Familia Potter



Capitulo 31 – Família Potter


Rony e Hermione olharam para Harry confusos sem entender o que o amigo dizia.
-Como assim onde Voldemort perdeu? – Rony repetiu as palavras do amigo.
-Você sabe onde estamos Harry? – Hermione falou.
-Na minha casa... – Harry respondeu boquiaberto fazendo os amigos se espantarem. Ele se abaixou e pegou um pequeno quadro com a foto de dois bruxos de meia idade que Harry pensou ser seus avós paternos.
-Como você sabe Harry? – Hermione falou e Rony parecia estar chutando alguns pedaços de madeira que havia prendido na sua calça.
-Eu não sei... Eu já tive sonhos em que ouvia gritos e a risada do Voldemort... Quando vi estes destroços... A casa dos meus pais veio a minha mente – Harry estava igualmente surpreso – mas qual seria o motivo para a Tonks nos mandar para cá?
-Não faço a mínima idéia... – Hermione responde tentado caminhar pelos destroços.
-Talvez quisesse que você pegasse ou encontrasse algo aqui... – Rony arriscou tentando se aproximar do amigo.
-É... Mas porque essa casa ainda esta em destroços – Harry falou – porque ninguém a reconstruiu ou limpou o terreno, e porque os trouxas não entram aqui, ele disse olhando para o que parecia ser a entrada da casa ela ficava a pouco mais de dez metros da calçada, havia um enorme grama na frente da casa.
-Um feitiço anti-trouxa Harry... E talvez anti-bruxos também... Essa casa era secreta esqueceu só podiam entrar nela se o portador do segredo quisesse... – Hermione ficou olhando ao redor.
-Porque rabicho nos deixaria entrar? – Harry disse confuso, Rony tropeçou e bateu em uma parede ainda em pé que caiu fazendo um grande barulho e levantando uma quantidade imensa de poeira. – cuidado Rony... Não queremos alguma coisa desabe sobre nós...
-Foi mal – Rony disse sacudindo a poeira que cobria sua calça.
-Deixa pra lá – Harry disse – agora o que faremos?
-Acha que devemos tentar encontrar algo aqui Harry? – Hermione disse.
-Não sei... Vocês decidem, por min vamos embora daqui... – ele disse. Na verdade estava se sentindo muito desconfortável naquele lugar. Sabia que ali era a casa dos pais, mas não sabia o motivo de não se sentir bem ali.
-Eu acho que deveríamos procurar por alguma coisa importante, afinal temos tempo... – Rony sugeriu – e depois se não encontrarmos nada quando sairmos daqui ainda vai ser de dia...
-A Tonks não nos mandou aqui por acaso – Hermione falou tentando ignorar a opinião e a presença de Rony. – deve haver algo para encontrarmos...
-Certo... Dois votos a um – Harry contou nas mãos – venceram... Ainda deve ser umas quatro horas... Depois que sairmos daqui iremos atrás de um local para dormir...
-Esta bem – Hermione falou e Rony fez o sinal de “OK” com a mão.
-Será que essa escada é segura ¬– Rony perguntou enquanto se deparava com o inicio de alguns degraus quebrados.
-Não sabemos se não tentarmos subir – Harry falou passando pelo amigo – Mione eu e o Rony vamos procurar lá em cima, se importa de procurar aqui?
-Não... Vou olhar a cozinha, ou o que resta dela... – disse olhando para a abertura que deveria levar para a cozinha – Lumus – a varinha da garota passou a emitir uma luz imensa, e ela entrou na escura cozinha.
Os dois garotos subiram as escadas com muita cautela ao chegarem ao segundo andar, os dois sentiram um imenso frio, pois havia um grande buraco por onde entrava uma grande corrente de ar gelado e havia uma imensa quantidade de neve ali, as paredes estavam mofadas e corroídas.
-Não é aconselhável irmos para aquele lado, não sei se o piso vai nos agüentar depois de tantos anos com chuvas, neve e sol pode ser que não agüente... – Harry falou e Rony concordou com a cabeça eles viraram para o outro lado e viram que havia mais dois quartos, os dois seguiram para eles.
Rony entrou no primeiro e ascendeu sua varinha com o Lumus, eles vislumbraram o que parecia ser um quarto de bebê, havia um berço totalmente destruído e a parede estava rachada.
-Acho que era seu quarto cara... – Rony disse com um sorriso amarelo Harry entrou com usa varinha também acessa e ficou olhando para o quarto todo – ele é bem maior que o meu – o ruivo comentou espantado.
Na verdade o quarto era bastante grande para um bebê era praticamente o dobro do tamanho do quarto de Rony e ainda havia um banheiro tornando-o uma suíte. Harry viu alguma coisa brilhar e correu para olhar ele se abaixou e a espada que carregava presa a cintura fez um barulho surdo.
-Harry que espada é essa? – Rony apontou para o amigo e a espada.
-Ah... Esqueci que não te falei – Harry se virou para o amigo - é a espada do Gryffindor, a espada que usei para “matar” o basilisco na câmara secreta lembra?
-Ah... Aquela espada – Rony respondeu surpreso – porque você esta com ela achei que você do colégio...
-Eu a peguei para me ajudar a destruir os horcruxes... – Harry disse ao amigo – esse rubi aqui poderá salvar a vida de alguém – ele mostrou o rubi oval que se encontrava no cabo da espada. – Acho que esse ursinho era meu... – Harry pegou um urso de pelúcia que tinha só um dos olhos, fora o que chamara a sua atenção.
Rony não respondeu, depois de um tempo Harry se levantou e os dois seguiram para o quarto dos pais deles. Era o único cômodo da casa que parecia intacto, na verdade o banheiro também estava, mas eles não foram conferir. Quase não tinha nada errado no quarto só a cama que estava um pouco desarrumada e havia um enorme quantidade de poeiras e teias de aranha, eles andaram mais um pouco e ouviram o barulho o ruivo abriu a porta a imagem de Hermione morta apareceu no chão, o garoto recuou um pouco, mas Harry tomou sua frente. Dessa vez um homem branco com olhos vermelhos apareceu, só que não ficou lá por muito tempo ele se transformou no corpo inerte e morto de Ginny.
-Riddikillus – Harry disse apontando a varinha para o corpo de Ginny que se transformou em uma vassoura com cabelos ruivos dançantes.
-Me dá a honra? – Rony passou a frente e a vassoura se transformou em Hermione novamente caída morta – Riddikillus – Hermione ganhou vários pelos no rosto como no segundo ano. O bicho papão foi açoitado por vários feitiços soltados por Harry e Rony até que o bicho papão explodiu em vários pedaços.
-Bem o que será que tem aqui... – Harry falou enquanto se abaixava e começava a procurar alguma coisa diferente no guarda roupa, só encontrou vários vestidos e roupas dos pais, o que não ajudava muito.
Rony virou-se e olhou em baixo da cama e no criado mudo onde encontrou uma pequena caixinha, enquanto Harry parara para vislumbrar o vestido de noiva da sua mãe numa caixa preta.
-Ei Harry olha o que eu achei... – Rony jogou a caixa para o amigo que a pegou no ar soltando a tampa da caixa do vestido da mãe.
-O que é isso? – Harry abriu e reconheceu na hora o objeto, era um pomo de ouro, um objeto já conhecido pelo garoto. Ele também reconheceu o pomo afinal ele só tinha três asas, era o pomo que seu pai roubara quando freqüentava seu quinto ano em Hogwarts. Ele soltou o pomo que rapidamente começou a voar desesperadamente, Harry o agarrou rapidamente, pensou que estava se tornando bobo, pois seu pai fazia isso também.
-Como seu pai tinha um desses?
-Ele afanou depois de um jogo – Harry disse sorrindo. Ele pegou a pequena capa em forma de globo e guardou o pomo, ele o colocou dentro da caixa do vestido de noiva da mãe. Ainda sorrindo se levantou e seguiu para a porta – vamos não tem nada aqui...
-Certo – Rony falou só que enquanto andava ao redor da cama para chegar à porta tropeçou na ponta de um grande baú – Aí!
-O que foi agora? – Harry que já estava no corredor se virou para o amigo e viu-o massagear o pé esquerdo – isso é um baú?
-Acho que sim... – Rony o puxou para fora e eles puderam ver o baú com um grande G na fechadura.
-Porque será que nunca me deram isso – Harry disse puxando o baú para perto de si.
-Não devem ter entrado no quarto dos seus pais, acho que preferiram não mexer em nada... – Rony falou enquanto ia para o lado de Harry, dentro do baú havia dois grandes álbuns de fotos.
O primeiro era de fotos de Harry quando pequeno, ele o folheou por um momento. Estava realmente feliz por ver como seus pais o tratavam bem e o amava diferente dos Durleys.
O segundo tinha algumas fotos da antiga ordem da fênix, e fotos do casamento dos dois, a sua mãe ficara muito linda com o vestido de noiva e Harry sentiu uma pequena lagrima escorrer pelo seu rosto, há muito não sentia falta dos pais, na verdade desde que entrara em Hogwarts não sentia tanta falta dos pais, pois ganhara amigos.
-Devia ser isso... – Harry disse sorrindo e enxugou o rosto – a Tonks queria me mostrar que mesmo na guerra meus pais conseguiram ser felizes por um momento... É uma mensagem e acho que não é só dela deve ser do Lupin também...
-É ¬– Rony falou olhando ainda o álbum de fotos.
-Vamos... – Harry disse quando passaram pelo corredor viram que já havia alguns sinais de luz do sol, tinha parado de nevar, mas o céu continuava muito escuro e quase não existia brecha para a luz passar – Mione! – Harry gritou ao voltarem para a sala de estar.
Hermione não estava na cozinha, os dois seguiram e Harry abriu a porta dos fundos, a garota estava no jardim. Ele era imensamente grande, um pouco menor que um campo de quadribol, os dois garotos ficaram boquiabertos.
-¬Mione o que cê tá fazendo? – Harry falou se aproximando da garota que olhava para algum local distante.
-Admirando a vista... ¬– ela disse apoiada em uma grade. Os garotos chegaram e ficaram boquiabertos com o que viam, era o mar e os primeiros brilhos do sol que vinham do lado contrario refletiam-se no mar.
-Mas... – Rony estava confuso.
-Porque nós podemos ver o mar? – Harry falou confuso afinal, não estavam nem sequer perto do litoral.
-Deve ser um feitiço de transporte autorizado pelo ministério – Hermione falou sorrindo – Aquelas duas arvores devem ser o portal... Acho que quem passa por essa parte da praia no seu local real não pode ver as pessoas que vieram por esse portal... Seus pais tinham bastante dinheiro Harry...
-Muito dinheiro – Rony disse também admirando a vista – deve ser muito legal aqui no verão...
-É – Harry falou, imaginando como seriam seus verões se seus pais tivessem vivos.
-¬Achou alguma coisa? – Hermione perguntou.
-Sim uns álbuns de fotos... – Harry disse sorrindo – eles queriam nos passar uma mensagem... É possível ser feliz durante a guerra, mesmo que tenhamos que nos esconder e mesmo que possamos morrer no outro dia...
Hermione virou sorrindo para o amigo, os três seguiram em silencio de volta para a casa.
-Vamos... Eu quero ir num lugar especial... – Harry levantou a varinha e fez menção de aparatar.
-Não! Não deve se poder aparatar aqui Harry... Lembre-se que aqui é uma casa guardada por um segredo... – Hermione.
-Mas o Largo Grimauld também era o Fred e o Jorge conseguiam... – Harry protestou.
-Porque sabiam o segredo... Não sabemos o segredo esqueceu? – Hermione disse inconformada, estava realmente surpresa por Harry não saber disso – vamos sair pela entrada normal e de lá aparatamos.
Os três seguiram para a entrada da casa e saíram. Depararam-se com uma rua trouxa cheia de neve e atrás deles havia uma grama muito alta coberta de neve. Harry então entendeu porque os trouxas nem tentavam chegar perto da casa, atrás deles havia um projeto de prédio inacabado que parecia um tanto quanto sombrio, havia ainda cercas elétricas sobre o muro ao redor do terreno. Na verdade alem de assustador era perigoso para qualquer trouxa tentar entrar ali.
-Para onde vamos? – Rony perguntou.
-Para um cemitério... O cemitério dos aurores... – Harry disse.
-Mas achei que fossemos arrumar um local para dormir – protestou Rony.
-Depois de passar no cemitério.
-Como iremos para lá se nunca estivemos lá? – Hermione perguntou confusa.
-Simples vamos até o beco diagonal... Tentem aparatar na frente do Olivaras... – Harry disse.
E desapareceu deixando Rony e Hermione confusos, os dois se entreolharam por uma fração de segundos, mas a garota virou rapidamente o rosto e desapareceu do local deixando o ruivo sozinho.
-Ótimo... – ele disse e depois desapareceu do local como os outros, um homem que passeava com seu cachorro enquanto tomava um café quente deixou-o cair e foi correndo para casa esquecendo do animal.
Quando chegou a frente ao Olivaras, Rony viu que a loja estava realmente acabada, na verdade existiam poucas lojas que ainda funcionavam e uma delas era a de Fred e Jorge, só que havia uma placa bem grande com os disseres “Não entre na loja com nenhum artefato de magia negra ou será preso imediatamente por aurores apostos”.
O garoto ficou vislumbrando a pequena rua que há pouco tempo ficava lotada de bruxos e bruxas de todas as idades, tamanhos e cores, agora parecia uma avenida deserta onde não havia nenhum sinal de vida aparente, na verdade Rony ficou imaginando como seus irmãos ainda conseguiam lucrar com o fraco movimento da loja.
-Rony vamos! - Harry disse fazendo o amigo parar de olhar para a rua e se virar para a loja. Harry e Hermione já estavam dentro dela.
-Porque estão dentro do Olivaras? – Rony disse confuso ao entrar no estabelecimento.
-Porque aqui é a entrada para o cemitério... – Harry disse enquanto passavam pelo balcão – é um cemitério secreto, pois alguns aurores morreram de venenos irreversíveis, e alguns bruxos ganhariam fortunas ao roubar um pouco do veneno dos corpos... – falou ao mesmo tempo em que seguiam por um longo corredor com prateleiras vazias.
-Mas porque no Olivaras? – o ruivo falou olhando para as prateleiras, não podia acreditar que existissem tantas varinhas.
-Porque era o segundo estabelecimento mais seguro do beco diagonal, só perde para grincotes, mas os duendes não queriam corpos de bruxos em seu banco... – Harry respondeu.
-Como você sabe de tudo isso Harry? Achei que fosse segredo... – Hermione falou.
-O Moody me contou quando fui pedir permissão para sair, ele deu a idéia de eu dá uma passada aqui antes de começar minha jornada... – respondeu o garoto sorrindo – os meus pais foram enterrados aqui... Por isso eu nunca pude ver o tumulo deles... – ele mudou totalmente de feição – vamos é por aqui.
Eles pararam no meio do corredor olhando para a prateleira esquerda onde havia um pequeno jarro verde na frente deles. Harry o estuporou e uma porta apareceu diante deles. Os três passaram e quando perceberam não pisavam mais no piso liso e úmido da loja, mais numa grama coberta na maior parte por neve.
-Uau... – Rony falou passando por uma grande estatua de um anjo com uma espada, havia um homem dormindo numa cadeira.
-Er... Olá ¬– Hermione se adiantou e acordou o pequeno homem gorducho que dormia na cadeira. O homem se levantou num susto ajeitou o pequeno chapéu estava com a varinha erguida.
-O que fazem aqui? Sabem que é uma área restrita não? – ele disse tentando tirar a voz de sono.
-Meu nome É Harry Potter e esses são Rony Weasley e a Hermione Granger... Aqui está meu certificado de auror e a aqui está a notificação da nossa presença... – Harry fez um movimento com sua varinha e dois papeis se materializaram no ar. Ele os entregou ao homem que logo ao ouvir o nome do garoto ficou de pé com um pulo, pegou os papeis e fingiu lê-los rapidamente.
-Claro Sr. Potter... Eu poderia pedir para passar por aqui... Sabe são as normas padrões... – o homem falou.
-Claro – Harry passou por um pequeno portal e foi seguido por Rony e Hermione. – Vamos ver os túmulos dos meus pais... – ele falou e seguiu para frente, o homem ficou observando-os entrar cemitérios adentro.
Os três seguiram, e Harry parecia saber para onde ia, os outros dois seguiram calados, até que Rony apontou para um tumulo.
-Harry... Ali é? – Rony mostrou um tumulo um tanto quanto grandioso.
Hermione e Harry se viraram e viram o tumulo bem no meio do cemitério, ele tinha uma grande estatua com um centauro atirando uma flecha para o auto. Lá havia a seguinte frase.
“O último da muy antiga e nobre família de bruxos puro sangue, aqui jaz em espírito um grande bruxo, um grande amigo e um grande padrinho!”
Sirius Black

Os três ficaram olhando boquiabertos para o tumulo. Sabiam que não tinha nada ali dentro, mas qual era o motivo de terem feito um tumulo para ele. Harry então entendeu o motivo, poucos metros da grande estátua havia uma laje rachada com o nome Pedro Pettigrew nela.
Ali deveria ser o antigo tumule de Rabicho e muito provavelmente por também não haver corpo o substituíram pelo tumulo de Sirius, afinal o ministério só reconheceu que Sirius sempre fora um bom homem depois de morto.
-Porque ninguém nunca me contou que o Sirius tinha um tumulo? – disse um Harry indignado.
-Nós não sabíamos Harry... – Rony falou assustado.
-Como queria que te contassem que o Sirius tinha um tumulo se você não aceitava a morte dele... – Hermione disse olhando para os olhos do amigo – depois da morte dele você não falava com ninguém direito... Sabe você parecia que não queria a companhia de ninguém... Por isso acho que o Dumbledore preferiu não contar...
Harry ainda irritado e indignado virou-se para o tumulo e viu que lá havia uma foto do seu padrinho quando jovem com seus melhores amigos havia uma parte queimada na fotografia onde muito provavelmente estaria Rabicho, o garoto passou alguns minutos olhando o tumulo. Rony e Hermione ficaram de pé esperando o amigo que agora cerrara o punho com bastante força.
-Lestrange... Snape... Voldemort – ele disse e depois se levantou com o rosto decidido, e sem nenhuma palavra seguiu por uma pequena subida pela relva e neve.
-Harry espere – Hermione disse, pois o garoto estava quase correndo. Ele diminuiu o passo e levantou a camisa para limpar os óculos, na verdade não queria que os amigos percebessem que estava enxugando uma lágrima.
Rony passou o amigo e Hermione ficou do lado dele, os três seguiram juntos até uma grande parede branca. Diminuíram o passo e Harry tirou da mochila um pequeno buquê de flores brancas, ele as colocou no meio entre duas lapides.
Hermione e Rony também se abaixaram, cada um colocou uma mão no ombro de Harry que olhava atentamente para o nome dos pais. Não havia nenhum epitáfio nas lapides, porem havia um pequeno texto na parede. O garoto passou a mão para tirar uma pequena quantidade de neve.
“Um casal que tão novo e tão poderoso que não puderam ficar muito tempo nesse mundo”
Ele reconheceu o jeito de rimar do texto, só poderia ter sido escrito por Dumbledore, ele sentiu um fervor dentro de si e ficou vislumbrando os raios do sol que agora eram um pouco fortes, havia um pequeno canto de pássaros.
Ficaram ali por um tempo incalculável. Rony olhou Hermione umas duas vezes pelo canto dos olhos, sentiu uma pequena pontada no estomago, mas depois parou de olhá-la, a garota por vez ficou imóvel olhando o amigo contemplar o tumulo dos pais, sabia que ele sentia uma imensa dor, que para ela não era calculável, mas sentia muito ao ficar olhando aquela cena sem poder dizer nenhuma palavra de consolo.
Até que finalmente Harry se levantou fazendo Rony e Hermione pararem com suas reflexões. Ele enxugou o rosto com a manga da camisa e virou-se na direção da saída do cemitério.
-Vamos... Não temos mais o que fazer aqui – Harry falou tentando sorrir – agora podemos procurar um local para ficar...
-Aonde iremos? ¬– Rony perguntou andando ao lado do amigo, que se locomovia a passos rápidos.
-Para um hotel trouxa... – ele respondeu sem virar o rosto para o amigo, pois sabia que ele estava fazendo um careta de espanto.
-Hotel trouxa? – Rony falou, sem surpreender Harry ou Hermione, que não estava nenhum um pouco surpresa pela decisão do amigo.
-É... Não despertaremos suspeitas de nenhum tipo de bruxos, também não quero que a ordem ou o ministério saiba aonde iremos, pois pode haver um traidor entre eles... ¬ - ele pausou e dessa vez olhou para o rosto do amigo – Fora que é mais barato ficarmos num hotel trouxa a uma estalagem bruxa...
-Como assim? – Rony ainda estava um pouco surpreso com a noticia de que ficariam no meio de trouxas, mas até que entendia os motivos.
-Nós podemos trocar alguns poucos galeões por muito dinheiro trouxa... – ele se virou para a amiga – você já o fez não Mione?
-Já... Há uns dois dias atrás o Gui me trouxe o dinheiro trouxa... – ela tirou da sua mochila uma pequena bolsa muito cheia, abriu um zíper e mostrou vários papeis verde e branco amarrotados.
-Nossa – Harry disse olhando para a pequena bolsa cheia de dinheiro na mão da garota – eu não sabia que com vinte e cinco galeões dava para tanto dinheiro...
-É... Eu também nunca tinha pensado em trocar galeões por libras... – ela disse guardando bolsa novamente dentro da mochila – acho que meus pais sempre faziam isso para min, mas nunca tive idéia do real valor...
Eles pararam de conversar, pois haviam chegado ao pequeno portal. Encontraram do outro lado dois homens, o mesmo que estava dormindo quando chegaram e um outro mais jovem e alto e forte, o velho parecia estar relatando algo fantástico que acabara de ver.
-É ele! – falou sem conter as emoções o pequeno bruxo velho, o outro olhou para Harry das pontas dos pés até a testa do garoto onde parou e ficou olhando para lá um bom tempo. – o Arnaldo aqui não queria acreditar que Harry Potter “o eleito” estava aqui no meu turno...
-Não é isso Robert, eu só achei exagerado o jeito como você me contou da aparição dele... – o jovem homem chamado Arnaldo falou – é um prazer conhece-lo garoto, sabe depois da morte de Dumbledore, acho que você é o único que pode mesmo trazer a paz de volta para o mundo bruxo...
-Certo... – Harry apertou a mão de Arnaldo que balançou firmemente com um grande sorriso no rosto.
-Eu ainda acho que o Dumbledore deveria ter sido enterrado aqui... Sabe, não há lugar mais seguro hoje em dia – o velho chamado Robert falou.
-Do que você esta falando? Hogwarts é bem mais segura – Arnaldo disse condenando o comentário do amigo – ele deve repousar onde possa ser mais útil... Para todos os alunos que virão, quando você derrota-lo – ele fez menção a Harry novamente que deu um sorriso amarelado.
-Er... Eu tenho que ir agora, mas foi um prazer conhecê-los ¬– o garoto estendeu a mão e apertou a mão dos dois bruxos que pareciam desanimados pelo garoto estar indo embora. – poderiam colocar flores todos os dias nos túmulos dos Potter e do Sirius Black? – ele perguntou fazendo os dois se espantarem com a menção do nome de Sirius – aqui tem quatro galeões, eu ficaria muito grato...
-Claro garoto... – Arnaldo disse pegando as quatro moedas de ouro – será um prazer... Até a próxima...
-Volte mais aqui garoto... – o velho Robert falou sorrindo.
-Certo, farei o possível... – Harry respondeu e ele, Rony e Hermione seguiram até a porta que os levaria até o corredor no olivaras.
Os três voltaram ao beco diagonal rapidamente, agora havia raios de sol iluminando a velha estrada de tijolos coberta de neve, parecia que o inverno estava chegando ao fim. Eles olharam para a loja de Fred e Jorge, mas não viram nenhum sinal de vida.
-Vamos... – Harry falou apressando os amigos – já são oito e meia, não queria andar pelo beco já de dia... Droga! Poderão nos ver... – ele disse parecendo irritado.
-Como iremos para esse hotel? – Hermione perguntou. – e onde fica esse hotel?
-No centro de Londres... É um hotel muito freqüentado e tem bastantes trouxas lá... A tia Petúnia uma vez me mostrou que ganhara um desconto nele, e ela e o tio Valter foram passar um fim de semana lá me deixando com o Duda e a Guilda... – ele pareceu fazer uma careta – bem podemos ficar nele, duvido que tenha algum bruxo nele...
-Não é perigoso que trouxas nos vejam? – Rony perguntou enquanto eles se encaminhavam para o portal que os levariam até o caldeirão furado.
-Sim e Não... A maioria dos trouxas não nos trará nenhum problema, mas se algum trouxa for interrogado por um bruxo, poderemos ser descobertos – Harry respondeu passando pela passagem e parando na pequena sala com tijolos atrás dele, Rony e Hermione apareceram bem depois.
-Então não saberemos se é seguro ou não ficar nesse hotel... – Rony falou.
-Na verdade iremos pagar um hotel e vamos aparatar para outro lugar, depois iremos para outro hotel, e aparatar de novo e para um terceiro hotel, depois voltaremos para o primeiro... – Harry falou.
-Anh? – Rony olhou confuso para o amigo.
-Pagaremos para ficar em três hotéis, para que se houver algum bruxo no meio dos trouxas possamos despistá-los, já que Voldemort quer pessoalmente me matar... ¬ ele se virou para o dono do bar que havia levantado a sobrancelha ao ver o garoto – Tom aqui está vinte e um galeões e dezessete sicles para você alegar que estou passando a noite aqui... Se eles forem até o quarto fuja e procure o Mundungus... Eu pagarei para você uma quantidade maior, para poder abrir um estabelecimento em outro lugar...
O barman concordou coma cabeça e pegou a pequena bolsinha cheia de moedas de ouro e prata.
¬-Harry... Boa sorte... – Tom falou antes que o garoto saísse pela saída trouxa do caldeirão furado.
O garoto levantou a mão e colocou um cachecol no pescoço, pois acabara de começar a nevar.
-O primeiro hotel fica há duas quadras daqui – Harry disse sorrindo.
Assim eles foram no primeiro hotel, ele ocupava sozinho todo um quarteirão, Hermione alugou três suítes de luxo e os três se dirigiram para a de Harry onde aparataram de volta em um beco de Londres, que Harry apontara antes de entrar no hotel. Pegaram o metro e seguiram.
Só chegaram ao terceiro hotel às dez e meia onde aparataram rapidamente de volta para o primeiro hotel.
-Bem... Finalmente podemos dormir... Tomem – ele entregou dois bisbilhoscópios ao ruivo e a garota. – coloquem do lado da sua cama e aumentem o volume deles com magia... Apareçam no meu quarto amanhã de manhã... Iremos até um local que eu já visitei nas memórias do Dumbledore... Hermione você já o viu...
-Para onde iremos Harry? – o garoto já entrara no quarto e fechara a porta na cara dos dois – mal educado... – ela sussurrou olhando para a porta irritada.
Virou-se para Rony que estava na frente do caminho que a levaria para o seu quarto, os olhos dos dois se encontraram por segundos, ela viu um expressão de perdão nos olhos do garoto, mas virou o rosto e passou pelo garoto sem dirigir-lhe sequer uma palavra, uma voz interior disse para ela “Francamente Hermione como pode pensar em sentir pena desse Weasley fedorento?” ela concordou plenamente com a voz e seguiu seu caminho confiante.
Rony ainda se virou para olhar para a garota, mas percebeu que estava alimentando falsas esperanças.
Nenhum dos três se encontrou pelo resto do dia, Harry ainda aparatou para os dois quartos que tinha alugado para verificar se alguém conseguira arrombar o feitiço que fizera para trancar as portas. Não havia nenhum sinal de arrombamento.
Quando amanheceu Harry já estava na frente do seu quarto esperando os amigos com a capa da invisibilidade, não queria que nenhum funcionário passasse e visse ele parado na frente do seu quarto.
Hermione apareceu primeiro com um ar de irritada quando esticou a mão para bater na porta bateu a mão no rosto de Harry que gemeu de dor, pois o punho dela batera nos óculos dele.
-Ai... – disse o garoto.
-Harry? – Hermione falou confusa – porque esta com a capa aqui?
-Eu não queria que os trouxas me vissem parado aqui... – respondeu ele retirando a capa passando a mão no nariz.
-Que idéia estúpida... Cadê o Weasley? – Hermione perguntou indiferente.
-Não deveria chamá-lo assim... – Harry ralhou com a garota que cruzou os braços.
-O chamo como quiser! – ela respondeu irritada.
-Acordou irritada hoje Mione? – Harry falou tentando acalmá-la.
-Não é da sua conta... – ela respondeu sem dar muita atenção ao garoto. – mas onde será que esta o...
-Estou aqui! – Rony chegou fazendo a garota levar um susto, pois ele apareceu bem atrás dela.
-Não faça mais isso! – era a primeira vez desde o natal que Hermione referia palavras para Rony, ele ficou meio surpreso com a ação da garota, mas antes que pudesse responder Harry interveio.
-Você demorou bastante... Vamos... Temos de ir até a casa do Sirius... – ele disse seguindo pelo corredor até as escadas – Esperem eu acertar as contas com o recepcionista – ele desceu e conversou com um homem com um terno muito esquisito aos olhos de Rony.
Os três já estavam andando pelas calçadas de Londres quando Hermione colocou suas mãos no ombro de Harry fazendo-o parar e Rony continuar a andar mais um pouco até perceber que estava caminhando sozinho.
-Harry, eu estava pensando... – Hermione falou seria, na verdade desde que falar com Rony no hotel não havia falado mais nada, estava calada refletindo – não seria melhor voltarmos para Hogwarts?
-Como assim Mione, eu já expliquei que não quero voltar até Hogwarts enquanto não for à casa do Sirius e descobrir se o Regulo é mesmo o tal R.A.B. – Harry respondeu indignado com o ultimo comentário da amiga.
-Não é isso Harry – Rony agora se aproximava finalmente dos dois – não estou dizendo para ficarmos lá... Estou dizendo para irmos pegar uma coisa importante lá...
-O que seria tão importante para voltarmos até Hogwarts – Harry perguntou confuso e irritado.
-Monstro... – respondeu sem se importar com as caras de Harry e Rony – Você manda nele esqueceu... E aposto que se ainda existe alguém que pode nos ajudar a investigar sobre o Regulo é o Monstro...
Harry ficou olhando para Hermione boquiaberto, era incrível como esquecia de Monstro em horas tão importantes, e o mais incrível era como Hermione lembrara dele bem a tempo.
-Poderemos agradecer à Tonks por ter colocado uma chave de portal na sua casa e tudo mais, e ainda poderemos pedir ajuda ao Monstro – Hermione achava que o amigo não aceitaria a proposta, mas tentava persuadi-lo, pois realmente achava que com Monstro a investigação seria bem mais simples.
-Mione você é um gênio... – Harry falou sorrindo.
-Eu... Anh? – a garota esperava que o amigo dissesse que eles eram suficientes e não precisariam da ajuda de um elfo domestico idiota ou qualquer coisa do tipo.
-Sim você é um gênio... Como pude esquecer do Monstro? – Harry disse feliz – também quero pedir uma coisa ao Moody – ele disse com um sorriso – então está certo, mas como voltaremos a Hogwarts? Eu tinha dito ao Moody que voltaríamos só num período de uma semana...
-Não se preocupe, eu previ que terminaríamos o que tínhamos de fazer – Hermione falou feliz, ela retirou da sua mochila um livro enrolado em uma toalha – o Lupin disse que era para uma emergência e só podia transportar quem estivesse tocando em min... Assim quem tocar em min quando eu estiver em contato com o livro será levado para Hogwarts... Vamos... Segurem em min – Rony e Harry tocaram no ombro de Hermione – Agora...

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