Um Novo Amigo



Narcisa estava se sentindo bem melhor quando subiu para tomar café. Seus problemas não tinham desaparecido. Ela ainda estava preocupada com Bellatrix, distante de Lúcio e Severo e Rabastan ainda não a havia perdoado.
Mas saber que ela tinha conseguido um novo amigo, alguém com quem ela podia contar nesse momento difícil era revigorante e confortador. Quando entrou no salão lotado, ela buscou imediatamente na mesa da Grifinória. Ele estava lá e sorriu timidamente quando a viu.
Ela ainda não tinha percebido, e depois tentou ignorar, que todas as cabeças do salão se viraram quando ela entrou e agora todos estavam cochichando. Ela sabia o que isso significava.
Avistou um Lúcio infeliz e um Severo alheio no final da mesa e foi até lá.
- Bom dia.
- Bom dia. – Severo lhe respondeu com descaso, sem nem ao menos olhá-la. –
Lúcio levantou-se imediatamente da mesa e se retirou. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, as corujas invadiram o salão e Narcisa recebeu o Profeta Diário.
Olhou em volta, Lúcio já tinha desaparecido. Severo continuava fingindo que ela não estava ali. Dando-se por vencida, pegou um prato de torradas e pôs-se a folhear o jornal.
- Oh Meu Deus!!! – ela exclamou deixando a torrada cair. –
Severo não mostrou interesse, então ela pegou a mochila e saiu correndo. Andava as pressas pelo castelo, segurando o jornal em uma mão e sua agenda na outra, tentando encontrar o horário de Lúcio.
Ele tinha poções, então ela correu para as masmorras. Ele estava sentado do lado de fora da sala, lendo.
- Eu achei que você gostaria de ver isso. – ela estendeu-lhe o jornal. –
Ele sorriu com desdém e pegou o jornal. Deu uma olhada displicente e levantou de um pulo, quase derrubando Narcisa. Então leu de novo, com atenção.

“O diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Alvo Dumbledore, foi afastado da diretoria da instituição por motivos desconhecidos. Segundo rumores, alguns estudantes foram expostos a perigo iminentes devido a negligência do diretor.(pág.2)”

Lúcio sorriu satisfeito. Narcisa, no entanto, não via nenhum prazer com o afastamento do professor. Ele devolveu o jornal a ela e voltou a se sentar.
- Você vai ficar me evitando? O que eu fiz, Lúcio?
- Você não sabe? – ele debochou. –
- Não. – ela respondeu furiosa. – Mas agradeço se você me disser.
- Você foi pega abraçada com o Remo ontem.
Ela suspirou, cansada.
- O Pirraça aprontou comigo, derrubou um lustre na minha cabeça, espalhou minhas coisas pelo banheiro e abriu as torneiras, e graças a ele nós perdemos várias anotações e deveres, e por fim ele atirou tinteiros e livros enquanto cantava: Lupin e Cissy. – ela bradou furiosa. – Muito, muito romântico. O Remo, além de ter salvo a minha vida e meus deveres, só estava me ajudando a me recompor, porquê o Pirraça jogou um livro na minha cabeça e eu desmaiei. E eu sei muito bem de onde saiu essa fofoca ridícula. Do Potter e do Sirius. Eles nos viram e agora você está caindo nas armadilhas do inimigo.
Ele não sabia o que dizer. Olhou para baixo, pateticamente, como uma criança que acabou de levar uma bronca da mãe por ter jogado quadribol na chuva.
Quando ele teve coragem para encará-la, ela estava tentando enxugar as lágrimas. Ele levantou-se e a abraçou.
- Me desculpe. Eu fui tão criança. Você não merecia isso. Eu não tenho sido um namorado muito bom.
Ela o encarou. Ainda tinha lágrimas no olhos e escorrendo pelo rosto, mas sorria. Ele tentou afastar as lágrimas do rosto dela.
- Eu te amo.
- Eu também te amo.
Os dois se beijaram. Era incrível como um beijo de Lúcio era suficiente para fazer tudo melhorar. O beijo dele era possessivo, e ao mesmo tempo era suave. Os lábios sempre gelados dele contra os dela, suas línguas se encontrando.
Um estrondo e eles se separaram como se tivessem lhes jogado água fria. A porta da sala tinha sido aberta e Slughorn tinha saído. Ele encarava o casal com um sorriso malicioso. Narcisa terminou de enxugar as lágrimas e ajeitou-se.
- Aqui não é lugar, garotos. Encontrem um local mais discreto, com mais privacidade. – ele piscou para os dois. –
Narcisa saiu correndo para sua aula de Adivinhação, que foi horrível, como sempre. Ela não acreditava nenhum um pouco naquilo, então discretamente puxou seu livro de DCAT e refez seu dever.
Tinha quase certeza agora que falharia vergonhosamente nos N.O.M.s. Só estava bem em Transfiguração, Feitiços, DCAT e Runas. Resolveu estudar, passar todo tempo na biblioteca.
Estava indo para a aula de Feitiços quando viu um amontoado de gente logo a frente. Se aproximou e depois de empurrar alguns alunos do seu caminho, viu uma cena revoltante.
Potter e Sirius tinham acabado de azarar Severo, sob os aplausos da multidão de Grifinórios. Ela empurrou todo mundo e se colocou entre os garotos.
- Parem com isso agora. – ela gritou enquanto buscava por apoio na multidão. Mas Remo não estava ali. –
- Priminha!! – Sirius exclamou com deboche. – Eu estava louco para encontrá-la. Você está precisando me pagar.
- Chega. – Remo entrou na frente de Narcisa, impedindo que Sirius a azarasse. – Abaixem as varinhas, agora.
Narcisa pegou sua pena e um pedaço de pergaminho e começou a rabiscar furiosamente.
- O que você está fazendo, Narcisa? – perguntou Potter. –
- Anotando vocês pra McGonagall.
- Qual é a sua desculpa pra ser tão metida, Narcisa? – Sirius perguntou. –
- Eu sou monitora, você estava causando tumulto no corredor e aborrecendo meu melhor amigo. Qual é a sua pra ser um panaca?
Ele não respondeu. Ela continuou anotando e Remo dispersou a multidão. Sirius, Tiago e Severo também se retiraram, cada um para um lado.
- Obrigada, mas eu não precisava ser protegida. – ela falou para Remo. –
- Eu não estava protegendo você, estava protegendo eles. Eu já vi o estrago que você pode fazer com essa varinha. – ele respondeu sorrindo. –
Mas cheia de si do que o normal, ela seguiu para a aula acompanhada de Lupin.
- Olha, se você quiser, eu posso te emprestar minhas anotações de História da Magia.
- Obrigada, eu ficaria agradecida.
Quando eles chegaram a classe, se separaram. Narcisa foi se sentar com Severo e Lupin com os marotos.
- Remo?
Ele voltou até ela, curioso. Ela viu que todos estavam olhando e abaixou sua voz a um sussurro.
- Você pode me ajudar a estudar?
- Eu pensei que você sempre estudasse com o Severo.
- Bom, sim. Mas ele não faz Runas, ou Aritmancia, nem Adivinhação. E nem é muito bom Trato de Criaturas Mágicas. E nós estamos meio afastados. – ela admitiu. – Eu não quero falhar nos exames.
- Pode contar comigo.
Severo continuou a ignorá-la por toda a semana. Um certo alvoroço se espalhou pela escola assim que todos souberam sobre Dumbledore. Narcisa não tinha a mínima intenção de assumir sua responsabilidade, ou acabaria sendo azarada pela escola inteira.
Fevereiro chegou e com ele, o segundo passeio a Hogsmeade. Isso levantou o ânimo geral dos alunos, e sendo o passeio no dia dos namorados, uma verdadeira corrida para convidar alguém havia se iniciado.
Narcisa não tinha essa preocupação tola já que iria com Lúcio. Seria uma boa oportunidade para que eles colocassem a relação deles em ordem.
Vários casais estavam reunidos no pátio do castelo no dia do passeio. Mas sem dúvida, Narcisa e Lúcio se destacavam entre a multidão. Com Severo evitando a garota, e Rabastan ainda brigado com os dois e Avery beijando o chão que o goleiro pisava, o casal seguiu sozinho para o Três Vassouras.
Compraram cervejas amanteigadas, escolheram uma mesa de canto, onde podiam ser vistos com muita dificuldade e ficaram namorando e conversando.
Eles estavam presos em um beijo quando sentiram alguém se aproximar da mesa. Ao se virar, eles deram de cara com Sirius, Potter e Pedro. Narcisa revirou os olhos, cansada.
- E então, Malfoy? – Potter provocou. – Está pronto para perder a taça de quadribol?
Lúcio apenas lhe lançou um olhar frio e voltou-se para Narcisa.
- Ele não importa, Pontas. O único título que ele realmente quer é namorado da Rainha da Beleza de Hogwarts.
Pedro gargalhava como se fosse a coisa mais engraçada do mundo. Lúcio encarou Sirius friamente por alguns segundos e voltou a ignorá-lo, o que estava deixando ele e Tiago envergonhados e irritados.
Narcisa olhou em volta e viu em uma mesa no outro canto, Alice Rosebaund com Frank Longbotton e Lilian Evans com Remo Lupin. Ela sorriu, maldosa.
- Potter, eu acho que o Remo passou a sua frente e conquistou o coração da Lilian primeiro. – ela apontou para a mesa deles com a cabeça. –
Ele olhou e corou rapidamente.
- Não, Narcisa. Essa obsessão com a sangue-ruim é só fachada, porquê ela nunca vai dizer sim, então ele está a salvo.
- Do quê você está falando, idiota?
- Do seu caso secreto com esse aí. – ele apontou com a cabeça para Sirius. – Você catando as pulgas dele, ele te envolvendo em beihos calorosos...
Boa parte de quem estava perto começou a rir. Sirius e Tiago estavam vermelhos e tremendo de raiva.
- Olha quem fala, fica beijando essa lambedora de esterco de dragão o dia inteiro, não sei como não fica com gosto ruim na boca. – Sirius defendeu-se. –
- Mas ele já arranjou uma solução. Ele a divide com Lupin para dar tempo de tirar o gosto ruim da boca.
- Como é? – Lupin gritou lá da outra mesa, enquanto se levantava, furioso. –
- Todo mundo já ouviu falar que vocês estão juntos, Aluado. Nós vimos com nossos próprios olhos. Não finja só porquê está na frente do Lúcio.
- Eu já ouvi tudo o que tinha pra ouvir a respeito da boca da minha namorada. E me desculpe se seu plano é fraco, mas eu prefiro acreditar nela. – Lúcio falou serenamente embora olhasse de maneira ameaçadora pra Lupin. –
- Remo, não dê ouvidos a esses estúpidos. – Narcisa pediu. – Nós dois sabemos que não houve nada entre nós, Lúcio acredita em nós, isso basta. Ninguém sai prejudicado, a não ser eles, que perdem um bom amigo. Vamos embora, Lúcio?
- Vamos.
Narcisa e Lúcio se levantaram e saíram. O mesmo fez Remo, que foi acompanhado pelos amigos com quem estava dividindo a mesa.
- Obrigada por acreditar em min. – Narcisa agradeceu a Lúcio, enquanto se encaminhavam para Dedosmel. –
- Você é minha namorada. Tem que ser uma relação de confiança.
Ele sorriu forçadamente, mas ela estava agradecida de qualquer maneira.

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