O destino já foi traçado... Ca



Título: Sentimentos Eternos


Por: Ana Jully Potter


Casal principal: Hermione/Harry


Disclaimer: Eu não possuo nenhum vinculo a obra de Jk, logo Harry Potter não me pertence.


Notas da Autora: essa historia passasse em um universo alternativo...... Irão ser mantidas as características originais dos personagens..Espero que gostem...


Sinopse: Esta escrito no deserto, senhor da eternidade, lugar onde segredos e paixões são contados pelo vento... Ele tem que manter a altivez que sua posição exige... Ela não quer ser apenas mais um rostinho bonito... Juntos não poderão fugir do inevitável. Razão e orgulho se misturam e uma nova historia começa a ser contada...






Capitulo I


O destino já foi traçado... Caberá a nos apenas cumpri-lo








“Assim como cada ser anseia por alguém ao final de uma longa caminhada eu também anseio por ti”.








Ras Jusuf
Oásis de Fadna, século XX ano de 1946.





Quando eu tinha cinco anos meu pai me fascinou com as historias do deserto, os contos das mil e uma noites, os príncipes e palácios de ouro protegidos por muralhas suntuosas, as areias ardentes, o sol escaldante, a noite fascinante, os belos oásis... Um paraíso perdido. O lugar perfeito... Um mundo que poderia ser só meu.



A imensidão do deserto é igual à intensidade dos sentimentos humanos. É um lugar complexo e muitas vezes mal entendido, assim como um amor proibido.Sendo que só quem pode entendê-los são os poucos corajosos que já ousaram enfrentá-los já que eles não temem o desconhecido. E se você estiver dividida não resista, renda-se aos dois. Essas eram as palavras que meu pai sempre me dizia para embalar meu sono...




“Nós vamos um dia lá”, prometera certa vez. “Logo que eu estiver em condições de viajar, iremos morar nos limites do deserto, eu, você e sua mãe!”. Sempre me prometia...



Mas de uma hora para outra o meu mundo desabou, não havia mais historias... Em vez disso apenas a dura realidade...



Fui mandada a uma escola interna na França depois da morte inesperada de minha mãe. Papai abandonou nossa casa em Londres já que entrou em um estado de depressão tão grande que preferiu se afastar de tudo e de todos... Ate mesmo de mim, sua garotinha...



Vários anos se passaram ate que eu pudesse vê-lo novamente... Infelizmente já era tare demais. Eu também o perdi.





Mas agora estou aqui...




No Oriente misterioso que meu pai conhecera e comentara tantas vezes! A terra que tínhamos planejado visitar juntos! E além dos muros do hotel em que eu agora estava ficavam as areias douradas dos meus sonhos!



No dia seguinte de manhã, iria sozinha a cavalo até o oásis de Fadna, onde meu pai tinha morado e pintado às paisagens que o tornaram conhecido como artista. Eram pinturas tão vibrantes e cheias de vida que despertaram na aluna do internato de freiras o desejo de conhecer a realidade.



Meu pai apanhara uma doença na ultima viagem que fizera ao Oriente e eu cuidara dele, dedicadamente, durante o ano em que ele passara em Paris, deixei o colégio e dediquei-me e única e exclusivamente a ele. Lentamente porem, Jonathan Granger sucumbiu à febre maligna e deixou-me sozinha no mundo.



Era verdade que não fiquei sem dinheiro, as obras de papai me davam uma boa renda, mas nada compensava a perda de um homem tão querido e porque não dizer excêntrico!



Mesmo naquele momento podia vê-lo, sorrindo com a fisionomia calma enquanto trabalhava numa tela ou esboçava um rosto original com alguns traços rápidos de carvão.



A saudade era muita... Nada jamais me faria esquecer dos momentos que passei ao lado daquele homem... Meu pai... O único homem que já amei.



Como eu desejava que pudesse ter conhecido esse lugar com ele...




******************








O luar banhava a vasta vegetação verde que era abundante naquela parte do oásis e iluminava as colinas de areia que marcavam os limites do fim daquele paraíso e o começo de outro.



O vento soprava trazendo consigo uma leve brisa gélida que atingia as palmeiras e provocava ondulações em suas folhas.



Ecoava então um murmúrio... Às vezes se você prestasse bastante atenção perceberia que eram palavras... Como se o deserto pudesse revelar seus segredos assim... Mas apenas pára aqueles que soubessem ouvi-lo.



De uma das sacadas daquela luxuosa construção, o Hotel Yraa, uma moça de longos cabelos cor de mel, quase até a cintura levemente ondulados nas pontas, de olhos castanhos, e uma pele lisa e branca observava distraidamente o brilho das estrelas que cintilavam no céu e embora estivesse com um longo vestido de seda rodado bege digno de uma refinada e elegante senhorita da sociedade, parecia indiferente a musica animada que vinha do salão de baile.



Respirou fundo o ar da noite, impregnado com o perfume de jasmim e com o aroma forte que a brisa noturna trazida do deserto, e deu um suspiro.



Aquelas festas em nada combinavam com ela. Um espírito livre... Detestava as formalidades da sociedade e suas normas de comportamento.



Estremeceu instintivamente quando ouviu o ruído de passos na outra extremidade do terraço e pensou em sair correndo dali para refugiar-se no jardim. Ao sair da sombra, contudo, um rapaz de cabelos ruivos preso em um baixo rabo de cavalo e vestido em um elegante fraque a abordou.



- Ah! Você esta ai. Exclamou com uma risada irritante. Você me prometeu uma dança Mione.



A musica invadiu o terraço, saindo pela porta aberta do salão de baile. O calor, a fumaça dos cigarros, as conversas desinteressantes, tudo combinava para expulsa-la dali. Agora Ronald Weasley saia a sua procura quando havia tantas moças que disputavam sua atenção.



- Estou cansada de dançar Rony. Explicou com o rosto impassível. Prefiro respirar o ar puro da noite e olhar paras aquelas estrelas lá no alto e que mais parecem estar ao alcance da minha mão.



- Mas elas não estão Hermione. Disse o rapaz com uma entonação prosaica que tinha o dom de irritá-la. Por que você não se conforma com as coisas possíveis?




- Como o casamento e as obrigações banais da vida?




- Com você a vida nunca seria banal. Retrucou o rapaz corando ligeiramente.




Ela não entendia por que os rapazes daquela idade ficavam sem jeito e gaguejavam na frente de uma jovem bonita.




Sabia que não era feia, no entanto aprendera no internato das freiras que atributos físicos não tinham valor na vida, ouvia então com indiferença os elogios que os rapazes lhe faziam. Preferia saber que tinha saúde de ferro e que podia montar a cavalo e partir a galope sem correr o risco se ser derrubada no chão.




Subitamente, subiu do jardim o som langoroso de uma flauta de bambu, obsessivo e dolente, contrastante com a musica frenética de dança que tinha cessado naquele momento.




- Quem esta tocando essa flauta? Perguntou aproximando-se com curiosidade do parapeito e prestando atenção à melodia com os olhos brilhantes. –Eu ouço essa musica todas as noites desde que cheguei a Ras Jusuf.




- Deve seu um dos jardineiros. Sugeriu Rony aproximando-se dela. Ao sentir o contato do braço no seu corpo, Hermione afastou-se e desceu rapidamente os degraus da escada.




- Vou descobri o flautista que esta tocando entre as arvores!




- Você tem cada idéia. Exclamou Rony seguindo-a em direção às palmeiras e aos pés de jacarandá, que estavam com os ramos cobertos de flores.




- Ah, que perfume maravilhoso! Disse abaixando um galho e levando-o ao nariz. Você não tem vontade de fazer uma loucura respirando esse ar da noite? Perguntou ao homem ao seu lado.




- O que você entende por loucura? Perguntou com um risinho malicioso. – Eu me sinto bem só de estar com você...






- Ah! Não é disso que eu estou falando! Exclamou com impaciência. A vida deve ter um certo encanto, uma certa magia, alem dos beijos e das promessas vazias.




- Você já gostou de alguém, Mione? É gostoso namorar e eu gostaria de ser seu namorado... Se você quiser, eu ficaria muito mais feliz se aceitasse ser minha mulher.




- Pois eu não. Disse com a voz gelada. – Olhe Rony, ao contrario das outras moças que estão hospedadas no hotel, eu não vim aqui para arrumar um marido.




- Não me diga que você veio conhecer o deserto!




- Por que não? O deserto é um lugar muito misterioso... Para quem sabe ver.




Afastou-se dele e prestou atenção a musica da flauta, que absorvia no momento todo o seu interesse. A presença de Rony era uma intrusão desagradável naquela circunstancia, mas não queria ser indiferente se pedisse ao rapaz para deixá-la sozinha.




- O baile vai terminar e você vai perder sua ultima dança. Lembrou, na esperança se que o rapaz compreendesse a indireta.



- Eu não vou deixá-la aqui sozinha... Com esse árabe tocando flauta no meio das arvores.




- Não tem perigo. Hermione disse com um sorriso meigo. – Posso me defender. Alem do mais amanha vou passear sozinha de cavalo no deserto.




- Você esta falando serio? Exclamou pegando na sua mão.




Hermione soltou-se com um gesto brusco e afastou-se alguns passos como se não pudesse tolerar o contato físico de um homem. O único homem com quem tivera intimidade fora com o pai e, mesmo assim, somente no ultimo ano de vida dele e quando era pequena, porque depois ele estava sempre viajando, à procura de paisagens originais para os seus quadros.




Sua mãe parecia que tinha morrido a tantos anos que agora parecia que mal lembrava dela e Hermione passara a maior parte da sua infância e adolescência trancada no convento de freiras.




“Quando você crescer” dissera o pai, “vamos viajar pelo mundo inteiro”.




No entanto essa também não passava de outra promessa vazia.




Era o sonho que ela cultivara durante todos os anos de solidão, mas que infelizmente, não estava destinado a se concretizar. Agora aos vinte anos, viajara sozinha para o Oriente a sim de conhecer o oásis de Fadna, numa espécie de romaria ao local que o pai amara em vida e onde residira durante muitos anos.




- Eu já arrumei um bom cavalo e pretendo conhecer esse deserto de que falam tanto. Explicou




- Eu vou com você. Disse com firmeza. – Uma moça da sua idade não pode andar sozinha por aí. Há regiões que são inteiramente isoladas e me contaram que algumas moças foram seqüestradas e nunca mais mingúem ouviu falar delas.




Hermione deu uma risada que ecoou pelo jardim agora silencioso.




- Eu não sou Padma Patil! – comentou, com voz desdenhosa. – Você não me assusta com historias de árabes mal-encarados que seqüestram moças desacompanhadas a fim de levá-las para seu seus haréns! Meu pai morou muitos anos no deserto e ele conhecia bem os beduínos. Eles preferem as mulheres árabes, para eles nos somos muito magras e sem graça...




- Não seja teimosa! Você pode ser roubada apenas para pagar um resgate... Eu não estou brincando! Os beduínos pensam que todos os turistas são milionários.



- Nesse caso, ficarão decepcionados se me seqüestrarem. Vivo com a renda que meu pai me deixou, e não sou nenhuma milionária...




Hermione voltou-se em direção às arvores para ouvir o som da flauta que recomeçou a tocar e parecia estar se aproximando de onde estavam. Prestou atenção durante um momento e correu para trás de um tronco. Avistou dali o brilho do lago onde os nenúfares flutuavam e, junto à margem, o vulto agachado de um árabe.




O capuz do Albornoz brando estava descido sobre os olhos, mas podia avistar a flauta que se projetava sobre os lábios. O homem estava voltado na sua direção e a aparência sinistra com aquele capuz de monge.




Hermione apertou com força a bolsinha que segurava na mão. O flautista, naturalmente, ia pedir a gorjeta de praxe. Em vez disso, porém, guardou a flauta nas pregas do manto e lhe dirigiu um cumprimento cerimonioso.




- A lella está querendo saber sobre a sorte? Perguntou em francês com os olhos brilhantes por baixo do capuz. – eu vi a lella no bazar esta manhã e mais tarde passeando no jardim. A moça esta procurando alguma coisa na Terra do Véu?




Hermione parecia fascinada, enquanto mirava fixamente o árabe.




Rony comentou em voz baixa, por cima do seu ombro:




- Ler a sorte... Isso é bobagem! Não gaste seu dinheiro com este cara.




- O roumi tem medo de ser excluído de sua vida. Prosseguiu o árabe, pelo visto compreendendo o comentário de Rony. Com o rosto impassível, tirou um saquinho do bolso do Albornoz, soltou o nó que o amarrava e despejou o conteúdo na sua frente. Em seguida, espalhou a areia fina com a palma da mão e traçou alguns desenhos na superfície lisa com a ponta do dedo.




- Sopre de leve a areia. Disse por fim.




Mione ia ajoelhar-se no chão, diante do adivinho, quando este, com a cortesia tradicional dos árabes, retirou o lenço de seda do pescoço e estendeu a na sua frente.




- Muito obrigada! Disse soprando de leve os desenhos traçados na areia. Depois, com a respiração presa, aguardou com ansiedade que o árabe examinasse os traços formados na areia.



- Mektub! Murmurou o homem em voz baixa. – estou vendo uma casa construída num local isolado a areia do deserto avançou sobre os muros e os canteiros de flores. A lella não deve ir a este lugar, mas esta escrito que irá, mesmo assim.




- Por que não devo ir lá? Indagou olhando com certa desconfiança para o árabe.




Aquela manhã, ao alugar um cavalo para o passeio que pretendia dar, informara-se também sobre à casa construída pelo pai no oásis de Fadna. Algumas pessoas no hotel estavam perfeitamente a par do seu plano. Era possível que o árabe tivesse ouvido alguma coisa a esse respeito e se aproveitasse da informação.




- Eu sei apenas que a moça irá ate lá e que será perseguida por um homem de cabelos negros, igual a nos... Porem diferente na origem... Ele não é um qualquer... Nasceu diferente dos outros... Tem sangue de reis correndo em suas veias.




Hermione deu uma risada nervosa e olhou para os cabelos reluzentes de Rony.




- Bem, nesse caso você esta excluído!




- O que foi que ele disse? Perguntou Rony com o rosto fechado.




- Não entende francês?




- Não, não entendo patavina dessa língua.




- Ele disse que vou ser perseguida por um homem de cabelos negros. Explicou com animação.




- Que besteira! Exclamou olhando com desprezo para o árabe. Sob a sombra do capuz os olhos escuros brilharam. – Dê-lhe uma gorjeta e vamos embora.




- Antes eu quero fazer mais uma pergunta... Pode ser bobagem, mas é extremamente divertido!




Ao avistar o rosto dela voltado na sua direção o adivinho tornou a inclinar a cabeça sobre os desenhos traçados na areia.




- Quem é esse homem moreno? Eu o conheço, ou é um estranho?



- Há pessoas que a gente encontra nos sonhos, lella. Pessoas que são estranhas sem serem desconhecidas.




Ela levantou levemente a sobrancelha.



- Eu não sonhei ultimamente com nenhum homem alto, moreno e perigoso. Disse com um sorriso irônico. Você não pode me dizer algo mais interessante?




- Há alguma coisa mais interessante que os segredos do coração lella?




Havia uma entonação maliciosa na voz rouca do homem que a desagradou: com um movimento brusco do tronco, Hermione inclinou-se para frente e soprou com força os desenhos formados na areia.




- Pronto! Agora afastei esse homem do meu caminho!




- Não, lella, não afastou. – O árabe apontou para a bainha do vestido bege da moça onde havia alguns grãos de areia fina. - Se a moça quer fugir dele, deve afastar-se do deserto... Se permanecer aqui será perseguida, e as mãos dele vão cair sobre a lella como estes grãos de areia.




Hermione levantou-se bruscamente e escovou a areia do vestido. Era bobagem levar a brincadeira a serio, mas, mesmo assim, sentiu-se subitamente angustiada e atrapalhou-se toda quando apanhou uma moeda da bolsa. O árabe aceitou a gorjeta e guardou0a no bolso do albornoz. Inclinou a cabeça cerimoniosamente e murmurou uma palavra de agradecimento.




Então levantou-se com nervosismo e sugeriu a Rony que se dirigisse rapidamente ao salão, antes da ultima dança. O lamento da flauta de bambu acompanhou-os durante alguns momentos e pensou que fora uma idiota em se perturbar com as palavras do adivinho. Felizmente, ninguém podia prever o futuro!




Meia hora antes, ela fugira do barulho e das conversas enjoadas do salão. Agora, porém, ouviu com agrado a musica frenética que encobria o lamento insistente da flauta no jardim.




Você dança divinamente. Comentou Rony, estreitando-a nos braços. Por que não queria dançar?




- Eu prefiro andar a cavalo... Não há nada como galopar em disparada! É por isso que ando sempre a frente dos outros.



- Ah! Entendi! Você não gosta de ser passada para trás. Sobretudo por homens...




- Exatamente.




Hermione soltou-se dos braços dele quando a musica terminou e as luzes do salão aumentaram de intensidade. Perto dali um rapaz estava beijando uma moça no pescoço e ela limitou-se a dirigir um olhar frio ao casal, como se não pudesse entender o motivo daquele gesto.




- Boa Noite, Rony. Pretendo levantar de madrugada e vou dormir mais cedo hoje.




- Você esta realmente decidida a fazer esse passeio no deserto? Perguntou, caminhando ao seu lado em direção à escada.




- Mais do que nunca! Por que haveria de modificar meus planos?




- A resposta é evidente. Rony disse com impaciência. – Você é muito moça e bonita para andar sozinha por aí, quanto mais no deserto! Eu vou com você!




- Muito Obrigado Rony, mas eu prefiro ficar sozinha.




Ela parou ao pé da escada e encarou-o friamente. Rony corou e segurou com força o corrimão.




- Quer dizer que você não gosta da minha companhia?





- Eu não disse isso. Você me desculpe Ronald, mas eu o preveni de que não vim aqui para encontrar um marido, nem mesmo um namorado. Vim para fazer o que me agrada. Além disso, sei tomar conta de mim mesma. Eu agradeço sua boa vontade, mas não sou uma boboca como a Padma ou a Pavarati...




Rony fixou-a atentamente. Ele não se cansava de admirar os cabelos negros azulados, os olhos grandes também azuis, corpo esguio no vestido longo de crepe.




- Ouça bem o que eu lhe digo, Hermione. Se você não tomar cuidado, alguém vai pisar no seu orgulho. Mesmo que você seja gelada, o deserto acabara por derretê-la.




Ela deu uma risada e, ao se voltar, avistou a família Featherton que se aproximava do saguão. Dolly, a filha de sua idade, tinha cabelos crespos e lábios finos. A mãe andava com o nariz levantado. O marido, que ia um pouco atrás, lançou um olhar cheio de cobiça para Hermione, que a mulher não percebeu, porque ele era um desses homens que tem costume de fazer as coisas nas costas da mulher.




Como não simpatizava nem um pouco com a família Featherton, Hermione despediu-se de Rony e subiu correndo a escada.




O rapaz provavelmente tinha razão. Ela era orgulhosa e não gostava de andar na companhia dos outros, embora fosse a primeira a ajudar alguém num momento de dificuldade, especialmente crianças ou um animal indefeso.




Ascendeu a luz do quarto e aproximou-se de espelho. Mirou-se detidamente e sorriu para si mesma. Rony a acusara de ser fria e indiferente. O que ele queria dizer com isso? Que não apreciava os beijos e as caricias gratuitas? Uma coisa era verdade: ela não desejava namorar com ele, muito menos com qualquer outro homem que pudesse encontrar. Não sentia o menor interesse pelos rapazes que conhecera ate então. Todos pareciam muito banais, sem imaginação, sem vitalidade ou gosto pela aventura.




Rony oferecera-se para acompanhá-la no passeio ao deserto, mas ela sabia perfeitamente que ele preferia passar a manhã toda bebendo na piscina do hotel. Da mesma forma que os outros rapazes de sua idade faziam. Mas ele não ouvia o apelo do deserto e só se sentia seguro nas imediações de Ras Jusuf.




Hermione enfiou-se na cama, embaixo do cortinado, e pensou no passeio que daria na manha seguinte. Desejava intensamente conhecer os locais onde seu pai estivera o casto oceano dourado e cintilante do deserto, com suas dunas e colinas que se estendiam a perder de vista.




“O deserto pode ser cruel, tórrido, inclemente”, dissera o pai.




“Mas há uma grande beleza nele para os que sabem enxergá-la”




Lembrou-se das ultimas palavras do adivinho... O árabe dissera que seria perseguida por um homem de cabelos negros...




Era tudo bobagem, naturalmente, mas ela não conseguiu mesmo assim controlar o arrepio que lhe percorreu o corpo. Como se fosse de novo uma criança pequena puxou o lençol sobre a cabeça, com medo de enxergar o escuro em sua volta.




********************







N/A: Espero que tenham gostado.... Até o próximo capitulo




Bjs!!!





















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