A Carta Bruxa





DISCLAIMER: Não é meu! É tudo da J. K. Rowling.

AVISO: Esta estória se passa no futuro e contém spoilers do livro 6! Esteja avisado/a!

BETA READER: BastetAzazis - muito obrigada!

A/N: Espero que gostem de ler esta fic o tanto quanto eu estou gostando de escrevê-la! É a minha primeira investida no mundo dos escritores e eu adoraria ter sua opinião. Gostaria de avisar que esta estória foi originalmente escrita em inglês, embora minha primeira língua seja o português, portanto esta é uma tradução de “Not Only a Granger”, que tem como beta reader a SnarkyRoxy.



Capítulo 1: A Carta Bruxa

Hermione Granger estava sentada à mesa apreciando o café numa manhã de domingo quando uma coruja entrou pela janela do lado esquerdo de seu apartamento. Mesmo vivendo no mundo Trouxa por mais de onze anos, ela ainda mantinha contato com alguns de seus amigos do mundo Bruxo. Mas esta não era uma coruja que ela conhecia; não era do Harry e da Gina, nem do Rony ou qualquer outro Weasley...

Ela pegou a carta do pássaro e ofereceu-lhe um pedaço de torrada. A coruja aceitou o mimo e saiu pela mesma janela que tinha usado para entrar. Hermione olhou para o pergaminho em suas mãos e viu o símbolo no lacre de cera. Era uma carta de Hogwarts.

Ela encarou a carta por alguns minutos, hipnotizada por ela. Uma carta de Hogwarts... Quem está enviando cartas de Hogwarts? Eu fui tão cuidadosa em evitar contato com qualquer pessoa de lá desde... É uma carta oficial, Hermione! ela censurou-se mentalmente.

Ganhando coragem, ela virou a carta em suas mãos, leu o nome, e fechou os olhos. Ela estava esperando por esse dia, mas no fundo tinha se agarrado na esperança de que ele nunca chegaria. Ele tinha demonstrado habilidades mágicas desde quando tinha um ano e ela ainda tinha alimentado a esperança de que, contra todos os pensamentos lógicos, esse dia não chegaria. Mesmo quando ela sabia que suas esperanças eram infundadas e ilógicas, ela ainda esperou que essa carta nunca chegasse.

Ela colocou a temida carta na mesa e tomou um gole do chá em sua xícara. Abrindo os olhos, a carta ainda estava ali. Ela olhava fixamente para o pergaminho amarelado descansando a sua frente, tentando pensar. Era uma batalha perdida, ela sabia. Tinha pensado nisso desde seu nascimento e nunca tinha encontrado uma resposta para esse problema. Ela suspirou, erguendo seus olhos da carta e encontrando negros profundos encarando-a.

– Bom dia, mãe – seu filho saudou-a e ocupou a cadeira a sua frente. – Algum problema?

– Não, nenhum – ela respondeu com um leve balanço de cabeça, retornando sua atenção aos ovos em seu prato. – Por que haveria?

– Você está olhando para esta carta bruxa desde que eu cheguei. Levou pelo menos um minuto para você notar a minha presença – ele disse com um sorriso malicioso. – É do tio Harry ou do tio Rony?

Por que ele tem que sorrir desta maneira? ela pensou e suspirou novamente. Ele é uma lembrança notável do seu pai quando sorri maliciosamente... ou quando olha com cara feia, ou... ela foi trazida de volta de sua divagação pela voz de seu filho.

– Mãe! Pare de me encarar! – ele repreendeu-a com sua voz forte e cara feia. – Você está se sentindo bem? Você parece um pouco... perdida hoje de manhã. É a carta bruxa? – ele perguntou, e antes que sua mãe pudesse prever seus movimentos, ele pegou a carta da mesa. Ela tentou tomá-la dele, mas era tarde, ele já a havia agarrado.

Ele olhava a carta, mas não conseguia encontrar o nome do remetente ou reconhecer o símbolo no lacre, então num movimento intuitivo, virou-a, seus olhos arregalando-se ao mesmo tempo em que sua mãe trazia suas mãos ao rosto.



Sr. Nathan Granger
Wingfield Court, E14 2DR
Virginia Quay
Londres




– Mãe, é para mim! Quem me mandaria uma carta bruxa? Não é do tio Harry ou do tio Rony e eu não conheço nenhum outro bruxo – ele disse ainda olhando fixamente para o pergaminho em suas mãos. Ele virou a carta e quebrou o lacre, ouvindo outro suspiro de sua mãe. Desdobrando os papéis ele leu.



ESCOLA de MAGIA e BRUXARIA
de HOGWARTS

Diretora: Minerva McGonagall
(Membro da Confederação Internacional dos Bruxos)


Prezado Sr. Granger;

Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.

O ano letivo começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente,

Filius Flitwick
Diretor Substituto




Hermione baixou suas mãos do rosto quando o ouviu desdobrar a carta. Ela sabia exatamente quais eram as palavras escritas ali. Observou como a expressão dele mudou do franzir de sobrancelhas de quando estava abrindo a carta, para surpresa quando leu que era de Hogwarts, e finalmente para um sorriso largo quando terminou de ler a última linha e olhou para sua mãe.

– Eu sou um bruxo! – ele declarou com satisfação em sua voz.

Ela não podia evitar a onda de orgulho e felicidade crescendo dentro dela. O sorriso largo dele era contagiante e ela encontrou-se devolvendo o sorriso, ignorando as lágrimas que rolavam em sua face. Estava chorando por desespero e perda quando ele estava quebrando o lacre da carta, mas agora... não conseguia desvendar seus sentimentos. Estou feliz ou triste? se pegou pensando. Estou decididamente orgulhosa. Ele parece realmente feliz em descobrir que é um bruxo também. Mas... sem mas, Hermione! reprovou-se mentalmente. Deixe-o decidir, da mesma forma que seus pais a deixaram.

– Mãe, você escutou alguma coisa do que eu acabei de dizer? – Nathan perguntou.

– Desculpe filho. O que estava dizendo? – ela disse, retornando sua total atenção a ele.

– Eu estava perguntando quando você vai ter algum tempo para irmos comprar os livros e equipamentos que eu vou precisar. E também precisamos mandar uma coruja confirmando que eu estou indo para Hogwarts o mais rápido possível! – ele disse com o mesmo entusiasmo que sua mãe reconhecia em si própria quando em face das expectativas por trás de um novo e excitante desafio.

O que descartava a necessidade de vociferar a questão que ela estava formando em sua cabeça. Está mais do que claro pelas reações e palavras dele que ele prefere uma educação mágica a uma trouxa. Ele vai para Hogwarts. Ai meu Deus! Ele vai para Hogwarts! ela pensou e o sorriso desapareceu de sua cara no mesmo instante em que lembrou de seu problema. Tinha que perguntar-lhe de qualquer forma, então, esperando por um milagre, disse – Você tem certeza que quer freqüentar uma escola de magia, Nathan? É bem diferente da sua escola atual, e seus amigos não irão para Hogwarts com você – ela esclareceu-lhe, com uma cara esperançosa.

Ele olhou-a por um momento antes de perguntar – Você não quer que eu vá? Achei que ficaria orgulhosa de mim por ser um bruxo – ele disse calmamente.

– Estou muito orgulhosa de você, Nathan. Só estou perguntando se é isso que você quer. Você quer ser um bruxo, Nathan? – Ela torcia contra toda a sorte por uma resposta negativa, mas não esperava a reação que suas palavras tiveram.

Nathan estava em pé assim que ela terminou sua última pergunta, com uma expressão de dor em seu rosto. – Você não quer que seja um bruxo!? Por quê? Você é uma bruxa! E meu pai era um bruxo, certo? Você não fala sobre ele, mas eu sei que ele era! E eu vou ser um maldito bruxo também. Eu vou para Hogwarts! – E com isso, saiu da cozinha, deixando sua desolada mãe olhando fixamente para a porta que dava para a sala de estar.

Ela suspirou gravemente e enterrou seu rosto em suas mãos mais uma vez. Por que ele tinha que levantar o assunto do pai? Eu nunca disse que ele era um bruxo, de onde ele tirou essa idéia? Ela nunca tinha revelado a identidade do pai de Nathan. Nem para ele; nem para o pai dele. Foi uma decisão que ela havia tomado antes de seu nascimento.

Não é que as pessoas nunca perguntassem. Nathan perguntava uma vez por ano, em seu aniversário. Sua resposta era sempre a mesma: – O nome do seu pai não é importante, Nathan. Nós temos um ao outro e isso é o que importa. – É claro que ele não estava contente com essa resposta, e a pergunta tornou-se uma tradição de aniversário. Nathan era tão teimoso e determinado que ficava difícil saber de quem ele tinha herdado essas características, se de sua mãe ou de seu pai; mais provavelmente de ambos. Hermione, no entanto, nunca mudou sua resposta. Defendia seu segredo com unhas e dentes; mesmo que levasse a uma briga.

Em seu oitavo aniversário, Nathan estava tão determinado em descobrir a identidade de seu pai que não comeu nada durante um dia inteiro e recusou-se a abrir um único presente sequer. Desistiu depois de uma semana, mas Hermione ficou realmente preocupada com sua reação daquela vez. Ela sofria com cada refeição que ele recusava, cada olhar de ódio que direcionava a ela. Até o Harry, que visitava em datas especiais como aniversários e feriados, ficou preocupado naquele ano, e voltou para verificar como estavam no dia seguinte.

– Por que você não acaba com esse maldito mistério de uma vez por todas, Hermione? Tudo bem, Mione. Não vou lhe julgar, ou ficar bravo com você. Não depois de oito anos, nem mesmo se for o Snape – Harry disse naquele ano. Fazia um tempão desde que ele havia tocado neste assunto entre eles. Certamente, Harry havia notado as evidentes similaridades físicas entre Severo Snape e Nathan, mas nunca tinha questionado a Hermione diretamente, e ela nunca negou ou confirmou suas suspeitas. – Eu não vou perguntar Hermione, mas eu quero que saiba que estou aqui se um dia quiser falar sobre isso. E eu realmente acho que o Nathan deveria saber quem é o pai dele. – E esta foi a última vez que falaram sobre isso.

Ela sabia por Harry e Rony que Severo Snape havia voltado a ensinar Poções em Hogwarts. Após o final da guerra, seu nome foi limpo com a ajuda de todas as evidências que Alvo Dumbledore havia deixado provando sua inocência e lealdade. Bem, ele ainda era odiado por muitos por suas ações na noite em que o ex-Diretor havia morrido e por sua associação com Voldemort. Ele nunca negara o Avada Kedavra que usou em Dumbledore, mas foi absolvido pela Confederação Internacional dos Bruxos depois das análises das memórias e cartas de Dumbledore, que descreviam suas conversas e razões que levaram as ações do Professor Snape naquela noite.

Hermione foi uma das poucas que manteve suas esperanças na lealdade do espião após a morte do Diretor. Recusava-se a acreditar que o grande Alvo Dumbledore pudesse estar enganado por tanto tempo, e continuou tentando encontrar evidências de que Snape era leal à Ordem, mesmo depois do que ouviu Harry dizer que ele havia feito. E das muitas teorias com que se deparou, uma estava certa e eles encontraram as cartas e memórias que Dumbledore havia deixado, provando que o Professor Snape havia lhe matado à suas ordens.

Depois disso, Severo Snape voltou a ser espião para a Ordem, e foi essencial para a vitória na guerra. Ele salvou muitas vidas, incluindo a dela própria quando foi capturada durante um confronto entre os Comensais da Morte e a Ordem da Fênix. Restava somente um Horcrux e eles estavam muito perto do final da guerra quando ela foi levada pelos Comensais. Ficou em seu poder pelos nove dias que Harry levou para destruir o artefato e o próprio Voldemort, escapando praticamente ileso graças ao Snape. Ele a protegeu dos outros Comensais o melhor que pôde sem instigar suspeitas que poderiam destruir seu disfarce e ela era grata por isto.

Este era um dos principais motivos pelo qual ela não havia contado a ninguém que ele era o pai do Nathan. Não poderia fazer isso com ele, não depois da dor que ela sabia que ele sentia por ter feito o que teve que fazer para salvá-la. Não, ela nunca iria contar a ninguém que Severo Snape era o pai de seu filho. Nem mesmo para o Nathan ou o Severo.

Por outro lado, o Nathan estava partindo para Hogwarts em setembro. Não podia negar-lhe isso! Não podia proibir Nathan de freqüentar Hogwarts quando ela sabia muito bem como era receber aquela carta. Não, ela não podia. Lidaria com as conseqüências o melhor que pudesse! Ela não tinha sido uma Grifinória por acaso, certo?

Deixou a mesa com outro suspiro e foi procurar Nathan. Encontrou a porta de seu quarto fechada e bateu suavemente três vezes. Quando já estava se virando para voltar para a sala de estar e esperar até que ele estivesse preparado para conversar com ela, a porta se abriu com um estrondo e Nathan estava de volta em sua cama apertando sua carta com seu queixo erguido e um olhar desafiador em seus olhos. Ela suspirou e entrou no quarto.

– Nathan, eu estou muito orgulhosa por você ter sido convidado para estudar em Hogwarts, estou mesmo. Só estou um pouco triste porque isso significa que você está saindo de casa, me deixando... – e conhecendo seu pai, ela acrescentou mentalmente. Era verdade. Parte de sua tristeza era por que ela teria que deixar seu bebê partir. – Eu não gosto da idéia de ter você morando tão longe de mim...

Nathan se levantou de sua cama e envolveu sua mãe em um abraço apertado. Ela não podia evitar as lágrimas que ameaçavam cair de seus olhos novamente. Seu filho era mesmo um menino muito especial. Ela sabia que ele estava pronto para Hogwarts.

Eventualmente, eles quebraram o abraço e ela forçou um sorriso em seus lábios. Olhou para Nathan e disse – Iremos para o Beco Diagonal no próximo final de semana para comprar seus livros e suprimentos. Podemos mandar uma coruja para Hogwarts de lá.

– Oh, mãe! Obrigado. Eu não vou lhe desapontar, você vai ver. Serei o melhor bruxo que já pisou em Hogwarts!– ele disse abraçando-a novamente.

Ela riu de suas palavras pretensiosas. Tão confiante e apaixonado, determinado a fazer o máximo para que se orgulhasse dele. Tão parecido com ela nesta idade...

Ela acariciou seus cabelos brilhantes e negros como carvão e provocou-o – Você é um menino muito ambicioso se pensa que será o melhor bruxo que Hogwarts já viu! Você sabe que Harry Potter estudou lá, não é?

Nathan sempre foi fascinado pelas estórias que Rony, Harry e sua mãe costumavam contar-lhe todas as vezes que se encontravam. Ele lhe deu um sorriso maroto e disse – Derrotar aquele tal de Voldemort não foi lá grande coisa. E foi há dez anos atrás.

Ela riu com desdém e respondeu com deleite – Você acha que não foi nada, é? Ah, eu queria ver você discutir com ele sobre isso algum dia, ou mesmo com o Rony.

– O tio Rony nunca ganharia uma discussão comigo! – ele disse com desdém antes de acrescentar – E o tio Harry não acha que foi grande coisa também.

– Bem, eu tenho que concordar que uma das qualidades mais nobres do Harry é a modéstia. Ele nunca admitiria que o que ele fez foi extraordinário – ela disse nostalgicamente, e então olhou por alto para o Nathan. – Você deveria aprender com ele, seu moleque arrogante! – E eles riram juntos.

– Então, tudo bem mesmo se eu for para Hogwarts, mãe? – Com a inclinação de cabeça de confirmação dela, ele acrescentou – Mandarei uma coruja todo dia, eu prometo! – Sorrindo para sua mãe, pegou a mão dela e obrigou-a a segui-lo até a cama. – Você quer ver a lista de livros que vou usar mãe?

– Sim, vamos ver os livros que você vai usar Nathan – ela disse limpando as últimas lágrimas de seu rosto com as costas de sua mão livre.

Sentaram-se na cama dele para ler juntos à lista de livros designados e falar sobre Hogwarts, algo que ela só fazia quando o Harry, a Gina ou o Rony vinham visitá-los. Seu bebê tinha crescido e estava na hora dele experimentar todas as coisas fascinantes e inquietantes que o mundo Bruxo podia oferecer. Incluindo seu pai...



A/N: É isso aí! Tomei coragem, traduzi e publiquei! Agora, comentários! :0) Quero dizer que eu respondo a todos os comentários no meu LiveJournal: http://www.livejournal.com/users/ferporcel/ :0)

No próximo capítulo... Hermione e Nathan vão para o Beco Diagonal em boa (e não tão boa) companhia...

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