Fora da rotina



Hermione olhou para Gina, meio incrédula.

- Hermione, você vem? – Gina estava crescida, já era uma mulher. A guerra, Harry, o casamento a tinham amadurecido muito.

- Onde... Onde o encontraram?

- Num hospital trouxa na Itália. Ele tem estado lá pelos últimos quatro anos Mione. Mas ele estava sem memória. Sem nada de memória. Não sabia nem o próprio nome, não falava uma palavra. – Gina estava nervosa – Mione eu não sei o que pensar...

- Vamos lá...

Elas aparataram numa estação de metro na Itália. Ela, Gina e Harry moravam em casas trouxas. Não eram povoados bruxos, retirados, como a Toca. Era um lugar bem calmo de Londres. Hermione morava a três quadras de Gina e Harry.

Quando embarcaram no metro, cheio por causa da hora, todo mundo indo trabalhar, Gina se perguntou como os trouxas conseguiam andar direto naquela coisa que ainda por cima demorava.

- Ui... Nunca mais quero entrar num negócio desse... – disse Gina depois que saíram. Hermione deu uma risada. Ela estava acostumada com metro. Antes de receber a carta para Hogwarts era o transporte que ela usava muitas vezes.

- Não é tão ruim quando você se acostuma... – Hermione riu – Onde é?

- Não sei vãos perguntar... – Gina se dirigiu a um guarda – Com licença... O senhor sabe onde fica este hospital?

- É a duas quadras daqui à esquerda, você já vai vê-lo. – disse o guarda apontando.

- Obrigada.

Elas andaram até onde o homem as haviam indicado. Era um hospital grande, muito bonito. Elas entraram e subiram alguns lances de escada, o elevados estava lento demais. Quando chegaram no quinto andar já avistaram o Sr., a Sra. Weasley, Fred, Jorge e Harry.

- Gina! Que bom que você chegou... – Harry andou até ela e deu um beijo na esposa – Sua mãe e seu pai já foram lá dentro, eu estava esperando por vocês. Tudo bem Hermione?

- Oi Harry! Já dá pra entrar? – respondeu uma Hermione que mais parecia um fantasma.

- Hermione, querida, está tudo bem? – perguntou a Sra. Weasley andando até ela. A mulher olhou bem para ela – É ele não? Eu também fiquei assim... Vá vê-lo, querida. Ele está te esperando. Harry e Gina já estão indo.

Hermione se dirigiu para a porta do quarto de Rony, que Gina e Harry já tinham entrado. Ela escutou o choro de Gina e a voz alegre de Harry. Depois ela ouviu outra voz... A de Rony. Ela suspirou nervosa e entrou.

Gina estava abraçada com Rony e Harry conversava com ele. Eles não viram quando ela entrou. Rony estava maior, mais bonito, os cabelos estavam do jeito de quando ele fora embora, meio compridos, não muito. Ela olhou para ele e sentiu suas pernas tremerem. Tinha uma parede que a escondia deles. Ela não sabia o que fazer. E se ele não lembrasse dela? Gina havia dito no caminho que ele não se lembrava do próprio nome e então um dia acordou e começou a falar. Pedir pela mãe e o pai, por Gina, por Harry... E se ele não se lembrasse de nada? Ela se encostou à parede e suspirou. Então foi. Quando Rony a viu largou do abraço da irmã e esta foi até Harry.

Rony não fez nada, não falou uma palavra. No momento que ele andou até ela, ela não teve ação. Ficou parada. Ele andou até ela e quando estava bem perto ele a abraçou. Um abraço forte que mostrava o quanto eles haviam sentido falta um do outro. No meio do abraço Hermione chorou novamente e ele sussurrou no ouvido dela:

- Eu disse que voltava... – e a beijou.

Depois os pais de Rony pediram para levar ele para casa. Na verdade Rony não tinha nada de errado para ficar no hospital, mas não o liberaram, pois ele não sabia de nada. Começara a ter lembranças na semana passada.

Hermione se ofereceu para que Rony ficasse em uma casa que ela tinha, perto da que ela morava. Era a casa dos pais dela, não quis vendê-la. Não era grande, mas era bem confortável. Voltaram para Londres e como já era noite, todos foram para suas casas. Hermione foi com Rony até a casa dos pais e mostrou tudo a ele depois se despediu e foi para sua casa, ali perto. Durante a noite o telefone tocou. Hermione atendeu meio sonolenta quando ouviu a voz de Rony.

- Mione... Me ajude...

- Rony? O que foi?

- Me ajude...

- Rony!

- ...

Ela se levantou correndo, pegou a varinha e foi para a casa dele. Abriu a porta e foi até o quarto de Rony, ele estava desmaiado.

- Rony! Rony por favor, acorde! – ela gritou nervosa. Ele se mexeu um pouco e colocou a mão na cabeça repentinamente.

- Ai... Mione

- Rony? O que foi? – ele havia voltado ao normal, mas estava branco e suava.

- Eu... Não sei...

- Você falou com os médicos sobre isso? – Hermione perguntou assustada.

- Não.

- Rony... – mas ele desmaiou. Hermione conjurou uma maca e aparatou com ele para o St. Mungus. Chegando lá uma enfermeira veio até ela.

- Sim querida? Posso ajudar?

- Meu amigo me ligou nomeio da noite. Quando cheguei ele estava desmaiado. Depois que ele acordou colocou a mão na cabeça como se estivesse com dor, não sei...

- Vamos verificar, pode deixar comigo, se quiser esperar... – ela apontou para um sofá no canto.

Hermione esperou uma meia hora. Então veio a enfermeira. Ela olhou para Hermione nervosa e disse:

- Seu amigo não está muito bem. Fiz alguns exames. Mostrou alguma coisa na parte de trás da cabeça. Um nódulo. Pode-se fazer uma cirurgia, mas é bem arriscado e só com medicamentos e feitiços não adianta. Não adianta eu prendê-lo aqui. Ele pode ir para casa. Podemos esperar o melhor, que o corpo dele reaja contra isso ou...

- Certo... – disse Hermione – Ele está acordado?

- Sim pode ir vê-lo. Logo ali – a mulher apontou para o quando no final do corredor.

Hermione andou até lá. Abriu a porta devagar. Ele levantou a cabeça e sorriu quando a viu. Ele disse para ela vir até ele.

- Então?

- Vamos esperar o melhor Rony... – ela começou.

- Eu sei Mione. Eu sei o que eu tenho, e sei também que pode me matar. – Hermione olhou para ele e chorou. Rony a abraçou a beijou sua cabeça.

- Rony, eu não quero te perder de novo...

- Mione... – ele levantou a cabeça dela e olhou-a – Quer casar comigo?

Ela olhou para ele, espantada e só foi para frente e o beijou. Eles sorriram um para o outro e ela ficou ali com ele o resto da noite, a qual, mesmo em um lugar desconfortável, foi a primeira noite de paz em quatro anos.




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