Relacionamentos





DISCLAIMER: Não é meu! É tudo da J. K. Rowling.

AVISO: Esta história se passa no futuro e contém spoilers do livro 6! Esteja avisado/a!

BETA READER: BastetAzazis – muito obrigada!

A/N: Capítulo Dez, wow! :0) Um Nathan desinformado vai enfrentar um mês de detenções com seu pai, agora muito bem informado. Ai, ai, ai!



Capítulo 10: Relacionamentos

Nathan deixou o escritório do Professor Snape franzindo a testa pensativo. Ele notara a expressão estranha no rosto de Snape depois de ter lhe perguntado sobre o passado de sua mãe. Ele sabe alguma coisa, concluiu, assim como o tio Harry. Todos que sabiam algo que poderia ajudá-lo a descobrir a identidade de seu pai preferiam não lhe dizer nada. Por quê? ele se pegou pensando. Será que ele é uma pessoa tão horrível que todos sentem a necessidade de me proteger dele? Não era a primeira vez que sua mente o levava àquela suposição.

Ele voltou à Torre da Grifinória tentando entender o que poderia ser tão horrível sobre seu pai. Será que ele está morto? Não, já pensara sobre essa possibilidade e a descartara. Se seu pai estivesse morto, sua identidade não seria de tamanha importância, seria? Ele achava que não. Ele deve ser um homem horrível e perigoso. Este deveria, mais provavelmente, ser o caso. Seu pai era um monstro. Será que ele está em Azkaban, então? Só poderia ser, porque de uma coisa ele estava certo: seu pai era um bruxo. Mas, mesmo assim, por que seria tão importante que ele não soubesse sua identidade? Nathan balançou a cabeça com a falta de respostas.

Ele passara por isso tantas vezes, mas ainda ia descobrir algo que realmente o levasse ao nome do seu pai. E mais uma vez, Snape sabia de alguma coisa. Isso era novidade. tio Harry era o melhor amigo da sua mãe, então era lógico Nathan esperar que ele soubesse de alguma coisa sobre o assunto, mas Snape... isso era completamente inesperado. Nathan nunca havia pensado em Snape como um dos amigos de sua mãe. Perguntara ao mestre de Poções sobre os relacionamentos dela somente por impulso, e agora ele percebeu que Snape sabia de alguma coisa. O que ele sabe? Será que ele sabe quem é o meu pai? Ele suspirou.

Nathan entrou na sala comunal ainda perdido em seus pensamentos. Kevin o avistou perto do buraco aberto pelo retrato e chamou Andy, que trabalhava em sua redação de Transfiguração. Ambos observaram seu amigo distraído, andando sem rumo pela sala. Kevin o trouxe de volta de suas reflexões. – Ei, Nathan!

Nathan olhou para eles, surpreso ao vê-los ali; e percorreu o espaço que o separava de seus amigos. – E aí – disse sem um traço de entusiasmo, acomodando-se na poltrona em frente à mesa onde eles trabalhavam. Estava cansado, tanto pelas atividades do dia, que agora faziam efeito em seu corpo enfraquecido, quanto por sua mente extenuada.

Andy, ao notar o comportamento incomum de Nathan, perguntou – Está se sentido bem?

Nathan suspirou. – É, estou bem. Só um pouco cansado, só isso.

– Tem a ver com o Snape? – perguntou Kevin. – Eu nunca o vi tão assustador quanto hoje. – Depois de uma pausa, acrescentou – Ele ofereceu alguma coisa para você beber? Você não aceitou, não foi? – Olhou para Nathan preocupado.

– Isto seria uma estupidez – concordou Andy. – Todos sabem que Snape é um bruxo das trevas, e do jeito que ele estava hoje...

– O Professor Snape não é um bruxo das trevas. Ele salvou a minha vida ontem, lembra? – Nathan o repreendeu. – Eu só não beberia nada que ele me oferecesse porque ele é um Sonserino.

– Este também é um bom motivo – concordou Kevin, assentindo com a cabeça. – Bem, como foi o encontro então?

– Cinqüenta pontos e um mês de detenções – Nathan declarou simplesmente.

– Um mês? Isso é horrível! Como alguém pode sobreviver a um mês de detenções com o Snape? – Andy perguntou incrédulo.

Nathan suspirou. – Eu darei um jeito – assegurou aos seus amigos. – Eu sobrevivi um dia; posso sobreviver aos demais.

– Mas, um mês inteiro? Eu não sei... – Andy disse, incerto. – Você deveria procurar a Diretora e pedir a ela que fizesse algo a respeito. Eu não acho que ela iria querer ver ninguém com o Snape por tanto tempo.

– Eu vou ficar bem – Nathan assegurou aos seus amigos mais uma vez. Ele agora enxergava este mês de detenções com o Professor Snape com uma luz completamente diferente, mas seus amigos não sabiam disso. O mestre de Poções sabia algo sobre seu pai e não seria tão ruim assim passar algum tempo com ele. Teria mais oportunidades de investigar. Esta poderia ser sua chance de finalmente descobrir quem era o seu pai.

Nathan nunca havia falado sobre isso com seus amigos. Eles não perguntaram, e ele também não lhes contou nada. Nathan estava confortável com a situação, já que não queria seus amigos olhando para ele como o bastardo que era. Não, não diria nada. Manteria a informação para si mesmo.

Claro, quando Andy começava a contar histórias de seu pai, de como ele o ensinara manobras de quadribol e todas as outras coisas divertidas, Nathan também desejava ter um pai. Perdera tantas coisas que só um pai poderia oferecer. Tentara imaginar seu pai fazendo tudo aquilo que Andy falava, mas não conseguia imaginar direito. Faltava alguma coisa, não conseguia imaginar o rosto de seu pai.

Decidindo que não tinha forças nem para começar a ler o que tinha programado para a noite, Nathan disse boa noite e dirigiu-se ao dormitório. Teria sua primeira detenção amanhã e ainda estava pensando no que fazer com a informação que adquirira hoje. Snape sabia algo sobre seu pai.

*-*-*-*


Severo conseguira acalmar-se um pouco depois daquela explosão de raiva. Agora estava andando de um lado para o outro da sala de estar de seus aposentos, pensando no que fazer. Entre uma idéia e outra, lhe vinha à cabeça uma forma de agredir Hermione Granger, e era quando ele parava de andar e respirava fundo, só para começar a andar novamente.

Em um instante de loucura, pensou em matar a Srta. Granger e depois em se matar, mas conseguira controle suficiente para perceber que aquela não era a resposta. Tudo isso estava acontecendo, primeiramente, porque quisera que ela vivesse. A idéia de se matar ainda pairava em sua mente entre uma idéia ruim e outra pior, mas seus instintos Sonserinos de auto-preservação logo o impediam, e ele voltava à estaca zero. Não tinha uma mísera idéia sequer sobre o que fazer.

Cansado de andar de um lado para o outro, sentou-se na poltrona em frente ao fogo crepitante que iluminava a sala. Como ela pôde fazer isso comigo? Urrava, frustrado por não saber a resposta. Como ela pôde fazer isso consigo mesma? Suspirou. Não conseguia imaginar as razões pelas quais uma mulher como Hermione faria tal coisa; ficar com uma criança de um estupro. Era perfeitamente aceito abortar nessas circunstâncias, e ele tinha certeza que ela sabia disso. Então por quê? Por que continuar com uma gravidez que começara de tal maneira? Ele não conseguia achar uma explicação razoável para as ações dela. Este era mais um mistério a ser adicionado à coleção dos mistérios da Srta. Granger.

Ela sabia que ele era meu filho; ele não tinha dúvidas quanto a isso, e isso só o confundia ainda mais. O fato de que ela sabia que estava grávida de uma criança sua e seguiu adiante assim mesmo, era desconcertante. Por que ela iria querer ficar com uma criança com o meu sangue? Ele contorceu o rosto com a idéia. Não estava preparado para lidar com isso: ele tinha um filho. Só podia lidar com sentimentos que ele entendia e, neste momento, ele sentia emoções demais. Queria culpar alguém por este turbilhão de sentimentos. Não poderia culpar Nathan, porque o menino não teve escolha nesta questão. Culparia a mãe dele.

Seus pensamentos se voltaram para Nathan, mesmo que a contragosto. Não, não poderia culpar o menino, mas também não precisava gostar dele. O menino era tão irritante quanto a mãe. E tão inteligente quanto ela, também, tinha que admitir. A habilidade do menino com poções... isso era dele. Lembrou como tinha ficado maravilhado com o trabalho de Nathan durante suas aulas. Agora ele podia reconhecer isso, porque sabia que o menino herdara essas habilidades dele. Então Severo balançou a cabeça, não queria pensar nisso. Não queria pensar no menino.

Levantou-se, deixou a pequena sala de estar e foi para o banheiro. Talvez um banho o ajudasse a pensar em uma solução. Precisava pensar com clareza em como iria lidar com isso, e sentia-se tão cansado como se tivesse confrontado uma dúzia de Dementadores. Abriu a torneira e a água começou a encher a banheira. Virou-se e encontrou seu reflexo o olhando de volta pelo espelho. Ficou ali, encarando-se e ouvindo a água cair, ouvindo seus pensamentos. Fechou os olhos e esfregou a nuca, jogando a cabeça para trás de encontro com sua mão. Então, abriu os olhos novamente. – Você é um desastre – disse ao seu reflexo. – Está sempre estragando a vida das pessoas.

Ficou se encarando até a água atingir o nível perfeito. Despiu-se e submergiu seu corpo dolorido na água morna. Deveria confrontar a Srta. Granger, pensou, e dizê-la que o que fez foi o seu pior erro. Suspirou. Não conseguiria nada com um ato tão tolo. O que estava feito, estava feito. Entretanto, vou fazer ela se arrepender do que fez, pensou, segurando seu maxilar fechado com a força da raiva. Se não podia voltar e mudar o fato de que tinha um filho, ele faria a mulher responsável por este erro pagar.

Fechou seus olhos novamente, tentando aproveitar o banho relaxante. Não queria um filho, nunca quis. Outro Snape, tudo que o mundo precisava, pensou sarcasticamente. Uma família nunca fez parte dos seus planos de vida. Não estava nem entre as dez primeiras coisas que ele mais queria. Mas se começasse a pensar sobre todas as coisas que sempre desejou na vida, iria perceber que tinha devotado todos esses anos às coisas erradas. Todos os erros que cometera em sua juventude; todos os erros que cometera como adulto... Será que eu realmente sei o que eu quero? se pegou pensando. Tudo o que quero agora é ser deixado em paz. Disso, ele tinha certeza.

Paz parecia algo um pouco distante para se conseguir agora. Estava no meio da confusão novamente, as conseqüências de seus atos persistiam em assombrá-lo. Nenhuma paz, só incertezas e escolhas a serem feitas: mais chances de cometer mais erros. Terei uma solução pela manhã, pensou com convicção. Tudo que precisava era relaxar, esvaziar a mente e dormir um pouco. Terminou seu banho e colocou seu pijama.

Deitou seu corpo cansado na cama macia e tentou dormir, mas por mais que tentasse, não conseguia relaxar. Rolava de um lado para o outro, sua cabeça nos eventos que mudaram sua vida mais uma vez. Não conseguiria dormir esta noite. Não achava que conseguiria por muitas noites.

Quando a manhã chegou, Snape preparava-se para participar do café da manhã no Salão Principal. Havia decidido que não mudaria sua vida só porque uma criança tinha um pouco do seu sangue correndo nas veias. Deixou seus aposentos e encontrou alguns poucos alunos em seu caminho para o Salão Principal. Ainda era cedo e foi um dos primeiros a chegar, o que lhe era perfeitamente apropriado. Ele não estava no melhor de seus humores para lidar com alunos irritantes ou perder tempo com bate-papo com seus colegas.

Snape tomou seu lugar de sempre e serviu-se de uma xícara de café, como sempre. Uma coruja trouxe-lhe sua cópia do Profeta Diário como sempre e ele leu as notícias triviais do mundo mágico enquanto tomava seu café. Passou manteiga em algumas torradas, e comeu um pouco de ovos e salsichas, como sempre. Então, olhou as mesas dos alunos e a porta de entrada, que era mais um de seus hábitos diários. Viu um grupo de alunos do primeiro ano da Grifinória entrar no Salão Principal e percebeu que mais nada seria como sempre.

Nathan Granger e seus amigos encaminharam-se à mesa da Grifinória, sem notar a busca do mestre de Poções pela normalidade. Nathan dormira bem tarde na noite anterior, pensando nos eventos de ontem. Mas agora, tinha sua cabeça em outras coisas. Quando desceu as escadas que ligavam os dormitórios dos meninos à sala comunal nesta manhã, encontrara uma grande concentração de alunos em volta de um recado no quadro de avisos. Ele não teve que lutar na multidão para ver sobre o que era tudo aquilo, porque Kevin já estava vindo em sua direção com um sorriso largo no rosto. – Haverá uma festa do Dia das Bruxas! – disse com entusiasmo, e este era o único assunto em discussão desde então.

Nathan estava animado com a idéia de passar o Dia das Bruxas no mundo mágico. Mesmo tendo crescido e vivido a maior parte da sua vida no mundo Trouxa, ele sabia que este era um feriado importante para os bruxos. Já havia ouvido histórias das festas de Hogwarts e, se tudo fosse como lhe contaram, esta seria a melhor festa de todas!

Nathan crescera celebrando o Dia das Bruxas do jeito Trouxa. Ele e alguns amigos do prédio onde morava, vestindo fantasias, percorriam as ruas da vizinhança, indo de porta em porta pedir doces. Sua mãe não gostava muito dessa idéia. Sempre confiscava metade dos doces que ele conseguia. Nathan tentava explicar tudo isso para Kevin e Andy.

– Então, você veste uma fantasia e sai de porta em porta pedindo doces? – perguntou Andy.

– Exatamente, você bate na porta de uma casa e diz: doce ou travessura. Se eles não tiverem doces, você pode pregar uma peça na casa deles – Nathan tentou explicar.

– E eles não podem fazer nada? Digo, eles simplesmente ficam olhando você fazer o que quiser com a casa deles e não fazem nada? – perguntou Andy, confuso.

– Só se eles não tiverem doces, mas eles sempre têm – assegurou Nathan.

– Eles também têm abóboras enfeitadas? – perguntou Kevin.

– Algumas pessoas enfeitam abóboras, mas nem todo mundo. Você pode comprar abóboras falsas que você simplesmente liga na tomada; é muito mais fácil – Nathan explicou, o que só deixou seus amigos ainda mais confusos. Olharam um para o outro e deram de ombros; Nathan revirou os olhos.

A conversa mudou para a redação de Feitiços e então para quadribol. Nathan comia cereal da tigela quando começou a se sentir desconfortável. Parecia que alguém o estava observando. Ele olhou ao redor do salão, finalmente travando olhares com o Professor Snape, que o encarava fixamente. Ele devolveu o olhar como fazia sempre e se surpreendeu quando o mestre de Poções não franziu a testa em desaprovação, como de costume. Nathan estreitou os olhos e mesmo assim não houve resposta. Era como se o Professor Snape estivesse olhando para ele, mas não o estivesse vendo. O que há de errado com ele? pensou Nathan. Curioso, ele o encarou um pouco mais, e então voltou ao seu café da manhã. Estranho.

O Professor Snape perdera a batalha que estava travando para fingir que nada mudara. Seu filho estava no mesmo salão que ele, tomando café da manhã com seus amigos Grifinórios. Ele olhava para o menino, perdido em seus pensamentos. Ele nem notara que Nathan o estava encarando momentos atrás. Falhara em ignorar a presença do menino. Balançou a cabeça e baixou seus olhos para o prato. Brincou com seu conteúdo por um tempo, até que uma voz vinda de trás interrompeu sua luta com a comida. – Estive procurando por você – Harry disse.

– O que você quer Potter? – Snape perguntou, parando de mover o garfo e brincar com a comida, mas sem tirar seus olhos do prato. Por que eu pensei que um dia teria paz? meditou.

– Bem, sexta-feira é o meu último dia aqui, então eu pensei que poderíamos ter o nosso duelo – Harry disse.

Todo ano desde a queda de Voldemort, Harry desafiava Snape para um duelo. A princípio, Harry queria apenas lutar com Snape e, como sugestão de Rony, o chamara para um duelo. Depois de ter sido chamado de covarde mais uma vez, Snape aceitara o convite e, desde então, isto se tornara um tipo de tradição anual. Era, em sua maior parte, um duelo amigável, mas eles nunca conseguiriam enterrar a animosidade que existira entre eles por tanto tempo. Além disso, Harry ainda nunca tinha vencido, o que só lhe acrescentava o desejo de continuar com a tradição.

Snape pensou por um tempo, considerando o pedido. Depois de certa deliberação, ele levantou seus olhos para encontrar os de Harry. – Você ainda acha que pode me vencer, Potter? Mesmo depois de todos esses anos de fracasso? – ele zombou o herói com um sorriso malicioso.

– Você sabe o que eu acho. Você está pronto para mim desta vez? – Harry zombou de volta.

– Estou sempre pronto para você, Potter – Snape disse voltando sua atenção ao café da manhã –, você é quem nunca está pronto para mim.

– Veremos na sexta-feira. – E assim, Harry tomou seu lugar à mesa e serviu-se da comida dos elfos domésticos.

Snape tinha coisas muito mais importantes em sua mente no momento, mas recebia a distração de bom grado. Preferia pensar sobre duelar com Potter a lidar com os Granger no momento. Na verdade, esta era uma das coisas que ele esperava todos os anos; mostrar ao Harry maldito Potter o seu lugar. Ele apreciava cada oportunidade de mostrar ao Potter que ele ainda não aprendera a lição, mesmo depois de todos esses anos.

Snape comeu o que conseguiu e deixou a Mesa Principal para voltar às masmorras, dando uma olhada nos meninos que conversavam animadamente na mesa da Grifinória enquanto passava. Repreendeu-se até mesmo por este pequeno gesto e deixou o salão, amaldiçoando em voz baixa.

Nathan nem percebeu o mestre de Poções saindo depressa do Salão Principal. Tinha sua atenção na conversa ao seu redor. Travavam uma discussão aquecida sobre voar em vassouras. Desde o início das aulas de vôo na semana passada, Josephina, que morria de medo de vassouras, questionava a efetividade destas aulas. – Eu acho que deveríamos ter o direito de escolher se queremos ter aulas de vôo ou não. Detesto voar! – ela protestou.

– Eu não sei o que há para odiar em voar! É a melhor sensação que já senti. O vento, a liberdade... – disse Andy, sonhador. Ele era apaixonado por vassouras e quadribol, como o pai.

– Eu entendo o que está dizendo, Jose. Minha mãe nunca voou em uma vassoura desde as aulas de vôo dela. Entretanto, eu gosto de voar – Nathan declarou.

– Eu acho que voar é maravilhoso! Acho que deveriam permitir que alunos do primeiro ano tivessem suas próprias vassouras. Eu sei que Harry Potter tinha, e ele jogava quadribol em seu primeiro ano também – acrescentou Kevin, olhando para Harry, que falava com a Professora McGonagall perto da Mesa Principal.

– É, isso seria ótimo! – concordou Andy. – Eu gostaria de jogar como goleiro ou artilheiro. Em que posição você jogaria, Nathan?

– Não sei. O tio Harry diz que, provavelmente, eu sou muito alto para jogar como apanhador; e o tio Rony diz que eu seria um bom goleiro, mas... – Nathan foi cortado por uma voz zombeteira às suas costas.

– Eu não acho que você jogaria bem em nenhuma posição, Granger. E se o balaço for para a Floresta? Você chamaria Harry Potter para pegá-lo para você? – Devon Malfoy estava ali em pé, protegido por dois outros Sonserinos do primeiro ano.

Nathan parecia impassível à provocação. Ele simplesmente virou-se em seu lugar para olhar melhor para Malfoy, como se o desafiando a dizer mais. Quando não ouviu mais nada, virou-se de volta para a mesa e disse – Se isso é o melhor que pode fazer, Malfoy, eu sugiro que leve seu grupo de volta à mesa da Sonserina.

Aquilo visivelmente irritou Malfoy. – Você se acha tão esperto, mas perde tantos pontos para a Grifinória que nem todas aquelas respostas estúpidas que você dá na aula serão suficientes para compensar. Nós nem precisamos nos preocupar com a Taça das Casas. Foram cinqüenta pontos que você perdeu ontem? – Malfoy disse então, e os Sonserinos riram.

Todos os alunos ao redor deles pareciam muito interessados na discussão. Todos pararam de comer e conversar para assistir Nathan e Devon trocando insultos.

– Essa foi melhor. Valeu a tentativa – Nathan disse em resposta, e virando-se mais uma vez para encarar Devon ele acrescentou –, mas acho que posso recuperar aqueles cinqüenta pontos se precisar, o que é mais do que posso dizer de você. – Nathan não deu as costas desta vez. Ele encarava Malfoy, que o encarava de volta. A tensão entre eles podia ser sentida pelos expectadores, que murmuravam.

Antes que algo ruim pudesse acontecer, McGonagall, seguida por Harry, avançava entre a aglomeração que se formou ao redor dos meninos. – O que significa isto? – a Diretora perguntou. Quando não recebeu resposta dos meninos à beira de se enfeitiçarem, ela aproximou-se dos Sonserinos. – Pedirei para que volte para a sua mesa, Sr. Malfoy – disse, e acrescentou –, e isto também vale para o restante de vocês.

Continuaram a olhar feio um para o outro por um momento, e então os Sonserinos foram para a mesa deles sem dizer mais nada. A Professora McGonagall olhava feio para o resto dos expectadores e todos voltaram às suas refeições em um instante. – Alguém pode me explicar o que estava acontecendo aqui? – ela perguntou, olhando para Nathan, mas foi Kevin quem respondeu.

– Foi o Malfoy quem começou, Diretora. Ele veio até aqui só para provocar o Nathan – ele disse.

– O que ele disse? – perguntou Harry, bem interessado no que Nathan tinha a dizer.

– Só estavam me zombando – disse Nathan, sem dar muito crédito. – Não foi nada de mais.

Nem Harry, nem McGonagall estavam satisfeitos com aquela explicação, mas não o pressionaram. Harry olhou Nathan especulativamente. O menino tinha uma expressão vazia que não traía nenhuma emoção. Nathan não queria Harry tentando protegê-lo. Ouvira todas as palavras que Malfoy dissera e isso só pioraria a situação. Não, Nathan cuidaria disso sozinho.

Harry e McGonagall voltaram para a Mesa Principal e o nível de barulho no Salão Principal voltou ao normal. Nathan suspirou e virou-se de volta para seus amigos. Ninguém parecia querer perguntar-lhe qualquer coisa. Bom, pensou, porque ele não queria discutir isso agora.

*-*-*-*


– Espero esta tarefa para a semana que vem, e nem mais um dia – Hermione dizia à sua classe de Química Inorgânica quando o sinal tocou, assinalando o final das aulas da manhã.

O barulho na silenciosa sala de aula aumentou enquanto os alunos juntavam suas coisas, discutindo seus planos para o resto do dia e saíam para o almoço. Hermione voltou para sua mesa para juntar suas coisas também. Poucos minutos depois do último aluno sair, ela ouviu alguém bater na porta da sala de aula. Virou sua cabeça com o som e encontrou seu colega atravessando a sala em sua direção.

– Vamos almoçar juntos, Professora Granger? – ele a convidou com um sorriso.

O Professor William Brice, que também era professor e pesquisador no Departamento de Química, era sempre muito gentil com Hermione. Ele era consideravelmente novo na universidade e ainda não tinha muitos amigos entre o corpo docente.

– Claro. O que você tem em mente? – Hermione concordou.

Ele aproximou-se da mesa e pegou os livros que ela acabara de juntar em uma pilha. Hermione parecia querer protestar, mas decidiu não dizer nada. – Acho que é a sua vez de escolher – ele respondeu, sorrindo para ela.

– Comida italiana, então – ela disse, e eles deixaram a sala de aula e andaram juntos pelos corredores até o escritório dela. Ela abriu a porta e deixou suas notas de aula e as tarefas dos alunos em cima da mesa. O Professor Brice a seguiu e colocou os livros que carregava perto daqueles papeis. Observando a quantidade destes em cima da mesa dela, disse – Você gosta mesmo de lição de casa! Você deve ter toneladas de redações para corrigir aqui.

Hermione sorriu. – Eu acho que elas ajudam no processo de aprendizagem. – E pegando sua bolsa e casaco, declarou – Estou pronta, vamos.

Deixaram o prédio e andaram as poucas quadras que separavam a universidade do bom restaurante italiano que Hermione comia às vezes, imersos em uma conversa animada. Sentaram-se à mesa perto da janela e um garçom veio até eles para tomar seus pedidos.

Enquanto esperavam pela comida, falavam sobre vários assuntos relacionados às aulas e às suas pesquisas. Comeram suas refeições e a conversa mudou para tópicos mais pessoais. – Ouvi dizer que seu filho estuda em um colégio interno – Brice disse com um tom que mostrava sua curiosidade.

– É a mesma escola que freqüentei quando tinha a idade dele. É uma instituição muito respeitada – Hermione comentou, esperando que fosse o suficiente para mudar o interesse dele para outros assuntos.

– Deve se sentir um pouco sozinha sem ele aqui – ele disse, então.

Hermione estava um pouco surpresa com o curso que a conversa parecia tomar. – Tenho saudades dele, é claro, mas eu sabia que esse dia eventualmente chegaria. Sempre chega – ela admitiu.

– É o que dizem. Se precisar de alguma coisa, sabe que pode me procurar, não sabe? – ele disse olhando em seus olhos. Alcançando sua mão que descansava em cima da mesa, acrescentou –, Você não precisa ficar sozinha, Hermione.

Ela não se retraiu ao toque dele, mas também não se sentiu confortável com isso. – Eu lembrarei disso, William – conseguiu dizer, recolhendo sua mão que estava embaixo da dele. Pagaram a conta e deixaram o restaurante. Aquela interação deixara uma tensão estranha entre eles. Hermione não conseguia entender porque o evitara assim. Ele é um ótimo homem; inteligente, gentil, divertido, bonito. Então, por que eu não dou uma chance para ele?

Fizeram todo o caminho de volta à universidade neste silêncio desconfortável. Ela podia ver que magoara os sentimentos dele.

– Acho que vejo você por aí – ele disse como despedida.

– Até mais, William – ela disse, e ele afastou-se de onde ela estava, em frente à porta de seu escritório. Observou-o até ele virar à direita e desaparecer de vista. Suspirou. Isso foi horrível, pensou, entrando no escritório. Não tinha aulas nesta tarde, só trabalhos para corrigir, então sentou na sua mesa. Não conseguia entender porque não se sentia interessada por um homem como William. O que há de errado comigo? refletiu. Será que o William não merece sequer uma chance? Por que não? Ela não sabia.

Pegou a primeira pilha de papéis para corrigir e começou a ler o do topo. Entretanto, não alcançou a metade da folha. Sua cabeça estava mergulhada nos acontecimentos do almoço. Será que é por que ele é um Trouxa? Ela bufou ao pensar nisso. Isso é ridículo! É claro que ela não se importava se ele era mágico ou não. Ela era uma nascida trouxa, vivendo no mundo Trouxa. Por que, então? pensou. Tudo que sabia era que não parecia certo; ela não o queria.

Quem eu quero, então? questionou-se, e do nada a imagem de Severo Snape veio a sua mente e um leve sorriso apareceu em seus lábios. Pelo menos até ela perceber o que isso significava, e então ela ofegou. Mas o que...

*-*-*-*


Snape entrou no Salão Principal para o almoço. Ele não ia deixar o menino levar a melhor; o menino que já estava lá, ele notou, e então franziu a testa em desgosto consigo mesmo por tê-lo notado.

Estava conseguindo ignorar Nathan perfeitamente bem até quase o final da refeição, quando o menino aproximou-se da Mesa Principal.

– Professor Snape? – Nathan chamou.

Snape fechou os olhos, escondidos pela cortina de cabelo, antes de tomar conhecimento dele. – O que você quer, Granger? – perguntou.

– Quero saber que horas é a detenção de hoje, senhor.

Detenção? Severo havia se esquecido que dera detenção ao Nathan, com tudo o que se seguira após a declaração da punição. Mas agora tudo voltou. Um mês de detenções, lembrou-se, franzindo a testa para o menino. – Encontre-me às sete, na sala de aula –declarou simplesmente.

– Sim, senhor – Nathan respondeu, e saiu de encontro aos seus amigos na porta do Salão Principal.

Snape compreendeu que não poderia mais evitar Nathan. Esquecera das detenções, mas às sete horas estaria preparado para encarar o menino.

Esta pequena conversa no almoço podia ser considerada a responsável pelos muitos alunos que deixaram suas aulas da tarde em prantos, e também pela diminuição do nível de pedras preciosas em todas as gigantescas ampulhetas até a hora do jantar. Ao final do dia, Snape ainda não tinha uma solução para a detenção que se aproximava. Decidiu não ir para o jantar e retirou-se para o seu escritório.

Às sete, já de volta à sala de aula de Poções, Snape ouviu uma batida na porta. – Entre – disse.

Nathan entrou na sala e começou a avançar para onde o mestre de Poções estava, somente para ser interrompido por Snape. – Fique onde está, Sr. Granger – ouviu o professor dizer. – Estamos de saída para o escritório da Diretora para discutir a sua situação.

Nathan franziu a testa com a notícia. – Por que, senhor? – perguntou.

– Será que você tem que questionar tudo? – Snape disse por entre dentes cerrados, e sem mais nenhuma palavra, passou depressa por Nathan, deixando a sala de aula. Nathan apressou-se para acompanhar os passos largos do mestre de Poções.

Subiram em silêncio as escadas que separavam as masmorras da torre, onde ficava o escritório da Diretora. Em frente aos gárgulas, Snape ofereceu a senha e eles foram levados pela escada em caracol. Snape bateu à porta e esperou pela resposta da Diretora. Quando ouviu a voz de McGonagall dizer entre, ele abriu a porta.

– Em que posso ajudá-lo, Severo? – ela perguntou.

– Estou aqui para discutirmos a punição do Sr. Granger por quebrar as regras da escola e entrar na Floresta Proibida. Eu já descontei cinqüenta pontos da Casa dele e deliberei um mês de detenções – ele disse à Diretora, como se Nathan não estivesse lá. – Tudo que preciso é de alguém para supervisionar essas detenções.

– Por que não pode supervisioná-las, Severo? – McGonagall perguntou, olhando para Snape com certa surpresa –, Normalmente você é tão prestativo nestes assuntos, especialmente quando o aluno é um Grifinório.

– Não é minha função disciplinar Grifinórios, Minerva – ele declarou com irritação. – Este é o trabalho do Lupin.

Nathan não perdia nenhuma palavra da discussão. Escutava curiosamente enquanto Snape tentava se livrar dele de todas as formas. Nathan não era o único observando o mestre de Poções atentamente; um par de olhos azuis também estava fixo no homem desde a sua chegada.

– Você sabe muito bem que Lupin não está disponível no momento – McGonagall disse, perdendo um pouco sua paciência com Severo.

– Então talvez você deva assumir a punição do Granger pessoalmente – Snape ousou dizer, mostrando como estava desesperado.

McGonagall olhou para Snape incrédula. – Eu sou a Diretora; não tenho tempo para supervisionar detenções! Como o Remo não está disponível, terá que supervisionar as detenções dele você mesmo, Severo.

Não havia margem para discussão. Snape suspirou em um gesto de derrota. – De volta às masmorras, Sr. Granger – disse, sem olhar para Nathan.

Nathan hesitou antes de virar-se para sair. Era a primeira vez que entrara no escritório da Diretora e olhava tudo com interesse enquanto ouvia a discussão dos professores. Havia muitos retratos na parede atrás da mesa da Professora McGonagall e todos tinham seus olhos nos dois professores... todos menos um. A princípio, ele observava Snape como os outros, mas depois de um tempo seus olhos azuis se desviaram para olhar para Nathan. O retrato sorriu quando Nathan foi mandado sair.

Voltou para as masmorras refletindo sobre o que estava acontecendo. O Professor Snape não quer supervisionar minhas detenções. Por quê? Será que é por causa da conversa que tivemos ontem? Nathan lembrou-se da expressão estranha no rosto do Snape naquele dia. Ele está me evitando, e é porque ele sabe de alguma coisa.

Chegando às masmorras, ao invés de esperar na porta, decidiu que era melhor entrar. A sala de aula estava pouco iluminada. Sentou-se na bancada mais próxima da mesa do Professor Snape, procurando uma distração enquanto esperava pelo professor. Porém, não teve que esperar muito.

Snape entrou na sala, visivelmente irritado. Foi até sua mesa e, sem olhar para Nathan, disse – Pegue pergaminho e pena, garoto! Você vai escrever frases.

Nathan olhou para o mestre de Poções por um instante antes de obedecer. Quando tinha o material especificado fora de sua mochila, o Professor Snape voltou a falar – Leve suas coisas para a última bancada e escreva dois metros de Eu não devo quebrar as regras da escola.

Nathan não questionou a ordem, mas achou-a estranha. Por que ele está me mandando para o fundo da sala? Pegando seu material, ele sentou-se na última bancada e começou sua tarefa.

Snape mandara o menino para o fundo da sala. Não queria ficar perto dele, mas sua mente tinha uma opinião diferente. De tempos em tempos, era convencido a erguer a cabeça e observar Nathan trabalhando nas frases, um gesto que era seguido por idéias de agredir Hermione Granger assim que percebia o que estava fazendo. Mas não deixou sua cadeira pelo restante da detenção.

Uma hora depois, Nathan aproximou-se de Snape, pergaminho enrolado em mãos. – Terminei, senhor.

Snape pegou o rolo oferecido. – Saia!

Nathan mexeu-se, inquieto por um tempo, como se quisesse dizer alguma coisa, mas saiu sem dizer nada.

Snape desenrolou o pergaminho e leu as frases que se repetiam ao longo da página: Eu não devo quebrar as regras da escola. Seus olhos percorreram todos os dois metros e pararam para ler uma frase diferente bem no final. Ele estreitou seus olhos. Lia-se: Eu não devo quebrar as regras da escola. Eu desapontei o senhor, Professor Snape. Prometo não ser mais tão estúpido. Sinto muito.

Ele amaldiçoou o pergaminho.

*-*-*-*


No mesmo horário no dia seguinte, Nathan e os outros estavam conversando no Saguão de Entrada. Kevin e Andy decidiram fazer companhia ao Nathan enquanto ele esperava a hora da detenção.

– Você acha que ele vai fazer você escrever frases de novo? – perguntou Andy.

– Eu não sei. Espero que não. É muito chato ficar lá sentado na sala escura, escrevendo frases estúpidas – Nathan reclamou.

– Você preferia limpar caldeirões, como da última vez? – perguntou Kevin.

– Acho que sim. Pelo menos é mais produtivo que escrever frases – Nathan respondeu.

Esperaram mais um pouco, até que chegou a hora da detenção. Kevin e Andy desejaram boa sorte ao Nathan e foram para a Torre da Grifinória, enquanto Nathan dirigiu-se às masmorras. Ele bateu na porta da sala de aula de Poções e esperou. – Entre – ele ouviu.

– Boa noite, Professor Snape – Nathan saudou, e não recebeu resposta, como sempre. Olhou para a bancada que utilizara no dia anterior e viu um caldeirão lá. Hesitou, sem saber se Snape queria que ele fosse até sua mesa ou simplesmente ficasse na última bancada. Como o professor não disse nada, Nathan seguiu, parando em frente ao mestre de Poções. – Qual é a minha tarefa hoje?

– Primeiramente, o que estava pensando quando me desobedeceu ontem? – Snape não esperou por uma resposta. – Pensei que tivesse sido claro na sua tarefa, Sr. Granger, mas novamente você provou que não é tão esperto quanto pensa que é. Que frase instruí para que você escrevesse?

– Eu não devo quebrar as regras da escola, senhor – Nathan respondeu.

– E o que foi que você escreveu? – Snape perguntou, então.

Nathan ficou quieto. Ele escrevera as frases, mas então acrescentara algo mais no final. Quando percebeu que o Snape ia chamar sua atenção novamente, falou – Escrevi o comprimento pedido da frase que mandou, senhor, eu só acrescentei as outras depois que tinha terminado.

Snape ficou sem palavras. Nathan o surpreendera mais uma vez. Estava virando um hábito. O menino é esperto, pensou. Franzindo a testa por reconhecer mais uma qualidade admirável no menino, ele ordenou – Limpe aquele caldeirão até que esteja tão brilhante quanto um espelho. Você acha que pode fazer isso?

– Sim, senhor – Nathan respondeu, baixando a cabeça, e andou de volta para o final da sala.

Ele limpava o caldeirão enquanto o Professor Snape corrigia algumas redações, ou tentava corrigir. Como no dia anterior, de tempos em tempos Snape se pegava observando Nathan. O que ele não sabia era que estava sendo observado pelo menino também.

Por que o rebuliço por um simples pedido de desculpas? Nathan pensou. Pensei que ele ia gostar de saber que sinto muito que ele esteja passando todo esse tempo comigo. Descansando seus braços exaustos entre longas rodadas de esfregação, Nathan ficou um tempo observando Snape. Como um bom observador, Nathan percebeu que Snape não estava realmente corrigindo as redações, mas só fingindo. Talvez este fosse o momento para perguntar a ele.

– Professor Snape? – Nathan chamou.

– Espero que esteja me interrompendo para dizer que terminou.

– Não acho que esteja interrompendo, senhor – Nathan disse e, sem deixar margem para repreensão, acrescentou –, Quero saber se está bem, senhor.

– Estava melhor quando não tinha que lidar com você, Granger – Snape disse por entre dentes cerrados, cuspindo o nome. E era a mais absoluta verdade.

Então, ele está bravo comigo, Nathan decidiu. – Sinto muito por estar preso aqui comigo, senhor. Eu não queria que isso acontecesse.

– Será que não? Tem certeza que não planejou isso tudo? – a voz de Snape estava ganhando volume com cada pergunta. Ele se levantou. – Eu sei o que estava fazendo na Floresta garoto, e honestamente, não acho que o fez por generosidade. Você estava procurando por detenções? Queria ficar preso comigo nestas masmorras? – Severo estava ao lado de Nathan agora. – Não sei o que quer de mim, garoto, mas quero que saiba que este joguinho, seu e da sua mãe, acaba aqui! – Ele estava cara a cara com seu filho.

– Não sei do que está falando, senhor – Nathan disse, confuso. – Fui à Floresta para pegar pêlo de unicórnio, o que foi uma estupidez, eu admito. Mas eu fiz isso para fazê-lo se orgulhar de mim, e não para conseguir detenções. Não queria ficar preso aqui com o senhor, Professor, e eu não sei de que jogo o senhor está falando. Minha mãe e eu não estamos fazendo nada! – Nathan estava bravo com a menção de sua mãe. Quem ele pensa que é para falar da minha mãe assim?

– Então, você não sabe nada sobre a sua mãe – Snape declarou. – Ou sobre mim!

– Eu sei muito pouco sobre o senhor, Professor, mas não pode dizer que eu não conheço minha própria mãe – Nathan respondeu por entre dentes cerrados.

– Então me diga quem é o seu pai – Snape rugiu.

Nathan simplesmente olhava fixamente para o homem à sua frente; irritado. Queria gritar. Queria agredi-lo.

Snape quebrou a guerra de olhares primeiro. Estava certo de que o menino sabia da verdade e só estava zombando dele. Mas agora, já não estava mais tão convencido.

Ouvira Nathan respirar fundo e dizer – Eu deveria saber que usaria esta informação contra mim. É o que vocês fazem, não é? É o que os Sonserinos fazem. Vocês usam o conhecimento da fraqueza dos outros em vantagem própria – a voz dele era baixa e cheia de mágoa.

– Eu terminarei de limpar o caldeirão e sairei de suas masmorras, senhor.

E ele assistiu o menino completar rapidamente sua tarefa e ir embora.



A/N: Espero que tenham gostado das sub-histórias! Contem-me nos reviews!

Aproveito para agradecer à SnarkyRoxy (que é minha beta-reader da versão original em inglês), à Bastetazazis (minha beta-reader para esta versão em português) e à Mi_Granger que me ajuda com os termos potterianos. Valeu, gente! :0)

No próximo capítulo… É o Dia das Bruxas e um duelo está agendado; e claro, mais detenções.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.