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-Ei, quer fazer o favor de me esperar?? - hermione gritava para Draco, que já estava caminhando a certa distancia dela.
-Ah Granger... estou carregando sua mala e voce ainda reclama?! vamos.. está logo ali... - Draco revirava os olhos. como ela conseguia andar tão devagar? achou que fosse mais ágil.
Lá estavam eles, na estação de Hogshead, seguindo em direção a carruagem de Draco. Haviam saido cedo do colégio, pouquissimas pessoas os haviam visto, e, mesmo que vissem, não desconfiariam que estavam juntos.
Draco oferecera-se para levar a mala de Hermione, e ela, mesmo surpresa pelo galanteio, aceitou. Até agora haviam sido extremamente frios um com o outro. Nada mais além de um "bom dia" e algumas outras palavras. Draco perguntava-se se ela se lembraria do beijo. Ela pensava o mesmo, mas nenhum dos dois falava.
Ele não sabia o que havia acontecido, fora uma atração magnética na hora, gostara do beijo. Porem, não pretendia repeti-lo. Uma aliada sim, não uma amante. ele sorriu ao pensar isso. Hermione, que agora vinha a seu lado, percebeu o sorriso.
-Que é? - perguntou ela, dizendo mais por dizer.
-Nada de mais. Ali - e ele virou uma rua - entre.
Hermione entrou na carruagem. como as que haviam em Hogwarts, estas eram puxadas por Trestálias. a carruagem moveu-se suavemente pela rua. Hermione recostou-se no banco, em frente a Draco, e suspirou. O que estava fazendo ali, mesmo?! olhou Draco, ele olhava pra fora. o vento batia em seu cabelo, atrapalhando-o. Draco lutava para mante-lo no lugar, mas sempre bagunçava-se. hermione achava isso um charme. sorriu pra Draco. Ele percebeu que ela o olhava e sorriu também.
-Que é, caçoando de mim?!
-Imagina.. é que prefiro seu cabelo bagunçado assim.
-ah.. certo. vou... me lembrar disso. pode ser util algum dia. - e riu alto. Hermione riu também. afinal, as coisas poderiam sair melhor do que eles esperavam.

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a manhã já havia acabado quando chegaram a um vale. no alto, via-se de relance uma Mansão, e que Mansão. Hermione ficou como que hipnotizada: era extremanente linda, em estilo medieval, estatuetas e esculturas decoravam-na, dando o tão conhecido ar de castelo europeu à casa. "Bom gosto para comensais", pensou. Chegando nos portoes do jardim, draco convidou-a a descer. ele foi na frente, com a varinha em punhos, desfazendo interminaveis feitiços de proteção para entrar.
-meu pai enfeitiçou isso aqui - disse ele - qualquer um que tentar entrar e não souber desfazer apenas meio feitiço desses, morre.
hermione não assustou-se. confiava nele, pelo menos precisava confiar.
ao que pareceu uma eternidade pra ela, chegaram as portas da casa. Narcisa, mãe de Draco, vinha recebe-los na porta. era uma linda mulher, era veela. isso explicava porque Draco tinha um feitiço de atração que ninguem sabia de onde vinha... ele era metade veela. e todo seu poder de sedução mais esse fator resultava nisso: a perfeição. hermione se surpreendeu pensando nisso. ora, devia estar preocupada com comensais e torturas, não com isso, ponderou ela.
Narcisa educadamente a cumprimentou. Um Elfo surgiu a porta e levou as malas dos garotos pra dentro com um feitiço. Draco conversava com sua mãe enquanto hermione seguia-os. Ele disse a mãe que ela era uma colega de escola. A mãe dele sorriu pra Hermione e pediu a um Elfo que lhe mostrasse seu quarto. hermione achou bom deixar os dois conversando e seguiu-o.
passaram por um corredor que parecia não terminar nunca. a decoração era a mais sombria possivel, paredes de pedra fria, escuras, e retratos de gerações passadas dos Malfoys exibidas na parede. As pessoas olhavam com curiosidade pra ela, mas ela evitava olhar pra eles. ao final do corredor, uma pequena saleta, e varias portas ao redor. o Elfo abriu uma delas e fez sinal para hermione entrar.
-Seu quarto, Srta. - disse na sua voz fraquissima.
_obrigado - ela lembrou-se do F.A.L.E. Não iria dar um escandalo por causa de elfos ali, não é mesmo? tentou se controlar. entrou no quarto e o que viu lhe agradou: tinha seu proprio banheiro, uma cama grande, uma janela que arejava todo o quarto, e toda decoração baseava-se em verde. ela gostava disso...
sua contemplação foi interrompida pelo Elfo:
-harram... Senhorita? - chamou ele - O quarto do Senhor Malfoy é aqui ao lado, ele pediu pra avisa-la... e logo ali é o...
e ele continuou uma explicação infindavel sobre onde estavam todas as salas e saletas e jardins da casa...

Draco conversara com a mãe. nenhum comensal havia aparecido até agora. sua mãe havia lhe dito outra coisa, estranha. ninguém tivera noticias deles até agora. ouvira-se boatos de que alguns foram mortos ao pedirem para sair do clã. outros, simplesmente desaparecerem. estavam com medo, pelo que parecia. melhor, pensou draco.
agora ele andava em direção a seu quarto. lembrou-se de hermione, e resolveu ir até seu quarto ver como ela estava. a porta estava entreaberta, ele bateu, não obteve resposta e a abriu devagar. olhou pra dentro e não viu nada, chamou hermione e ninguem respondeu. acabou por entrar de vez no quarto. na mesma hora que hermione saia do banheiro, enrolada em uma toalha. ela empalideceu ao ver draco.
-que faz aqui, seu tarado?? - Draco riu da cara dela.
-com certeza, te espionando Granger... - ele conteve o sorriso - desculpe.. queria saber como estava e como chamei e ninguem respondia...
-ah, certo.. é eu estou bem.. - ela não estava mais com raiva - e conversou com sua mãe sobre os comensais? - ela voltara para o banheiro, terminando de secar seus cabelos.
-Draco caminhou até a janela, parecendo de repente mais interessado nos jardins, e contou o que sua mãe dissera.
Hermione saiu do banheiro ainda enrolada na toalha, com uma expressao seria.
-então.. o que eu ouvi pode ser verdade... - ela disse num tom baixo, aproximando-se de draco.
-o que voce ouviu? - ele evitava olhar pra ela. maldita tentação, tinha que se concentrar!
-outro dia na escola. dumblendore conversava com snape. ouvi-os dizendo algo sobre "...eles estão cometendo seu proprio suicidio, enfim, isso que importa. os comensais estao acabando, sem deixar linhagens. pelo menos nao que saibamos.. mas é um bom sinal". não havia ligado isso a outras coisas e...
os olhos de draco brilharam.
-por que não me disse isso antes?? sabe o que significa?? voldemort esta a beira do abismo. irá morrer, logo logo, e pra sempre dessa vez. - ele ria - devo dizer isso a minha mãe... granger, voce está sendo muito util até agora...
-claro. pra que vim a não ser para ser util pra voce? - ela brincou. ele sorriu-lhe maliciosamente
-isso discutimos mais tarde - disse ele, respondendo a sua brincadeira. - e saiu apressado.

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hermione estava em seu quarto arrumando umas coisas quando foi chamada pro jantar. ela não fazia ideia de como chegar até onde eles jantavam, mas não precisou se preocupar, pois Draco esperava-a na porta. ele vestia uma capa preta, e por baixo parecia um terno de se usar em casa, coisa estranha, pensou hermione. ela imaginou o quão requintados deveriam ser, por isso colocou um vestido discreto, vestiu uma capa e seguiu Draco. ele não disse palavra, hermione quem quebrou o silêncio:
-mas que corredores mais frios!
-Eu gosto assim - respondeu draco.
-não reclamo porque não gosto do frio, eu adoro frio, mas acontece que tudo aqui dá a impressão fria, sem vida...
-ah, voce gosta de frio.. sem vida hã? - Draco parou no meio do corredor e virou-se pra ela. - aposto que gostaria de dar um pouco de vida a esse lugar.
hermione olhou-o nos olhos.
-Draco, Draco.. não brinque com as tentações. senão tem de ceder a elas. - ela ia passando por ele quando ele segurou seu braço, olhando firmemente nos olhos dela:
-eu procuro tentações, Granger. e sei me controlar. - e continuou andando. hermione apenas limitou-se a segui-lo em silencio. draco gostava de terminar, o que quer que fosse, principalmente discussões.

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Tiveram um jantar tranquilo. Narcisa, apesar de ser uma Malfoy, estava sendo magnificamente simpática com Hermione, conversaram bastante. Draco olhava pras duas e as vezes sorria, revirando os olhos. ele nada dizia.. mas pensava. Secava Hermione com o olhar, e, quando ela percebia, ele desviava os olhos. Mas ela estava linda e tentadora.. como estava.. e ela o desafiava. normalmente as garotas jogavam-se à seus pés. Dessa vez, isso não acontecera. Hermione não só resistia a suas indiretas como saia-se muito bem delas, virando o feitiço contra o feiticeiro.
"mas vamos ver até quando", pensou ele, levantando-se da mesa e avisando que daria uma caminhada nos jardins.
precisava lembrar-se do porquê trouxera hermione..
-Será que trouxe-a para tentar seduzi-la? talvez, não é má proposta.. - pensava ele em voz alta, caminhando por entre os arbustos podados milimetricamente. - mas não foi isso. esse sumisso dos comensais me é muito suspeito.. - e escutou passos atrás de si. já escurecia e as sombras tomavam conta do caminho. Draco virou-se de varinha em punho, e foi surpreendido por hermione:
-Ei.. calminha Draco! sou eu.. está tentando realmente me matar hein? - zombou ela. Draco guardou a varinha nas vestes e continuou olhando pra frente.
-Eu tenho mais utilidade pra você do que te matar, Granger. Aliás, voce tambem deveria andar prevenida por ai. nunca se sabe quando o inimigo virá...
-...por isso mantenha-o sempre onde possa ve-lo. Conheço isso Draco, e é o que estou fazendo: mantendo o inimigo onde eu o vejo. No exato momento, vejo o cabelo dele, mas está de bom tamanho porque isso já tira o folego e... - ela riu.
Draco voltou-se pra ela sorrindo.
-Gosta de ironias não é mesmo?
-quando me favorecem.
-certo.. - e Draco continuou andando, devagar. Hermione seguiu-o. Estavam atravessando uma ponte antiga que havia em cima de um lago, quase congelado por sinal. era uma linda paisagem, pensou hermione. draco de repente parou e ela tropeçou nele. ele não disse nada, apenas parou e ficou olhando ora pra baixo, ora pro horizonte.
-Que foi? - perguntou hermione, parando ao lado dele.
-Nada. - ele respondeu, com uma voz vacilante. Hermione podia ver que havia tristeza em seus olhos.
-Voce gostava do seu pai, draco? - esta pergunta pegou-o de surpresa. Draco não esperava ter de responde-la pra ninguem, mas no momento não viu o porquê de não faze-lo...
-Não. - ele pensou um pouco - quer dizer, não se pode dizer que se ama uma pessoa que obriga-o a fazer coisas que não quer, usa-o como um objeto e tudo mais... - sua face ficara vermelha. hermione percebeu e, colocando a mão sobre seus labios, pediu que se cala-se. Draco não disse mais nada, apenas ficou olhando para hermione. os olhos dela estavam úmidos e cintilavam com a luz fraca da lua que nascia.
-desculpe por ter perguntado - disse ela
-não há o que desculpar. - ele olhava-a como se esperasse algo.
Hermione chegou mais perto e abraçou-o, sem saber como Draco receberia isso. Ele, ao contrario do que ela esperava, abraçou-a tambem, forte. chegava a machuca-la de tanto que Draco apertava, mas parecia que cada vez ele queria aconchegar-se mais nela e fugir da realidade à sua volta. hermione acariciou seus cabelos dourados, tão contrastados com toda a escuridão que os envolvia. ficaram um bom tempo assim, nenhum dos dois ousou quebrar o silencio. foi Draco quem, desvencilhando-se dos braços dela, deu-lhe um beijo. mais perfeito ainda que o primeiro, pensou hermione. quem não consegue se controlar sou eu, pensava Draco. voltaram em silencio para a casa.

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