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Draco não precisou arrombar a porta do quarto de sua mãe.
Ele e hermione correram pelo corredor ao ouvir o grito, e puderam ver de longe a porta escancarada com uma luz azul vindo de dentro.
a cena não era das melhores. narcisa levitava sobre sua cama, desacordada (ou morta, não sabiam), envolvida por uma tênue luz azul.
nenhum dos dois sabia o que fazer, e alguns elfos se aglomeravam no quarto resmungando coisas sem sentido.
draco perguntou à eles o que acontecera. nenhum tinha visto nada, ninguém, vieram apenas em socorro ao grito.
narcisa fora dormir tarde na noite anterior, como era de seu costume. dispensara os cuidados dos elfos, como sempre. arrumou sua propria cama, se deitou, e ao que pareceu a todos acordara gritando.

Draco não parecia preocupado, e sim furioso.
hermione não sabia o que dizer ou fazer, mas nenhum deles tentou tocar narcisa, não conheciam o feitiço.
Draco agilizou-se. mandou que os elfos voltassem à seus afazeres e mandou, não pediu, que hermione ficasse com a mãe dele e arrumasse um jeito de desfazer o feitiço.
ela o achou extremamente grosseiro, mas resolveu não tocar no assunto e ajudar em alguma coisa.
Draco saiu e bateu a porta.


Hermione não sabia o que poderia ser o feitiço. já repassara mentalmente milhares de feitiços que conhecia, pra imobilizar pessoas, levitar, fazer dormir, mas nenhum incluia uma luz azul no meio!
ela andava de um lado pro outro no quarto.
mas e se narcisa estivesse... morta?
ela não tinha meios de saber, sem antes tocar nela.
porém poderia ser uma armadilha, e prejudica-la tambem.
ela poderia ir tentando feitiços aleatoriamente.
mas e se algum deles matasse a narcisa-que-não-estava-morta?
-Pense hermione! - ela gritou. - draco me trouxe até aqui porque confiava em mim... e agora ele realmente precisa de mim e eu não faço nada... oras... como posso ser incompetente assim?
e subitamente ela se lembrou da biblioteca de Lucius. Especializada em Magia Negra.
poderia ter algo útil, e era melhor que ficar parada ali.
ela pediu a um dos elfos que a mostrasse onde era a biblioteca, e ele à levou até lá.

percorreram infinitos corredores, sempre com hermione de varinha em punho. ela não queria ser surpreendida por nada nem ninguém que tivesse feito aquilo com Narcisa.
chegaram, finalmente, a uma porta quase imperial. ia do chão ao teto, tinha detalhes estupendos esculpidos em sua madeira. o elfo empurrou os dois lados da porta, e ambas abriram-se com um estrépido.
hermione sentiu um cheiro de bolor ao entrar, e logo espirrou. mas não era hora pra alergias, ela pensou.
começou a procurar os tais possiveis feitiços.


Draco saira do quarto de Narcisa abalado. Como alguém pudera fazer isso debaixo do seu proprio nariz, como pudera entrar na sua casa com os milhares de feitiços que só um Malfoy era capaz de desfazer desfazer?
ele checou os aposentos pelos quais ia passando, sempre com a varinha em punho também.
foi assim até a porta principal de entrada, que estava escancarada também. correu até o jardim, mas não viu ninguém.
entrou novamente em casa e se dirigiu para o escritorio de seu Pai, que ainda estava intacto.
a porta também estava aberta, mau sinal.
encontrou papéis remexidos por cima da mesa, vários arquivos e pastas no chão, tudo evidenciando que alguém havia mexido naquilo - e procurado algo.
draco só não sabia o que.
acionou a passagem secreta de trás do armário do pai, que dava numa escada em caracol de pedra, que por sua vez chegava às masmorras. ouviu passos lá embaixo, mas desceu mesmo assim.


hermione não fizera muito progresso na biblioteca. encontrara, como previra, muitos feitiços sobre o estado em que narcisa se encontrava, mas nenhum incluia uma luz azul.
encontrou, inclusive, uma nota que a preocupou. nela, mencionava-se que se fosse utilizado um feitiço errado para acordar uma pessoa desacordada, poderia haver um grande choque, e a vítima morrer instantaneamente.
hermione tremeu. tinha que tentar, mas não podia arriscar a vida de Narcisa.
puxou um pedaço de pergaminho da escrivaninha, com o emblema dos Malfoy, e rabiscou alguns nomes de feitiços.
Voltou até o quarto, ainda em guarda, e procurando ouvir algum sinal de vida de Draco.
não ouviu nada.


Draco desceu as escadas devagar. apesar de ser dia lá fora, a escuridão nas masmorras já era rotina. era talvez o lugar mais escuro da casa, até mesmo com as lamparinas acessas nas paredes.
mas draco não quis acende-las.
acendeu, apenas, uma luz fraca em sua varinha, e foi avançando pelo corredor que iria leva-lo pra frente de uma das celas.
os passos que ouviu pareciam ter parado. agora só ouvia sua propria respiração. chegando ao fim do corredor, vislumbrou um vestigio de luz: alguem havia acabado de apagar uma das lamparinas.

apagou a varinha e correu até a virada do corredor.
viu a porta de outra cela aberta, viu luz saindo de dentro dela.
sem pensar duas vezes, nem sequer uma, avançou rapidamente e, sem dar tempo de ver quem era, lançou um Avada Kedavra na sombra que vira.
o que quer que fosse, caiu sem vida no chão, com um baque surdo.

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