Surpresas na Toca



Todos os sotaques da fic não foram colocados no texto, eu deixei esse espaçoaberto para a imaginação do leitor. Porém, os vicios de limguagem e escrita foram colocados de proposito nas falas dos personagens.
Caso alguém queira o texto como ele foi escrito, pode mandar um mail pedindo (tem algumas coisas que não saiu quando eu colei aqui, por exemplo os travessões e uma personalização nas cartas e bilhetes).
Isso vale para todos os capitulos.





Era um dia de verão como todos os outros, quente, abafado...
Um menino de uns dezessete anos, cabelos compridos e negros, óculos e uma cicatriz em forma de raio na testa se encontrava deitado de costas embaixo da janela do número 4 da rua dos Alfeneiros. Harry estava tentando ouvir o noticiário da televisão esperando algo de incomum e que pudesse ter haver com o mundo mágico. Era a primeira vez em quase um mês que ele saia do seu quarto a não ser para ir ao banheiro. A morte de Dumbledore o deixara tão abalado quanto, ou mais, do que quando Sirius se fora. Isso se dá ao fato de que o assassino de Dumbledore era o seu professor que mais odiava e menos confiava e que, mais uma vez, Dumbledore havia confiado erroneamente em quem não merecia.
Ao fim do telejornal, Harry voltou seus pensamentos para os Horcruxes e para o medalhão em seu bolso. Milhares de perguntas lhe ocorriam e lhe perturbavam há algum tempo. Quem é RAB? Onde está o verdadeiro Horcrux? E quais são os outros Horcruxes? A taça de Helga H.? A cobra Nagini? E o outro? Algo de Godric Griffindor? Ou seria algo de Rowena Ravenclaw? E onde estariam eles? Conseguiria ele achá-los e destruí-los? Aonde foram Snape e os outros? Qual é o esconderijo dos Comensais da Morte? Onde está Lord Voldemort? O que ele planeja? Essas eram as principais perguntas que incomodavam a Harry e provavelmente a Rony e Hermione também.
A última vez em que Harry recebeu notícias de seus amigos tinha sido há duas semanas, quando Rony disse que o correio em sua casa estava sendo rigorosamente controlado pelo seu pai, que o proibiu de mandar mais de uma carta por semana para evitar problemas em caso de interceptação de corujas. Além disso, ele também sobre o casamento de Gui e Fleur, que aconteceria dentro de três ou quatro semanas, e que mandaria depois outra coruja.
Os dias se passaram lentamente e Harry não pensava em mais nada além de Horcruxes, Dumbledore, Rony, Hermione, Gina e Voldemort. Ele passava dias sem dormir pensando se um bando de comensais invadiria a sua casa e o arrastariam para o seu mestre. Raramente, quando Harry pregava os olhos por algumas horas, sonhava com Snape, comensais, seus amigos mortos, Draco, Hogwarts, cadáveres de alunos e professores, aí então ele se acordava e via o seu quarto.
O quarto de Harry estava ficando mais e mais bagunçado com o passar dos dias devido o seu desleixo causado pela perda de Sirius e aumentada pela de Dumbledore.
Harry, que havia finalmente decidido que a melhor coisa a se fazer era sair do seu quarto para mudar de ares, passava seus dias andando pelo jardim da casa de seus tios, andando pelo parque onde vira seu primo e seu bando de vândalos dois anos antes, ou indo visitar Mrs Figg. Ele estava um pouco solitário, Hedwiges ficava solta durante a noite e dormia durante a noite e os seus tios, como sempre, agiam como se não existisse. Seus amigos não escreviam há tempos, e Harry não via a hora de finalmente sair dali e ir para A Toca.
Faltando duas semanas para o fim das férias, Harry resolveu que escrever para Rony dizendo que estaria indo para A Toca.

Rony,
Não posso mais ficar aqui sem notícias de ninguém. Assim que eu acabar de fazer as malas e me despedir de meus tios eu vou para a sua casa
Sobre aquele assunto, eu tive algumas idéias para termos melhor resultado no que pretendemos fazer. Quando eu chegar, eu te conto tudo.
Dê um beijo em gina por mim.
PS: não conte que eu estou indo a ninguém, quero fazer uma surpresa.
Harry

Ele enrolou o pergaminho e o prendeu na pata da sua coruja branca, que não tinha saído para caçar nesta bela noite de lua cheia. Depois que a coruja se foi pelos ares, Harry contemplou a lua e pensou no pode ter acontecido com Gui. Cerca de meia hora mais tarde, uma coruja muito pequena invadiu o quarto e aterrissou com dificuldade na cama de Harry. Ela trazia um bilhete, que Harry o pegou e ela saiu voando.

Harry,
O casamento de Gui e Fleur será no fim de semana e papai disse que irá lhe buscar sexta-feira à noite logo que ele voltasse do trabalho.
PS: Se ele não chegar até as duas horas da madrugada venha sozinho, eu mandei um pouco de Flu.
Rony

Harry virou-se para a cama onde estava a coruja momentos antes e viu um pequeno saco com pó de Flu dentro. Ele olhou por alguns instantes o céu, a lua, as estrelas, o seu quarto, seu malão, a gaiola de Hedwiges... Foi então que ele se perguntou o que fazia parado olhando pro tempo e começou a arrumar as suas coisas. Já eram meia-noite e meia quando a coruja voltou.
Harry guardou suas roupas, de trouxa e de bruxo, o mapa do maroto, alguns livros e outros objetos. Ele enfiou a sua capa de invisibilidade e o medalhão dentro de seus bolsos. Olhou o relógio, já eram quase quatro horas da manhã, desceu, tomou café da manhã, leu mais uma vez o Profeta Diário, assistiu à televisão e leu um jornal trouxa que estava em cima da mesinha de centro da sala de estar. As sete e meia, sua tia se acordou e desceu.

 Harry! – disse a tia Petúnia espantada – O que você está fazendo aqui essa hora da manhã? Por acaso vai sair?

 Sim, eu vou. Estava apenas esperando que todos estivessem acordados para me despedir – disse um Harry sério.

Despedir? Mas para onde você vai? – perguntou Petúnia parecendo preocupada.

 O que está acontecendo aqui? – gritou o tio Valter que acabara de chegar.

 O Harry... Ele vai embora... – respondeu uma Petúnia à beira de lágrimas, estranho vindo de alguém que aparentemente nunca havia expressado nenhum sentimento por Harry.

 Finalmente! – berrou mais uma vez o tio Valter – Já era tempo de você nos deixar viver em paz.

 Ele vai embora Valter... embora... – disse a tia Petúnia de novo.

 Como assim... embora? – tio Valter mudou de expressão rapidamente, agora apreensivo.

 Eu vou para a casa de Rony para o casamento de Gui, irmão dele e depois vou em busca da destruição de Voldemort, aquele que acenou os meus pais e muitos outros – respondeu Harry ainda mais sério do que antes e impressionantemente calmo, apesar da gravidade do problema.

 Você volta para nos visitar? – disse Petúnia já chorando – Eu nunca pensei que você fosse partir.

 Eu não sei se viverei para tanto... – disse Harry com certo pesar em sua voz – Mas se eu sobreviver eu voltarei.

 Boa sorte filho – disse Valter comovido e abraçando Harry.

Petúnia juntou-se aos dois e chorou mais ainda. Duda, que se acordou com o barulho, estava assistindo a cena sem ter a mínima idéia do que se passava.

 Tchau Duda – disse Harry abraçando o primo – Está na hora de – completou consultando o relógio.

Dizendo isso, ele subiu as escadas em direção ao seu quarto. Quinze minutos mais tarde, após ter se despedido do quarto, estava ele de volta à sala com o seu malão, sua vassoura e a gaiola vazia de Hedwiges.

 Tchau – disse ele antes de desaparatar.

Os Dursley ficaram completamente abobalhados com o que viram.

***** ***** *****

Quando Harry aparatou na cozinha da Toca, todos pularam assustados. A Sra Weasley deu grito e quase se cortou com uma faca. Rony, Gina e os gêmeos correram para abraçar Harry.

 Meu filho, como você faz uma coisa dessas? – disse a Sra Weasley recuperando o fôlego – Arthur ia lhe buscar, era mais seguro.

Eu não agüentava mais ficar o dia inteiro pensando em coisas desagradáveis, e aqui pelo menos – disse Harry rindo e virando-se para Gina – tenho alguma distração – falando isso ela o beijou.

 Desde quando? – perguntou a Sra Weasley surpresa.

 E você sabia de tudo e não me falou nada? – falou com uma cara furiosa para Rony, como se estivesse à beira de mais um daqueles acessos de raiva com gritos.

 É que eu achei que não era conveniente e que eles que deveriam contar para a senhora – defendeu-se rapidamente Rony.

 Eu fico tão feliz por vocês dois – a Sra Weasley mudou para um tom sutil e agora se dirigia a Harry e Gina.

 Bom dia pessoal! – disse Fleur que descia alegremente as escadas – Oi Harry!

 Bom dia! – disseram todos de uma só voz.

 Mais tarde eu vou passar no Beco Diagonal Molly, você está precisando de alguma coisa? – perguntou Fleur sorridente.

 Não, querida – disse a Sra Weasley amavelmente – se precisar lhe aviso.

 Ótimo, eu estou indo depois do almoço – disse Fleur.

 Harry – cochichou Rony.

Eles foram até um canto mais afastado para que não pudessem ser ouvidos.
 Qual é a idéia que você disse que teve? – perguntou Rony assim que chegaram a uma distância considerável dos outros.

 Eu pensei que já que você e a Mione decidiram me acompanhar, que nós poderíamos antes ter umas sessões da AD. Só nós três e talvez Gina, Fred e Jorge, eles não vão conosco, mas seria bom que eles soubessem se defender caso fosse necessário.

 E quem disse que eu não vou? – disse uma voz atrás deles – para onde quer que vocês vão eu irei junto.

Gina estava escutando a conversa desde o começo.

 E nem adianta contestar – completou ela quando viu que Harry abriu a boca para falar algo.

 Eu aprovo a sua idéia, Harry, mas o que nós vamos praticar? – perguntou Rony.

 Eu trouxe uns livros de Feitiços, Poções e Defesa Contra as Artes das Trevas. Mas acho que a gente poderia comprar mais alguns livros de magia avançada e estudar – respondeu Harry.

 Mas como vamos estudar? – retrucou Rony – só ler não adianta, nós precisamos de um professor.

 Eu pensei que a Mione pudesse fazer isso – disse Harry.

 Tonks e Lupin estão livres durante muito tempo, ultimamente eles tem recebido menos missões que o de costume – disse Gina – eles nos ajudariam se pedíssemos com jeito.

 Então eu vou escrever a Mione, para venha logo – disse Rony meio aéreo.

 Gina, - disse Harry olhando para ver se alguém os escutava – isso morre aqui, mais ninguém deve saber de nada.

 Não se preocupe, - Gina disse assim que Harry concluiu a frase - mais ninguém saberá de alguma coisa, mas Neville e Luna já sabem sobre os Horcruxes e sobre o que vamos fazer...

 Como? – Harry espantou-se – Como vocês sabem disso tudo?

 Nós estávamos escutando as suas conversas com Rony e Hermione na Sala Comunal – respondeu Gina calmamente – nós nos revezávamos e usávamos orelhas extensíveis, “produtos de altíssima qualidade ou seu dinheiro de volta” das “Gemialidades Weasley”. – disse Gina fazendo propaganda da loja dos irmãos – Estou ganhando dinheiro pra isso. Vocês deveriam tomar mais cuidado com o que andam falando por aí. Nós estávamos desconfiando que vocês nos escondiam algo e então começamos a investigar, seguindo vocês e ouvindo as suas conversas.

Harry e Rony ficaram estupefatos com o que tinham acabado de ouvir. Rony subiu as escadas e foi seguido de perto por Harry e Gina. Chegando no quarto dos meninos, ele começou a escrever.

Mione,
Precisamos que você venha urgentemente pra cá.
Harry teve algumas idéias em relação a aquele assunto. Traga livros ou qualquer outra coisa que possa nos ajudar a aprender algo de útil.
Gina, Neville e Luna descobriram tudo. O Harry já está aqui e precisamos de você.
PS: SE POSSÍVEL VENHA AINDA HOJE. SE FOR ANTES DO ALMOÇO MELHOR AINDA.
Beijos, Rony

Quando ele terminou, amarrou o bilhete na pata da sua coruja e a mandou voar o mais rápido que ela pudesse para encontrar Hermione. Rapidamente após ter despachado o bilhete para a sua amiga, Rony escreveu para Luna e Neville dizendo para que eles se encontrassem os outros urgentemente.
Mais tarde, perto do almoço, houve barulho de batidas à porta.

 Quem é? – perguntou Fred.

 Hermione – respondeu a pessoa do outro lado da porta.

 Prove que é você é realmente você e não um Comensal disfarçado – disse Jorge imitando o seu pai e abrindo a porta.

 Oi – disse ela quando entrou.

 Estão todos no quarto de Rony, pode subir.

Hermione subiu e o seu malão foi flutuando atrás dela.

 Oi gente – disse ela ao entrar.

Ela abraçou e beijou seus amigos um a um.

 Você sabe o nome de algum livro de magia avançada? – perguntou Harry assim que ela acabou de cumprimentar cada um – E que de preferência seja fácil de usar e de comprar.

 Eu pesquisei um pouco, mas acho que só vendo nós poderemos ter certeza se ele é bom ou não – respondeu ela – mas pra quê afinal?

Os garotos explicaram tudo a Hermione e desceram para almoçar quando foram chamados pela Sra Weasley. Quando saíram do quarto em direção à cozinha, eles notaram que eram os únicos em casa além de Fleur e da Sra Weasley. Gui tinha ido ao St Mungus fazer a sua visita semanal e os gêmeos foram fechar um contrato importante para o seu negócio. O Sr Weasley estava trabalhando e os membros da Ordem estavam passando por lá menos freqüentemente que o normal.
O almoço foi tranqüilo e alegre do inicio ao fim.

 Bem, acho que já está na hora de eu ir – disse Fleur – volto no fim da tarde.

 Nós podemos ir junto com você? – perguntou Harry, ele estava, porém, olhando para a Sra Weasley.

 É muito arriscado – interveio a Sra Weasley antes que ninguém pudesse falar.

 E se nós formos em baixo da capa de invisibilidade do Harry? – sugeriu Hermione.

 O que vocês pretendem fazer por lá? – perguntou Fleur.

 Isso é assunto nosso – respondeu Hermione rapidamente – é muito importante.

Nesse momento os gêmeos foram chegando.

 Nós já vamos indo – disse Jorge enquanto Fred corria para o seu quarto para buscar algo e antes que a Sra Weasley pudesse dizer alguma coisa.

 Vocês poderiam nos acompanhar? – disse Rony – No Beco Diagonal?

 Claro – responderam os dois.

 Obrigado – disse Harry – vocês foram a nossa salvação.

 Então vocês podem ir – disse a Sra Weasley.

 Nós não vamos nos demorar por lá – disse Gina.

Harry correu para o quarto e pegou a sua capa e um pedaço de papel, guardou-os dentro do bolso e desceu as escadas na mesma velocidade que havia subido.

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