- O cemitério.







O homem foi adentrando cada vez mais a penumbra da Floresta Proibida, a névoa gélida encobrindo o céu alaranjado de fim de tarde, acima de sua cabeça, o vulto corria à sua frente mais apressadamente que nunca.

Enquanto o homem perseguia o vulto, ele viu os lugares mais distantes pelo qual antes havia passado, os velhos arbustos onde Slugohrn havia mandado que ele
retirasse as sementes para a poção do ensurdecimento, cada vez mais o vulto à frente aumentava a velocidade...

Por vezes, em certas passagens bloqueadas, suas vestes prendiam-se à pequenos espinhos em plantas, e rasgavam em poucas partes, onde surgiam pouco à pouco pequenos arranhões e feridas, o vulto à frente começou a ir mais rápido – mais do que o possível para um humano - , e galopando, aumentou a velocidade.

O homem, como mágica, ergueu uma vassoura no ar, e ela se suspendeu, à altura em que ele pudesse montá-la, e ele o fez, e, inclinando-se para a frente ele aumentou a velocidade,....

Ele sentiu a ponta dos cabelos ondulados serem jogados para trás, ao mesmo tempo em que alguns pingos de chuva caíram do céu, agora escurecido, sem perder de vista o vulto à frente, ele puxou de dentro das vestes um pedaço fino de madeira, de mais ou menos 18 centímetros, e erguendo-o à frente ordenou para a barreira de plantas:

- Diffindo!

E a barreira à frente explodiu em vários pequenos pedaços, abrindo caminho, pois antes, há alguns segundos ele tinha perdido o vulto de vista, e agora, recuperara...

O vulto começou à diminuir velocidade e pouco à pouco, parou o galope, e desapareceu, entrando em um túnel...

O homem o seguiu, e diminuindo a velocidade da vassoura, ele desceu dela, e a colocou por cima do ombro, e mantendo a varinha sempre à frente, ...

Entrou no túnel e viu várias passagens e corredores, inscrições rúnicas nas paredes eram vistas aqui e ali, onde, por vezes, também haviam desenhos, onde com dificuldade era possível distinguir um corpo ou outro decapitado, ou um homem torturando outro por meio de maldições, ou rituais, em outros desenhos com animais, como grifos, e corujas, que voavam rodeando a marca de um crânio com uma serpente saindo pela boca, como língua...

Então, parando, ele lembrou-se de que estava seguindo o vulto, e desesperadamente, e sem ligar para o barulho produzido por ele, correu com a varinha empunhada.

Ele virou à esquerda, direita...depois esquerda e seguiu em frente, virou à direita, novamente à direita, e seguiu à frente, direita e à frente, e correu, para a luz que surgia pela passagem que lentamente crescia, ele correu, estava à alguns passos, alguns poucos passos, ... ele ia chegar, ... , ele ia, ... e passou pela luz esverdeada...

Uma bacia de pedra havia sido colocada no centro de um espaço quase que tão grande quanto um campo de quadribol, não havia árvores, nem nada que impossibilitasse a visão do homem, e sim velas negras flutuavam no alto, onde ardiam chamas verdes, e uma neblina um pouco acima, das mais de 40 cruzes onde, alguns corpos estavam presos de cabeça para baixo, mas, antes que pudesse ver o resto algo o golpeou e o fez cair de lado do chão duro de pedra quando alguém ao seu lado direito gritou:
- Petrificus Totalus!

Ele não estava preparado, sentiu suas custelas rangerem ao bater no chão, e algo escorrer lentamente pela sua testa...

- Vire-o! disse uma voz que ecoou pelo campo.
- Sim, mestre. Ouviu-se em resposta.

O homem sentiu um pé em sua costela quebrada, ele grunhiu e gritou, ouviu alguém dar uma gargalhada, em seguida, uma sombra diante dele.

- Fique de pé. Disse o vulto.
- Não... ele resmungou, tentado ignorar a dor na costela e na testa.
- Fique... de... pé! Agora...! repetiu o vulto, a cada palavra o homem era chutado.

Agonizando no chão, o homem foi posto de pé por um vulto encapuzado de mais ou menos dois metros e dez, este o segurou por trás, tentando mantê-lo em pé, mas sempre que tentava o homem começava a cair...

- Que lixo! Desdenhou o vulto encapuzado.

O homem perto da bacia de pedra, que estava examinando seu conteúdo disse, virando-se para o homem erguido pelo vulto encapuzado.

- Quais são as últimas notícias do mundo lá fora...?
- Nada... que lhe interesse saber... respondeu o outro em resposta.

Nesse momento, um vulto saiu das sombras alguns metros à frente dos demais,
Com galope como passos, um centauro cavalgou em direção ao grupo.

- E então, Brian? Cansado de servir aos dois lados? Rosnou cavalgando rapidamente e enterrando um soco na boca do estomago do homem.

Brian cuspiu um pouco de sangue.

- Isso... disse o centauro.- É pela sua imprudência em me machucar na presença daqueles humanos...
- Calma, Udeon! Gritou o vulto alto.
- Calma? Calma...? repetiu Udeon. Esse humano... não havia necessidade de me machucar para provar à quem servia, e mesmo assim o fez... Ele deveria ter provado aos amigos de outra maneira, Melvin! Gritou o centauro ao vulto alto.
- Era o único jeito... choramingou Brian.
- O único jeito! Ora seu...!
- Chega! Ordenou a voz do homem, o qual parecia o lider. – Você poderá matá-lo assim que nós usarmos suas informações, antes disso, segure essa sua pata...

O centauro o olhou com rancor e caminhou de volta às sombras e então, uma marca foi posta à mostra, uma marca nas costas do centauro, algo que mais lembrava uma queimadura, que ia da parte lombar até o pescoço...

- Melvin, cuide de nosso amigo... disse o homem, à qual todos obedeciam.

Brian o olhou assustado, e o homem riu.

- Calma, Brian... ele não lhe matará, ainda...

Melvin o jogou no chão, puxou a varinha e disse com um ar arrogante:

- Férula!

E ataduras prenderam-se pelo abdome de Brian, ele se levantou.

- É bom que você comece a falar. Disse o homem à Brian. Ou então, sua morte será mais cedo do que imagina...

Brian ergueu a cabeça pro céu, e percebeu que nessa parte da floresta era possível ver o céu, ou seria possível, pois alguma coisa negra, e em grupo descia rapidamente...

- Os dementadores.... sussurrou o homem. - Sabe, estou realmente começando a ficar com pena de você, eles agora, não sei se você sabe – acrescentou sorrindo – estão seguindo ordens minhas...

Brian o olhou um pouco mais apavorado.

- Mestre... começou ele.
- Mestre...! desdenhou Melvin.

O líder sorriu para ele e voltou-se então para Brian.

- Eu lhe dei o tempo que você pediu para decidir à que lado vai ser leal, e o tempo está acabando, assim como a minha paciência, os aurores podem nos encontrar à qualquer momento, e eu não quero correr o risco, precisamos de uma vez por todas expandir nossos exércitos, se você me entende...
- Mestre, me dê um pouco mais de tempo, seja mais paciente comigo, a minha situação é diícil,...
- A SUA SITUAÇÃO É DIFÍCIL?? O QUE VOCÊ DIZ DA MINHA, ENTÃO?? EU NÃO VEJO A LUZ DO SOL HÁ MESE!! É COMO ESTAR DE VOLTA À AZKABAN!! Enfureceu-se o homem.

Brian recuou, assustado, contra a parede ao lado da passagem por onde antes passara, e encarou-a, pensando em fugir...

- Não adiantaria... disse o homem para ele, parecendo bem mais calmo. – Os dementadores estão do outro lado, bloqueando a passagem...

Brian o olhou quase implorando, choramingou um pouco e disse:

- Por favor, Mestre, por favor Vladius, por favor...

Vladius meramente riu, empunhou a varinha.

“ Sabe, eu realmente achei que você seria um servo mais útil, mas dedicado à mim, mas vejo que me enganei, eu lhe disse, não tenho muito tempo, e já que você não escolheu seu destino, eu o escolho por você...”

“ Veriscórdia!” ordenou Vladius.

Brian sentiu a solo de seus pés grandes tocarem as batatas da perna, ao tempo em que seus osso ficaram à mostra, ele ouviu o som dos risos e gargalhadas dos outros, pouco depois que ele sentiu-se erguido no ar, com uma súbita onda de desespero e arrependimento, e aos poucos foi se contorcendo, para quase o tamanho mínimo, em que pudesse ficar inteiramente preso no menor baú que existisse.


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