Família



N/A: Antes do cap, vou agradecer a LiLa_GraNgeR que fez essa capa para a minha fic, vi que muitos de vocês assim como eu gostaram dela, portanto, podem parabenizá-la que ela vai gostar!

Ao abrir os olhos, uma forte luz o cegou por uns instantes, então à medida que se adaptou a luz, pôde identificar o local como um quarto de hospital. Tateou a mesinha de cabeceira e não achou o que procurava, então abriu as cortinas com cuidado e andou com os braços à frente, tentando evitar algum choque. Identificou outra cortina e a afastou, deparando-se com o que parecia uma pessoa deitada, reconheceu os cabelos ruivos e a pele macia.

-Amor, hora de acordar. –o moreno sussurra acariciando o rosto da esposa. –Vamos Lily, eu preciso de sua ajuda. –A ruiva se moveu lentamente, até despertar e se virar para o marido.

-Thiago? O que houve? Porque estamos no hospital? –pergunta confusa, ainda reconhecendo o ambiente, mas certificando-se que os dois não tinham ferimentos aparentes.

-Não sei, mas é melhor sairmos e preciso de você para isso. Não encontrei meus óculos. –fala seriamente, estava preocupado com seu filho.

-Tem razão, precisamos saber onde Harry está. –Lílian fala entendendo a preocupação do marido e rapidamente se pondo de pé.

Antes que os dois pudessem sair, alguém entrou no quarto surpreendendo-os, era um homem de meia idade, vestido como medi-bruxo e atrás dele vinha um homem ruivo que parecia-lhes familiar, apesar de estar bem mais velho do que se lembravam.

-Thiago, Lílian, como estão? –o ruivo pergunta e os dois reconhecem a voz e o jeito, era Arthur Weasley.

-Arthur, é você mesmo? –Lílian pergunta observando atentamente o rosto do homem.

-Sim, alguns anos mais velho, mas sou eu mesmo. –fala com um sorriso tímido, tirando um óculos do bolso e entregando-o a Thiago.

-O que aconteceu com você? Parece uns vinte anos mais velho! –Thiago exclama surpreso e ignora o cutucão que a esposa lhe dá, olhando-o severamente pela indiscrição.

-Eu vou explicar tudo com calma, mas por enquanto deixem o medi-bruxo examiná-los. –Arthur fala sorrindo para os amigos, enquanto o medi-bruxo se aproximava para examiná-los.

Após uma hora de explicações e tentativas de acalmar Thiago, Arthur relata o ataque a Godric’s Hollow, a criação de Harry pelos tios, o retorno dele ao mundo bruxo aos 11 anos, seu primeiro confronto com o espectro de Voldemort, as aventuras anuais, se lamentando diante da morte de Sírius e de Dumbledore. Ao final, Lílian e Thiago estavam assustados e pasmos, não podiam imaginar que o filho deles fosse se tornar “um herói” e que Snape fosse ser capaz de matar Dumbledore.

-Onde Harry está agora? –Lílian pergunta saindo do estado de torpor que ela e o marido estavam.

-Em Hogwarts, cursando o último ano letivo. –fala sorrindo ao ver as expressões de alívio do casal.

-Se nós dois morremos e tudo isso é verdade, o que estamos fazendo aqui? –Thiago pergunta completamente confuso.

-Essa é uma pergunta para a qual teremos que procurar uma resposta. Por agora, tentem descansar, que assim que amanhecer, iremos levá-los para Hogwarts. Tenho certeza que Harry irá ter a melhor surpresa da vida dele. –Arthur fala já se levantando da cadeira e o casal apenas assente, ainda perturbados demais para questionar algo.

****

Por algum motivo, a diretora McGonagall estava muito ocupada aquele dia e o acesso ao escritório dela estava vetado. Então os quatro seguiram normalmente as aulas de terça, deixando para falar com Dumbledore no dia seguinte.

Harry, estava na biblioteca tentando fazer o trabalho de herbologia, quando uma voz grave ecoou em sua cabeça, o despertando.

Ou você faz o trabalho, ou pensa na sua namorada. –Rhavic fala sarcástico, assustando Harry, que olha para os lados a procura da voz. – Já esqueceu de mim, jovem Harry? Não responda em voz alta.

Rhavic? –Harry pergunta em pensamento, enquanto começa a recolher suas coisas.

Olá. Eu não queria te assustar, mas precisava falar com você. Aliás, eu não te avisei, mas vai ser comum ouvir minha voz, quase como uma segunda consciência. -Harry suspirou pesadamente diante da informação, seria como estar sendo vigiado por um professor o tempo todo.

Isso quer dizer que você vai saber tudo que estou fazendo e pensando? -pergunta com medo da resposta, afinal era sua privacidade que estava em jogo.

Não pretendo invadir sua privacidade nem me intrometer na sua vida, apenas guiar seus estudos. -responde na tentativa de tranqüilizá-lo.

Certo, mas porque não entrou em contato comigo ontem? -pergunta após observar a biblioteca e não encontrar nenhum dos amigos.

Porque precisava de um tempo para poder fazer a conexão completa e isto só ocorreu agora a pouco. Onde vai? -Rhavic pergunta confuso ao perceber Harry se afastar da biblioteca e andar pelo corredor observando o redor.

Chamar todos para uma reunião, afinal com você e os outros “ativos”, poderemos definir melhor o que fazer agora. -Harry olhava para os lados, indo na direção da torre da Grifinória, quando sentiu seu medalhão esquentar.

“Harry, você está me ouvindo?” -Harry escuta a voz de Hermione assim que toca o medalhão.

“Sim, onde você está?” -pergunta ainda estranhando aquela habilidade nova.

“Estou indo para a sala dos fundadores, vou avisar Luna e Draco, para nos encontrarem lá.” -Harry percebe que Hermione tivera a mesma idéia e apenas confirma que irá encontrá-la.

Rapidamente Harry chegou ao local onde a porta da sala dos fundadores ficava, observando que ninguém havia chegado ainda. Apontou a varinha para a parede e usou o feitiço Revellis para fazer a porta surgir à frente dele.

-Oi, chegou rápido! –Hermione fala surgindo no corredor. Por sua respiração, Harry percebeu que ela correra para poder alcançá-lo.

-Agora é esperar os outros para podermos entrar. –Harry fala sorrindo e se aproximando para segurar a mão da namorada.

Não é necessário. Depois que romperam o selo, só é necessário um dos medalhões para abrir a porta. -Rhavic fala a Harry e Sophia parecia falar o mesmo para Hermione.

Sem falar nada, Harry pega seu medalhão e o põe no encaixe, a mesma luz bruxuleante volta a iluminar o corredor por alguns segundos e a porta se abre. Os dois trocam um olhar e entram, imediatamente os archotes se acendem e iluminam o grande salão, enquanto a porta volta a se fechar atrás deles.

-Acho que somos os primeiros a chegar. –Harry fala andando até a mesa e olhando em volta. Tudo parecia exatamente igual a quando estiveram ali da última vez.

-Talvez tenhamos que esperar um pouco, Rony e Luna iam procurar Gina e o Malfoy estava meio ocupado. –Hermione fala se aproximando por trás de Harry, as mãos envolvendo sua cintura e depois subindo até o tórax, enquanto beijava-lhe o pescoço.

-Ótimas notícias! –fala em tom malicioso, se virando e a puxando pela cintura.

O beijo que começara delicado, foi ganhando paixão à medida que os dois se deixavam dominar pela saudade. Se havia um ponto negativo em namorar escondido, era a quantidade limitada de tempo que possuíam para ficar juntos. Pouco tempo depois, Harry estava pressionado contra a mesa, uma de suas mãos bagunçava os cabelos de Hermione e a outra a pressionava fortemente contra si, enquanto ela mantinha uma de suas mãos em seus rebeldes cabelos negros e a outra passeava por seu tronco.
Os dois estavam tão concentrados um no outro, que não perceberam a entrada de Draco, que logo depois de entrar, observou o casal por alguns segundos antes de falar com seu tom provocativo.

-Não acredito que me chamaram para isso! Jurava que vocês faziam o tipo conservador. –fala sorrindo de lado e andando devagar na direção do casal, que assustado, havia se separado e observado o local a procura de espectadores. –Eu confesso que acho a proposta interessante, mas devo avisar Potter, que se encostar em mim eu te transformo em um eunuco.

-Eu só poderia esperar algo assim de uma cabeça doente como a sua. –Harry fala se adiantando e ficando a frente de Hermione, olhando para o sonserino de modo desafiador.

-O que foi Potter? Está com medo que a Hermione depois de provar um homem de verdade não queira mais saber de você? –pergunta tranquilamente, dirigindo um olhar insinuante a Hermione, que observava a tudo muito chocada para falar algo.

-Agora chega, dessa vez eu não vou só te surrar, eu vou te matar! –Harry fala se adiantando e sacando sua varinha tão rápido quanto Draco.

-Parem com isso! –Hermione fala ao ver os dois pegarem as varinhas e apontarem pro peito do outro –Vocês enlouqueceram? Estamos do mesmo lado agora e dependemos um dos outros para vencer a guerra. –fala de modo racional, se colocando entre eles.

-Eu não posso admitir que esse sujeitinho fale desse jeito de você! –o rosto de Harry estava vermelho de tanta raiva, sua mão segurava fortemente a varinha e seus olhos estavam fixos nos cinzentos de Draco.

-Ele só quer te tirar do sério, ou você não percebe o quanto está sendo divertido para ele te ver assim? –Hermione fala tentando chamá-lo a razão, fazendo-o reparar no sorriso divertido do loiro.

Antes que a discussão pudesse continuar, a porta se abre novamente e os dois rapidamente guardam suas varinhas, para que os outros três não vissem que estavam brigando.

-Que bom que chegaram rápido, assim começamos logo a reunião. –Hermione fala se recompondo e se sentando a mesa, sendo seguida pelos demais.

-Porque vocês convocaram essa reunião de repente? Descobriram algo sobre os horcruxes? –Rony perguntou curioso, mas antes que alguém pudesse responder, os medalhões brilharam sob a camisa dos quatro escolhidos e uma luz se dirigiu destes para as estatuas, que depois de brilharem por uns segundos, voltaram ao normal.

Antes que pudessem voltar a conversar, sentiram um leve tremor e depois observaram um brilho colorido nos olhos das estátuas, como se ganhassem vida. Então, sem aviso, Rhavic e Sophia saltaram para perto deles, enquanto Apôpis e Saphira caminharam até se juntar aos outros dois. Seus corpos continuavam sendo do material das estátuas, mas possuíam uma mobilidade bem natural.

-Uau! Não sabia que vocês podiam fazer isso! –Harry fala olhando os “animais” se moverem como se houvessem ganhado vida.

-Pena que você é de prata, se fosse de carne e osso, seria tão mais bonita e eu poderia fazer carinho na sua barriguinha! –Luna fala empolgada, enquanto passa a mão sobre a cabeça de Saphira.

-Eu realmente ouvi isso, Hermione? –Draco pergunta à morena, que pareceu tão abismada quanto ele com o comentário da loira.

-Vamos aproveitar que estamos todos juntos e começar logo a falar sobre nosso treinamento, depois conversamos mais com eles. –Hermione fala meio sem jeito, pegando de sua mochila pergaminho, pena e tinteiro.

-Desde quando você chama a Hermione pelo nome? –Rony pergunta a Draco, que responde com um olhar de “E isso te interessa?”.

-Rhavic, você e os outros podem nos ajudar na busca pelas horcruxes? –Harry pergunta querendo evitar uma possível discussão e chamando a atenção de todos para a reunião.

-Não creio que este seja o momento para nos concentrarmos nisto. –a voz grave de Rhavic soou como uma trovoada, surpreendendo os que ainda não haviam ouvido.

-Como não? Sem as horcruxes não temos como destruir Voldemort. –Harry argumenta com o semblante fechado, sua principal meta era derrotar o bruxo das trevas.

-E você se acha em condições de encontrar e destruir uma horcrux sem ajuda de um bruxo experiente como Dumbledore? –Sophia pergunta observando-o analiticamente, sua voz era firme, porém suave.

Harry apenas abaixou a cabeça, em sua mente a lembrança de seu duelo com Snape meses atrás lhe dava a resposta. A forma como o professor lhe derrotara e dissera que ele era um fraco e que apenas não seria morto, pois o lorde dele fazia questão de fazê-lo pessoalmente, ainda lhe atormentava em seus pesadelos.

-Então o que vocês sugerem? –Gina pergunta quebrando aquele silêncio incômodo.

-Que primeiro treinem para se tornar capazes de achar e destruir os horcruxes, só então voltaremos a procurá-las. –Apôpis fala friamente, sua voz sibilante causava arrepios.

-Pois eu não vejo o porque de não fazermos os dois, afinal tão cedo não vamos achar os horcruxes, se não tivermos nenhuma pista do que são ou onde estão. –Draco argumenta ansioso por vingança.

-Os treinos não se resumem aos encontros que teremos, nós apenas lhe passaremos os ensinamentos, mas caberá a vocês praticarem até conseguir executar os feitiços com perfeição. –Sophia fala de modo calmo, como se estivesse lhe dando uma aula.

-Precisarão se dedicar quase que integralmente a aprender e quanto mais aplicados forem, mais cedo chegarão ao ponto de poderem ir atrás dos horcruxes sem problemas. –Rhavic fala de modo determinante, como se a questão estivesse definida entre os quatro.

-Antes de falarem sobre os treinos, eu gostaria de saber se eu e Gina também poderemos participar deles. –Rony pergunta em expectativa.

-Claro que não, aliás não sei o que fazem aqui. Este é um local reservado aos guardiões do castelo! –Apôpis fala de modo frio, o que junto a sua voz sibilante, faz Harry lembrar de Voldemort e seu discurso seletivo, o que não era de se estranhar, já que a serpente era cria de Salazar Slytherin.

-Achei que houvesse deixado de falar as asneiras que aquele traidor divulgava! –Rhavic reage com agressividade, suas asas se agitando e os dentes ficando a mostra, enquanto ambos sustentavam um olhar desafiador.

-Rhavic! Se recomponha imediatamente! –Sophia fala o olhando de forma reprovadora, seu chifre brilhando estranhamente. Apesar de desgostoso, Rhavic baixa as asas e volta seu olhar para a mesa, apesar de não estar focalizando a ninguém.

-Creio que não há o porque de discutirmos este assunto, já que eles mesmo passariam os ensinamentos para os amigos, além do que os irmãos Weasley já se mostraram fiéis, leais e corajosos diante do perigo e usariam os ensinamentos para proteger as nossas quatro crianças quando nós não pudéssemos! –Saphira fala de modo claro e lógico, ao que Sophia e Rhavic assentem.

-A maioria venceu, então vamos logo decidir os horários. –Rhavic fala com um sorriso discreto, olhando Apôpis de lado.

-Bom, eu e Gina estávamos conversando e percebemos que se sumirmos todos ao mesmo tempo poderiam desconfiar de algo, já que é fato, que a Ordem está nos vigiando. Então, nós pensamos que para maior discrição, deveríamos vir em duplas. –Hermione expõe a questão já retirando da mochila os horários do sexto e do sétimo ano.

-Como eu e Luna temos horários semelhantes, além de sermos amigas, é mais fácil nós duas virmos em dupla. –Gina fala sorrindo para a amiga, que concorda.

-Então eu venho com Hermione. –Draco fala como se resolvesse a questão.

-Você está louco se acha que eu e o Harry vamos deixar a Hermione um segundo que seja, perto de você e dessa cobra super-nutrida! –Rony fala encarando o loiro a seu lado com expressão de poucos amigos.

-Isso aí, Hermione vem comigo e você fica com Rony. –Harry completa a sentença do amigo, porém Rony o olha como se o amigo o houvesse dado uma punhalada pelas costas.

-Porque eu tenho que ficar com essa doninha? –Rony fala fazendo uma careta de nojo ao apontar Draco.

-Sem brigas, já chega. –Hermione fala antes que Harry respondesse. –Vamos tirar na sorte. Vou escrever o nome de nós quatro em pedaços de pergaminho, dobrar e Luna fará o sorteio. –a grifinória fala já rasgando o pergaminho. Sophia apenas olhava orgulhosa a sua discípula, enquanto os outros três pareciam apreensivos.

-É para pegar um de cada vez ou os dois juntos? –Luna pergunta empolgada e Hermione responde que tanto faz. A loira então pega um e começa a abrir, sorrindo para aumentar o suspense. –Draco! –anuncia aumentando ainda mais a expectativa, enquanto a loira mexia os pedacinhos e pegava mais um. –Wow, isso não vai ser bom... –Luna foi interrompida por resmungos incompreensíveis e achou melhor ler de uma vez o nome. –Hermione!

-Eu não admito! –Harry fala se levantando e Rony o apóia.

-Você não tem que admitir nada, Harry e nem adianta os dois me olharem assim! Eu sei muito bem me defender sozinha, além do que eu acho que é a opção que menos vai levantar suspeita e mais vai evitar brigas. –Hermione fala tranquilamente, sem dirigira o olhar para Draco, que sorria satisfeito ao ver a cara de frustração de Harry.

-É o que nós pensamos também, por isso, vamos seguir com os dias e horários. –Saphira fala em tom conciliador, apesar do clima continuar tenso.

A reunião seguiu determinando não só os horários, mas também as abordagens que os treinos teriam. Começariam com alguns feitiços básicos de defesa e ataque, para então começarem a usar as armas deixadas pelos fundadores e se aprofundarem na especialidade de cada um.

Na saída, Rony, Hermione e Harry seguirão para a torre da Grifinória e Luna para seu salão comunal, Draco iria para o dele e Gina iria direto para o salão principal, onde o jantar devia estar sendo servido. O trio não se falou o caminho de ida e nem na volta, quando foram jantar. Já Gina, discretamente seguiu Draco, o encurralando nas masmorras.

-O que você quer, Malfoy? –Gina fala o empurrando para um corredor paralelo ao que levava ao salão sonserino.

-Escute Weasley, eu sei que não é sua culpa. Às vezes ser lindo assim é uma maldição, as garotas realmente não resistem, mas eu já deixei claro que não quero saber de você! –Draco fala naturalmente, como alguém que já repetiu aquela frase diversas vezes.

-Eu não sei como seu ego não expulsa todo mundo do castelo! Francamente, eu é que jamais iria querer algo com um almofadinhas que nem sabe beijar, como você! –fala não querendo sair por baixo, mas sem encará-lo, o que não a deixa ver o brilho que os olhos cinza ganharam e nem o leve rubor nas faces pálidas. -Agora, eu quero saber o que você quer com a Mione! –seu tom volta a ser ameaçador e o olhar desafiador.

-Isso não é da sua conta. Até porque eu sou um cavalheiro e não fico falando das minhas conquistas por aí. –retruca em tom provocativo, fazendo-a se irritar ainda mais.

-Conquistas? Você até outro dia a chamava de sangue-ruim, não vai querer que eu acredite no que disse! –argumenta como se fosse óbvio.

-É que até outro dia eu não havia reparado em como ela havia crescido, mas agora eu posso dizer que aquela morena está valendo muito a pena! –fala com um sorrisinho malicioso, que faz o sangue de Gina ferver.

-Pois fique você sabendo, que se tentar tocar nela, Rony e Harry vão ter que se contentar em bater no seu corpo já sem vida. –o avisa e sai pesando firme, com tanta raiva que não ouve os risos do sonserino.

Sem o mínimo apetite para jantar ou ânimo para ver alguém, a ruiva vai para o quarto de Hermione, onde a espera voltar do salão principal. Cerca de maia hora depois, Hermione entra cabisbaixa e tão distraída, que não nota a presença da amiga no quarto.

-Nossa, que cara é essa? – a pergunta assusta a morena, que pula com os sapatos na mão.

-Eu não te vi. Você não foi jantar? –pergunta desviando do assunto.

-Não, mas não tenta mudar o assunto. O que houve? –pergunta vendo a amiga se deixar cair na cama a sua frente.

-Rony e Harry estão me ignorando por causa do imbecil do Malfoy. –fala irritada e sem medir as palavras.

-Bom, o meu irmão daqui a pouco esquece, mas o Harry do jeito que é ciumento, eu duvido. –Gina fala entendendo o problema da amiga.

-O pior é que o Malfoy só está fazendo esse joguinho para irritar o Harry, aposto que durante os treinos ele vai voltar a me chamar de Granger e ficar bancando o superior. Mas ao invés do Harry tentar ignorar, ele fica dando esses ataques de ciúme na frente da doninha. –se lamenta frustrada.

-Você está me dizendo que o Malfoy sabe que você e Harry estão namorando? –Gina pergunta entre surpresa e assustada.

-Malfoy pegou a gente se beijando outro dia e tivemos que contar a ele, que em troca do segredo, resolveu infernizar o Harry. –aquela informação faz Gina se sentir, como se houvesse sido jogada no lago em pleno inverno, afinal Draco não estava fazendo aquilo para provocar ciúmes nela e sim em Harry.

-Fala isso para ele, quem sabe o Harry não acorda, não é? –fala sem jeito e se levantando, precisava ficar sozinha. –Agora eu vou dormir que amanhã o dia será cheio, boa noite. –se despede, saindo assim logo depois que a amiga lhe respondeu. Sua mente zombando de si mesma por ter chegado a pensar que o príncipe sonserino um dia olharia para a pobre Weasley.

Sem conseguir dormir, Hermione resolve se levantar e ir até o quarto de Harry. Observando o corredor com cuidado e abrindo a porta sem fazer barulho, surpreendeu-se ao perceber que o moreno não estava dormindo e sim em pé, em frente à janela aberta, os cabelos voando com o vento gélido da madrugada.

-Harry, você está bem? –pergunta receando que ele houvesse tido mais um sonho com Voldemort.

-Hermione? O que está fazendo aqui? –pergunta se virando e a vendo se aproximar. Ela o observava e, com alívio, via que ele não parecia ter tido um pesadelo.

-Nada demais, eu só havia pensado em me aproveitar de um rapaz dormindo inocentemente. –fala tentando se manter séria e vendo que ele teve que reprimir um sorriso.

-Eu ainda estou chateado com você. –fala se virando para voltar a olhar pela janela.

-Eu preferia não estar com ele, mas nós não tínhamos muitas opções. Se fosse você ou Rony iam acabar brigando demais, sem falar que você não ia conseguir levar um treino a sério comigo, por medo de me machucar. –Harry se volta para ela como se pretendesse retrucar, mas ela leva sua mão aos lábios dele, ao mesmo tempo em que dá um passo à frente, deixando seus corpos separados por menos de um centímetro. –Aquele idiota só quer fazer você perder a paciência, ter crises de ciúme. Tenho certeza que ele não tentara se aproximar durante os treinos e se ele assim fizer, juro que lanço uma bela azaração nele e ainda falo com você, para você fazer o mesmo, o que acha? –Hermione propõe com um sorriso travesso, ao qual Harry corresponde.

-Você promete? –Harry pergunta desconfiado e ela apenas assente. –Então, se você sair do quarto e entrar de novo, eu tenho certeza que vai me encontrar dormindo inocentemente...

Durante o café da manhã, o trio nota preocupantemente que McGonagall não estava à mesa e para agravar ainda mais a situação, Harry recebe um pergaminho, convocando-o para uma reunião urgente no escritório da diretora. Imediatamente, o moreno se levanta e segue para o local, pensando em milhares de hipóteses, todas envolvendo morte e Voldemort. Rhavic o tentou acalmar, mas o rapaz lhe deu uma resposta tão mal-educada que o grifo se calou instantaneamente.

Assim que chegou a frente da gárgula, se esforçou para lembrar a senha do escritório e a disse, fazendo a gárgula se mover e dar acesso às escadas. Percorreu o caminho rápida e silenciosamente, ouvindo a voz de um homem e uma mulher, além da voz da diretora. Depois de bater na porta e ouvir a permissão para entrar, seu coração falhou, o ar pareceu se recusar a entrar ou sair de seus pulmões e a cena que via saiu e entrou em foco novamente. Em pé e entre ele e a mesa da diretora, estavam “seus pais”.

-Mas que brincadeira de mal gosto é essa? –esbraveja ao confirmar que eram os mesmos rostos que via todos os dias na foto que havia em sua cabeceira.

-Harry acalme-se que tudo será explicado, ou quase tudo. –McGonagall fala em seu tom mais cordial de voz, compreendendo o choque do rapaz.

-Ele está ainda mais bonito que eu na idade dele! –Thiago fala orgulhoso, Lílian tinha os olhos úmidos e parecia não acreditar no que via.

-Harry, esses, por incrível que apreça, são seus pais. Eles foram encontrados desacordados em um parque em Londres, não possuíam nenhuma memória do que houve no dia do ataque a casa de vocês e do tempo em que deveriam estar mortos. Nós fizemos exames neles e ambos estão bem de saúde, suas identidades foram confirmadas e até demos veritasserum para ter certeza de que não eram uma fraude. Sei que isso ainda não explica o como eles apareceram, mas estamos trabalhando para encontrar uma explicação. –Minerva tenta explicar tudo, aproveitando o aparente choque do rapaz, que ainda parecia paralisado. –Eu vou deixá-los a sós, creio que tem muito que conversar. Não se preocupe com as aulas, está dispensado por hoje. –fala rapidamente, já se retirando para lhes dar privacidade.

-Podemos te dar um abraço? –Lílian pergunta após alguns segundos de silêncio.

Durante o restante da manhã, os três conversaram sobre tudo o que lhes vinham à mente. Thiago e Lílian fizeram questão de que Harry lhes contasse tudo sobre sua vida, seus amigos e, com ar sério, pediram que ele contasse tudo sobre como os Dursley o trataram durante todos aqueles anos, prometendo tomarem satisfações com estes, assim que tudo se acalmasse. Os dois também contaram ao filho que ficariam lá como membros da ordem que estariam fazendo a segurança e, por medida de segurança, esconderiam seu retorno, assumindo as identidades de Scott e Rachel Sullivan.

Com permissão de McGonagall, os três usaram a lareira para ir ao Beco Diagonal, onde Thiago e Lílian, disfarçados, comprariam roupas e varinhas novas, além de conversarem mais calmamente com Harry, sem atrapalhar o trabalho da diretora.

Estavam no momento, tomando sorvete e cercados de sacolas de compras, onde se via claramente o embrulho de uma vassoura, a qual Thiago fizera questão de comprar para ensinar algumas manobras ao filho, o que não agradou muito a Lílian.

-Harry, já viu que tem duas garotas na mesa ao lado que não tiram os olhos de você? –essa afirmação fez Lílian olhar a mesa com cara de poucos amigos, coisa que nem o marido ou o filho notaram.

-Eu já tinha notado, mas não me importo. Desde que a volta de Voldemort foi confirmada, que eu virei um “bom partido”, famoso, rico, solteiro. –Harry fala contrariado e com os olhos fixos no sorvete.

-O importante é você saber perceber quem são essas interesseiras e nem olhar para elas. –Lílian fala sorrindo e segurando a mão do filho de um jeito reconfortante.

-Que tipo de conselho é esse? Harry tem 17 anos, está na idade de sair sem compromisso com as garotas, que eu garanto que não ficaram chateadas pelos cinco minutos de fama. –Thiago fala com um sorriso maroto, que lembrou a ele Sírius.

-Esse é justamente o tipo de conselho que não se deve dar! –Lílian fala surpresa com a sugestão do marido. –Achei que já houvesse aprendido que galinhagem não leva ninguém a lugar nenhum, e pelo que me lembro, aos 17 anos, você estava não só namorando comigo como também me pedindo em casamento!

-Se ele tiver a sorte de encontrar a garota certa tudo bem, mas como ele mesmo falou, as garotas que o cercam só querem saber do dinheiro e da fama dele! –Thiago tenta se defender e Harry se sente entediado, lembrando de uma briga semelhante entre Gina e Rony.

-Isso não é bem verdade, quer dizer, a maioria delas sim, mas tem umas que não são assim. –Harry fala meio sem jeito, querendo acabar com a briga e ao mesmo tempo pensando em falar de Hermione.

-Como assim? Não me diga que você tem uma namorada e não nos disse nada? –Thiago fala orgulhoso pelo filho, mas ao mesmo tempo chateado por ele não ter mencionado nada antes.

-Bom, na verdade eu até que tentei, mas é meio complicado. –Harry fala mordendo o lábio inferior, sem saber como explicar o caso.

-Que tal começar nos dizendo se tem ou não uma namorada. –Lílian sugere tentando não ficar apreensiva com a idéia.

-Sim, mas ninguém sabe, quer dizer, só a Gina, porque nos ajuda a nos encontrar, e um idiota que pegou a gente se beijando num descuido. –começa meio incerto, principalmente ao ver o olhar malicioso do pai.

-Uma namorada que nem seus melhores amigos conhecem? Não seria uma bela professora, não é? –pergunta em tom cúmplice, ignorando o olhar horrorizado da esposa.

-Não, não! Eu mantenho em segredo porque ela é nascida trouxa e os comensais podem tentar atacar os pais dela para me atingir. –essa declaração deixa tanto Thiago, quanto Lílian sem saber como agir. –Rony não sabe por que até pouco tempo ele gostava dela, mas agora que ele está apaixonado e namorando eu vou contar.

-Calma aí, não me diga que você deu em cima da garota que seu amigo tava afim? –Thiago fala em tom sério, como se pretendesse lhe repreender.

-Não! Quando nós ficamos, estávamos em uma festa à fantasia, por assim dizer, não sabíamos quem o outro era e quando ficamos sabendo, era tarde demais, já estávamos apaixonados. E como logo no dia seguinte o Rony falou de uma outra garota para mim, eu achei que talvez houvesse uma chance dele esquecer a Hermione...

-Hermione? Sua melhor amiga? –Lílian pergunta surpresa, todos haviam falado muito dela e de Rony, e Harry parecia realmente ter uma grande admiração por ela, mas não pensava que os sentimentos do filho poderiam ir além disso.

-Sim, ela é uma pessoa incrível, uma garota maravilhosa e nós nos amamos, por isso eu resolvi arriscar esse namoro, mesmo sabendo que se Rony descobrisse, ele poderia nunca mais querer olhar na minha cara. –Harry fala nervosamente, olhando o pai pelo canto dos olhos, como se esperasse que ele fosse lhe dar uma bronca pela sua traição.

-Tudo bem, vá mais devagar e nos conte tudo com calma. –Thiago pede ainda sério e Harry assente.

Aquela era a primeira discussão séria em família, e apesar de Harry se sentir intimidado e avaliado, sabia que seus pais só estavam preocupados consigo, o que o fazia se sentir muito feliz como se estivesse preso em um sonho, do qual não queria acordar nunca.
***

N/A: Oi, demorei a voltar, mas é que para aqueles que não sabem, estou com um problema na mão direita: Síndrome do Tuneo de Carpo. Fiquei uns dias sem poder digitar e agora estou voltando aos poucos, pois ainda sinto um pouco de dor quando digito muito, ou seja, vou atualizar as minhas fics um pouco mais devagar que antes.

N/A²: Quem adivinhou que os ressuscitados eram Thiago e Lílian? Será que vocês conseguem adivinhar os motivos pelos quais Voldemort os trouxe do mundo dos mortos?

N/A³: Tadinha da Gina, sofrendo pelo sonserino malvado! Será que Draco não liga mesmo para ela, que ele só está querendo provocar Harry? Ou será que Draco está realmente interessado em Hermione?

Próxima Atualização: Reescrevendo a História e Epílogo de O Sucessor!

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