Início de uma história

Início de uma história



O salão principal estava fabuloso, uma enorme arvore de Natal fora colocada em um dos cantos, e suas bolas coloridas refletiam beleza e calmaria pelo salão. Os poucos alunos que permaneceram na escola andavam alegremente pelo castelo e aguardavam ansiosos o dia em que poderiam abrir seus presentes.
Lílian Evans era uma das poucas que passava o tempo livre na biblioteca, queria terminar todos os deveres de férias antes da volta dos alunos, assim poderia se dedicar totalmente a ajudar os novatos nos corredores e apanhar alunos fazendo coisas erradas. Era isso que ela mais gostava de fazer, mostrar-se útil como monitora, tinha esperanças de, no ano seguinte, ganhar o distintivo de monitora chefe, assim esfregaria na cara do Potter que mais uma vez o vencera.
Levantou-se para devolver um livro de poções que havia pegado e aproveitou para dar uma espiada pela janela. Lá estava ele, tão longe que parecia uma formiga. Uma formiga que ia de um lado para o outro, fugindo de outras três formigas que, imaturamente se jogavam bolas de neve. Não que Lílian conseguisse enxergar, mas sabia que era isso que estavam fazendo, aliás, era o que sempre faziam, e sempre davam um jeito de acertar algum aluno ingênuo que estivesse passando por perto.
Não é possível dizer quanto tempo Lílian ficou a observar Potter e seus amigos pela janela da biblioteca, só é possível dizer, que quando ela saiu dali foi correndo até onde eles estavam, ajudar uma quinta formiga que aparecera, e pelo jeito, estava sendo bombardeada.
Ao chegar ofegante ao jardim, que parecia de algodão, viu que a quinta formiga era o Snape... Era de se esperar, os marotos tinham uma certa antipatia pelo garoto, e sempre que surgia uma oportunidade aproveitavam para zombar do sonserino.
“Potter, será que dá pra você parar de ser infantil e boboca e não jogar bolas de neve no Severo?”
“Bom dia Lily, eu vou muito bem, e você?”. Lílian não aturava quando o garoto fazia isso. O ódio a impedia de responder, não que fosse necessário, já que logo Tiago continuou. “A propósito, será que Pedro, Sirius e Remo são invisíveis? Não sei se você reparou, mas eles também estavam bombardeando o Ranhoso...”
“Não seja infame Potter... Vem Severo, vamos para o castelo.”
E dando a mão para o sonserino, que permanecia calado Lílian seguiu em direção ao castelo. Ai como Tiago odiava quando a garota dava uma de boazinha, principalmente quando a ajuda oferecida era para o Snape... Sem pensar Tiago pegou um punhado de neve e acertou as costas da menina, que no mesmo instante se virou. Perdido naqueles olhos verdes estava um sentimento de ódio.
“Não é divertido Lily? Eu digo, brincar de bolas de neve...” Potter ria como se nada daquilo tivesse acontecido, como se ele não tivesse acabado de acertar uma bola de neve nas costas de uma garota tão delicada, uma garota tão certa, uma garota como a Lílian.
“Potter, por que você... como ousa... você vai ver!”
O nervosismo de Lily pareceu desaparecer quando ela pegou um punhado de neve e acertou a barriga do rapaz com toda a força que conseguiu arranjar. Tiago pareceu paralisado com a reação da menina, que por sua vez, parecia satisfeita. Antes de se virar e voltar para o castelo, Lily apenas acrescentou: “É bem divertido mesmo... Talvez na próxima eu acerte nesse seu rostinho patético... E pra você Potter, é Evans!”
Dando passos fortes, a ruivinha voltou ao castelo, um pouco desconfortável, mas feliz.


Lily precisava de um banho. Suas roupas estavam molhadas de neve, pediam para ser trocadas, mas não antes de um belo banho. Pegou vestes secas e foi para o banheiro dos monitores, aquela banheira enorme era o lugar ideal para um banho, onde ela pretendia esfriar a cabeça, e esquecer o que acabara de acontecer entre ela e o Potter.
Entrou, tirou as vestes e mergulhou naquela água espumante, tão acolhedora. Fechou os olhos e começou a repassar a cena. Ela era monitora, não podia sair por ai jogando bolas de neve nas pessoas sem motivo. Tá, ela tinha um motivo, e aliás, ele que começara! Mesmo assim, não foi um bom exemplo para os novatos que passavam pelos jardins.
Seus pensamentos foram interrompidos por um barulho que assustou mais a Lily do que qualquer barulho pudesse fazer: era a maçaneta. Estava tão atormentada que esquecera de trancar a porta. Virou o rosto em um gesto lento, e logo viu a figura que estava por ultimo na “lista de pessoas que Lily gostaria de encontrar enquanto tomava um banho, nua, no banheiro dos monitores”. Era o Potter.
A menina puxou a toalha, saiu da banheira e rapidamente se enrolou na toalha. Aquilo era inacreditável, já era a segunda vez, apenas nessa ultima hora que Tiago conseguia ser tão inconveniente!
“Potter, o que você faz aqui” enrolada na toalha, Lílian se sentia mais protegida.
“Provavelmente a mesma coisa que você, vim tomar um banho...” Tiago não parecia nem um pouco incomodado com o fato de Lilian Evans estar enrolada em uma toalha na sua frente... Na verdade parecia até que o garoto estava achando engraçado...
“Mas você não tem direito de...”
“Tenho o mesmo direito que você tem, afinal também sou monitor, e também estou com a roupa molhada de neve...”
“A minha não estaria molhada se você não tivesse feito aquilo”
“Ei, lembre-se que você também me acertou!”
“Mas você que começou” de garota constrangida Lílian passou para garota irritada.
“Eu não disse que não tinha começado! Só disse que você também m acertou!”
“Mas se você não tivesse... Espera ai, por que eu ainda estou aqui discutindo com você ao invés de me trocar e sair logo daqui?”
“Talvez por que você goste da minha presença...”
“Talvez não...” e se enfiando em uma das cabines do banheiro a garota vestiu suas vestes, e quando saiu, Potter ainda estava lá, do mesmo jeito que alguns minutos atrás.
“Sabe Potter, eu te odeio!”
Saiu batendo a porta do banheiro. Com certeza aquele dia seria um dia a ser lembrado por muitos anos, como o inicio de uma história.

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