A Pedra Filosofal



-Então se cuidem, e, por favor, não se metam em encrencas, está bem? –aconselhou Sra. Weasley aos garotos quando dava um abraço apertado em todos.

-Nós nunca nos metemos mamãe... –respondeu Rony, dando uma piscadela significativa para os outros. Ela não havia notado nada naquela manhã, após sua escapada.

-Certo, está bem... –respondeu ela, com um olhar de quem não confia nem um pouco. –Sim, certo, afinal agora vocês são bruxos maiores de idade...

-Obrigada pela confiança, Sra. Weasley... –falou Hermione, ao que Harry e Rony reviraram os olhos.

-Não esqueçam de irem para casa no Natal, está bem? –falou ela, segurando firmemente sua mala na mão. –Onde está Gina?

-Aqui, mamãe... Demorei em arrumar algumas coisas... –falou Gina, descendo as escadarias e aproximando-se da lareira. Olhou significativamente para Harry, e colocou uma touca que lhe protegia as orelhas.

-Certo, vamos então... –falou a Sra. Weasley, retirando um pouco de pó de Flu de um saquinho roxo que carregava na bolsa.

Lançou a poeira nas chamas crepitantes, que logo se tornaram verde-esmeralda. Deu uns passos a frente, acenou em despedida, e entrou nos fogos, com u semblante sério e preocupado.

-A Toca! –ordenou, e rapidamente, num giro, sumiu.

-Bem, é a minha vez então... –falou Gina. Parecia desconfortável, e evitava os olhos de Harry. Encaminhou-se para a lareira quando Harry se interpôs diante dela, evitando sua passagem.

-Gina, uma palavrinha? –perguntou ele, sobre o olhar atento de Rony e risonho de Hermione.

Gina ficou a observá-lo quando os dois saiam rapidamente da sala.

-Gina, lhe imploro! Cuide-se, fique atenta a tudo e a todos! Os dias tornaram-se difíceis, e não quero perdê-la! –falou ele, segurando firmemente os ombros da garota. Esta demorou um pouco para responder, e quando o fez, estava de olhos fechados.

-Eu prometo Harry... Eu também não quero perdê-lo...

-Certo então, é melhor você ir... –falou ele, inclinando-se para dar-lhe um beijo na testa e um abraço apertado. Mas a meio caminho andado, segurou-a pela mão, e tentou beija-la nos lábios, ao que Gina respondeu levando a própria mão à boca do garoto.

-Entenda Harry, se você quer ficar separado, eu entendo, mas não torne as coisas mais dolorosas para nós, está bem? –falou ela, quase num sussurro.

Harry por sua vez afastou-se constrangido, permitindo sua passagem, acenando em despedida quando ela rodopiava nas chamas esverdeadas.


-Mione? Mione! –chamou Harry, algumas noites depois.

Ele havia levantado de madrugada para beber um copo de leite, quando viu um borrão de luz amarelada saindo da porta da biblioteca. Caminhou rapidamente até lá e observou o aposento. Havia uma porção de livros antigos de seus pais, avos e etc. E mais uma porção significativa dos livros de Mione.

E na escrivaninha, apoiada sobre seus braços estava Hermione, com o cabelo grudado em algumas partes da pele, e a boca semi-aberta. Repousava sobre um livro de aparência medonha, e pareceu não notar a chegada do amigo.

-Mione, o quê você está fazendo? –perguntou novamente Harry, cutucando de leve a amiga, que se acordou de um sobressalto.

-Pesquisando! –respondeu ela de imediato, e folheando as páginas do livro febrilmente.

-Mas essa hora? –perguntou ele, segurando os pulsos da garota, para que ela se acalmasse.

-Tempo é galeão, como dizem os gêmeos... –falou ela, tentando livrar-se das mãos que a prendiam. –Preciso decifrar aquela pista, Harry! É de importância vital, e você deveria saber muito bem disso.

-É, e eu sei, mas você poderia dormir um pouco sabia? –falou ele, puxando uma poltrona de veludo vermelho. Encostou-se nela.

-Não sinto sono ultimamente... –falou ela rapidamente.

-E por que não?

-Você jamais entenderia... –respondeu ela, pegando mais um livro na prateleira.

-Tente então! –falou ele.

-Sério, Harry, não estou a fim de conversar sobre isso hoje, está bem? –falou ela, descansando o livro sobre a mesa, com um ar cansado. Harry ficou preocupado, mas preferiu não incomodar a garota. Ele também gostava de ficar sozinho às vezes.

-Mas de qualquer forma... –ele pigarreou. –De qualquer forma, você achou alguma coisa útil?

-Não, na realidade não... Parece que só foi feito para decifrar por algum comensal... –respondeu ela.

-Nunca vi você desistir, Mione...

-Não estou desistindo Harry, só estou cansada! –retrucou ela.

-Mione, se tem alguém que pode resolver isso, esse alguém é você! –falou ele, indo em direção a porta.

A garota sorriu radiante.

-Obrigada Harry, é um bom incentivo!



-Molly, as crianças chegaram! –chamou o Sr. Weasley ao pé da escada na manha da véspera de natal. –Mas e então, como vão as coisas? –perguntou ele a Rony, Harry e Hermione, enquanto esperava a mulher descer.

-Estão ótimas, na verdade... Pensei que seria difícil morar sozinho, mas com dois elfos domésticos juntos é muito melhor! –respondeu Rony, aquecendo as mãos na lareira. –Não que possa contar o serviço de Monstro muito útil, não é mesmo? Mas serve para...

-Rony! –Harry pode ouvir Hermione exclamar. Ele, Harry estava observando o jardim lá fora.

A neve encobria o gramado, e formava um grande manto branco e fofo, onde alguns poucos gnomos corriam apressados, deixando rastros de seus minúsculos pés pelo caminho.

-Ah! Vocês chegaram! –exclamou feliz a Sra. Weasley com uma pilha de roupas a mão. –Agora falta Remo e Tonks chegarem...

-Então, Gui, Fleur e Carlinhos já chegaram? –perguntou Rony.

-Ah sim, chegaram ainda ontem... Fred e Jorge não vão demorar muito também! –falou ela carinhosamente. Harry percebeu que nenhum Weasley mencionara Percy. –Hermione, querida, suba que Gina está no quarto!

-Como está a gravidez de Fleur? –perguntou Harry, enquanto Hermione corria escada acima, lembrando-se pela primeira vez disso, em muitas semanas.

-Oh ela sente muitos enjôos devo lhes dizer... –falou o Sr. Weasley em tom confidencial. –Mas todos estão sendo compreensivos, entendem o que quero dizer?

-Oh, sim claro! Meu primeiro sobrinho... –falou Rony sem expressão. –Mas espera ai! Não quero nenhum pirralho me chamando de Tio Rony!

-É melhor você se acostumar! –falou Harry.

-Para você é fácil, é filho único! –resmungou Rony.

-Rony e Harry, aqui queridos, por favor! –chamou Sra. Weasley energética. –Descasquem estas batatas, sim? –falou ela, apontando para uma pequena pilha sobre a pia.

-Por que sempre somos nós a descascar as batatas? –perguntou Rony, com um tom ofendido na voz.

-Assim vocês serão prendados e irão arranjar boas esposas, com as quais terão filhos e chamarão seus irmãos de tios, está bem? –debochou a Sra. Weasley.

Bufando Rony lançou alguns feitiços desajeitados sobre as batatas, e várias cascas mal cortadas voaram pela cozinha.

-Merda! –resmungou ele. Harry riu.

-Por que está assim afinal? Este ano ao menos podemos usar varinhas!

-Não sei se você percebeu Harry, mas meu feitiço não saiu dos melhores! –falou Rony, puxando uma cadeira e sentando-se. Apoiou a cabeça nas mãos e observou Harry com um olhar cansado, semelhante ao de Hermione.

Harry puxou uma cadeira também e sentou-se na sua frente.

-Alguma coisa errada? –perguntou Harry.

-É bobagem sabe... Na realidade, não é nada... –respondeu Rony, pegando uma faca e descascando uma batata manualmente mesmo. Harry imitou seu gesto.

-Não quer contar para mim, cara? –perguntou Harry novamente.

-Você vai rir de mim...

-É claro que não Rony! Se fosse para rir de você, teria rido junto com toda a escola no ano passado quando Lilá o apelidou de Uon-Uon... –riu Harry. –Ou então quando ganhou aquela correntinha de ouro escrita “Meu namorado”...

-Está bem, está bem... É a Mione! –Harry percebeu que a conversa tomaria aquele rumo. Estava preparado para ela desde o quarto ano.

-Ah é?

-É... Cara, ela está me deixando louco! –falou ele, em um tom um pouco desesperado.

-Como assim?

-Não agüento mais vê-la escrevendo cartas para o Vitinho... –falou ele, dando ênfase a última palavra. –Você acredita? Ela ainda escreve para ele!

Harry permaneceu calado.

-Cara, tenho vontade de quebrar aquele nariz torto dele! –resmungou Rony, apertando a batata com força. –Sorte dele não morar na Inglaterra!

-Pois é... Mas sabe... –Harry hesitou. –A batata não tem culpa... –falou ele baixinho, apontando para as mãos do amigo. Os dois riram. –Demorou para admitir o que sente por ela...

-Claro que não! Eu só sinto ciúmes! De amigo... –falou ele, enrubescendo as faces e as orelhas.

-Claro, eu compreendo... –retrucou Harry num tom debochado. –Bom, eu diria para você correr atrás dela Rony... Não sou um especialista em relacionamentos, mas se você não fizer isto logo, outro poderá fazer!

Rony não respondeu, apenas resmungou algo indecifrável e continuou a descascar sua batata.



Naquela noite, todos se acomodaram confortavelmente ao redor da mesa dos Weasley, diante de um fogo crepitante, e ouvindo a rádio bruxa. Estavam presentes Remo e Tonks, que agora seguravam discretamente as mãos um do outro. Havia Gui e Fleur, que andava pela casa tocando levemente o ventre, em intervalos de segundos, como se quisesse ter certeza de que o bebe permanecia lá.

Carlinhos estava sozinho, e parecia levemente preocupado. Fred e Jorge apareceram ambos usando jaquetas de couro de dragão idênticas, com algumas caixas de papelão, contendo alguns presentes.

Sr. Weasley conversava com os convidados, enquanto Sra. Weasley estava ali perto, acompanhada por Gina e Hermione, servindo gemadas em copos de vidro.

Rony, ao lado de Harry, havia apoiado o queixo nas costas da mão, e observava Hermione, com a cara sem expressão. Harry sabia que ele pensava em seu conselho, pois seu olhar estava vidrado, e ele não entreouvia a conversa de outras pessoas, como geralmente fazia.

Enquanto Harry por sua vez, evitava olhar para Gina. Seus olhos às vezes capturavam a figura ruiva e esguia, mas logo se desviavam para outro canto do aposento, evitando que seus pensamentos voassem longe.

-Atenção a todos! –chamou Lupin, que agora estava de pé ao lado de Tonks, com a taça de gemada a mão. –Eu e Tonks gostaríamos de fazer um anúncio!

Ele sorriu, e segurou a mão dela, que se levantou ao lado dele. Hoje usava os cabelos negros e curtos, com uma franja bem cortada. Sorriu para todos, e abanou.

-Todos nesta sala sabemos como os dias andam difíceis, e que muitas pessoas morrem e desaparecem ao longo dos dias. Por isso, eu e Tonks, resolvemos anunciar nosso noivado! –falou ele, com um imenso sorriso no rosto. Houve aplausos, vivas, e assobios. Eles agradeceram com alguns gestos. –Mas, temos um porém... Não podemos tornar nosso noivado público, devido a minha posição como espião... Mas temos alegria em dizer que assim que tudo isso passar... –ele fez uma breve pausa, e olhou de relance para Harry. –Daremos uma grande festa para comemorar nossa união, porque ambos sabemos que não importa o que vier... Não importa pelo que passarmos! No final, vamos continuar juntos!

Ao final do pequeno discurso houve mais aplausos e vivas, e quando Lupin e Tonks sentaram-se Harry e Gina finalmente encontraram os olhares, e ele sentiu pequenos arrepios percorrerem-lhe a espinha. Harry sabia que enfrentaria o que viesse, e no final receberia recompensas bem merecidas. A paz no mundo bruxo, a vingança pela morte daqueles que ele amou, e também Gina Weasley.

E só então foi que Harry percebeu o que Dumbledore tentara lhe explicar por tantos longos anos. O amor o salvaria.



-Mais um presente do Monstro então... –resmungou Harry na manha de natal, quando percebeu a pequena caixa mofada, junto ao monte de outros presentes. Tocou-a com a varinha e sumiu. –Será que posso pedir para ele parar de me mandar estas coisas nojentas afinal?

-Não sei... –falou Rony, sem prestar muita atenção. Ele abria seus presentes rapidamente e os amontoava numa pilha ao lado de sua cama. –Suponho que sim, você é o mestre dele...

-Ganhei um par de meias do Dobby... –falou Harry, meio risonho. –E mais uma agenda de anotações da Mione...

-É, eu também... Será que ela realmente acha que vamos usá-la algum dia?

-Acho que sim, ou não gastaria seu dinheiro com isso não é mesmo? –falou Harry desembrulhando uma caixa de doces que ganhara de Hagrid. –Nenhum colar este ano?

Rony jogou-lhe um travesseiro como resposta.

-Eu pensei na Mione ontem à noite... –falou Rony de repente.

-Muito bem... E decidiu fazer o que?

-Nada... É claro que ela vai preferir o Krum! –respondeu Rony num tom triste.

-Deixa de ser idiota! –replicou Harry. –Se você não agir, talvez ela comece a gostar do Krum de verdade! E tem mais... –mas foi interrompido com um barulho de pés correndo escada acima em direção ao quarto de Rony.

De repente Hermione e Gina entraram correndo porta adentro, ambas muito ofegantes, e Hermione pálida como se sofresse de uma hemorragia interna.

-Harry! Eu tive um sonho! –declarou ela apressada, não demonstrando interesse as reclamações de Rony por ter pisado em seus preciosos presentes.

-Ah é? –perguntou Harry intrigado. –Que tipo de sonhos?

-Harry, eu sei onde está o Horcrux que achávamos que estava na praia! –Hermione ofegou mais um pouco, enquanto media as palavras. –De fato, acho que já o vi uma vez...

-VOCÊ O QUÊ? –perguntou Rony. –Como poderia ter visto? Com certeza você-sabe-quem não deixaria sua alma espalhada em qualquer local a ponto de você vê-lo, não é mesmo?

-É sim, é verdade! Mas eu vi o tal x ao qual se refere! –exclamou ela animada.

-E onde está, Mione? –perguntou ansioso Harry.

-Na sua casa, Harry, na sua casa! –respondeu ela, finalmente ao que Harry escancarou a boca, surpreso.



-Venham me sigam que eu mostro a vocês! –chamou ela subindo a escadaria da casa.

Haviam apenas almoçado na Toca e logo Harry, Rony e Hermione aparataram nos jardins da frente da casa para Hermione mostrar o tal local. Não poderiam esperar. Hermione conduziu-os pelo longo corredor de quartos no andar superior, e chegou a um quarto empoeirado no qual Harry nunca havia entrado antes. Havia algumas prateleiras com livros e objetos estranhos, e alguns poucos sofás beges.

Hermione mirou cuidadosamente sua varinha para o teto e lançou um feitiço não-verbal.

E para espanto de Harry e Rony, uma escada de madeira desceu suavemente, convidando-os a subir. Hermione subiu a frente, com os garotos em seus calcanhares.

-Lumus! –ordenou ela, e os garotos imitaram seu gesto.

Ela sorriu e colocou as mãos na cintura enquanto os dois observavam o aposento.
Havia uma pequena e redonda janela que dava de frente para os portões de entrada da casa, e muitas prateleiras e caixas de papelões.

-Eu ajudei Monstro a limpar o local há alguns meses atrás, você lembra? –perguntou Hermione, observando uma estante desocupada de livros.

-Vagamente... –respondeu Rony.

-Cadê o x, Hermione? –perguntou Harry sem rodeios

-Rony, por favor, feche as cortinas da janela! Obrigada! –agradeceu quando ele obedeceu. –Agora apaguem suas varinha e olhem a sua esquerda!

Harry lentamente a obedeceu e ficou chocado quando constatou que naquela prateleira vazia que Hermione antes observava, jazia um minúsculo x brilhante.

-Só aparece quando se não tem nenhuma luz refletindo no objeto... –comentou Hermione. –Lumus!

-Vamos quebrar isso então! –falou animado Rony, direcionando-se ao local e conjurando um machado.

Hermione foi ao seu encontro e segurou seu braço.

-Você realmente acha que Voldemort deixaria você achar sua alma apenas à machadadas? –perguntou ela sabiamente.

-Você disse que achava que foram os Comensais que esconderam a Horcrux... –reclamou ele.

-Sim e tenho quase certeza de tal afirmação... Mas é de se imaginar que Voldemort tenha deixado instruções, não é mesmo?

-Para de falar esse nome, Mione, você parece o Harry... –reclamou ele.

-Hermione o que podemos fazer? –perguntou Harry observando atentamente a amiga lançar todo tipo de magia complexa da qual ela tinha conhecimento. Ficaram por volta de uma hora esperando Hermione parar de lançar feitiços sem resultados quando...

-Mas é claro, é tão óbvio... Você tem razão Rony! –exclamou ela, abraçando o rapaz.

-Tenho? –perguntou ele confuso.

-Sim, eles deixaram a passagem super-inofensiva de fato! –falou ela, e direcionou-se a porta. –Alorromorra! –ordenou ela com a varinha em direção ao móvel.

Para surpresa de Harry, com um gemido ensurdecedor, a prateleira de madeira abriu-se como uma porta, mostrando uma espécie de sala, envolta na penumbra.

-Hermione, você é... –ele não pode terminar a exclamação, pois logo após Hermione foi atingida por dois imensos raios laranjas, diretamente no peito, e caiu no chão sangrando muito.

-MIONE! –gritou desesperado Rony, indo ao seu socorro. –Harry qual é o feitiço para parar de sangrar?

-Eu não sei as poucas vezes que o vi eles pronunciaram em feitiço não-verbal! –falou Harry em agonia ao ver Hermione sangrar daquela forma.

-Leve-a a Hogwarts! –ordenou Harry. –Num instante alcanço vocês, está bem?

Rony não pensou duas vezes. Segurou Hermione apertada contra seu corpo, encharcando suas vestes de sangue, e desaparatou imediatamente. Harry dirigiu-se imediatamente a sala e desviou de uma porção de flechas laranjas que cortaram o ar zunindo ao lado de seu ouvido.

-Protego! –ele se ouvia dizer, enquanto corria o mais rápido que podia. E lá no fundo havia mais uma caixa de metal, sobre um pedestal.

Harry a pegou e imediatamente pararam de tentar atingi-lo, mas para o pavor de Harry, a porta a sua frente começou a se fechar, e a aparência é que nunca mais pretendia abrir. Harry correu e alcançou um livro jogado dentro da sala.

Segurou-o e mirou em direção a porta que continuava a se fechar. Conseguiu manter a porta aberta e escapou. Ofegando muito aparatou nas terras e Hogsmeade.

Enfiou a caixa nas vestes.

-Accio Vassoura! –convocou ele, para qualquer lugar que fosse. Esperou por alguns momentos na expectativa, até que ouviu o barulho de algo cortando o ar.

Na sua direção, vinha uma vassoura meio velha, mas ele imediatamente deu impulso e voou o mais rápido que a vassoura lhe permitia. Encontrou quase que imediatamente Rony correndo pela estrada deserta de Hogwarts.

Alguém havia aberto os portões para ele. E então Harry viu. Hagrid abanando freneticamente abaixo dele. Harry pousou e Hagrid abriu os portões novamente.

-Vamos Hagrid, ajude Rony a levar a Mione, está bem? Vou falar com Mc. Gonagall! –falou Harry apressando-se na frente do meio-gigante.

-Está bem! Mas o que houve com ela Harry? –perguntou ele.

-Depois eu lhe explico! Ela precisa chegar o mais rápido possível à ala hospitalar! –falou Harry, e continuou seu caminho o mais rápido possível.

-Grope! –chamou Hagrid o mais alto que pode. Um homem imenso, de dentes amarelados do tamanho de tijolos, apareceu de trás de sua cabana abanando para Harry.

-Leve Hermione para o castelo! Corra! –falou Hagrid.

Grope dirigiu-se até onde Rony estava, pegou rapidamente Hermione nas mãos e correu em direção ao castelo. Cada passo seu equivalia a cinco passos de um homem normal, o que ajudou muito. Hagrid, que havia o seguido, chamou.

-Grope! Agora me dá a Hermione que vou levá-la para madame Pomfrey!

-Hermi não! –grunhiu Grope, levando Hermione para longe de Hagrid. –Hermi amiga!

-Eu sei Grope, depois ela fala com você, mas está muito mal! Deixe-me leva-la agora...

Tristemente o gigante entregou a moça aos braços de Hagrid que desapareceu dentro do castelo. Grope caminhou numa marcha fúnebre de volta a cabana de Hagrid, e Rony e Harry entraram no castelo e encontraram Professora Mc. Gonagall esperando-os no saguão.

-Merlim! O que houve com a srta. Granger? –perguntou ela aterrorizada, levando as mãos à boca.

-Professora, você lembra-se do que eu lhe contei na última vez que estivemos aqui? –perguntou Harry.

-Sobre... –ela baixou a voz. –Sobre os Horcruxes que Voldemort fez?

-É isso mesmo... –respondeu Rony.

-Acho que encontramos uma... E infelizmente Hermione estava na mira... –falou Harry, mostrando a ela a caixa de metal.

-Vamos... –falou ela conduzindo-os pelos ombros. –Venham comigo e me contem o que aconteceu!


Após contarem como encontraram a caixa para a Professora Mc. Gonagall, Harry e Rony estavam sentados na sua sala, outrora de Dumbledore, esperando para decidirem o que fazer com a caixa. Relataram a história também ao retrato de Dumbledore, que agora mostrava uma expressão preocupada e sombria.

-Mas me expliquem exatamente... Com o que foi que ela sonhou? –perguntou ele, coçando o queixo.

-Não sei exata... –respondeu Harry, mas foi interrompido por Rony.

-Ela me contou sobre o sonho quando estávamos indo para casa, Harry... Depois de você aparatar! –falou ele, baixinho.

-E pode relatar para nós, Sr. Weasley? –perguntou Minerva, pensativa.

-Bem, primeiro ela disse que viu muito sangue salpicado em suas roupas... Depois ela enxergou uma luz tremenda, e tudo ficou escuro... Ai ela viu as pedras das Réias... –declarou ele. Tomou um fôlego e continuou. –Viu a estante da sua casa com o x Harry! E então viu um par de olhos negros faiscando...

-Entendo... Muito intrigante... –resmungou Dumbledore para si próprio.

-Eu devia ter previsto! –falou Rony, com um ar de choro. –Nunca devia tê-la deixado abrir aquela porta! É claro que Voldemort não deixaria tudo assim tão fácil... –Harry ficou surpreso ao perceber que pela primeira vez na vida, Rony mencionara aquele nome. –Se algo acontecer a ela, nunca vou me perdoar!

-Não se martirize tanto, Sr. Weasley... –falou bondosamente a professora Minerva, colocando a mão no ombro de Rony. –Ao menos pegaram a Horcrux! –falou ela num meio sorriso.

Lembrando-se deste fato, Harry retirou novamente a caixa das vestes, e colocou-a sobre a escrivaninha da diretora.

-Devo abri-la? –perguntou ele, olhando para Minerva.

Esta olhou para o retrato de Dumbledore esperando uma resposta. Este ergueu as sobrancelhas prateadas, e respondeu ameno:

-Duvido que Voldemort ia querer matar quem encontra-se sua preciosa Horcrux... Ele teve muito trabalho para conseguir estas pedras, devo acrescentar...

-Eu me lembro muito bem... –falou Minerva, meio sorrindo, absorta em lembranças.

-Três vezes! Três vezes ele duelou com seus pais para conseguir estas pedrinhas! –observou Dumbledore, um sorriso triunfal aparecendo em seu velho rosto pintado a óleo. –Agora abra!

Harry com as mãos trêmulas e levemente suadas, abriu a tranca da caixinha. Nada aconteceu então ele a abriu. Lá estavam enfileiradas três pedras.

Uma grande azul escura com pontos prateados, e duas presas em correntes de ouro. A primeira rosa, e segunda azul-noite. Reconheceu a rosa por ser de sua mãe, e a virou. Lá havia uma bela estrela entalhada.

-Deixe-me vê-la de perto, Harry, sim? –pediu Dumbledore.

Harry encaminhou-se e deixou a pedra na altura dos os olhos do retrato. Dumbledore pareceu absorto em alguma coisa, e por fim suspirou.

-Parece intacta... Talvez ele a tenha mantido para outro objetivo... Pode ter usado as outras... –falou ele. –Há apenas um simples teste para fazer... Ponha a corrente, Harry.

-Quê? –perguntou Harry. E se fosse mesmo um Horcrux, o que lhe aconteceria?

-Ponha Harry. Você confia em mim? –repetiu o ex-diretor.

Como mostra de sua confiança, Harry pôs a pequena pedra ao redor de seu pescoço.

Uma sensação maravilhosa o inundou. Seu coração encheu-se de esperança, e ele viu uma luz dourada brilhar em seu pescoço. Imediatamente, a pedra em seu pescoço deixou de ser rosa clara e transformou-se num intenso vermelho-sangue.

Todos no aposento exclamaram, incluindo Dumbledore e os outros retratos.

-Isto é desconhecido... Interessante... –murmurou Dumbledore.

-O que aconteceu Alvo? –perguntou espantada Minerva. –Não é o que estou pensando é?

-Tenho a impressão que sim... –respondeu Dumbledore rouco, os olhos azul-claros faiscando. –Harry, se não me engano, a pedra Réia de sua mãe, acabou de se tornar, uma pedra Filosofal!

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