Bolhas de sabão



16º capitulo – Bolhas de sabão


Eu estava bem feliz. Tinha acabado de dar muitos beijos no Stephen. Estava super feliz. Fui saltitante e feliz caminhando de volta para a Grifinória quando...

-Ora, ora...Weasley...

-Que foi Malfoy?

Disse enquanto colocava as mãos na minha cintura.

-Bom, você sabe que sou monitor certo? – ele disse rindo.

-Sei. Sei também que a Mi é monitora chefe e é muito mais que você...Branquelo.

-Seus xingamentos são realmente ridículos pobretona.

-E os seus ultrapassados. Você não tem vergonha de me chamar disso desde os doze anos? Vamos mudar né Malfoy?

-Weasley você sequer tem criatividade para criar apelidos. Vê se cresce tampinha.

Ai fiquei estressada. Eu não era tampinha. Não mesmo.

-Olha aqui Malfoy – disse colocando o dedo na cara dele – Eu posso criar milhares de apelidos para alguém tão ridículo, você é imbecil, comensal, estúpido, cabeçudo, idiota, burro...

***

Assim que a pobretona começou a listar os xingamentos eu vi. Aquela maldita gata ali, e ela nunca perdia nada. Ela miou, mas como a Weasley estava concentrada em me insultar não ouviu.
Eu sabia que se o Filch nos pegasse ali eu estaria perdido. Completamente. Se pegasse mais uma detenção que fosse iria perder meu cargo de monitor. Seria humilhação demais para um Malfoy. Olhei para a Weasley e vi que ela continuava falando, e falando, e falando...
Analisei bem a situação. Só havia um jeito de acabar com aquilo. Apenas um jeito. Seria nojento e tal, mas...

-Idiota, burro... – ela continuou.

Não perdi mais tempo. Puxei ela pela cintura e comecei a beijá-la. Apenas um beijo, sem sentimentos ou nada. Se bem que eu nunca tinha beijado alguém com sentimento. Seria estranho.
Ela ficou o tempo todo me empurrando. Nossas bocas ficaram apenas pressionadas, uma contra a outra. Fiquei daquele jeito um tempo, depois a soltei. Ela tomou ar, me olhou com um olhar assassino e bem...Me deu o tapa mais doído de todos os tempos.

-Que mão pesada hein?

-Perdeu o pouco que te resta de inteligência Malfoy? Ficou idiota?

-Caso você não tenha visto...Weasley...A gata do Filch acabou de aparecer. Se você quisesse ser pega.

Ela pareceu considerar aquilo. Depois, pois a mão na cintura, ela sempre fazia isso, e então me deu as costas. Não sem antes dizer, mas é claro, algo.

-Você beija muito mal Malfoy – ela disse enquanto se virava.

-Porque você ainda não me viu na cama Weasley.

Dei uma risada debochada e ela saiu de lá. Era melhor assim, já tinha tido Weasley demais para uma semana toda.

***

Hermione e Kristin passaram pelo quadro da Mulher Gorda e entraram no salão comunal rindo. Assim como na aula de Transfiguração. Rony e Harry estavam sentados em umas poltronas. As duas se aproximaram.

-Oi gente – Hermione disse casualmente enquanto se sentava.

-Vocês estavam onde? – Harry perguntou o mais natural que pode.

-Por ai – Hermione deu de ombros – E vocês? Estão aqui faz tempo?

-Harry acabou de chegar – Rony disse – Eu fiquei aqui solitário um tempão – ele disse dramaticamente.

Hermione discretamente avaliou as roupas dele. Uma marca de batom se encontrava no terceiro botão da camisa de Harry. Não pode segurar um suspiro. Olhou para o lado e viu que Kristin e Rony conversavam animadamente, enquanto Harry apenas encarava a lareira.

***

Cheguei furiosa no salão principal. Aquele Malfoy era um ridículo mesmo. Quase me sufocou com aquele perfume horroroso dele. Ninguém merece. Subi direto e fui dormir. Se as meninas me vissem irritada assim iam querer conversar e eu não estava a fim disso.

***

Rony e Kristin já tinham ido dormir. O salão comunal estava quase vazio naquela hora. Hermione e Harry estavam um de frente para o outro. Era estranho aquilo. Nenhum dos dois parecia disposto a dizer algo.

Não quer se arriscar
Por tudo a perder
Não quer se machucar
Mas agora tanto faz


-Sabe Hermione – ele começou a dizer – Não esperava voltar a ser seu amigo depois de tudo o que houve.

-Eu também sei como é sentir isso – ela disse calmamente.

-É estranho...Complicado.

-Não acho complicado...Na verdade é bem simples...Simples demais...Você está com a Pansy e eu com o Jared.

-Você gosta dele?

-Ainda não, não estou apaixonada pelo menos. Mas ele é um amor.

Você já me perdeu
Não olhe para traz
Não veja o que aconteceu
Agora tanto faz
Você já percebeu
Não olhe para traz
Não veja o que aconteceu


-Que bom...Você merece...

-É, acho que é hora de pensar um pouco em mim. Nunca se sabe, não é?

-Nunca se sabe.

O seu silêncio é um sinal
Que já não sou mais eu
Quem vai lhe fazer feliz
Porque não me escolheu?


-Já vou indo Harry – Hermione se levantou – Amanhã será mais um dia cheio de lições. Temos Poções. Boa noite.

-Boa noite – Harry disse enquanto Hermione ajeitava sua saia amassada pelo tempo que ficara sentada no sofá.

Harry ficou ali, encarando o fogo. Parecia que dentro dele algo queimava, sua alma. Aquilo doía. Mas a escolha estava feita...As conseqüências estavam ai.

Você já me perdeu
Não olhe para traz
Não veja o que aconteceu
Agora tanto faz
Você já percebeu
Não olhe para traz
Não veja o que aconteceu
(Tanto faz – Reação em Cadeia)


***

A aula de Feitiços estava uma chatice total. Eu queria fugir dali, só isso. O professor continuava falando.

-Agora peguem seus livros – ele disse – Página 254. Feitiços para levitar água. Claro que vocês usarão apenas um copo com água e não o lago.

O professor riu da própria piada. Mas ninguém achou tão engraçado.

-Professor – Jim levantou a mão – Porque pulamos a página 253?

-Bom, esse feitiço da página que pulei foi usado indevidamente por dois alunos, há dois anos.

-Os gêmeos, não foi? – Lana da Corvinal disse empolgada.

-Isso mesmo. Os Srs. Weasley.

-Mas professor – Jim começou – Você acha justo nos privar disso?

-É um absurdo – Matt disse.

-Professor nós só queremos aprender – quando Stephen disse isso eu imaginei que eles estavam aprontando.

-O que é isso? – perguntei a Nátysi.

-Eles estão aprontando – ela disse apenas.

-Tudo bem então – o professor se deu por vencido – Peguem suas varinhas. Esse feitiço é bem simples. Cria um jato de bolhas de sabão. Vocês vão aprender a fazer umas seis bolhas e só.

-E como isso pode ser usado indevidamente? – Jim perguntou.

-Bom, o andar todo foi invadido por bolhas de sabão. Um sufoco só. Agora apontem suas varinhas para o ar e digam...Bubble. Apenas isso.

Todos começaram a dizer. Era divertido ver as bolhas saindo e flutuando no ar. Eu e as meninas começamos a rir.

-Não façam isso! – o professor quase gritou.

Olhamos os meninos e vimos que eles tinham juntado as pontas das três varinhas. Um segundo depois de dizerem Bubble Máxima um jato de bolhas de sabão começou a sair de lá. Foi uma correria só.
No meio das bolhas começou a aparecer muita espuma. Muita mesmo. Eu não conseguia ver nada, e estava com espuma até o joelho. Voltei correndo e peguei minha bolsa.
No corredor pude ver os alunos do sétimo ano saindo da sala de aula, eles estavam tendo Runas antigas. Escorreguei na espuma que já havia tomado conta do corredor e quase bati a cabeça. Sentia alguém me puxando pelo braço e me arrastando dali.

***

A aula de Runas antigas já era tediosa o bastante, mas naquele dia em especial conseguiu bater todos os recordes. Harry, Hermione, Rony e Kristin estavam rindo, tirando sarro da cara do professor.

-Ele é o pior. Não consigo gravar esse negócio – Kristin disse.

-A Mione sempre consegue – Rony comentou.

-É verdade...Se não fosse ela eu e Rony nunca passaríamos de ano – Harry disse rindo.

-Nada a ver gente – ela disse sem graça. Hermione adorava o fato de que Pansy não fazia Runas antigas.

Foi então que ouviram os gritos. A principio Harry achou que fosse Voldemort. Não só ele, mas todo mundo. Todos se levantaram apressados. O professor ficou sem reação. Assim que Parvati abriu a porta uma onda de espuma e bolhas de sabão invadiu a sala.
Foi uma gritaria enorme. Os quatro deram as mãos e saíram de lá. Mas algumas meninas estavam chorando, achando que era o fim do mundo.

***

Eu, Trey e Dean estávamos fazendo uns desenhos idiotas. Nós e o resto do pessoal da Sonserina, pelo menos os meninos. Eram desenhos do Potter e do Weasley. Eles estavam engraçados.

-Que tal colocar a Granger? – Trey perguntou.

-Mas agora ela está gostosa – Dean e seus comentários fora de hora.

-Mesmo gostosa ela não deixa de ser a sangue-ruim sabe-tudo mais insuportável de Hogwarts – eu disse.

Uns meninos concordaram comigo. Logo depois ouvimos gritos. Muitos gritos. Eu pensei em Voldemort. Levantei correndo e peguei minhas coisas. Todos levantaram também. Eu já estava com a varinha em punho quando a Parvati Patil abriu a porta.
Eu esperava ver feitiços sendo lançados, mas nunca imaginei que veria aquilo. Parecia um monte de espumas...Parecia não. Era. Espumas e bolhas de sabão. Era a coisa mais cômica que eu já havia visto em toda a minha vida.
Sai da sala em meio a toda a correria e gritaria das meninas. Porque será que mulher é tão histérica? Tinha que ter muito ouvido. O corredor estava congestionado. Em meio à espuma a única coisa que vi foi a Weasley. Ela estava caída no chão. Eu poderia muito bem passar por cima dela, mas não foi isso que fiz.
Peguei-a pelo braço e arrastei para longe daquilo. Ela estava molhada por causa da espuma, eu também. Mas não tanto. Ela estava quase que encharcada.

-Você é louco Malfoy? Vai me seqüestrar agora? Hein? Hein?

Ela disse alterada enquanto se arrumava. Aquela menina tinha uma voz irritante demais.

-Você queria ficar lá e ser pisoteada Weasley? – como ela era mal agradecida.

-Você é um estúpido mesmo. Quase arranca meu braço e vem com esse papo de que queria apenas ajudar.

-Então tá – disse irritado – Da próxima vez você vai ficar caída no chão como uma batata.

-Eu não parecia uma batata – ela disse enfezada – Batatas não tem cabelos tão lindos como os meus.

-E nem falam tanto como você.

-E quem disse que eu falo demais Malfoy? Todos adoram ouvir minha voz, adoram quando eu canto...Para o seu governo minha voz é perfeita viu? Não pense que pode sair por ai falando assim de mim...

O que era aquilo? Como ela conseguia eu não sabia, mas a Weasley estava falando há cinco minutos sem parar. Aquilo estava me deixando louco. Eu só ouvia um zumbido, e quanto mais ela falava mais fina sua voz ficava.
Fiquei encarando-a, esperando ela parar de falar. Mas aquilo não aconteceu. A primeira coisa que me veio a cabeça foi fazer aquilo. Puxei ela, como da outra vez. E comecei a beijá-la. Mas como da outra vez, nossos lábios apenas se colaram, nada mais que isso.
Ela me empurrou. Mas continuamos perto um do outro.

-Como você ousa fazer isso de novo? – ela disse irritada, mas pelo menos não estava mais berrando.

-Você não calava a boca mesmo.

Não sei porque, mais senti vontade de beijar de verdade. Afinal, estávamos ali mesmo. Ela só tinha que parar de falar.

***

Malfoy me puxou com força. Eu estava sem fôlego e molhada. Ele continuou me encarando. Nem pensei direito, mas quando me toquei estava recebendo um beijo dele. Um beijo que me causava arrepios. Os mesmos arrepios que eu nunca havia sentido com o Stephen.

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