincou com seus amigos na sala comunal, já que a chuva não encorajava nenhuma atividade ao ar livre.

Quando a noite chegou, a detenção continuou como se nada tivesse acontecido. Nathan voltou para a caixa de sapos e o Professor Snape para seus textos de poções. Nathan trabalhou como na noite anterior, em silêncio, embora tivesse muitas perguntas que gostaria de fazer ao homem que estava lendo na mesa a sua frente. Ele estreitou os olhos, tentando ler o título do livro do Professor Snape, mas não conseguia decifrá-lo àquela distância.

Nathan preparou mais alguns sapos, mas estava ficando entediado com a tarefa. Uma vez que a novidade do conhecimento adquirido passara, dissecar sapos não era mais tão fascinante assim. Porém, ainda restavam alguns. Ele suspirou.

Dando um tempo da tarefa, Nathan achou que era uma boa hora para começar uma conversa com o mestre de Poções. Outra parte do seu grande plano era fazer o Professor Snape falar, não importava o assunto. Ele percebera que nunca tiraria nada do seu professor se ele não conseguisse fazer o homem conversar com ele.

– O que o senhor está lendo, professor? – Nathan perguntou.

Snape olhou por sobre o livro, observando o menino atentamente. – Volte ao trabalho, Sr. Granger.

– Sim, senhor – Nathan disse, desapontado com seu fracasso em engajar seu professor em uma conversa.

Sem querer desistir ainda, Nathan tentou novamente, dois sapos mais tarde – O senhor lê outros livros, professor? Digo, que não estejam relacionados a poções?

– Por que, Sr. Granger? Os sapos não estão mais tão interessantes? – Snape perguntou, mostrando sua irritação com as perguntas.

Nathan podia sentir a irritação no tom do mestre de Poções, mas não ligou. Ele conseguira o que queria; o Professor Snape estava falando. – Não muito – ele respondeu então, mantendo seu plano.

Professor Snape baixou o livro, mantendo um dedo marcando a página que estivera lendo, e olhou para Nathan. – É por isso que esta é uma tarefa para uma detenção, Sr. Granger – ele simplesmente disse, e continuou encarando o menino, desafiando-o a dizer mais alguma coisa.

– Certo – Nathan disse.

– Nós podemos voltar para as frases, se é isso que quer? – Snape ofereceu, sorrindo maliciosamente.

– Não, estou contente com os sapos, senhor – Nathan respondeu rapidamente. – Só estava curioso para saber o que o senhor está sempre lendo, professor, é só isso.

– Guarde sua curiosidade para você, Sr. Granger, e volte ao trabalho – Snape falou rispidamente.

Mas Nathan ainda não estava pronto para interromper a conversa. – Eu gosto de ler todos os tipos de livros – ele disse, depois de algum silêncio.

Snape estava fingindo ler novamente, e não deu atenção às palavras de Nathan.

O menino insistiu. – Os livros de poções estão entre os meus preferidos. Têm tantos na biblioteca... queria ler todos – Nathan disse com uma voz sonhadora.

O tom na voz de seu filho chamou a atenção de Severo, e ele olhou por sobre seu livro novamente. O menino tinha uma expressão de desejo, que durou por apenas um momento, antes de retornar para uma de concentração quando Nathan voltou ao trabalho. Severo sentiu seus lábios curvando-se nos cantos da sua boca com aquela demonstração de paixão por livros; o momento não durou muito, e retorceu sua boca em repugnância consigo mesmo ao perceber o que estava acontecendo.

Ele não se importava se o menino era inteligente. Ele não se importava se o menino era talentoso em Poções. Ele não se importava se o menino era intrigante. Ele não se importava se este menino era seu filho. Ele não queria se importar. Ele não estava nem aí, certo?

Errado.

Ele se importava e sabia disso. Ele se importava e aquilo doía nele. Ele se importava, mas não queria se importar, e não iria. Era isso! Essas detenções tinham que acabar. Ele teria que acabar com elas!

Levantou-se abruptamente, assustando Nathan. Foi até onde o menino estava e dirigiu-se a ele. – Já chega por hoje, Sr. Granger.

Nathan surpreendeu-se com a reação do Professor Snape. Ele não conseguia entender o que estava errado desta vez, e ainda tinham alguns poucos sapos para preparar. – Mas ainda tem...

– Os ingredientes que você preparou são suficientes para as necessidades da escola. Você pode ir embora agora – o Professor Snape antecipou.

Nathan só olhava para o Professor Snape, procurando os motivos por trás de tal comportamento, mas não encontrou nenhum. Acreditando no seu plano, ele guardou suas perguntas para si mesmo e preparou-se para sair, enquanto o mestre de Poções o observava de perto da ponta da bancada.

Ele pegou suas coisas e seguiu em direção a porta com o Professor Snape seguindo de perto. Achou estranho, mas tentou manter em mente que entenderia tudo mais cedo ou mais tarde. O mestre de Poções deixou a sala de aula com ele, mas não o seguiu depois disso, deixando Nathan para trás com seus longos passos. O menino estreitou os olhos, confuso, e então deu de ombros, seguindo para a Torre da Grifinória.

*-*-*-*


Severo andou rapidamente, a passos largos, pelos corredores, ignorando os alunos que desviavam do seu caminho. Ele estava indo direto para o escritório da Diretora para acabar com essas detenções perturbadoras.

Proferiu a senha à gárgula e subiu a escada rolante. Ele bateu na porta e esperou ser admitido por Minerva. Assim que ela reconheceu sua presença, Severo entrou na sala circular e andou diretamente para ficar em frente à mesa da Diretora, onde ela estava sentada.

A Professora McGonagall abandonou sua pena e entrelaçou os dedos, colocando-os encima da mesa, e olhou para o homem altivo. – Sente-se, Severo – ela disse. – Aceita um chá?

Severo baixou seu corpo esbelto em umas das cadeiras de braço voltadas para a mesa. – Minerva, eu estou aqui para discutir o esquema de detenções do Sr. Granger. Não posso mais supervisioná-las, e agora que o Lupin está de volta, tenho certeza que ele irá cumprir seu dever e disciplinar seus Grifinórios.

A Professora McGonagall suspirou. – Não consigo entendê-lo, Severo. Não me recordo de uma única detenção que tenha rejeitado supervisionar, e mesmo assim é a segunda vez que você tenta recusar supervisionar o Sr. Granger – ela disse, observando o mestre de Poções com olhos estreitos. – O que está acontecendo entre vocês dois?

– Não tem nada acontecendo entre eu e qualquer aluno – ele devolveu com irritação. – Eu tenho outras coisas que prefiro fazer ao invés de supervisionar as detenções de um Grifinório. Isso é trabalho do Lupin – declarou.

McGonagall não se convenceu. – Dê-me um bom motivo para transferir as detenções dele para outro professor.

Ele tinha muitos motivos para querer se livrar daquelas detenções. A presença irritante do menino era um; as perguntas e comentários impertinentes eram outro; a semelhança de Nathan com a mãe também era um bom motivo; mas principalmente porque seu filho estava fazendo surgir sentimentos estranhos nele, e Severo não queria lidar com isso agora. Entretanto, ele não podia dizer nenhuma daquelas coisas; – Eu tenho meus motivos – disse ao invés disso.

– Tenho certeza que tem – disse Minerva irritada. – Quero saber quais seriam eles.

– Minerva, eu... – ele começou a responder quando a porta abriu e admitiu uma aluna do sétimo ano: a Monitora Chefe.

– Diretora – a menina disse, respirando sofregamente como tivesse corrido todo o caminho até ali. – O Pirraça inundou o corredor do sexto andar com aquele líquido azul novamente, e estava indo para as escadas com outro balde cheio quando saí!

– Ah, eu o mataria se ele já não estivesse morto – McGonagall murmurou baixinho. Ela cruzou a sala e saiu com a aluna, esquecendo completamente do mestre de Poções por hora.

Severo não seguiu a Diretora. Estava cansado das peças do Pirraça, e podia usar o tempo para pensar em um motivo para acabar com seu sofrimento, um motivo que pudesse dizer para a Minerva sem expor sua posição como pai do menino.

Dez minutos se passaram no silêncio do escritório circular, e a McGonagall ainda não voltara; outros dez minutos e ainda nenhum sinal de que a Diretora estava voltando. Snape estava se cansando de esperar e pensar. Não viera a sua mente nenhuma mísera desculpa plausível para acabar com as detenções. O ronco dos retratos cochilando o irritava ainda mais. Ele levantou-se da cadeira e andou até a porta, quando ouviu uma voz vinda de trás.

– Severo.

Snape hesitou só um segundo antes de ignorar o chamado, e continuou dirigindo-se pra fora do escritório, até ouvir aquela tão conhecida voz novamente.

– Não afaste seu filho de você.

Estático, Severo fechou os olhos. Ele virou-se para encontrar os olhos azuis da figura no retrato: Alvo Dumbledore. – Não sei do que está falando. Eu não tenho nenhum filho e não dou ouvido a retratos – Severo disse calmamente.

– Ele me lembra notavelmente você quando tinha a idade dele – o antigo Diretor disse, ignorando os comentários de Severo. – Mas notei que ele é um Grifinório, diferente de você. Deve ser coisa da mãe dele, então – o retrato acrescentou divertindo-se, olhos cintilando.

– Eu não tenho que dar ouvidos a um velho retrato confundido – Snape murmurou, mas não conseguia sair da sala cilíndrica.

– Se ele se parece um pouco com os pais, deve ser um menino extraordinário. A combinação dos pais dele só poderia resultar em um grande bruxo, tenho certeza – a pintura pendurada atrás da mesa continuou. – Ele deve ser um excelente aluno. Ele é talentoso em Poções?

Severo suspirou. – Ele é muito talentoso e inteligente – admitiu, sua voz um pouco mais alta que um sussurro quando desviou seus olhos da figura delimitada pelas molduras douradas.

O retrato sorriu com a admissão tímida de seu amigo, e então ficou sério. – Por que está afastando ele de você, Severo?

Houve silêncio no escritório circular. Severo sentia-se muito desconfortável com a conversa. Ele raramente falava com o retrato do Alvo, e este não era um assunto que ele escolheria para conversar.

– Não acho que isso diga respeito a um retrato – Severo disse.

– É a segunda vez que você tenta passar as detenções dele adiante. Se estou certo, baseado nas minhas observações, ele não sabe que você é o pai dele... Estou certo? – Alvo disse, ignorando os comentários rudes de Severo.

– Eu não sou o pai dele! – Severo rosnou.

– Severo, você não pode negar para sempre. Você tem um filho e deveria estar usando o tempo que passa com ele nas detenções para conhecê-lo melhor – o Dumbledore do retrato disse. – Você falou com a Hermione sobre isso?

Severo voltou para a cadeira de braço em que se sentara enquanto conversava com a Diretora. – Eu não quero matá-la depois de todo o trabalho que tive para salvá-la – ele disse então, seu tom sarcástico era insuficiente para disfarçar a sua verdadeira raiva, mostrada por suas mãos em punhos.

– Você não vai matá-la.

Severo olhou para o retrato. – Não posso ignorar o que ela fez! Ela me traiu e o escondeu de mim. Ela não deveria ter feito isso! – ele falou rispidamente.

– Ah, então este é o problema – Alvo disse. – Hermione deve ter tido suas razões para agir como agiu, e você só descobrirá que motivos são esses quando falar com ela. Mas isso ainda não explica por que você está afastando seu menino de você, Severo.

– Ele não é meu menino! – Severo disse com aversão. – Eu não quero um filho, nunca quis. Se ela pensou que poderia ter um filho meu, sem o meu consentimento, o problema é dela. Eu – Não – Quero – Um – Filho – enfatizou, palavra por palavra.

– Você está perdendo a batalha, não está? – o retrato disse, seus olhos cintilando. Severo deu-lhe um olhar de desprezo por aquelas palavras. – É por isso que está tentando afastá-lo de você.

– Deixe-me dizer-lhe uma coisa, Severo: não vai funcionar. Você ainda vai querer saber do que ele gosta, quem são os seus amigos, o que ele faz quando não está em aula, que livros ele lê; mesmo se não supervisionar as detenções dele.

– Vai funcionar. Tem que funcionar. Porque eu não quero saber dele. Eu não quero um filho.

– Esta não é mais uma opção, meu caro. Você já tem um filho – Alvo disse e sorriu.

Severo mostrava sua aversão às palavras do Alvo do retrato. A maldita pintura estava certa, provando que era uma cópia fiel do seu mentor há muito perdido. Ele suspirou. – Não posso ser o pai que ele merece, Alvo – disse, balançando a cabeça em negação. – Ele sonha com um pai diferente.

– Como você sabe que tipo de pai ele quer?

– Porque ele me disse – Severo destacou.

– O que ele disse exatamente? – Dumbledore perguntou.

– Que ele gostaria de ter Potter como pai – Severo disse o nome do padrinho do seu filho com desprezo. – Ele sonha com um herói, Alvo, não com um assassino criminoso como eu. Eu sei o que sou, e ele está melhor sem mim.

– Você não é um assassino criminoso, Severo – Alvo disse como repreensão.

– É por isso que não falo com você! – Severo disse em exasperação. – Você é só uma sombra do homem que foi criado para representar. O verdadeiro Alvo saberia quem realmente sou: um homem que fez coisas demais e está além da redenção. Não é assim que vejo um pai!

A figura no retrato balançou a cabeça. – Tantos anos se passaram, meu caro, e você ainda não acredita ser digno de ser respeitado e amado.

– Eu não sei qual é a natureza do seu relacionamento com a Hermione, mas acredito que se ela teve um filho seu, ela deve ter tido um bom motivo.

– Não há relacionamento – Severo disse, ríspido –, e ela é a única culpada por suas escolhas erradas. Ela arruinou a vida dela e agora está arruinando a minha também. Bruxa estúpida! – xingou.

– Ora, Severo, não pode ser tão ruim assim! – Alvo chamou sua atenção. – Tenho certeza que Hermione fez a escolha certa. Seu menino, o Nathan, não parece um erro para mim.

– Você não sabe do que está falando. Você é só um retrato velho e intrometido que deveria guardar suas opiniões para si mesmo – Severo disse, levantando-se da cadeira e dirigindo-se para a porta. Desta vez ele não olhou para trás enquanto deixava a sala, quase derrubando uma Minerva surpresa, que estava a ponto de abrir a porta pelo lado de fora.

*-*-*-*


Nathan aproximou-se da mesa onde seus amigos estavam reunidos na sala comunal, depois de ser enxotado da sua detenção. Assim que notaram sua presença, eles pararam de falar abruptamente. Aquilo não passou despercebido por Nathan, mas ele não disse nada.

Sentou-se numa cadeira livre. Houve silêncio entre eles por um momento desconfortável até ele decidir quebrar o gelo. – Sobre o quê vocês estavam falando? – perguntou.

Os dois meninos se entreolharam. Andy disse: – Estávamos discutindo a partida de quadribol.

Nathan olhou de Andy para Kevin. Algo não estava certo, mas ele não conseguia dizer o quê. – O que tem a partida de quadribol? – perguntou então.

– Ah, as mesmas coisas que estávamos discutindo antes, você sabe – Andy disse, acenando com descaso. – Não acho que os Sonserinos tenham chance contra nós!

– Exatamente! – concordou Kevin.

Nathan olhou para eles mais uma vez antes de deixar para lá. – Espero que a gente ganhe – disse. Ele não tinha certeza, mas podia jurar que ouviu Kevin suspirar.

Eles falaram mais sobre quadribol, depois um pouco sobre a tarefa (um assunto extremamente irritante na opinião de Andy). Nathan estava ficando com sono, mesmo com a conversa animada. Depois de seu terceiro bocejo consecutivo, anunciou: – Estou um pouco cansado. Acho que vou dormir. – Levantou-se. – Boa noite.

Seus amigos responderam com seus boa noite e Nathan subiu a escada. Do último degrau ele virou-se para a sala comunal e viu Andy e Kevin murmurando algo um para o outro. Ele estreitou os olhos. Estranho – pensou. Seus amigos escondiam algo dele; podia sentir. Mas não ia descobrir nada agora; estava muito cansado para isso. Descobriria isso amanhã. Ficaria de olho neles.

Pela manhã, eles agiram como se nada tivesse acontecido. Foram para o café da manhã juntos e então para as masmorras, para a aula de Poções. Metade dos alunos já estava na sala de aula quando eles chegaram. Eles foram para seus lugares habituais, esperando pelo Professor Snape.

Não tiveram que esperar muito. O mestre de Poções entrou violentamente na sala, já descontando pontos da Grifinória porque Josie não estava em seu lugar naquele exato momento. Aquilo deixou todos quietos pelo restante da aula.

Nathan surpreendeu-se com o comportamento do Professor Snape. O que tem de errado com ele? – pensou, observando o homem pensativo trabalhando em redações na sua mesa na frente da sala. Nathan terminara sua poção antes de seus colegas, como sempre, e usava o restante da aula para observar o mestre de Poções.

Andy ergueu os olhos do caldeirão e notou Nathan observando o Snape. Ele cutucou Kevin, que trabalhava ao seu lado, e quase o fez derrubar um pedaço inteiro de raiz de margarida em seu caldeirão ao invés da fatia requerida. – O que há de errado com você? – Kevin perguntou em um murmúrio silvado, irritado com a interrupção. Andy simplesmente apontou para o Nathan com um movimento de cabeça, e Kevin seguiu seu olhar e assentiu.

A aula acabou com a perda total de vinte pontos para a Grifinória. Nathan comentou sobre isso enquanto se dirigiam para a sala de aula de Defesa com seus amigos. – Com o quê o Professor Snape estava tão irritado?

Kevin e Andy entreolharam-se daquele jeito estranho de novo.

– Eu não sei – Andy respondeu.

– Se você não sabe, como eu saberia? – disse Kevin dando de ombros.

O que ele quer dizer com isso? – Nathan pensou. Seus amigos estavam cada vez mais estranhos, e ele ainda não sabia por quê. Ignorou a resposta esquisita e entrou na sala de aula do Professor Lupin.

Aquela aula passou tranquilamente. Agora, com o Professor Lupin ensinando novamente, a aula voltou ao ritmo normal. No final da lição, Nathan ouviu seu professor dizer: – Nathan, um momento, por favor.

Nathan olhou para seus amigos. Eles assentiram, indicando que esperariam por ele no corredor, e deixaram a sala com os outros. Nathan aproximou-se da mesa do Professor Lupin. – Pois não, senhor?

– Eu ouvi dizer que você se meteu em confusão enquanto eu estava fora – Lupin disse.

Nathan baixou a cabeça. – Eu entrei na Floresta quando não devia. Estou servindo detenções com o Professor Snape, senhor.

– Foi o que ouvi dizer – o lobisomem disse. – Também ouvi que entrou na Floresta à procura de unicórnios, e que fez isso só para impressionar o Professor Snape e conseguir alguns pontos dele, estou correto?

– Sim, senhor. De certa forma – Nathan admitiu. – Você está bravo comigo?

– Não, não estou bravo com você. Um pouco desapontado, talvez, mas não bravo. Nós falamos sobre o Professor Snape antes e pensei que você tivesse entendido que ele não reconhecia o trabalho duro como os outros professores.

– Eu entendi. Aprendi a lição, senhor – Nathan disse. – Não farei nada tão estúpido novamente.

– Fico feliz em ouvir isso. – Lupin assentiu satisfeito. – Era tudo que eu queria ouvir de você. Acho que seus amigos estão esperando você do lado de fora. – Ele apertou o ombro do Nathan em uma demonstração de afeto e acompanhou-o até a porta. – Se tiver algo lhe aborrecendo, quero que venha até mim. E tente não se meter em confusão durante a lua cheia – acrescentou com um sorriso.

Nathan assentiu e deixou a classe. Encontrou com seus amigos no final do corredor. Eles estavam murmurando um para o outro novamente e pararam assim que viram Nathan se aproximando. Foram para o almoço e Nathan não insistiu no assunto.

Durante as aulas da tarde, os três se distraíram com o trabalho prático exigido em Herbologia, mas aquela distração acabou quando entraram na sala de aula de História da Magia. Era impossível não ficar entediado durante aquela aula, e enquanto a maioria dos alunos dormia, Nathan pensava sobre tudo que estava acontecendo, especificamente, o comportamento estranho de seus amigos e do Professor Snape.

As aulas terminaram pelo dia. O jantar estava bom, e no final da refeição o trio se separou no Saguão de Entrada. Kevin e Andy foram para a biblioteca, enquanto Nathan desceu a escada que levava às masmorras para mais uma detenção.

– Esfregue aqueles caldeirões – o Professor Snape disse assim que Nathan entrou na sala de aula.

Nathan suspirou com o retrocesso nas tarefas de detenção. Ele estava ansioso por mais preparos de ingredientes ou coisas do tipo, mas ao invés disso, estava de volta limpando caldeirões imundos.

Ele tentou travar uma conversa com o Professor Snape mais tarde naquela noite, mas decidiu desistir depois de um par de comentários bem sórdidos do seu professor. O mestre de Poções não estava em um de seus melhores dias, como Nathan suspeitara desde a aula de Poções naquela manhã.

Sendo assim, deixou as masmorras depois de algumas horas de trabalho duro e dirigiu-se para a Torre da Grifinória, onde encontrou seus amigos. Eles não perguntaram sobre sua detenção; talvez fosse por causa da quantidade de tarefa que eles tinham para amanhã.

No dia seguinte, tudo parecia normal. Café da manhã, Feitiços, aulas de vôo (que estava se mostrando uma aula divertida), almoço, Transfiguração, tarefa, jantar, e detenção com o Professor Snape.

Naquela noite, o Professor Snape designara que ele trabalhasse no depósito, sozinho. Ele passara somente o tempo necessário pra explicar-lhe a tarefa e então saíra, rumo à sala da aula.

Nathan conseguira fazer o inventário de metade dos ingredientes de Poções quando ouvira a voz do Professor Snape encerrando sua detenção da noite de onde ele estava sentado, na sua mesa na sala de aula de Poções.

Ele voltou para a sala de aula com seus muitos pergaminhos de anotações em mãos e parou ao lado da mesa do mestre de Poções. – Estou no meio do inventário. Acho que terminarei amanhã – disse, entregando suas anotações ao professor.

Professor Snape passou os olhos nas anotações e impressionou-se com a quantidade de informações detalhadas que continha, embora sua expressão não mostrasse nenhuma emoção. – Sim – disse simplesmente.

Nathan virou-se para sair, mas hesitou. – Se importaria se lhe perguntasse uma coisa, senhor?

– Você não acabou de perguntar assim mesmo? – Professor Snape retrucou.

Nathan sorriu com malícia. – Acho que sim – admitiu. – O que é aquela poção esverdeada sem rótulo que está dentro de uma caixa de madeira na prateleira mais alta no depósito? – perguntou então.

A expressão do mestre de Poções escureceu enquanto ele se levantava e contornava a mesa para parar em frente ao Nathan. – Você pegou nela? – ele perguntou.

A urgência de seu professor assustou Nathan. – Peguei o frasco. Estava grudento – ele respondeu.

– Dê-me suas mãos – Snape solicitou, e assim que Nathan estendeu suas mãos para seu professor, ele agarrou-as e examinou suas palmas.

Aquele movimento surpreendeu Nathan ainda mais. – O que tem no frasco? – ele perguntou.

– Você o abriu? – Professor Snape perguntou, ignorando a pergunta de Nathan.

– Sim – o menino respondeu simplesmente.

Snape levantou os olhos no momento que ouviu a resposta afirmativa. Ele soltou as mãos de Nathan e, com a mão direita segurou o queixo de seu filho entre dois dedos, levantando a cabeça de Nathan para examinar seus olhos. – Você inalou alguma coisa?

– Não diretamente – Nathan disse.

O Professor Snape estreitou os olhos. Soltando a outra mão que ainda segurava, ele usou os dedos agora livres para esfregar a pele sob os olhos do menino, procurando sinais de irritação, mas não encontrou nenhum. – Você não deveria abrir frascos se não sabe o que eles contêm! – rosnou então, libertando Nathan de suas mãos um tanto quanto rudemente e dando as costas para o menino em visível irritação.

A mudança dele, de preocupado para tempestuoso, deixou Nathan sem saber o que dizer. – Eu... eu não... – titubeou.

– Cinco pontos a menos para a Grifinória Sr. Granger, por sua falta de bom senso e cuidado ao lidar com substâncias desconhecidas! – o mestre de Poções falou rispidamente. – Você poderia ter se envenenado!

Nathan estava boquiaberto em frente ao Professor Snape. Mas o que... – pensou, franzindo a testa. – Não foi culpa minha! Estava sem rótulo e eu estava fazendo um inventário. O que podia fazer? – ele perguntou em exasperação, agora irritado com seu professor pela perda dos pontos.

– Deixá-lo, mostrar para mim, ou me perguntar – Snape disse, virando-se para encarar seu filho –, mas nunca abri-lo! Nunca abra um frasco de poção se não conhece seu conteúdo! Você entendeu?

A intensidade nos olhos do Professor Snape era desconcertante. – Sim, senhor – Nathan respondeu calmamente e então desviou seus olhos dos olhos do seu professor.

Severo deu as costas para Nathan. – Volte para a Torre da Grifinória, Sr. Granger – disse calmamente. Quando ouviu a porta se fechar, fechou os olhos e levou os dedos para esfregar a testa.



A/N: Desculpe a demora para atualizar. Bom, antes tarde do que nunca, não é? Pelo menos o capítulo é bem grande, espero que compense. :0) Deixe um review dizendo o que achou do capítulo, adoro saber o que vocês pensam.

No próximo capítulo… A partida de quadribol e… detenções?

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