Duas brigas e um fim...



Capítulo X: Duas brigas e um fim....

Gina virou-se lentamente para ver quem havia tocado seu ombro, e deparou-se com a figura de Draco, com roupa de dormir e uma capa grossa e preta por cima. Foi então que reparou em suas próprias roupas. Estava apenas com uma calça e uma blusa de manga comprida. O tempo pedia mais que aquilo, pedia mais um agasalho e uma capa como a do namorado.

_Gina você vai ficar doente. -disse paternalmente. -Vamos sair daqui, ok?

A garota encarou o moço a sua frente, ainda com a visão um pouco embaçada. Seus olhos estavam em um cinza escuro, e suas feições mostravam sincera preocupação. Diante disso, levantou-se, sem dizer nenhuma palavra, ficando de frente a ele.

Ele parecia incomodado com o silêncio dela, então resolveu dar um jeito na situação.

_Vamos para a casa dos Gritos?

Gina apenas acenou positivamente com a cabeça, seguindo de perto Draco.

"O que há com ela?", pensava enquanto andava.

Em pouco tempo estavam na quente casinha, Gina sentou, mas Draco permaneceu de pé. Não estava entendendo as atitudes da garota, precisava saber...

_O que há com você? -começou, calmo.

Ela continuou muda.

Gina sentia um enorme abismo vazio dentro do peito. A preocupação misturava-se com a dor, e tudo misturava-se com a confusão. Ao mesmo tempo em que queria desabafar com seu namorado, não queria dizer nada, não sabia qual seria a reação dele. O assunto família mexia com Draco, ele ficava frio, parecia não querer encarar o que viria.

A garota optou por ficar calada, não sabia exatamente o que dizer, estava confusa demais para conseguir falar as palavras certas, palavras que não provocassem uma briga, nem a fúria do garoto a sua frente.

Draco impaciente ajoelhou-se em frente a ela, que estava sentada no sofá, e refez a pergunta:

_O que há com você Gina? Você pode me contar, confie em mim.

_Nada. -respondeu olhando para os sapatos, confiar, ela não sabia se podia realmente confiar nele.

_Olha pra mim. -Draco levantou o queixo da garota com a mão esquerda. -Me diz o que está acontecendo.

_Já disse que não é nada. -repetiu vacilante.

_Ora, me poupe Gina. -irritou-se o rapaz de olhos misteriosos. -Ninguém sai correndo, e chorando feito louca pelo castelo à noite, sem ter motivos. E além do que, você não consegue dizer isso olhando nos meus olhos. Aliás, quase não está falando. Pelo menos não me diga que não está acontecendo nada, não minta pra mim.

Gina lembrou-se de Ágata. Havia acontecido algo parecido entre elas, não adiantaria mentir. Era melhor dizer a verdade, poderia estar enganada a respeito de seu namorado, talvez ele não estivesse feliz com nada do que aconteceu, talvez não se tornasse um comensal.

_Você leu o profeta diário de ontem? -foi rápida e direta.

_Li. Por que quer saber?

_Você está feliz com o que aconteceu? -dessa vez foi bem mais cautelosa nas palavras.

_Eu não estou te entendendo; vá direto ao assunto. -disse mal-humorado com o rumo que a conversa estava tomando.

_O seu pai estava preso. Você está feliz por ele ter fugido?

_Olha... -começou buscando paciência onde não havia. -Eu não posso dizer que estou feliz nem triste. Meu pai não é daqueles de quem eu sentiria falta se morresse, ou passasse o resto da vida preso, mesmo assim ele é meu pai, e não queria que ele continuasse em Azkaban. Estou indiferente ao que aconteceu. -concluiu mais tranqüilo.

_Mas eu não estou.

_Como? -perguntou incrédulo.

_Não estou indiferente. -Gina não sabia de onde estavam vindo aquelas palavras, e não gostaria de tê-las dito, nem de continuar falando nada, mas algo parecia explodir de sua boca, tornando-se frases agressivas. -Seu pai é um Comensal. Eu queria que ele continuasse mofando pelo resto da vida em Azkaban. Além de ele ser um assassino, louco e arrogante, vai querer que você se torne um seguidor de Você-sabe-quem também. Claro que você vai aceitar, não teria coragem o suficiente para desafiá-lo, obedeceria cegamente seu querido papai.

_Por que está me dizendo estas coisas, Weasley?

_Porque você é um MALFOY... E todos sabem que vocês são adeptos das artes das trevas, são perigosos e buscam acima de tudo poder. Poder que somente aquele-que-não-deve-ser-nomeado pode lhes dar. Poder que mata gente inocente, que derrama sangue, que faz sofrer os que amam. Não será você quem vai quebrar essa corrente infinita de gana de poder de sua família, não será você quem vai desafiar seu pai, e não será você o primeiro Malfoy a amar; Malfoy's não amam, e nunca vão amar. -Sem poder evitar novamente, as lágrimas escorriam de seus olhos desesperados, seu coração estava fechado em uma dor cortante, seu corpo tremia, e o arrependimento de dizer todas aquelas coisas a enforcava, deixando-a sem ar.

Draco levantou-se num salto. A garota estava desconfianda de seus sentimentos, de suas intenções. Mas não poderia culpá-la, tudo o que ela disse era verdade, menos que ele não era capaz de amar, porque amava, e amava muito. Às vezes ele mesmo não confiava em si, em sua coragem e astúcia. Mas ela devia confiar nele, pelo menos no que ele sentia por ela.

_Você pode estar certa em muitas coisas Weasley, mas em uma você não está. -concluiu frio.

_No quê? -sua pergunta saiu como um sussurro.

_Você acha que realmente eu me envolveria com uma Weasley, se não sentisse algo por ela? Acha que eu me rebaixaria a esse ponto se não a amasse?

_Eu realmente não sei. Nunca se pode confiar na palavra imunda de uma cobra como um Malfoy. Quem está se rebaixando aqui sou eu, e não você. -retrucou ofendida.

_Quem é você garota? Você não é a Virgínia Weasley, não é a garota meiga e que confiou em mim a respeito de meus sentimentos. -Draco fechou seus olhos, não queria pensar que realmente Gina estava falando aquelas coisas para ele. Queria abrir os olhos e ver que estava sozinho em seu quarto, imaginando aquele monte de coisas. Antes que pudesse abrir os olhos, sentiu dois braços enlaçando seu pescoço, e o apertando num forte abraço.

_Meu desculpe Draco. Eu não queria dizer essas coisas. Estou tão confusa. Me perdoa por favor. -disse sussurrante no ouvido do rapaz.

_Não quero acreditar que você me disse estas coisas. Não confia em mim? -pareceu magoado.

_Ultimamente não estou conseguindo confiar nem em mim mesma. Oh Draco, eu tenho tanto medo de te perder, tanto medo, estou confusa. Não agüentaria te perder para as trevas, eu sinto que sem você não posso mais viver. Eu acho que... -parou indecisa.

_Fala. -encorajou Draco.

_Que te amo.

_Eu tenho certeza. -Draco terminou, logo em seguida segurando Gina pela cintura, olhando bem em seus olhos, um pertinho do outro, ambos sentindo a quentura da respiração de seu parceiro. -Não quero mais brigar com você, eu juro que vou fazer de tudo para nada nesse mundo nos separar. Eu juro.

Os dois se beijaram, terna e profundamente. Como se quisessem tornar-se um só ser. Uma só alma...

~*~*~*~

Tão rápido como o inverno chegou, ele se foi, levando embora o frio cortante, e trazendo um cheiro maravilhoso de flores, e depois um ar quente. Estavam no verão. Mais incrível ainda era pensar que já estavam nos últimos dias de aula, uma semana para as férias.

Os testes de NOM's e NIEM's já haviam passado. Gina se saíra bem nos exames. Também gastara metade de seu tempo livre estudando feito louca. Bom, a outra metade ela gastou com seu namorado, o que recompensava ter que estudar por longas horas.

Não podiam dizer que não haviam mais brigado, realmente é muito difícil quando se tem duas pessoas de gênios tão difíceis. Draco era sempre mesquinho e dono da verdade, Gina era esquentada e teimosa. Qualquer coisa que discordassem virava briga. Mas nada sério. Coisas de casais...

Em meio a todo esse amor que uniam duas casas e famílias rivais, estava o medo e a confusão da realidade assustadora que assolava o mundo fora das paredes de Hogwarts.

Já haviam acontecido até ataques a vilas, onde populações inteiras morreram. O rastro de sangue ia se espalhando conforme os Comensais da Morte procuravam mais servos para seguir O Lorde das Trevas.

Ninguém conseguia mais manter a calma. O pavor se estampava no rosto de cada estudante, de cada professor, a cada vez que o Profeta Diário era deixado por uma coruja nas mesas das casas no café da manhã. Não havia mais um dia sequer sem morte. Uma mais terrível que a outra. Vez em quando se encontrava o corpo de algum bruxo de nome conhecido. Outras um aluno saia correndo e chorando pelas grandes portas de carvalho.

Como ninguém estava livre de tal acontecimento, uma morte chocou vários estudantes da mesa da Grifinória.

Gina desceu feliz da vida para tomar seu café. Na noite passada se encontrou com Draco, e isso fazia seu humor melhorar. Era muito cedo ainda, praticamente só ela encontrava-se na mesa da Grifinória. Aproveitou para ler tranqüila, ainda que não fosse completamente possível devido às notícias, seu jornal.

Dentre várias mortes espalhadas pelo jornal em pequenos quadrinhos, com uma homenagem, destacou-se uma para Gina. Ela não podia acreditar no que lia, releu diversas vezes, e ainda assim não acreditava. Aos poucos seus olhos foram enchendo-se de lágrimas, e aos poucos as coisas foram perdendo a nitidez, ainda assim conseguiu destinguir o vulto de seu irmão se aproximando, e falando com ela, junto com Harry e Mione. Sentiu sua cabeça rodar, e não viu mais nada.

~*~*~*~

Quando recobrou seus sentidos, encontrava-se na enfermaria. Rony, Harry e Mione estavam sentados, seu irmão encontrava-se de cabeça baixa, os outros dois trocavam olhares tristes e preocupados. Então se lembrou da notícia que lera no café da manhã. Como se tivesse decorado cada palavra, falou em voz alta, chamando a atenção dos outros:

_Foi encontrado hoje, morto nas últimas horas antes da entrega do jornal, Arthur Weasley. Um notável trabalhador do Ministério da Magia, na Sessão dos Trouxas, deixou uma família de sete filhos. Sua esposa Molly Weasley não sabia do incidente ainda, quando mandamo-lhe os pêsames. Arthur estava ajudando os aurores com alguns trouxas enlouquecidos, quando foram atacados por um bando de Comensais. Moody fez questão de ressaltar que o atacante do Sr. Weasley foi Lúcio Malfoy, e este deixou clara sua identidade tirando sua máscara, e dizendo-se satisfeito por acabar com a ralé. O mundo mágico sentirá imensa tristeza com a perda de um bruxo de incontável valor...

_Ainda bem que você acordou Gina, precisamos ir no enterro de seu pai. -começou Hermione cautelosa.

_Está bem Hermione, vamos logo. -Gina levantou-se maquinalmente, e saiu andando apoiada por Rony, que tinha os olhos muito vermelhos.

_Vai ficar tudo bem. -consolou seu irmão.

_Eu sei Rony, eu sei...

Passaram por diversas salas, corredores, até chegar na sala do Diretor. Gina nem prestou atenção na senha que Harry murmurou, estava totalmente atordoada. Parecia que sua mente não estava ali, apenas seu corpo.

Foram para casa através de uma Chave de Portal. Encontraram toda a família reunida, todos de olhos vermelhos, mas parecia que a única dos filhos a ter desmaiado foi a pequena Weasley, que sempre recebeu os mimos de seu pai por ser a única princesa da casa.

Molly, como Gina , tinha desmaiado também, ela tremia inteira, e derramava tantas lágrimas como nunca ninguém viu antes. Gina chegou perto de sua mãe, e a abraçou com força, e a Sra. Weasley retribuiu o abraço com mais força ainda. Gina sem conseguir se controlar acabou chorando junto com sua mãe.

_Eu não posso acreditar mãe. -disse com voz embargada.

_E -eu tam- também na- não.

_Por que ele mãe, por quê? -perguntava Gina inconformada.

Molly parou de chorar por um momento. Olhou dentro dos olhos de sua sempre pequenina.

_Eu sei que você amava muito seu pai filha, mas nós vamos Ter que nos conformar... -Molly dizia aquilo da boca pra fora, nunca iria se conformar, nunca. -Nós vamos cuidar de você minha princesa. Todos nós.

_Eu amo vocês.

Todos os Weasley's se abraçaram ali na sala da pequena Toca, sentindo como nunca a perda, do seu sempre querido e doce, pai...

Foi tudo muito triste, Gina voltara a realidade quando viu o corpo de seu pai morto. Ele sorria, parecia feliz, mesmo assim estava inchado, e tinha alguns cortes pelo rosto. Os poucos cabelos vermelhos que lhe restavam na cabeça, estavam impecavelmente arrumados, e usava uma roupa vermelha de incontável beleza.

Uma raiva apoderou-se da pequena Weasley. Uma raiva que ela não sabia de onde vinha, mas que faria com que matasse aquele que tirou a vida de seu pai. Só então lembrou-se que o atacante foi Lúcio Malfoy.

Não avaliou seus atos, apenas amaldiçoou toda aquela família. Amaldiçoou seu namorado, sentia a fúria corroer devagar seu coração. Queria ficar imparcial em relação à Draco, mas não podia, ele fazia parte daquilo. Ou pelo menos faria um dia. Não queria mais namorar um ser de nível tão baixo, e que no futuro faria pessoas sofrerem como ela estava sofrendo no momento...

~*~*~*~

Um dia depois voltaram para a escola. Mesmo faltando pouquíssimos dias para acabarem as aulas, era obrigatória a volta deles. Todos tinham que ir para suas casas através do Expresso de Hogwarts.

Novamente aquela falta de apetite assolou Gina, e ela não conseguia comer nada, tudo que colocava na boca parava e não descia. Tudo ficava entalado na garganta, assim como seu ódio. E este ódio crescia a cada vez que olhava para a cara do Sonserino que insistia em lançar-lhe sorrisos agradáveis, e que dariam muita força se ela não estivesse daquela maneira.

Ágata estava muito triste também. Arranjou uma oportunidade de ficar sozinha com Gina, para poderem conversar sobre o namoro com o Sonserino.

_Gina, e Malfoy? Como ele fica nessa história? -perguntou cautelosa.

_Não fica... Simplesmente não fica. -respondeu resignada.

_Ham?

_Eu vou terminar tudo com ele assim que puder. -Gina mantinha uma postura firme. Parecia realmente decidida a terminar o namoro.

_Por que?

_Eu não quero sofrer Táta. Pense que se Draco se tornar um Comensal como o pai dele, vai fazer tantas outras sofrerem também. Não quero ficar junto de uma pessoa que mata qualquer um que vá contra Você-sabe-quem, ou mata sem motivos aparentes. Se eu fizesse isso estaria sendo partidária do mal também. Direta ou indiretamente eu apoiaria o que eles fazem, e não estou condizente a fazer isso; agora sei que vou lutar ao lado da Ordem, quero me tornar uma Auror. E vou acabar com aqueles que fizerem o mal. Eu estou jurando para você Ágata. Vou me vingar de todos eles...

_Gina, mas e se o Malfoy não for mesmo igual ao pai e não quiser passar para o seu lado? -Táta não parecia muito convencida daquilo, mas valia tudo para tentar tirar sua amiga do ódio e rancor em que se encontrava.

_Você acha realmente que ele vai ficar contra o pai por minha causa? Pois eu tenho absoluta certeza que qualquer ameaça que Lucio Malfoy fizer, Draco corre para o Lado da Trevas. Ele não tem coragem nem de enfrentar um aluno de Hogwarts, ainda mais o pai dele, sendo quem é.

_Estava tentando te animar amiga, mas diante desses argumentos fiquei impossibilitada de dizer qualq...

As palavras de Ágata foram interrompidas pela entrada de uma coruja enorme e preta no dormitório feminino de Grifinória. A coruja trazia uma carta, não esperou resposta e saiu rasante pela mesma janela que entrou.

Gina abriu a carta já sabendo de quem era, pela ortografia, e começou a ler em voz alta:

Querida Gina;

Por que não me encontrou ontem na Casa dos Gritos como havia lhe pedido? Sei que está passando por uma fase difícil, mas eu poderia te consolar.

Preciso te confessar uma coisa, eu sabia o que meu pai iria fazer, tentei te avisar, mas foi impossível, Filch estava a espreita. Parecia se dividir em mil partes, em todo lugar que eu ia ele estava lá.

Não quero que me culpe pelo que aconteceu, lembre-se que não fui eu e sim meu pai. Não serei um Comensal também, nem que ele me mate, não vou ceder as suas chantagens, eu prometo.

Me encontre hoje na Casa dos Gritos ás 22h.

Com amor;

D.M.


Qualquer coisa que Draco pudesse ter dito seria melhor do que aquelas palavras, o fato dele saber o que Lúcio iria fazer com seu pai era motivo suficiente para encarar as mil partes de Filch, ainda que ela não acreditasse na desculpa dele. Ou mesmo, que fosse falar com Dumbledore. Mas não, ele preferiu se acomodar com a segurança, a enfrentar um simples aborto.

Aquele ódio que se encontrava entalado em sua garganta explodiu, e Ágata viu Gina sair correndo pelo dormitório e pelo quadro da mulher gorda em poucos segundos. A carta sendo amassada ferozmente na mão da garota, enquanto ela corria, em passos pesados, em direção ao Salão Principal.

Ágata prevendo o desastre que aconteceria se ela chegasse até onde pretendia, tentou parar Gina diversas vezes. Mas a fúria de Gina era tamanha que nem Crabbe e Goyle juntos conseguiriam segurá-la.

~*~*~*~

Todos que se encontravam em suas mesas comendo aquele delicioso jantar se assustaram quando viram uma Gina, furiosa e descabelada, empurrar com tamanha força as enormes portas de Carvalho.

Ela parou por um momento. Não estava raciocinando. Mesmo querendo voltar, suas pernas a levaram até a mesa da Sonserina, onde Draco se encontrava. Sem conseguir se controlar começou a berrar a plenos pulmões na frente de tudo e de todos:

_Você sabia não é? Sabia o que o desgraçado do seu pai iria fazer e não contou!

Draco olhou por um momento todo o Salão, todos presentes pareciam chocados, não adiantaria ficar calado, se ficasse, a garota continuaria berrando, dessa forma preferiu ter sua reputação arruinada, mas pelo menos tentar se explicar com sua namorada.

Num impulso de desespero, levantou-se ficando separado da garota apenas pela mesa.

_Eu disse que não consegui avisar! -berrou na mesma altura que ela, assustando muitos alunos.

_Faça-me o favor Draco. Falar que o Filch parecia ter se dividido em mil partes foi demais. Foi uma das piores mentiras que você contou! -Gina parecia desesperada.

_Não estou mentindo. -se irritou o garoto.

_Como das outras vezes?

_Eu nunca menti.

_Mentiu sim! -Gina conseguiu berrar mais alto ainda essa frase.

_Não acredita em mim? -perguntou venenoso.

_Não! Você é um desgraçado como seu pai.

_Eu não sou meu pai, e não fui eu quem matou o seu. -pareceu dessa vez um pouco desesperado. E era essa postura que estava tentando evitar, pois estavam no meio do Salão Principal. Olhou ao redor e viu que todos os alunos e professores nem piscavam, assistiam a cena, estarrecidos.

_Mas você vai ser um dia igual ao seu pai. E vai matar famílias, pais, mães e irmãos assim como Lúcio Malfoy está matando. E eu não quero fazer parte disso; nunca na minha vida farei parte do que você fará quando se formar.

_Eu não serei um Comensal! Gina será que não dá pra entender isso? -dessa vez sua voz saiu suplicante.

_Não é questão de entender ou não Draco. Quando seu pai te ameaçar você vai correr pra perto dele. Não terá coragem de se impor, nem agora nem nunca.

_É assim que você me vê, Virgínia Weasley? Então por quê aceitou meu pedido se era essa a imagem que fazia de mim?

_Todos têm o direito de errar. E estou certa que errei. Mas não vou continuar com esse erro. Não vai dar certo. Nós somos muito diferentes.

_Maravilhoso, então está tudo acabado por aqui. Mas não me venha querendo pedir desculpas depois Weasley, porque eu não vou aceitá-las, fique certa disso.

As lágrimas rolaram espessas pelo rosto de Gina. Estava tudo acabado, e agora não tinha volta. Podia se arrepender, mas estava certa de que isso seria inevitável. Eram realmente muito diferentes, acima de tudo eram rivais.

_Ótimo! -os ouvidos de todos latejaram tamanho foi o berro de Gina, e ela num impulso descontrolado arrancou o anel que Draco lhe dera, e jogou-o em cima do loiro rancoroso a sua frente. -Não preciso mais disso.

Correu novamente, dessa vez para sua casinha, seu esconderijo, seu refúgio. Correu tanto que em poucos minutos estava dentro da Casa dos Gritos.

Gina sentia que metade do seu coração ficara naquele anel. Foi então que levou a mão ao pescoço. A corrente que Draco lhe dera estava ali, mas apenas metade dela. A garota descobriu, através de Draco, que as correntes de rubi e a de esmeralda se separavam.

Ele ficou com a de rubi, a metade do coração da ruiva Virgínia Weasley, e ela ficou com a de esmeralda, a metade do coração de Draco Malfoy.

Nunca Gina imaginara que sua nova vida, pudesse trazer junto um novo amor. Sim, ela ter mudado fez com que Draco a visse com outros olhos, os olhos de um apaixonado, com olhos que não podiam ver além de apenas Gina. Não via sobrenome, não via casa, não via bens, só via Gina, e mais nada.

Gina sabia que não amaria mais ninguém, podia gostar, se apaixonar, mas amar só amou aquele que era o dono da outra metade de seu coração. E continuaria o amando, mesmo que fosse apenas seu segredo, conheceu naquele momento o significado do amor.

Amor é um fogo

que arde sem se ver,

É ferida que dói,

e não se sente;

É um contentamento

descontente,

É dor que desatina

sem doer.

É um não querer mais

que bem querer;

É um andar solitário

entre a gente;

É um nunca contentar-se

de contente;

É um cuidar que ganha

em se perder…

É querer estar preso por

vontade;

É servir quem vence,

o vencedor;

É Ter com quem nos mata,

lealdade.



Naquela noite o povoado imaginou que a pequena Casa dos Gritos estava sendo assombrada novamente, tamanho foi o som do grito de amor e dor, que uma jovem menina soltou lá dentro…



Notas da autora: NÃO ME MATEM!!!

Bom, não foi o fim da fic ainda, ainda bem néh? agora eu preciso mais do que nunca do apoio de vocês, por favor, comentem e votem, me mandem e-mails, essa Segunda fase vai ser mais difícil de escrever, e eu preciso de toda a colaboração de quem gosta dessa fic.

Desculpa pela morte do Sr. Weasley, foi inevitável, eu ia matar ele no começo, quando ele sofreu o acidente, mas a morte foi essencial agora. Sorry ;)

Espero que vocês gostem da Segunda fase, estou abertíssima a sugestões, pelo e-mail e msn: [email protected]

Beijocas estaladas *Malu*

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